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terça-feira, 1 de junho de 2021

J&CIA FAZ ESPECIAL SOBRE JOÃO DO RIO

Pra seu gosto, gosto pessoal, o presidente da República amanhece xingando jornalistas.
Xingar jornalistas é esporte bolsonarista.
Não dá pra levar a sério o que diz e o que faz o presidente Bolsonaro.
Hoje 1 é o Dia Nacional da Imprensa.
Esse dia tem por objetivo homenagear o primeiro editor de jornal do nosso País: Hipólito José da Costa (1774-1823).
Hipólito foi o criador do primeiro jornal a circular no Brasil: Correio Braziliense, editado em Londres.
Amanhã dois o newsletter Jornalistas&Cia trará em edição especial a história do jornalismo brasileiro.
O principal personagem dessa história é o carioca João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto.
A história desse João, famoso pelo pseudônimo de João do Rio, é mais do que fabulosa.
Convido a todos vocês a acessarem o site Portal dos Jornalista.
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A INSÔNIA É PRAGA EM PANDEMIA

Gabriel Garcia Márquez no traço do craque Fausto

O mundo vive uma pandemia dos infernos.
Não é de hoje que o mundo vive uma pandemia dos infernos.
Pandemia são acúmulos de doenças que chegam para matar meio mundo. E meio mundo morre com as pandemias que os infernos nos mandam.
Em todos os cantos, em todos os tempos, surgiram pandemias para acabar com o mundo. Até porque no mundo não cabe tanta gente. 
As pessoas morrem e morrem. 
E não adianta correr em busca da eterna juventude e da eternidade, enquanto pessoas somos. 
O romance Cem Anos de Solidão reflete a confusão que nós somos: nada. 
No famoso livro de Gabo (1927 - 2014) há personagens que vivem 120 e até 200 anos. E nada aprendem, e quando aprendem, aprendem pouco. 
Melquíades é um dos personagens que têm a idade na casa dos 200 anos. Fantástico!
Melquíades nasce, vive e morre, e depois renasce.
Úrsula, matriarca dos Buéndia, vai pra eternidade com cerca de 120 anos. 
E as guerras continuam, contraditoriamente enquanto todos buscam a paz. 
As pandemias continuam nascendo e renascendo. 
Visitación é uma indiazinha que chega a Macondo carregando na alma uma peste identificada como insônia;E nas costas, um saco com os ossos dos pais.
Visitación carrega também seus onze anos de idade. Pés descalços, sofrida.
Arrimo do mundo.
E aí todos esquecem tudo, até que ressurge Melquíades...
O livro Cem Anos de Solidão é absolutamente fora do real, sem fugir do real. 
E pensem bem, não entrei até aqui, na questão política explícita no livro. 
Pra terminar, repito o óbvio: Cem Anos de Solidão é obra prima. 
Mais uma coisinha, desculpem: cerca de 65% da população brasileira sofrem de insônia. 

segunda-feira, 31 de maio de 2021

UM CAUSO PRA SE CONTAR

Fausto e Dominguinhos
Faz um ano que a compositora e cantora pernambucana Anastácia habita a casa dos 80.

Ela nasceu em 1940. Contando os dedos…

Domingo 30 escrevi um texto sobre ela. Recebi vários telefonemas elogiando o texto e a brincadeira que fiz dizendo que a aniversariante já carrega consigo pelo menos 150 anos. HOJE É DIA DA BRASILEIRA ANASTÁCIA

Pois é, somando a idade de vida e a de carreira…

Essa mulher tem muito o que contar e nós muito a agradecer, pela alegria que nos dá com suas músicas.

Um dia ela me contou um causo. Disse que fora fazer um show num Estado que agora não me lembro, e um rapaz se aproximou pedindo uma entrevista. Pediu que esperasse, que depois do show faria.

Dito e feito.

O rapaz ligou o gravador e ficou falando com ela durante mais de uma hora.

E finda a conversa, perguntas respondidas, Anastácia perguntou de que jornal era a entrevista. E ele: “Não sou jornalista, sou seu fã”.

Fazer o que, né? Fã é fã.

Há uns 20 anos, talvez mais, o cartunista Fausto marcou encontro com o sambista Paulinho da Viola. O encontro ocorreu depois da passagem de som no palco do Transamérica, na Capital paulista.

O sanfoneiro Dominguinhos estava presente, ensaiando com  sambista.

Fausto entregou um livro e uma caricatura que fizera em homenagem a Paulinho. E Paulinho perguntou: “Você conhece Dominguinhos?”.

Paulinho apresentou Dominguinhos a Fausto e, conversa vai conversa vem, Fausto declarou-se fã do sanfoneiro e contou-lhe uma história. Disse que fora apaixonado por uma determinada menina e que essa paixão tinha como trilha musical o forró Eu Só Quero um Xodó, dele e de Anastácia, interpretado pelo baiano Gilberto Gil. Dominguinhos riu com seu jeitão de moço feliz e perguntou: “E a moça? Casou com ela?”.

Fausto riu amarelado, pego de surpresa e disse não. E Dominguinhos: “Que pena!”.

Baixa o pano.

