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terça-feira, 12 de janeiro de 2021

O BRASIL ESTÁ "FORDIDO"...

Ontem 11 o a Ford anunciou que está se desfazendo das suas instalações no Brasil.
A consequência imediata disso é a demissão de 5.00 trabalhadores.
Claro, o presidente da República diz que tem nada a ver com isso. E quem tem, nós?
O Brasil está sendo desmatado, com o incentivo do presidente da República.
O desemprego continua aumentando.
O povo continua comendo o pão que o Diabo amassou.
O presidente Francês, Emmanuel Macron, tem mostrado preocupação com o meio ambiente.

VIVA O POVO BRASILEIRO

Eu tive um amigo de nome Pedro Caetano. Era compositor. Deixou coisas incríveis no campo da nossa música popular.
Pedro morreu atropelado. Faz tempo. No Rio de Janeiro. Foi autor de alguns clássicos da nossa música popular. Fez música até para a baianinha Miss Brasil Martha Rocha. Clique: MARTHA ROCHA, A MISS CANTORA
Muita gente morreu e morre atropelada no Brasil. No mundo. E das formas mais diferentes.
Em novembro de 2020, o cidadão baiano William de 48 anos, deficiente físico, foi atropelado por um motoqueiro na Av. Ibirapuera. O atropelador queria que o atropelado ainda lhe pagasse 2.500 reais...
William teve quebrada a perna esquerda em duas partes e a direita em três.
William é exemplo de cidadão que se reinventa, que se refaz perante as intempéries.
Semana passada William soube que a amiga Ivone estava às voltas com um problema doméstico: vazamento de um cano na parede do banheiro da sua casa.
"Aí ele telefonou perguntando se poderia me visitar. Eu disse que sim, mas como ele chegaria na minha casa se não estava podendo andar?".
William, um desses milhões de brasileiros simples e determinados, chegou à casa de Ivone num andador e findou por resolver o problema que ela apresentara. Detalhe: "Eu já havia contatado dois pedreiros, que foram a minha casa e não mais voltaram", lembrou Ivone.
O amigo de Ivone, William é um brasileiro que faz e sabe o que é solidariedade.
Solidariedade é uma coisa muita bonita que anda em extinção neste mundo doido em que vivemos.
O Brasil continua sendo atropelado, principalmente pelos mandachuvas governantes.

DESGOVERNO NA HORA "H". TRISTE BRASIL

O Brasil está desgovernado, sem governo.
O Brasil está perdido, num mato sem cachorro.
Ouço no rádio o general titular do Ministério da Saúde dizer que a vacinação contra a Covid-19 começará no dia "D", na hora "H".
Meu amigo, minha amiga, você sabe o que diabo é isso que o general da "saúde" disse ontem 11?
O dia 6 de junho de 1944 foi um dia fundamental para a liberdade dos povos.
Mais de 100 mil soldados da Inglaterra e Estados Unidos, e também da França, desembarcaram de milhares e milhares de embarcações em cinco praias da Normandia, França.
Falo da 2ª Grande Guerra.
As forças do Eixo, formadas pela Alemanha, Itália e Japão, foram pegas de surpresas. Resultado: milhares de mortos.
Os Aliados venceram. E o mundo livre, também.
O dia "D" foi um dia marcado pela inteligência das forças aliadas e a hora "H" foi a hora prevista. Não podia passar daquilo, da hora "H".
O desembarque dos Aliados na Normandia estava previsto pro dia 5 de junho. Era noite de lua e de maré baixa. Porém, de repente, o tempo mudou e tempestades desabaram na região. Mas deus tudo certo.
O general titular da usou, na sua linguagem atravessada, um modo de dizer à população que estava tudo certo. Dia "D" na hora "H". Ou seja: que o início da vacinação contra a Covid-19 tinha data e hora marcada para começar. Não é verdade.
Nós, população brasileira, estamos mais perdidos do que cego em tiroteio.
Esse ministro, que não gosta de falar à Imprensa, é uma besta quadrada que nem o seu chefe.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