OBRA PRIMA DE GABO COMPLETA 54 ANOS

Gabriel Garcia Márquez, Gabo pelos amigos chamado, tinha 37 anos de idade quando teve a ideia de escrever Cem Anos de Solidão.
Polido, segundo ele, nasceu pronto.
Mas há controvérsias.
Antes de concluir o livro que mudaria os rumos da literatura latino americana, Márquez publicou sete capítulos em diversos jornais e revistas do México, França, Colômbia e Argentina.
Fez isso para sondar o bolso dos leitores.
Cem anos de Solidão tem por base a Guerra dos Mil Dias e o Massacre dos Bananeiros, de 1928. E aí a história cresce, de modo fantástico.
Dezenas de personagens povoam as páginas do livro, a começar por José Arcádio Buendia e a sua mulher, Úrsula.
Ao lado de um grupo de sem terras, o casal inicia empreitada a procura de um lugar pra viver. E aí é criado, na base do mutirão, uma pequena povoação com o nome Macondo.
À medida que a família de José e Úrsula vai crescendo, crescendo também vai o povoado. E ai pronto: é quando o real se mistura, umbilicalmente, com a fantasia.
Pra variar Macondo é tomado pela Peste da Insônia.
Essa peste faz povo esquecer de tudo, dos objetos pessoais e até do nome. 
Quase tudo é ficcional, com base na história de guerras e levantes ocorridos na história de "nuestra" América.
Impagável é a presença do alquimista Melquiades, que morre e ressuscita. Igual a Prudêncio Aguilar, que tirou onda do patriarca e por ele foi morto. 
E o que dizer de Francisco, o Homem? 
Francisco é uma espécie de poeta repentista, que leva notícias de um povoado a outro. Ele é instável, mambembe. Todos gostam dele, como gostam dos ciganos que periodicamente aparecem no povoado vendendo tranqueiras e encantando com suas danças e magias. 
Até sanfona tem nessa história, além de um puteiro frequentado por viajantes e jovens da própria localidade. 
Há muito sexo entre os personagens. 
O grande destaque de Cem Anos de Solidão é Úrsula, espinha dorsal do clã por ela constituído. Ela dá ordens e toma a dianteira nos rumos traçados para o bem da família. 
Úrsula morre cega, com uns 120 anos. 
A obra de Garcia Márquez é recheada de citações a hábitos e lendas populares. Esses ingredientes também estão presentes nesse livro.
Gabriel Garcia Márquez nasceu na Colômbia e escreveu Cem Anos de Solidão no México, que foi lançado por uma editora argentina, precisamente no dia 30 de maio de 1967. Cinco anos depois, o autor era agraciado com o prêmio Nobel de Literatura.
Vou dizer o que todo mundo já disse, Cem Anos de Solidão é uma obra prima. E ponto final.

domingo, 30 de maio de 2021

HOJE É DIA DA BRASILEIRA ANASTÁCIA

Andei contando nos dedos: 40, 50, 60...
Anastácia, a cantora brasileira, nasceu no dia 30 de maio de 1941, na Capital pernambucana.
Anastácia, menina sapeca, começou a pôr as unhas pra fora em 1950,51...
De novo, nos dedos: 60,70,80,90...
A cantoria e compositora pernambucana Anastácia, começou a carreira no auditório da rádio Jornal do Comércio,PE.
Em 1960, já na Capital Paulista, Anastácia entrava num estúdio e gravava o primeiro disco. Um compacto duplo, com as músicas "Noivado longo", de Max Nunes; e "Chuleado", "A Dica do Deca" e "Forró fiá", essas de autoria da dupla Venâncio e Corumba.
Desde então, Anastácia compôs e gravou centenas e centenas de músicas. A grande maioria, próprias.
É incrível essa brasileira.
Suas músicas, compostas nos mais diversos ritmos têm sidos gravadas por grandes intérpretes brasileiros: Luiz Gonzaga, Gilberto Gil, Nana Caymmi, Gal Costa, Aucione e todo mundo.
Até agora, Anastácia já compôs mais de 700 músicas.

Há músicas de Anastácia gravadas em inglês, francês, italiano, holandês, espanhol...
Pois bem, pelas minhas contas, Anastácia tem 151 anos. E pra ela compus o texto poético, este:
 
Nasceu em Pernambuco
De Capiba e maracatu
De freve e maracatu
De xote, forró e baião
Anastácia é a tal
Desse nosso Brasilzão!

Toda bela lá vem ela
Cantando com alegria
Dançando, fazendo graça
Gingando nessa folia
Anastácia, boa marca
É prova de garantia!

Compositora de porte
Cantora de voz potente
Ela sozinha é festa
Na zoada, no repente
Ela brinca em todo canto
Fazendo forró pra gente!

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sábado, 29 de maio de 2021

SIVUCA É SINÔNIMO DE SANFONA

“Ele gostava de bandoneón, mas gostava também de sanfona”.
A afirmação foi do sanfoneiro Antenógenes Silva (1906-2001), em entrevista que me deu pouco antes de morrer num hospital do Rio de Janeiro. E tinha uma justificativa: no começo de 1931 ou 32, Carlos Gardel o contratou para acompanhá-lo nos palcos argentinos.
Gardel, francês de origem, nasceu em 1890 e morreu em 1937, em Medellín, Colômbia num desastre de avião em que se encontrava também o paulistano do Bixiga, Alfredo Le Pera.
Le Pera, nascido em 1900, foi o mais frequente e importante parceiro de Carlos Gardel.
O bandoneón é um instrumento musical variante da sanfona.
A sanfona nasceu há mais de 2,5 mil anos a.C., na China.
O primeiro nome da sanfona foi cheng. Outros vieram: concertina, acordeón, acordeão de 40, 60, 80, 120 e até mais baixos.
A sanfona de oito baixos ou pé de bode, é muito difícil de “domá-la”, dizem especialistas.
Esse instrumento chegou ao Brasil, provavelmente, pelas mãos dos italianos e alemães que trocaram suas terras pelo Brasil nos finais da primeira parte do século 19.
O Rio Grande do Sul foi o Estado maior fabricante de sanfonas, por lá chamadas de gaita. E foi lá que nasceu o grande gaitista Cavaleiro Moysé, de sobrenome Mondadori (1895-1978).
Não são poucos os grandes sanfoneiros nascidos no Brasil. O primeiro deles foi José Rielli, de batismo Giuseppe (1885-1947).
Giuseppe, que gerou Osvaldo (Riellinho), começou a gravar solos de sanfona em disco a partir de 1912, pela Casa Edison.
E essa história vai ganhando força com o surgimento de outros craques, como o já referido Antenógenes.
Em 1941, o pernambucano Luiz Gonzaga (1912-1989) começa a gravar discos e conquistar fãs Brasil afora. E é a partir desse momento que proliferam academias de sanfonas.
Riellinho foi um mestre nesse campo, como professor.
Até Hebe Camargo foi sua aluna.
Ao se falar de sanfona impossível não citar Sivuca, Mario Zan e Dominguinhos.
Mario Zan foi apelidado de rei da sanfona pelo rei do baião, Luiz Gonzaga.
Dominguinhos foi “eleito” por Gonzaga como o seu principal seguidor.
Sivuca, paraibano de Itabaiana, começou a carreira artística no auditório da Rádio Jornal do Comércio, de Recife.
E logo passou a correr mundo.
Em Portugal, Nos Estados Unidos, no Japão e por todos os países por onde passou, deixou a marca brilhante do seu talento.
O talento de Sivuca foi reconhecido em vida. E agora, agora mesmo, ganhou até um nome só pra si: 26 de maio.
O Dia Nacional do Sanfoneiro faz parte do nosso calendário festivo desde 2021, e não por acaso vem a ser o ano em que ora vivemos.