JORGE RIBBAS, JOÃO CÂMARA E EU

Hoje está se completando um ano que a Covid-19 fez sua primeira vítima fatal. Foi um chinês de Wuhan, que se achava num criadouro ou mercado de animais.
A praga denominada Novo Coronavírus já infectou 90 milhões de pessoas mundo afora. Só no Brasil, mais de 8 milhões.
O mundo inteiro está sofrendo, está pagando pecados, mudando a rotina.
O compositor e instrumentista arranjador pernambucano Jorge Ribbas, diretor musical de um conservatório musical de Campina Grande, PB, telefona pra dizer que anda de cabeça pra baixo. Culpa da pandemia que a todos nos ameaça.
E Jorge contou um pouco de sua história pessoal. Que nasceu em Garanhus, PE, em março de 1964. "Sou filho da Ditadura", disse brincando.
Desse assunto eu conheço, pois sou da safra de 1952.
Em 1952, Vargas era o presidente paz e amor. Antes, de 1930 e 1945, ele foi o cão chupando manga. Prendia e arrebentava. Fez parceria com Deus e o Diabo e, assim, findou por dar identidade política, econômica e cultural ao Brasil de hoje sob as rédeas do ex-capitãozinho Bolsonaro.
No dia 24 de agosto de 1954, ele deu um tiro no peito. E foi-se.
Bom, Jorge contou que deixou Garanhus pra se aventurar na grande Campina Grande. Tinha uns 19 anos quando chegou lá, terra do mungangueiro Genival Lacerda. Lá cresceu e virou um gigante da boa música.
Engraçado, essa história me lembra outra. É o inverso.
No dia 12 de janeiro de 1944, nasceu em João Pessoa o menino que virou pintor chamado João Câmara Filho.
Eu tinha menos de 19 anos quando conheci João Câmara, que virou meu professor de História da Arte da divisão artística da Universidade Federal da Paraíba.
João Câmara tinha 16 anos quando trocou João Pessoa por Orlinda, PE. E lá continua compondo sua obra pictórica.
O que tem a ver Jorge, João e eu nessa história toda?
Jorge ainda muito jovem oferecia-se como professor de música de porta em porta.
João fazia o mesmo batendo de porta em porta, oferecendo seus quadros.
E eu com isso?
Bom, como pintor não fui lá grande coisa e no jornalismo encontrei o meu caminho, a partir dos jornais O Norte, Correio da Paraíba, A União, Projeção, Diário da Borburema e Rádio Correio da Paraíba, ofereci-me ao mundo.
Troquei João Pessoa pela Capital paulista em agosto de 1976. E o Jorge virou meu parceiro musical. Ouça:



Leia mais sobre Jorge Ribbas:

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

COVID-19 MATA 200 MIL, NO BRASIL

O Brasil que pensa e sofre chorou ontem 7 a morte de 200 mil brasileiros provocadas pela Covid-19.
Triste demais.
Enquanto isso, o presidente saído das urnas em 2018 continua tirando sarro do povo. Vamos morrer mesmo, não é?
Os primeiros 100 mil mortos pela Covid foram registradas, oficialmente, no sábado 8 de agosto de 2020. Para lembrar, leia: COVID-19 MATA 100 MIL, NO BRASIL
Bolsonaro e seu governo não estão nem aí com a pandemia que tantas mortes já ceifou. Nem plano de vacinação ainda foi feito.
Bolsonaro prefere brigar com governador João Dória, de São Paulo, e dar rabissaca para o povo e o País.
A briga de Bolsonaro com Dória é uma briga que tem por alvo a politização da vacina contra a Covid-19. E nós que nos lascaquemos.
Até agora 50 países iniciaram campanha de vacinação contra o mau que, no mundo, já matou pelo menos 2 milhões de pessoas. O ranking é liderado pelos EUA e Brasil.
Os óbitos alcançados ontem 7 no País foram sucedidos pela boa notícia de pedido do Butantan e FioCruz à Anvisa para uso emergencial das vacinas chinesa e britânica, CoronaVac e Pfizer.
Mas como eu disse a pouco, ainda não há plano de vacinação traçado pelo Ministério da Saúde.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

NÃO PODEMOS TER MEDO DE BOLSONARO

Incrível. Inimaginável. Estou chocado.
Não vi, mas ouvi o alarido da direita brucutu que invadiu ontem 6 o Congresso norte-americano.
Os brucutus ou cachorros loucos trumpistas babavam ódio e gritavam palavras de baixo calão contra o presidente eleito Joe Biden.
Os violentos malucos invadiram o Capitólio e fizeram uma quebradeira dos diabos. Quatro pessoas morreram. Entre elas uma mulher do lado Trump.
O quebra-quebra e ameaças visavam fazer com que o Congresso não reconhecesse a vitória de Biden. O argumento era: eleições fraudulentas.
Não demorou e a cópia malamanhada de Trump, Bolsonaro, deu as caras abrindo a boca pra dizer besteira: "Se nós não tivermos o voto impresso em 22, uma maneira de auditar o voto, nós vamos ter problema pior que os Estados Unidos".
O voto impresso é atraso total. E foi esse tipo de voto que gerou essa esculhambação toda nos EUA.
Bolsonaro carece de uma boa e novinha camisa de força. Isso sim.
A fala dele é para cada vez mais dividir o Brasil. Mas não podemos ter medo dele e do que ele diz.