Grande paraibano
O Sivuca sanfoneiro
Tocador de muitos baixos
No Brasil, no estrangeiro
É nome reconhecido
Por todo bom brasileiro

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CAJU E CASTANHA, 40 ANOS DE EMBOLADA

Assis, entre Caju e Castanha, em 17 de maio
São inúmeros os ritmos musicais brasileiros. E gêneros.Há pelo menos 13 tipos de cocos.
Os cocos são desenvolvidos no ritmo binário, quase sempre na base do improviso.
Tem coco de roda, coco de praia, coco de embolada…
Não se sabe exatamente onde o coco nasceu. Ou cocos. Mas sabe-se que tem por berço a Paraíba e Pernambuco.
Da Paraíba são os emboladores Cachimbinho e Geraldo Mouzinho.
Até um rei, o coco de embolada já deu: Manezinho Araújo.
Manezinho Araújo (1910-1993) e Minona Carneiro (1902-1936) nasceram em Pernambuco.
Manezinho teve como “professor” o recifense Minona. Viraram amigos.
Manezinho falava de Minona com muito carinho e respeito. “Ele foi meu mestre”, disse-me um dia na sua casa.
São também de Pernambuco Caju e Castanha. A dupla cresceu e firmou-se no panorama musical brasileiro. O primeiro disco da dupla, Embolando na Embolada, foi lançado em 1981. Desde esse tempo, Caju e Castanha moram em São Paulo, capital.
Famosos, já estiveram até na França. A propósito, em 2002, o diretor de cinema Walter Salles produziu o curta A Saga de Castanha e Caju contra o Encouraçado Titanic.
Esse documentário concorreu a prêmio em Cannes, França.
São muitos os sucessos alcançados por Caju e Castanha nos últimos 40 anos. Confira alguns: GRANDES SUCESSOS DE CAJU&CASTANHA
O sucesso dessa dupla deve-se ao talento e simplicidade que os acompanha até hoje.
Fazia tempo última vez em que estive com a dupla. 
Na ocasião, além dos dois, estiveram comigo Téo Azevedo e Maciel Melo. 
O fato é que foi ótimo o papo daquela ocasião, como ótimo foi o papo que tivemos segunda-feira (17/5) na sede do Instituto Memória Brasil. À vontade, rolou até declamação. Tudo isso sob o olhar da câmera do apresentador de rádio Carlos Sílvio (Paiaiá na Conectados). No dia 17 fiz entrevista com os dois. Dela participaram os radialistas Luiz Wilson e José de Arimathéia. Confira!

sexta-feira, 28 de maio de 2021

CADEIA TAMBÉM É LUGAR DE PRESIDENTE

A cada dia são muitas notícias, que ocorrem na nossa vida. 
Nem o Jornal Nacional reflete, mostra ou traduz as notícias ocorridas no nosso dia a dia. 
Somos 26 Estados e um Distrito Federal.
Éramos, nos 50, apenas 22 estados. 
Pra ilustrar, em 1953, Luiz Gonzaga e Zé Dantas, compuseram o baião Vozes da Seca (Abaixo). 
A CPI da covid já registrou uma dezena de depoimentos. 
A maioria dos convocados a depor, mentiu. 
O Brasil acompanha atento e nervoso o que de mais grave há em andamento no seu território: o desdobramento das mentiras do ex ministro (Saúde), general Pazuello, as mentias e falcatruas do ministro (Meio Ambiente) Ricardo Salles e a apuração sigilosa do massacre policial na favela do Jacarezinho. 
A corrupção continua habitando Brasília, com rachadinhas e tudo. 
Talvez Bolsonaro não saiba, mas há na nossa história o registro de presidente e ex-presidentes presos or motivos diversos. 
O primeiro deles foi Hermes da Fonseca.
O segundo Artur Bernardes.
O terceiro Washington Luís.
E mais: Café Filho, Juscelino, Jânio, Jango e Lula. 
Washington Luís (1926 -1930) não concluiu o mandato e foi preso, deposto, pelos militares que apoiavam Getúlio Vargas. 
Meu amigo, minha amiga: você sabia que o presidente civil Epitácio Pessoa mandou prender o marechal Hermes da Fonseca pra que se mantivesse integro o regulamento militar? 
Se o Regulamento Disciplinar do Exército for quebrado, o Brasil estará perdido. 
E você sabe por que?
O general vice presidente disse que poderemos entrar numa convulsão anarquista. 
Convulsão é palavra minha. 
Um presidente que não respeita seu povo, não merece ser respeitado.
A história mostra que presidente e ex presidentes do Brasil foram, por razões diversas, postos em cana. 


quinta-feira, 27 de maio de 2021

O SAMBA CHORA A MORTE DO SEU SARGENTO

Nelson Sargento por Fausto
Nelson Cavaquinho no traço do cartunista Fausto, cantando Nelson Sargento

Essa Revolução, comandada pelo general gaúcho Isidoro Dias Lopes, foi provocada por uma crise econômica e o poder concentrado de políticos paulistas e mineiros.
No decorrer do conflito, que durou 23 dias, morreram cerca de 500 pessoas, maioria civis.
O general Lopes morreu no dia 27 de maio de 1949, quando tinha 83 anos de idade.
Em 1949, Nelson deixava o Exército e caía de cabeça no samba.
Em 1955, Nelson virava nome respeitado ao compor o samba-enredo Primavera (As Quatro Estações), levado à avenida pela Mangueira.
Nelson era mangueirense roxo. Quer dizer, verde e rosa.
Eu o conheci em 1979, quando a Eldorado lançava o LP Sonho de um Sambista.
Lembro do meu encontro com Nelson porque comigo se achava o bamba paulistano Germano Matias. A nossa conversa foi gravada numa fita K7, que se acha até hoje no acervo do Instituto Memória Brasil, IMB.
Desnecessário dizer que o samba perde com a morte de Nelson hoje 27, aos 96 anos de idade.
Sobre ele há um belo documentário. NELSON SARGENTO NO MORRO DA MANGUEIRA
É do disco de 1979 o samba Agoniza Mas Não Morre. Ouça:

quarta-feira, 26 de maio de 2021

CULTURA ARMADA

O macho alfa titular da Secretaria da Cultura do desgoverno Bolsonaro, um tal num-sei-que-lá Frias, anda com a pistola Taurus na cintura ostentando, ou tentando ostentar, uma força que não tem.
Os funcionários da sua Secretaria devem estar sofrendo...
Os idiotas surpreendem.
Os idiotas surpreendem-nos.
Pra que pistola na cintura de um homem que tem a seu favor só a paz, hein?
O que é que esse cidadão, Frias não-sei-o-quê, está fazendo à frente da insignificante Secretaria da Cultura, hein?
O desgoverno Bolsonaro é um horror. Provado.
O desgoverno Bolsonaro é nazi-facista, na sua origem.
Que coisa!
Hitler começou a detonar o mundo em 1939. Milhões e milhões de pessoas ele as assassinou. 
O Tribunal de Nuremberg é um filme que vale a pena ver. Veja:  
 
 

SAMUEL WAINER

O jornalista Samuel Wainer foi o único jornalista brasileiro a cobrir o julgamento dos criminosos nazistas no Tribunal de Nuremberg, entre 1945-1946. História.

GENERAL PEDE CANA

O Brasil não conhece o Brasil, sabemos.
A história do Brasil é uma história de briga, de violência.
Os primeiros invasores da terra brasileira não só feriram, estupraram e mataram índias e índios.
O Brasil colônia foi barra. Pesada.
No nosso solo pátrio pisaram botinas espanholas, francesas, holandesas...
A primeira cidade brasileira foi fundada em 1532: São Vicente, SP.
Há um livro de necessária leitura intitulado Dicionário das Batalhas Brasileiras. Leia: BRASIL DE GUERRA E PAZ
As primeiras grandes batalhas brasileiras, de brasileiros brigando com estrangeiros, datam de 1648. O pau cantou antes, mas 48 daquele século foi um marco.
Naquele tempo, holandeses tiveram de se lascar ao enfrentarem brancos, índios e negros no meu País.
As batalhas dos Guararapes ocorreram em Pernambuco, PE.
O paraibano André Vidal de Negreiros (1606-1680) liderou um "exército" de brancos.
O potiguar Filipe Camarão (xxxx-1648) liderou índios.
O pernambucano Henrique Dias (xxxx-1662), liderou os negros.
Vidal, Camarão e Dias representaram nossas etnias, nas primeiras grandes batalhas. Com categoria ímpar.
Eram tempos do Brasil colônia.
Ali começava a se formar o Exército brasileiro.
Oficialmente, digamos assim, o nosso Exército começa em 1822.
Oficialmente, digamos assim, a Marinha começa em 1822.
E a Aeronáutica?
Dom Pedro I criou o Exército e a Marinha. 
Getúlio Vargas criou a Aeronáutica, em 1941.
História é história.
Exército, Marinha e Aeronáutica têm hierarquias.
Quaisquer soldados dessas três forças juram lealdade à Pátria.
O general Eduardo Pazuello tem que ir em cana pelo apoio público, politicamente falando, que deu ao banal presidente Bolsonaro, domingo 23.
Pelo que fez, no comício no Rio pró Bolsonaro, é como se estivesse pedindo pra ir em cana.
Militar da ativa jamais pode fazer isso, com patente ou sem patente. Tá no regulamento. 
Bolsonaro, com mais de 6.000 militares no seu governo, continua desafiando o Exército.

terça-feira, 25 de maio de 2021

BOLSONARO DESAFIA O EXÉRCITO

Como o general Pazzuelo o coronel comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Rogério Figueredo, foi às ruas domingo 23 sem máscara e sem vergonha na cara para puxar o saco do presidente Bolsonaro. E fardado.
Que vergonha!
Pazzuelo e esse Figueredo cuspiram e rasgaram o Regulamento Disciplinar das corporações as quais pertencem.
Se fossem soldados rasos, já estariam cumprindo cana pelo ato praticado.
Militar da ativa não pode manifestar-se politicamente.
O ex-titular do ministério da Saúde deve "pedir" para recolher-se a sua insignificância na reserva. Mas isso não é castigo.
Esses dois fardados sabiam exatamente o que estavam fazendo ao lado do Coiso, que sabia também o que estava fazendo ao cooptá-los.
Bolsonaro está desafiando o Exército.
Bolsonaro está mexendo com fogo. O Exército não é dele; dele é a vontade de escravizar o Brasil, os brasileiros. Dele pode ser o Exército paralelo que está a construir, junto com seus filhotes. Nas fileiras desse exército estão os milicianos bolsonaristas.
 

segunda-feira, 24 de maio de 2021

GENERAL HUMILHA EXÉRCITO

Sem máscara e sem vergonha na cara, o general da ativa Eduardo Pazuello cuspiu e rasgou o regulamento disciplinar do Exército brasileiro ao atirar-se, qual doidivana, nos braços do amado Bolsonaro.
Um horror!
Subserviente, Pazuello protagonizou uma cena que o deixará marcado para sempre. 
Foi ontem 23 no Aterro do Flamengo, no Rio. 
General de três estrelas, Pazuello tem feito o impossível para agradar o seu capitãozinho que o acaso o levou a aboletar-se na cadeira presidencial, n qual pinta e borda.
O nosso brioso Exército, de tantas glórias, foi humilhado diante de uma multidão de ignorantes da realidade em que vive o País. 
Quem diria? 
Historicamente, todo soldado que infringiu a regra regulamentar foi punido com cadeia ou expulsão.
Isso ocorrerá com esse generalzinho de meia pataca, que Bolsonaro chama de "meu gordinho"?
Dá nisso: lamber botas. 
Mas é bom que Bolsonaro saiba, com todas as letras, que o exército não é seu. Seu são os ministros que escolheu pra ilustrar o seu desgoverno.  
Como se sentiriam os heróis Duque de Caxias e Maria Quitéria ao tomar conhecimento de cena tão grotesca como a protagonizada por esse tal de Pazuello, hein?
Quem faz o que ele fez é por se achar o rei da cocada preta. Pena. Mas o Brasil é muito grande e tem vergonha na cara. 
E agora? 


sábado, 22 de maio de 2021

SYLVIO ROMERO, UM CRÍTICO DA PESADA

Uma vez o sanfoneiro Zé Gonzaga (1921-2002) disse no programa São Paulo Capital Nordeste, que durante anos apresentei na rádio Capital, SP, que “O Luiz não era tudo isso que se diz, não.”
Uma vez o jornalista, advogado, filósofo, político (foi deputado) e crítico literário Sylvio Romero (1851-1914) disse em texto publicado num jornal do Rio de Janeiro que “O Machado não é tudo isso que se diz.”
Zé Gonzaga deixou uma obra significativa, mas até hoje ainda não reconhecida pelo chamado “grande público”.
Sylvio Romero foi o primeiro mais importante crítico literário que tivemos. Ele deixou uma obra fenomenal, grande em todos os sentidos. É dele os livros A Filosofia no Brasil (1878) e Estudo Sobre a Poesia Popular do Brasil (1888), publicados bem antes de A História da Literatura Brasileira, em 5 volumes.
Pois bem, Luiz Gonzaga é um totem da música brasileira.
Machado de Assis é um totem da literatura brasileira.
Inúmeros livros tratam da obra do Rei do Baião.
Inúmeros livros tratam da obra do bruxo do Cosme Velho, como era chamado o autor de Dom Casmurro (1899) e Esaú e Jacó (1904).
Sylvio Romero foi um intelectual irrequieto. Poucos autores escaparam da sua pena. Dentre todos os seus alvos, Machado de Assis foi o mais atingido. Mas não ligou.
Ao contrário de Romero, Machado era um intelectual criativo quieto, tranquilo, quase passivo. Não aceitava provocações, fosse qual fosse e viesse de onde viesse.
A obra de Machado é ampla. Nele incluem-se poemas, crônicas, críticas e romances. Criava na surdina.
Nas suas críticas Sylvio Romero não disse, mas poderia ter dito que como poeta, Machado foi um bom prosador, que se escorava no silêncio com medo da crítica. “Seu vocabulário é pobre, sua rima também”, disse uma vez Romero após aprofundar-se na poética de Machado.
Pra ele, Machado nunca fez nada de importante antes dos 30 anos. Aliás, ele considerava Crisálidas, Falenas e Americanas grandes bobagens.
Esses poemas fazem parte da obra completa (Poesias, Editora H. Garnier), publicada em 1901.
Impiedoso, criticava Machado por não ter curso superior.
Dizia também que a obra machadiana tinha inspiração em Shakespeare.
Polemista, Romero encontrou em José Veríssimo (1857-1916) o saco de pancada de que tanto precisava.
Particularmente, considero a obra do sergipano Sylvio Romero intocável.
Dizer bobagem faz parte da crítica.
Sugiro a leitura de Itinerário de Sylvio Romero, de Silvio Rabello, publicado em 1944.

 

sexta-feira, 21 de maio de 2021

MULHERES OUSADAS

Ouço no rádio notícia dando conta de que a paulistana Rita Lee está com câncer.
Rita, cantora e compositora, é da safra de 1947. O rock é a sua praia. 
A artista sempre provocou discussão, há quem diga que Rita nunca temeu poderosos, de plantão ou não. 
Na nossa história mostra outras mulheres destemidas como: Pagu, Elvira Pagã e Leila Diniz. 
Essas três eram o cão chupando manga.
Pagu foi presa mais de 20 vezes, por suas posições políticas. 
Elvira não chegou a tanto, mas "aprontou" no seu tempo (1920 -2003). 
E Leila foi Leila, né?
Pagã chegou até a gravar discos. Umas duas dezenas, junto com a irmã Rosina. 
Paulista de família humilde, Elvira cedo trocou sua Itararé pela capital fluminense. 
No Rio, logo cedo entrou para o Teatro de Revista. Ficou famosa pelo talento e comportamento ousado. 
Na virada dos anos 40, Pagã provocou frisson nas areias de Copacabana. Motivo: seu traje de banho, um biquíni.  
Essa ousadia lhe rendeu grande destaque na imprensa de variedades. 
Pagã, de batismo, Elvira Olivieri Cozzolini, morreu num 8 de maio. 
Anos antes, em 1979, Rita Lee lançou à praça a música Elvira Pagã. Ouça:

quinta-feira, 20 de maio de 2021

PERDE A BATALHA GENERAL QUE MENTE


Jamais pensei que um general do Exército brasileiro pudesse mentir tanto, e descaradamente. E em público, com transmissão ao vivo pelo rádio e televisão. 
Pois é, estou bestificado.
O ex titular do ministério da Saúde (o general Pazzuelo, em questão), mente, mente, mente sem ficar vermelho. Epa!
Para o desgoverno de Bolsonaro e de seus seguidores, vermelho é sinônimo de comunismo. Eu hein!
O ex-ministro está mais enrolado do que rabo de porco. 
Fala e mente, fala e mente, fala e mente. 
De tanto mentir, passou mal. Isso foi ontem 19.



 

terça-feira, 18 de maio de 2021

A INTERNET MATOU A CARTA

Meu amigo, minha amiga, você já ouviu falar de um cara chamado Saint-Exupéry? 
Pois bem, Exupéry foi um francês de um talento incrível. Era escritor e desenhista, mas a sua profissão era de aviador. 
Exupéry morou por algum tempo no Rio Grande do Norte, RN, e em Florianópolis, SC. 
Em Floripa, as pessoas o chamavam de Zé Perry. Leia: https://assisangelo.blogspot.com/2009/10/o-pequeno-principe-para-todas-as-idades.html
Antoine de Saint-Exupéry foi um aviador do Correio Postal Francês. 
Lembro disso e dele pelo fato de que, com o advento da Internet, ninguém mais ou pouca gente, escreve ou manda carta para alguém. Pena. 
Escrever carta, pra mim, sempre foi um hábito saudável. 
Era bom escrever carta e ficar à espera de uma resposta. Por carta, naturalmente.
"Assis, hoje pouca gente lê livros, imagine alguém escrever e mandar carta seja pra quem for", diz, tirando onda o amigo Jornalista recém formado, Vito.
Essa fala, essa frase, foi como se fosse uma flechada no meu coração bobo. 
E verdade, o Vito tem razão, sinto-me um tanto fora do tempo.
Fiquei cego dos olhos, já não leio, e me emociono toda vez que um amigo ou uma amiga chega a minha casa dizendo que quer ler pra mim.
Hoje tudo é moderno, mudado. Mas o saber é eterno. 
Conhecimento faz bem. 
O paulista de Taubaté, Monteiro Lobato (1882 -1948), dizia que "um país se faz com homens e livros". 
Nos meus tempos de rádio recebi milhares e milhares de cartas. 
No meu acervo do Instituto Memória Brasil, IMB, há muitas cartas ainda guardadas. Cartas de Câmara Cascudo, Gemi Cândido e de tantos outros que de um modo ou de outro conviveram comigo. Em memória. 
Cartas trazem boas e más notícias. 