COVID MATA GENIVAL LACERDA

Hoje 7 cedo recebi um telefonema do cantor e compositor pernambucano Luiz Wilson dando conta do falecimento do forrozeiro paraibano Genival Lacerda, conhecido como Rei da Munganga.
Genival, vítima da Covid-19, iria fazer 90 anos de idade no próximo dia 5 de abril.
O artista começou a carreia aos 25 anos de idade. Seus primeiros discos foram gravados no formato de 78 Rpm. Sua primeira gravadora foi a extinta Mocambo, de Recife. Sua primeira música: Coco de 56, dele e do parceiro João Vicente.
Genival gravou meia dúzia de 78 Rpm, 32 LPs e vários CDs. No total, uns 70 discos.
Genival Lacerda alcançou grande sucesso com Severina Xique-Xique, Radinho de Pilha (Ela deu o Rádio) e Mate o Véio, Mate.
Eu conheci Genival durante as comemorações juninas em João Pessoa, PB. Na ocasião ele fora contratado pela direção do extinto jornal O Norte, onde iniciei a carreira de jornalista. Faz tempo, né?
Quando fui convidado para apresentar o programa São Paulo Capital Nordeste, na Rádio Capital AM 1040, em 1998, convidei Genival para uma entrevista. Foto ao lado. Foi a primeira entrevista do programa, como artista.
Ele morreu depois de 38 dias internado num hospital da Capital pernambucana.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

HOJE É DIA DE REIS

Sabe aquela história dos Magos?
Pois é, aquela história que ultrapassa séculos é furada. No mínimo mal-contada. Aliás, não se sabe sequer quantos eram os Magos que visitaram o menino Cristo, em Belém. E se o visitaram.
Na Bíblia não há nenhuma referência específica sobre os “três” Magos. Pelos presentes ofertados é que se concluiu serem três os visitantes, que teriam saído sabe-se lá de onde para ver e adorar o menino Cristo.
Esta história não resistiria a um TCC de estudante de Jornalismo da USP ou de qualquer faculdade.
Matheus diz que Cristo nasceu em Belém. Essa afirmativa é compartilhada por Lucas.
Há entre historiadores e arqueólogos quem não aceita essa ideia.
No evangelho de Marcos aparece um cego dizendo que Cristo teria nascido em Nazaré.
A pergunta que fica é: o menino filho de Deus teria nascido em Belém, Nazaré ou na Galiléia?
No Apocalipse e no Evangelho de João há indicações de que o Menino, descendente do Rei Davi, teria nascido na Galiléia.
É tudo muito confuso.
As histórias contidas na Bíblia são ótimas, mas discutíveis como reais.
Voltemos aos Magos, em número de três.
Baltazar, Melchior e Gaspar são desde sempre chamados de Reis.
É difícil acreditar que três Reis tivessem saído de um ponto qualquer distante do seu destino para visitar um recém-nascido.
Ao chegarem em Jerusalém, os viajantes, “guiados” por uma estrela, teriam ido pedir ao Rei Herodes o endereço do lugar onde teria nascido Cristo. Logo Herodes, que dois anos depois mandou seus soldados invadirem Belém e matar todas as crianças de até 2 anos de idade.
Falta liga nessa história.
Mas há um fato indiscutível: o surgimento da Folia de Reis, inspiradas na tradição oral que existe há séculos.
São inúmeros os grupos de Folias de Reis espalhados por aí. Centenas, milhares.
As folias são grupos, também chamados de ternos, formados por 10 a 15 pessoas adultas. Esses grupos, liderados por um mestre ou embaixador, saem nas noites de dezembro cantando em direção às residências previamente escolhidas. Lá chegando, tocam, dançam e depois comem o que lhes oferecem e seguem jornadas.
Sanfona e instrumentos de percussão caracterizam os grupos, identificados por um porta-estandarte.
As folias de Reis chegaram ao Brasil nos começos do século 19, vindas de Espanha e Portugal.
O repertório musical dos foliões começou a ser registrado em discos na década de 60.
O período das folias de Reis vai de 24 de dezembro a 6 de janeiro.
Até Tim Maia gravou Folia de Reis, entre famosos e desconhecidos. Ouça:







ARTÚLIO REIS: ARTÚLIO REIS, FORRÓ E SAMBA

O MUNDO VACINA O POVO, MENOS O BRASIL

O atual presidente do Brasil está fora do lugar. Não sabe o que quer, não sabe o que fazer.
O atual presidente do Brasil, se acha no caos.
O presidente de qualquer país procura fazer bem ao povo que o elegeu. Não é o que acontece conosco, brasileiros.
O atual presidente do Brasil joga contra o Brasil, apostando simplesmente numa parte que o tem como ídolo.
O atual presidente da República Federativa do Brasil é radical e tem um grupo minoritário igualmente radical.
O presidente atual do Brasil joga contra o Brasil. É um jogador sem técnica apurada, que chuta de bico. Pena.
Nem tem identidade pessoal tem. É um pária!
Vivemos um momento que nunca será esquecido pelos jovens e todos nós que formamos atualmente a nossa sociedade.
São cinco os países mais populosos do mundo, em números redondos:

  1. China, com 1,4 bilhão de habitantes;
  2. Índia, com 1,35 bilhões de habitantes;
  3. EUA, com 330 milhões de habitantes;
  4. Indonésia, com 262 milhões;
  5. Brasil, com 210 milhões de habitantes...

Ontem 5 o atual presidente do Brasil diz que o País está "quebrado". Disse isso depois de dizer que a mídia, isto é a Imprensa, tem culpa pela pandemia que paira no nosso País.
Hoje 6, Dia de Reis, o mesmo presidente saído das urnas em 2018, disse ironicamente que o Brasil não está quebrado, "está uma maravilha".
Claro, hoje ainda ele aproveitou para descer a ripa de novo na Imprensa.
Meus amigos, minhas amigas, digam com franqueza: Vocês acham que o atual presidente merece se sentar na cadeira de presidente da República Federativa do Brasil?
O atual presidente do Brasil não dá bola pro Brasil.
Vivemos uma pandemia.
O mundo inteiro vive uma pandemia por um vírus maldito chamado coronavírus, que já matou 2 milhões de pessoas.
São cinco os países mais populosos do mundo, em cuja a lista se acha o Brasil.
Meu amigo, minha amiga, preste atenção: a China já está vacinando seu povo, a Índia também, os EUA idem, a Indonésia... Todos esses quatro países estão vacinando seu povo.
O Brasil ainda não tem sequer um planejamento para vacinação do seu povo. Triste, não é? Diante disso tudo, meu protesto:

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

COMO ME TORNEI INVISÍVEL

O Brasil continua sendo um país para profissionais, tamanha as dificuldades que vive.
Há muita confusão no nosso País, muitas delas geradas pelo presidente eleito em 2018.
Negacionista até a raiz, Bolsonaro é uma besta quadrada.
Hoje 5 logo cedo, à saída do palácio onde mora, voltou a atacar os jornalistas. Disse que fomos nós quem potencializamos a pandemia provocada pelo novo coronavírus. Chamou-nos de mau-caráter.
O novo coronavírus e Bolsonaro fizeram com que eu escrevesse quatro folhetos de cordel (ao lado). Mesmo sem ser cordelista profissional, fui o primeiro a escrever sobre o tema.
Sexta 25 de dezembro, a Folha de S.Paulo publicou uma entrevista que dei ao colega repórter Ivan Finotti.
Meu amigo, minha amiga, você sabe quando alguém se torna invisível? Pois é, conto isso na entrevista, que foi republicada nos jornais, entre os quais o Diário de Cuiabá e a Folha de Pernambuco.
Os folhetos podem ser adquiridos através do email: eduribeiro@jornalistasecia.com.br
Para minha alegria, uma amiga me diz que há um texto a meu respeito no Portal do Correio. E por telefone leu, destacando o autor do texto: João Trindade. Leia: Coluna do professor Trindade homenageia o jornalista Assis Ângelo

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

O MEU BLOG É DE VOCÊS, OBRIGADO!

Visualizações do Blog do Assis Angelo em 2020

Meu amigo, minha amiga, estou de volta.
Quem me possibilita essa volta é Anna da Hora, estudante de Artes Visuais da UniÍtalo.
A Folha do dia 25 passado disse que Anna é estudante de Artes Plásticas. Também, né?
Artes Plásticas tem a ver com artes visuais e vice-versa.
Estou de volta neste 2021, cheio de esperança.
No ano que passou, este Blog foi visitado por 84.8 mil pessoas. É pouco, mas é muito se levarmos em consideração os temas aqui abordados: cultura e política, política e cultura, cultura e política.
Este Blog existe pra falar e discutir Brasil. E o seu titular, que sou eu, há anos não se acha nas mídias convencionais, como Rádio e TV.
É uma satisfação pessoal saber que este Blog é referência e ferramenta para quem tem interesse em cultura popular, especialmente.
No ano triste que passamos, cinco textos aqui publicados despertaram atenção e discussão de quem tem interesse pela história do Brasil. Para lembrar, clique:

A Internet é completamente importante na vida humana.
Em termos de internet, não é possível haver retrocesso.
O retrocesso será sempre possível pela idiotice humana.
Internet é máquina, além do ser humano.
Voltemos à Terra: 46% dos acessos a este Blog são de brasileiros, no Brasil. O 2ºdo lugar no que se refere a acessos à este Blog, coube em 2020 aos EUA: 28%. O 3º lugar, nesse ranking, coube à Alemanha: 7%. O 4º lugar, Itália: 5%. A Rússia, mãe da Sputnik V, apareceu em 5º lugar como o país que mais acessou este Blog: 3%.
E que todas as vacinas contra a Covid-19 sejam nos brasileiros aplicadas.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

2020 JÁ VAI TARDE

Pois é meu amigo, minha amiga, chegamos a mais um final de ano.
Não terei saudade de 2020. Terei pena desse ano.
O ano de 2020 marcou o maior desespero que o mundo já sofreu, nos últimos cem anos.
Quase dois milhões de pessoas morreram vítimas da Covid-19. Mas disso não quero falar. Eu quero dizer o seguinte: À esperança!
O que nos resta, como seres humanos, é a esperança e a solidariedade.
Caso não aprendamos com o maldito vírus que nos mata, dificilmente aprenderemos num futuro a sermos uno, unidos, parceiros, caminhando num mesmo caminho.
Este é o sétimo dezembro que vivo sem a luz dos olhos.
Eu quero aproveitar este espaço no último dia do ano pra mandar meu carinho, meu respeito, minha admiração, meu tudo de bom às pessoas que estiveram até este momento comigo: Carlos Silvio, Darlan Zurc, Anderson Gonzaga, Silvya Jardim, Cilene Soares, Ivone, Soraia, Anninha da Hora, Vito Antico. Poxa, eu amo quem me ama.
Ah! Essas pessoas lindas, meus tesouros, caminharam comigo profissionalmente expondo seus sonhos a mim e eu a elas.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

GINÁSTICA É SAÚDE E VIDA!