 

CPI E BBB. ALGO EM COMUM?

Sou brasileiro e tenho orgulho do meu país.
Sou brasileiro e lamento profundamente o atual governo. Na verdade, um desgoverno dos infernos!
Eu já disso, mas repito: nenhum presidente fez tanto mal ao Brasil, como tem feito Bolsonaro.
Bolsonaro é um horror. Uma desgraça. O seu governo, idem. Mas que governo?
O negacionismo impera no quartel bolsonarista. Todos mentem, a partir do chefe.
Uma Comissão Parlamentar de Inquérito, CPI, foi aberta há três semanas para identificar os responsáveis no desastroso combate contra o novo Coronavírus, que mata pelo "codinome" Covid-19.
Até agora, a Comissão tem extraído leite de pedra.
É triste ouvir gente mentir.
É triste ver autoridades omitirem-se faces as suas responsabilidades.
O atual ministro da Saúde, o muçu paraibano Queiroga, desviou-se de tudo quanto foi obstáculo posto em sua frente pelos integrantes da CPI. Fez tudo pra dizer nada e nada disse. Pena.
A CPI é amiga da verdade.
Onde está a verdade que a CPI tanto procura?
Tenho vergonha de gente que mente. 
Tenho vergonha de autoridade que mente. Disse e repito: de autoridade que rende-se ao "patrão" (governo) em benefício de si próprio em prejuízo de outrem. No caso, um povo: nós.
Neste momento está rolando, no Senado, mais um depoimento de alguém que mente: Ernesto Araújo, ex-chanceler incompetente até a medula. Que mente, mente, mente.
Esse aí é a cara do chefe.
No quartel bolsonarista todos mentem. E mentem e mentem e mentem...
A CPI da Covid está, desculpem-me a comparação, tão impressionante ridícula como BBB.
"A CPI da Covid é imprevisível como o BBB ou o que sai do bumbum de uma criança", diz rindo a estudante Artes Visuais Anna da Hora.
Pois é.
A senadora progressista Kátia Abreu falou, há pouco o que qualquer brasileiro de boa índole falaria. Clique:

GENERAL, GENERAL...

Atenção, atenção:  amanhã 19 o Brasil todo estará ligado na CPI da Covid-19, no Senado, a partir das 9 horas. A partir dessa hora, estará no banco dos convidados o general do Exército num-sei-que-lá Pazzuelo. Essa figurinha, tão feia quanto seu chefe, vai ter que dizer coisas. Não poderá mentir, mas é frouxo, tipo bunda mole como diz o povo. Covarde do quartel bolsonarista. Deus do céu...! Da CPI, fui a primeira vez. Dessa não fugirá. Se tentar, a polícia o levará aos membros da CPI. É isso.

segunda-feira, 17 de maio de 2021

INTERNET PARA O BEM E PARA O MAL


A internet é um diabo que chegou ao mundo pouco depois da segunda grande guerra, ou um pouco antes, não sei bem.
A internet chegou ao Brasil ali pelos anos 60. Não sei bem. Talvez, em 69. 
Essa história é comprida.  
O fato é que a internet faz diferença, para o bem ou para o mal. 
O amigo Vito telefona pra dizer que hoje 17 é o Dia Mundial da Internet. Hmmm...
A internet é um diabo que mexe com a cabeça das pessoas. Para o bem ou para o mal.
Quem tem ainda alguma coisa boa na cabeça, pode ter na internet um aliado. Para o bem ou para o mal.
A internet oferece um mundo de opções. Para o bem ou para o mal. 
Quem quer aprender, pode encontrar na internet um caminho. Para o bem ou para o mal.
Eu mesmo já me estrumbiquei na internet. 
Um dia, já faz algum tempo, achei na internet a "informação" de que o poema No Caminho, com Maiakóvski, era do russo Maiakovski (1893 - 1930). 
Não era, esse poema é de um brasileiro chamado Eduardo Alves da Costa. 
Eduardo é da safra de 1936. 
Depois do erro que cometi, induzido pela internet, localizei e convidei o poeta Eduardo Alves da Costa pra uma entrevista ao programa São Paulo Capital Nordeste. Esse programa ganhou fama, e era por mim apresentado, na rádio Capital AM 1040. E tudo ficou claro. 
A partir de então, passei a acompanhar a internet com um pé atrás. 
Hoje é o Dia Mundial da Internet, lembra Vito.
A internet (tem hora que tenho raiva dela) tem derrubado bons hábitos, como o de escrever e enviar cartas. 
A internet está acabando com o hábito de ler. E isso é grave, imperdoável. 
A internet, ao mesmo tempo que nos induz ao saber, induz à burrice. 
O mundo está emburrecendo. E ficando muito perigoso, mais do que se possa pensar. 
Enquanto o homem vai à Lua e pensa em morar em Marte, o internauta comum nada faz. Não aprende, porque não quer. E isso não é bom. 
Daqui há dez, quinze anos, o que será dos mais jovens?

domingo, 16 de maio de 2021

FUTEBOL E POLÍTICA


O prefeito Bruno Covas de São Paulo morreu hoje 16 às 08h20, num leito do hospital Sírio Libanês.

Covas era santista.


Em fevereiro de 1969, o clube de Pelé ganhou de 2 x 1 de um time desconhecido da Nigéria. Até aí, nada demais. O detalhe é que em seguida surgiu notícia dando conta de que Pelé teria parado uma guerra.

Futebol une e desune pessoas e grupos. E até nações.