 

Amigos, amigas, apareci algumas vezes fazendo exercícios na esteira, bicicleta etc.
Não por nada, mas fiz isso no decorrer do ano pra chamar atenção de pessoas que sofrem algum tipo de deficiência.
Não podemos, portadores de deficiência ou não, ficar num canto de parede mal dizendo a vida e gentes.
Eu fiquei cego só dos olhos, nada a mais.
É isso.
À vida!

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

O BRASIL É CASCUDO

Mestre Luís da Câmara Cascudo foi um dos mais importantes estudiosos da cultura popular do Brasil. E do mundo.
Cascudo falava pelos poros.
A sua mente funcionava como um dínamo.
Era rápido que nem um raio.
Eu conheci de perto Luís da Câmara Cascudo.
Frequentei a sua casa.
E não será exagero dizer que quem pensa o Brasil é Luís da Câmara Cascudo.
Há uma entrevista muito significativa que fiz com o Cascudo para o suplemento Folhetim, do diário F. de S. Paulo. Leia: J&Cia Especial: LUÍS DA CÂMARA CASCUDO

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

VIDA DE CÃO

Um Brasil que pensa está fulo com o presidente que ora dirige o País.
Bolsonaro é um negacionista à toda prova. E o problema não é ele morrer, como tem dito. O problema é que ele, no alto da sua ignorância, induz o povo a matar-se.
No dia em que o Brasil alcançou 7 milhões de pessoas contaminadas e 182 mil mortas, Bolsonaro juntou-se ao ministro general da Saúde, sem máscara, pra dizer que todos os brasileiros iam se vacinar. Falou com a naturalidade de quem mente. E alto e bom som garantiu que não vai se vacinar.
Quinta 17 os ministros do STF decidiram a obrigatoriedade da vacinação. Bolsonaro mais uma vez estrilou.
Estrilar é próprio e natural de Bolsonaro.
Este ano ele partiu pra cima de jornalistas, acusando-os de horrores. De mentirem e tal.
Foram mais de 300 agressões verbais proferidas pelo presidente da República contra jornalistas.
Apesar de tudo, jornalistas têm se esmerado na cobertura da pandemia provocada pelo novo coronavírus.
O principal alvo de Bolsonaro é a Rede Globo, que tem feito uma cobertura excepcional, incluindo seus jornais e emissoras de rádio.
Os opinativos da Pan são bolsonaristas até a raiz. Linha parecida segue a CNN.
A Band marca presença com um noticiário de ótima qualidade, como a CBN.
A grande maioria das emissoras de rádio procuram, porém, dar pontualmente notícias a respeito do cotidiano. Como as musicais Cultura, Alfa e USP.
Jornalista sofre.
Agressões contra jornalistas existem são feitas desde o começo da segunda parte do século 19.
O jornalismo como tal conhecemos, de notícia e opinião, ganhou forma no Brasil a partir de João do Rio (1881-1921). Na virada do século 19.
Muitos jornalistas foram presos, torturados e mortos. O caso Herzog (1937-1975), ainda na Ditadura Militar (1964-85), ganhou destaque internacional.
Neste ano de 2020, foram assassinados 32 jornalistas por aí afora, segundo a Repórteres sem Fronteiras (RSF).

LEIA MAIS:

domingo, 27 de dezembro de 2020

NOS TEMPOS DE DOR DE CORNO

Houve um tempo não muito distante em que homens e mulheres se apaixonavam naturalmente. Sofriam e não sofriam.
O romantismo na música, na literatura, nas artes é fundamental na vivência e na convivência humana.
É importante que voltemos a passear no tempo em que o amor imperavam entre amantes.
Sou sim, romântico.
Não tenho vergonha de dizer que sou romântico.
Sou romântico, e daí?

sábado, 26 de dezembro de 2020

ALTEMAR DUTRA, 80 ANOS

Eu conheci o cantor mineiro Altemar Dutra de Oliveira em São Paulo, pouco tempo antes de ele morrer num palco, em Nova York.
Altemar Dutra foi um cantor de voz poderosa como Chico Alves, Orlando Silva e Nelson Gonçalves.
O Chico morreu exatamente no dia, mês e ano em que eu nasci em João Pessoa, PB.
Encontrei-me com Nelson muitas e muitas vezes. Ele gostava de whisky, eu também.
Com Altermar, eu não tive convivência.
Nascido em outubro de 1940, há 80 anos portanto, Altemar teve uma carreira curta com uma grande quantidade de músicas gravadas: mais de 400.
Ninguém lembrou dos 80 anos de nascimento de Altemar, chamado de o Rei do Bolero.
Altemar Dutra começou a gravar discos em 1963.
A carreira artística de Altemar Dutra durou exatos 20 anos, de 63 a 83.
Muito cedo, Altemar foi levado pelos pais a morar em Colatina, ES. Lá, ainda adolescente, começou a cantar nas emissoras de rádio locais. O resto se sabe.
Altemar deixou como herdeiro, além dos admiradores naturais, o filho Altemar Dutra Junior.
O primeiro disco de Altemar Júnior foi lançado no programa São Paulo Capital Nordeste, que apresentei durante anos na Rádio Capital AM 1040.
O pai do Júnior emplacou muitos sucessos, em português e em espanhol. Ouça:

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

O NATAL DO VALENTE ASSIS

O pai e a mãe, José e Maria, abandonaram o filho Valente.
Valente era Assis.
José de Assis Valente nasceu negro e pobre e nordestino, da Bahia.
Adotado por um casal preconceituoso, Assis Valente cresceu com o coração esborrotando de mágoa.
Ele veio ao mundo no dia 19 de março de 1911. Seu torrão-berço foi Santo Amaro da Purificação. O mesmo de Caetano, Betânia e Manoel Pedro dos Santos, o primeiro cantor profissional a gravar discos no Brasil.
O menino Assis, foi crescendo, crescendo e no Natal de 1932 entrou em parafuso e compôs a obra-prima Boas Festas, em que diz:

Eu pensei que todo mundo
Fosse filho de Papai Noel
Bem assim,felicidade
Eu pensei que fosse uma
brincadeira de papel


Já faz tempo que pedi
Mas o meu Papai Noel
não vem... com certeza já morreu
Ou, então felicidade
É brinquedo que não tem...

Assis Valente pulou fora da gene familiar e foi em busca de seu destino.
Com arranjo de Pixinguinha, Boas Festas foi gravada originalmente pelo argentino nacional Carlos Galhardo (1913-85), em 1933 (abaixo).
Caricaturista, Assis Valente não seguiu carreira. Era a música que o chamava para a história.
Casado em 1941, pai de uma menina, logo separou-se e, mentalmente perturbado tentou matar-se uma vez, duas vezes, três vezes...
José de Assis Valente matou-se diante do mar do Flamengo, no Rio, no dia 6 de março de 1958.
Um dia o cantor Roberto Luna, meu amigo e conterrâneo, disse que Assis Valente era uma pessoa muito agradável, muito alegre. Talvez fingisse, ressaltou Luna.
José de Assis Valente, gravado por Inúmeros intérpretes da nossa música, é um compositor ainda a ser descoberto.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

O POEMA DA PAIXÃO

Dezembro é para os cristãos o mês de Cristo. Do nascimento de Cristo.
Todos não sabem, mas alguns sabem, que dezembro não foi o mês que Jesus Cristo nasceu.
Essa história é longa.
A Páscoa também é Cristo, Cristo é cristandade... Paixão etc.
Pois é, paixão...
De algum modo e em todas as línguas todo mundo um dia se apaixona.
E vamos lá, escrevi isto:

Paixão é mal que pega
Ou um bem que faz tremer
Um ser apaixonado
De repente sem querer?


Quem na vida nunca teve
Um xodó, uma paixão
Um amor destemperado
Mal criado, sem razão?

A razão não tem espaço
Nos domínios da paixão
— E o ser apaixonado?
— É bicho besta sem noção!

Até eu posso dizer
Sem temer estar errado
Que já vi um bicho desse
Choramingando, coitado!

Não há quem não se fira
Nos espinhos da paixão
Espinhos que deixam marcas
Indeléveis no coração

Se alguém lhe perguntar
O que diacho é paixão
Diga logo: É um trem bala
Disparado na contra mão!

Pra que fique muito claro
Clara é a conclusão:
A paixão é uma fada
Com garras de gavião!

Dito isso, não se perca
Não se meta em confusão
Ninguém escapa ileso
Aos caprichos da paixão

Quem avisa amigo é:
Ninguém se perde no baião
Ninguém se perde no batuque
Mas se perde na paixão

Se não crê no aqui dito
Solte freios e direção
Caia na buraqueira
E nos domínios da paixão

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

JOSÉ MARIA MAYRINK, ADEUS

 https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0AnWFRhyphenhyphensov710hkMT4wsXdr1dmD5nkYdpjDnYoCYHvA-ZojaqWF7nP3tNbjzj0uB7HqV_tjf7Pn3vuCNFehd24VqFcYdcVfcZsZSlq62MkiSe9ngzl8WU0jVieuJ1rR286GkaHmhzXAm/s1600/IMG-20180318-WA0006+%25283%2529.jpg