Tudo começou, no Brasil, quando o paulistano Charles Muller (1874 —1953), volta de uma viagem de estudos na Inglaterra trazendo na bagagem duas bolas e um manual de como jogar futebol, esporte recém criado naquele país.

Isso foi em 1902.

A parti daí, o futebol começa a ganhar campo no nosso país. Mas era coisa da elite, sem a participação de pobres e negros.

Muita gente gostou e muita não gostou desse novo esporte. Entre os que não gostaram, incluía-se o escritor Lima Barreto.

"Na verdade, o Lima não acreditava que fosse possível dá certo um esporte que tivesse um monte de marmanjo correndo atrás de uma bola", opina o baiano de Paiaiá Carlos Sílvio.

Sílvio é goleiro do Paiaiá FC(foto ao lado), acostumado a "pegar até vento".

Há controvérsias. O historiador Zurc diz, por exemplo, que o Sílvio fica debaixo da trave só pra posar pra foto. 

Auto suficiente até a tampo, ele diz que tem sido injustiçado por todos os técnicos dos grandes times. Jura que não entende tamanho descaso. Não à toa, "o Brasil perdeu de 7x1 em 2014, lembra?".

Verdade seja dita:

Em 1969, Bruno Covas não era nascido. 

Em 1969, Pelé tinha 39 anos incompleto. E verdade seja dita: Pelé não parou guerra nenhuma.

À época, a Nigéria lutava contra a recém criada República do Biafra. Essa república durou apenas dois anos e sete meses. 

Mais de um milhão de pessoas morreram nessa guerra vencida pela Nigéria pouco depois do jogo do Santos.

O futebol é usado, politicamente, desde sempre. Não foi diferente no caso em pauta.

O Santos FC decretou luto de sete dias pelo desaparecimento de Bruno Covas.






sábado, 15 de maio de 2021

A VIDA É O QUE É



 O amigo diz:

- A situação tá braba, num tá?


Eu:

-Tá. Poderia ser mais leve, né?

Leveza por leveza é algodão.

Houve um tempo que algodão era chamado de "ouro branco", no Brasil. O café e o petróleo, de "ouro negro".

O Brasil sempre foi  um pobre país rico, abusado por tudo quanto é político. Poderosos. Mesmo assim, continua rico, mesmo com o seu povo pobre. Passando fome e até morrendo, principalmente  nestes atuais, horrorosos, de Nova Coronavírus e COVID-19. 

Há pouco o amigo chargista Fausto telefonou pra dizer da tristeza que sente  pelos rumos que seguem nossa política.

Ele:

 -Nossa esperança está nas urnas. Não votei no Bolsonaro e muitos que votaram nele certamente  estão arrependidos. Bolsonaro não é louco. O que ele não tem é sentimento para compreender e acudir as pessoas mais necessitadas do nosso país. Enfim, foi ele quem disse: "um dia todo mundo vai morrer".

Fausto é um cidadão consciente do tempo em que vive.

Ontem 14, no meio da noite, a querida cantora e compositora Anastácia, pernambucana da cepa, telefonou pra dizer da tristeza que é a Pandemia que ora está destruindo o mundo. Mas sempre levada pela otimismo que a caracteriza, contou: "acabo de gravar participação no novo disco de Sérgio Reis. Cantamos juntos Eu Só Quero Um Xodó. Foi lindo, menino!"

E pra você ver, ela continuou:"o Sérgio é bolsonarista, mas é uma pessoa maravilhosa".

Concordo plenamente. E é assim que tem que ser.

Pouco antes da desgraça pandêmica que nos ataca, recebi aqui em casa o cantor e compositor Eduardo Araújo, figura maravilhosa, também apoiador de Bolsonaro. E daí? Cada qual é cada qual e o respeito nos une.

A beleza da democracia está no fato de as pessoas sensíveis e inteligentes, respeitarem-se multuamente.

Vital Farias e Oswaldinho da Cuíca são bolsonaristas, mas isso não impede de serem meus amigos. Ora!

Horas antes de Anastácia telefonar, telefonou-me o cantor e compositor piauiense Jorge Mello.

Jorge tem uma trajetória artística muito bem construída. Ele compõe com esmero. Sabe o que diz na sua poética musical. Mas é uma poética apolítica, como apolítico é ao autor. "Onde tem política, pulo fora", diz.

Jorge, para os padrões normais, é um ser esquisito.

Jorge não escreve prefácio pra ninguém, não costuma telefonar pra ninguém, é isolado no seu canto onde mora numa chácara, em Embu-Guaçu,SP,  e nunca sentou-se numa poltrona de platéia. Quer dizer: nunca assistiu a um espetáculo de quem quer que fosse. "Eu sou de palco.Depois do show atendo em fila a quem me procura e vou embora".

Além de artista, Jorge Mello é advogado especializado em Direitos Autorais. "Vivo bem", garante.

Quando me telefonou, mostrava uma tanto emocionado. Mesmo depois de dizer que sentimento não é com ele. E declamou, declamou, declamou.

A vida é mesmo assim: a gente nasce, vive e morre.


ZURC E A CRÍTICA LITERÁRIA

Se eu fosse um voraz devorador de livros, o que não sou, diria que está faltando crítico em tudo quanto é jornal e revista.
Faltam críticos de teatro, cinema, dança, artes plásticas, música...
Crítico é uma gente que procura enxergar nas entrelinhas dos livros o que o leitor nem sempre vê. Não é fácil, mas é assim que é.
Os dois primeiros ases nessa área foram o sergipano Sílvio Romero (1851-1914) e o paraense José Veríssimo (1857-1916).
Romero era um crítico severo, exigente.
Veríssimo deixou uma obra monumental.
Os dois foram grandes.
Houve momentos em que Romero girou sua metralhadora contra Veríssimo.
Os tiros não acertaram o alvo, que se defendeu também atirando.
Ao fim e ao cabo, o Brasil culto ganhou com a briga dos dois.
E assim é que tem que ser, entre intelectuais que têm o mesmo foco: o engrandecimento do intelecto.
E seguindo o movimento natural da vida, pessoas vão e pessoas vem.
Romero e Veríssimo deixaram uma obra fabulosa, na qual refestelam-se os novos aprendizes de feiticeiros como Darlan Zurc.
O historiador contemporâneo Zurc leva à praça o livro A Fúria de Papéis Espalhados.
Nesse livro, o autor faz um mergulho na história e nos entrega algumas reflexões.
A Fúria de Papéis Espalhados, título inspirado em Machado de Assis (1839-1908), reúne duas dúzias de textos bem escritos publicados esparsamente em pequenos periódicos do interior da Bahia e outros encontráveis em livre circulação nos corredores acadêmicos, outrora frequentados pelo autor.
Chama atenção o destaque que Zurc dá a personagens do nosso meio literário, como Paulo Coelho e Olavo de Carvalho.
Coelho, diante de Carvalho, é um gênio.
Declaradamente fã do jornalista Paulo Francis (1930-1997), Zurc escreve com leveza e um quê de graça.
Nos tempos de Silvio Romero e José Veríssimo o que se lia nos jornais era poesia e romances continuados. Folhetins. Mas isso não impedia que os jornalistas daquele tempo escrevessem com firmeza e originalidade.
Eram os tempos do jornalismo literário. À propósito, João do Rio (1881-1921) deixou um livro específico sobre esse tema: O Momento Literário, publicado em 1909. Tempos aqueles em que escritores formavam opinião, como os jornalistas de hoje.
Eram jornalistas todos aqueles que escreviam em jornais.
José de Alencar (1829-1877) escreveu críticas e folhetins, como O Guarany. Obra-prima.
Machado de Assis seguia na mesma linha, publicando poemas, contos, crônicas, romances e críticas diversas.
E assim foi.
Pra falar do presente, é preciso saber do passado.
Já na virada do século XIX para o século XX, João do Rio ganhava notoriedade publicando críticas, crônicas, contos etc. O João referido foi o cara que inventou a reportagem. História.
É basilar a função de um crítico.
Darlan Zurc pode ser, quem sabe, uma luz no deserto da crítica literária nacional. Pra isso, porém, terá que direcionar seus olhos ao nosso cambaleante mercado editorial.
O livro A Fúria de Papéis Espalhados pode ser encontrado nas livrarias e no site do próprio escritor Darlan Zurc.
Confira entrevista que fiz recentemente com esse autor.

sexta-feira, 14 de maio de 2021

COVARDIA NO QUARTEL

Aprendi a respeitar padre e soldado. E os mais velhos, claro. 
Os padres por nos ensinar o bom caminho. Pelo menos era assim, lá atrás. 
Soldados sempre respeitei por cuidarem da paz. Cheguei a até a desfilar no 7 de Setembro. 
Outros tempos são os que vivemos.
Assusto-me com a fala de um ex-soldado chamando o Exército de "meu". 
Assusto-me com o ex-soldado soldado que chegou à Presidência e não se cansa de agredir as pessoas, autoridades inclusive.
Assusto-me com esse Presidente que chama o povo de covarde e o abandona à própria sorte.  
Aprendi que as Forças Armadas, incluindo o Exército, são forças do Estado e não de um presidente. 
E o que dizer de generais e comandantes?
O Brasil, todos sabem, já foi comandado por quatro marechais: Deodoro, Floriano, Hermes e Dutra. Nenhum desses fez tanto mal ao Brasil como faz o ex-soldado Bolsonaro, filhote da ditadura militar (1964 - 1985).
E o Pazuello, hein?
Nunca imaginei que um general da ativa mentisse tanto e fugisse da verdade, como o diabo foge da cruz.
Esse general é um pobre diabo. Né não?
Pazuello está fazendo tudo pra não dizer nada aos membros da CPI que apura responsabilidade do Ministério da Saúde no combate à Covid-19.
Pois é, quem tem tem medo. 
E o Exército, o que pensa disso tudo? 
Tem hora que sinto saudade dos meus tempos de menino. Tempos de cantigas, de belas cantigas, de interessantes cantigas, ingênuas, como aquela que diz: "Marcha soldado, cabeça de papel...".
No atual governo há milhares e milhares de militares ocupando cargos de relevância, como o que ocupou o general Pazuello. 
É ou não é esquisito o quartel do presidente?




quinta-feira, 13 de maio de 2021

UM TREM PRA LIMA BARRETO

Naquele domingo ensolarado de 13 de maio de 1888, o tipografo João e sua mulher Amália pegaram o filho Afonso e seguiram até o passo Imperial, onde a princesa Isabel assinaria, em nome do pai Pedro II, a lei (3353) que libertaria os negros da escravidão.
Afonso nasceu naquele dia, sete anos antes.
No dia 13 de maio de 1808, o príncipe regente D. João XI assinaria um decreto criando a Impressão Régia, ou Imprensa. 
No correr do tempo, o menino Afonso entrou pra história literária do nosso País, com o nome de Lima Barreto. 
Lima, pai e mãe eram negros. E pobres. 
Lima perdeu a mãe ainda no tempo de criança. 
O pai de Lima morreu doido, num hospício. 
O dia da libertação dos escravos, pra Lima, não teve maior importância. 
Pra Lima, a Lei Áurea não libertou negro nenhum. E isso ele fez questão de dizer nos textos que escrevia para jornais e revistas. Os livros de Lima Barreto, 19 no total, são quase todos uma espécie de autobiografia. 
Lima não casou, não teve filhos. E não casou por achar que mulher nenhuma o compreenderia. 
E a depressão o pegou de calças curtas e sem dinheiro no bolso. 
A imprensa régia teve fim em 1821. 
Pobres sofrem. 
Pobres negros sofrem mais. 
Um país que insiste alimentar o racismo é um país pobre, no sentido pior do termo. 

 

quarta-feira, 12 de maio de 2021

O INFERNO DE BOLSONARO

As entranhas podres do governo Bolsonaro estão sendo mostradas  pela Comissão Parlamentar (CPI) aberta pelo Senado Federal.
Horror dos horrores.
Nós, povo, continuamos a comer pão que o Diabo não se cansa em amassar.
A tretas do desgoverno Bolsonaro estão vindo à tona com a violência do Cão dos infernos.
O que está sendo revelado na CPI e fora da CPI é de nos deixar arrepiados.
A Impressa é forte.
Sem Imprensa seria fácil Bolsonaro sobreviver as suas loucuras.
A CPI da Covid-19 está abrindo caminho para a queda de Bolsonaro.
Esse caminho foi pavimentado pela Cloroquina de Bolsonaro.
É isso. 

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