Toda vez que morre um amigo, sinto que morre um pedaço de mim.
O querido cartunista Fausto telefona pra dizer que tem a dar uma notícia desagradável. Essa notícia, ele deu: José Maria Mayrink, morreu.
Aconteceu no correr da madrugada deste dia 23.
Mayrink, mineiro do interior, foi uma dessas pessoas que nos marcam para sempre.
Simples, atencioso, de uma inteligência fora do comum, José Maria Mayrink foi seminarista e professor de latim e português. Um mestre do jornalismo, profissão que abraçou bem no começo dos anos 1960. Em Minas.
Eu não lembro o dia em que nos conhecemos. E nem o ano, tampouco o mês. Sei, porém, que foi na Capital paulista.
Eu chefiava o departamento de Imprensa da Companhia do Metropolitano de São Paulo, Metrô. À época, ele era repórter do Jornal do Brasil.
Pelo o que aqui estou a dizer, nos conhecemos num ano qualquer do século passado.
E o tempo passou e a nossa amizade se fortaleceu, ao ponto de ele frequentar com naturalidade a minha casa.
Foi na minha casa que Tiné e Tinhorão conheceram Mayrink (foto acima). Foi também na minha casa que Bráu Mendonça e a sua companheira de música Rosângela, conheceram Mayrink.
Também na minha casa Mayrink conheceu Célia e Célma, Vandré, Fausto (cartunista) e muita gente bacana.
A última vez que o querido Mayrink deu-me a alegria de abraçá-lo foi em 2018.
Toda vez que ele vinha à minha casa trazia frutas colhidas do seu quintal. Uma graça.
E conversávamos, e conversávamos, e conversávamos...
José Maria Mayrink deixa uma mulher incrível e quatro filhas, igualmente incríveis.
Toda vez que um amigo morre, eu morro um pouco com ele.

DEZEMBRO DE SOLIDÃO E MORTE

O mês de dezembro, o último do ano, é um mês de alegria. Em tese.
No correr desse mês, é notório o aumento de suicídios. 
Estatísticas recentes indicam que 30 e poucas pessoas se matam todos os dias. 
A tristeza, mata; a depressão, também. Uma coisa puxa a outra. 
Muitas pessoas procuram os trilhos do Metrô e da CPTM para dar cabo à vida.
No tempo em que eu chefiava o Departamento de Imprensa da Companhia do Metropolitano de São Paulo, Metrô, esse tipo de ocorrência aumentava no mês de dezembro. A explicação era que os suicidas viviam sós, moravam sós, sem ninguém para desabafar suas mágoas. E não rendia notícia nos jornais, rádios e TV's.
As pessoas continuam tristes, umas. Outras, continuam vivendo como podem. 
Na música Brasileira há vários registros sobre tristeza e morte. 
Dolores Duran compôs uma obra prima do gênero. Ouça: 


 

DIA DO VIZINHO

Olá, meu amigo, minha amiga, você já cumprimentou hoje o seu vizinho, na sua vizinha?
Cinco anos antes de morrer, Cora Coralina recusou gentilmente a iniciativa dos moradores de sua rua, em Goiás, GO, de homenageá-la no dia em que completava 91 anos de idade, num 20 de agosto.
Cora nasceu em 1889. Ela, ao recusar a homenagem, disse que o ideal seria que todos homenageassem os seus vizinhos. A partir daí surgiu o Dia do Vizinho.
O Dia do Vizinho é comemorado anualmente no dia 23 de dezembro. 
Autora de belos contos e poemas, Coralina estreou na literatura num dia qualquer da primeira década do século XX.
É muito grande o número de pessoas que moram sozinhas no Brasil. 
São Paulo é a capital com maior número de pessoas morando sós, portanto, sem vizinhos.
A pandemia provocada pela Covid-19 chega como mais um entrave para as pessoas não se abraçarem. Mas cumprimentar à distância, pode, né?
Eu moro só e a vizinha ao lado, morreu. E o apartamento onde morava, está vazio. 
Por cá só silêncio, na rua um barulho danado. 
Existem algumas músicas interessantes sobre vizinhos. A de Osvaldinho da Cuíca é um barato. Ouça:



terça-feira, 22 de dezembro de 2020

UM HOMEM CHAMADO CHICO

Nesse LP, se acha o Xote Ecológico
 Xapuri, Acre.
A noite chegava naquele fim de mundo, pelo olhar de quem vive noutras regiões do Brasil.
Faltavam três dias para o Natal. Ano: 1988.
Pássaros noturnos anunciavam presença com seus trinados especiais, enquanto um vento morno balançava a copa das árvores.
No céu, a lua Crescente dava seus últimos suspiros chamando a lua Cheia.
Ali nas proximidades, um homem alisava o gatilho da escopeta.
Ele estava tranquilo, não demonstrava nervosismo. Sabia o que fazer.
De repente, um estampido fez-se ouvir no silêncio da noite.
Um ai, seguido de um baque surdo, pôs pra correr o autor do disparo.
Em menos de uma hora, o mundo tomou conhecimento do assassinato de Chico Mendes.
O xapuriense Chico, uma das mais significativas vozes do povo da floresta amazônica, tombou covardemente no começo da noite de 22 de dezembro de 1988. Quem o matou foi um sujeito chamado Darci, a mando do pai Darly.
Darly foi um dos maiores grileiros do Amazonas. Pai e filho foram condenados em 1990.
Darly fugiu três anos depois de ser preso e preso de novo, passou a cumprir pena domiciliar.
A lembrança da morte de Chico Mendes chega na hora em que o Brasil toma conhecimento da maior apreensão de madeiras no Amazonas: 31mil m³, ou 43,7 mil toras de boa madeira colhida de modo ilegal por madeireiros, a mando de grileiros e tal.
A memória brasileira continua curta, pois poucos lembram da importância e legado de Chico Mendes.
Em 1989, Luiz Gonzaga e Aguinaldo Batista compuseram um xote falando do Chico. Ouça:

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

BRASIL, POBRE BRASIL

Nem parece que o verão chegou hoje 21 logo cedo, às 07h02.
Até aqui, desde janeiro, o calor dita pauta. Exceção aqui e ali.
No Nordeste, o sol continua brabo, torando coco. 
Está tudo muito confuso, não é mesmo? 
E a pandemia provocada pelo Coronavírus, hein?
Sei lá, está tudo um Deus nos acuda. Até porque o novo corona está botando pra fora os seus irmãozinhos capetas que, já dizem, têm a capacidade de contaminar humanos 70% mais depressa do que o Coronão que o está parindo. Estamos fritos. É o caso de dizer: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. 
Muita gente boa está trocando a Terra pela Eternidade.
Semana passada partiram, o tocador de pé de bode, Zé Calixto, o tocador de pife, Edmilson e o tocador de viola sertaneja, Rodrigo Azevedo. 
Rodrigo era sobrinho do cantador mineiro Téo Azevedo. 


O Brasil está ficando feio, sem graça, com o sumiço de grandes e talentosos brasileiros.
Agora mesmo foi a vez da atriz Nicette Bruno de nos dizer adeus, aos 87 anos. A Covid-19 a levou. 
Nicette Bruno deixou um legado muito importante no campo que ela tão bem abraçou, o teatro. 
Entre centenas de personagens, Nicette interpretou a Dona Benta do sítio do Pica Pau Amarelo. 
A arte do faz de conta é uma arte milenar. E importantíssima. 
No Brasil, essa arte é ainda relativamente nova. Antes dos invasores, só o índios a praticavam. 
Não sei bem porque, mas Nicette faz-me lembrar da atriz portuguesa que despertou os neurônios do poeta baiano Castro Alves. E mais na frente, de Araci Cortes, Bibi Ferreira. 
As mulheres, e isso é história, são alicerces do teatro pátrio. 
E a vacina pra curar a Covid-19 chegará antes de o número de mortos alcançar 200 mil? 

HÁ 40 ANOS NELSON RODRIGUES

O tempo estava abafado. Um calor danado.
Havia algo de esquisito naquele tempo abafado.
De repente uma mulher ainda jovem adentra o ambiente, perguntando: "Eu quero falar com o redator Mário".
O Mário não se achava no local, informou um funcionário do jornal Crítica. "Mas se a senhora quiser falar com o filho dele, o Roberto, é só entrar".
A porta estava aberta e a mulher entrou. Roberto virou-se procurando uma cadeira para ela se sentar. Ao virar-se, recebeu dois tiros e caiu em sangue.
Tranquilamente, a mulher guardou o revólver e saiu depois de pisar no corpo da sua vítima. Mas antes de deixar o local, como queria, foi interceptada por um repórter do jornal, que a entregou a polícia.
Não, não. Isso não é ficção. Ocorreu de verdade na tarde do dia 26 de dezembro de 1929, no Rio de Janeiro.
Uma tragédia, não é?
No dia anterior, o jornal de Mário Leite Rodrigues (1885-1930) publicou uma reportagem falando da separação dessa mulher, Silvia, com o marido médico João.
A mulher endoidou, entrou em desespero quando leu a notícia da sua separação. Era socialite.
A separação ocorrera por causa do comportamento volúvel de Silvia com o marido, que viu no colega de profissão Manoel o seu concorrente.
Triangulo amoroso desfeito, Silvia passou uns meses na prisão e, depois de julgada, foi absolvida por 5 a 2.
À época, Nelson Rodrigues tinha 17 anos de idade. E essa história o marcou profundamente.
Poucos meses antes de morrer Nelson contou ao repórter Lourenço Diaféria (1933-2008) que a morte do irmão, aos 23 anos, mudou totalmente a sua vida. O teatro brasileiro, também.
O velório de Roberto é recomposto na peça Vestido de Noiva.
Nelson Rodrigues, o nome mais expressivo até hoje do nosso teatro, morreu no dia 21 de dezembro de 1980, aos 68 anos. Causa mortis: insuficiência vascular cerebral, após sete paradas cardíacas.
Mário, pai de Nelson, morreu de tristeza pela perda inesperada do filho Roberto.
E Silvia, hein?
Silvia Serafim, a assassina confessa, suicidou-se em 1933, três anos depois de os seguidores de Getúlio Vargas destruírem a redação e as máquinas do jornal Crítica.
Crítica era um jornal barulhento e contra o governo de Getúlio.

LEIA MAIS: NELSON RODRIGUES E OS CANALHAS DO CONGRESSO

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