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terça-feira, 1 de junho de 2021
J&CIA FAZ ESPECIAL SOBRE JOÃO DO RIO
A INSÔNIA É PRAGA EM PANDEMIA
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Gabriel Garcia Márquez no traço do craque Fausto |
Não é de hoje que o mundo vive uma pandemia dos infernos.
Pandemia são acúmulos de doenças que chegam para matar meio mundo. E meio mundo morre com as pandemias que os infernos nos mandam.
segunda-feira, 31 de maio de 2021
UM CAUSO PRA SE CONTAR
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Fausto e Dominguinhos |
Ela nasceu em 1940. Contando os dedos…
Domingo 30 escrevi um texto sobre ela. Recebi vários telefonemas elogiando o texto e a brincadeira que fiz dizendo que a aniversariante já carrega consigo pelo menos 150 anos. HOJE É DIA DA BRASILEIRA ANASTÁCIA
Pois é, somando a idade de vida e a de carreira…
Essa mulher tem muito o que contar e nós muito a agradecer, pela alegria que nos dá com suas músicas.
Um dia ela me contou um causo. Disse que fora fazer um show num Estado que agora não me lembro, e um rapaz se aproximou pedindo uma entrevista. Pediu que esperasse, que depois do show faria.
Dito e feito.
O rapaz ligou o gravador e ficou falando com ela durante mais de uma hora.
E finda a conversa, perguntas respondidas, Anastácia perguntou de que jornal era a entrevista. E ele: “Não sou jornalista, sou seu fã”.
Fazer o que, né? Fã é fã.
Há uns 20 anos, talvez mais, o cartunista Fausto marcou encontro com o sambista Paulinho da Viola. O encontro ocorreu depois da passagem de som no palco do Transamérica, na Capital paulista.
O sanfoneiro Dominguinhos estava presente, ensaiando com sambista.
Fausto entregou um livro e uma caricatura que fizera em homenagem a Paulinho. E Paulinho perguntou: “Você conhece Dominguinhos?”.
Paulinho apresentou Dominguinhos a Fausto e, conversa vai conversa vem, Fausto declarou-se fã do sanfoneiro e contou-lhe uma história. Disse que fora apaixonado por uma determinada menina e que essa paixão tinha como trilha musical o forró Eu Só Quero um Xodó, dele e de Anastácia, interpretado pelo baiano Gilberto Gil. Dominguinhos riu com seu jeitão de moço feliz e perguntou: “E a moça? Casou com ela?”.
Fausto riu amarelado, pego de surpresa e disse não. E Dominguinhos: “Que pena!”.
Baixa o pano.
OBRA PRIMA DE GABO COMPLETA 54 ANOS
domingo, 30 de maio de 2021
HOJE É DIA DA BRASILEIRA ANASTÁCIA
sábado, 29 de maio de 2021
SIVUCA É SINÔNIMO DE SANFONA
“Ele gostava de bandoneón, mas gostava também de sanfona”.
A afirmação foi do sanfoneiro Antenógenes Silva (1906-2001), em entrevista que me deu pouco antes de morrer num hospital do Rio de Janeiro. E tinha uma justificativa: no começo de 1931 ou 32, Carlos Gardel o contratou para acompanhá-lo nos palcos argentinos.
Gardel, francês de origem, nasceu em 1890 e morreu em 1937, em Medellín, Colômbia num desastre de avião em que se encontrava também o paulistano do Bixiga, Alfredo Le Pera.
Le Pera, nascido em 1900, foi o mais frequente e importante parceiro de Carlos Gardel.
O bandoneón é um instrumento musical variante da sanfona.
A sanfona nasceu há mais de 2,5 mil anos a.C., na China.
O primeiro nome da sanfona foi cheng. Outros vieram: concertina, acordeón, acordeão de 40, 60, 80, 120 e até mais baixos.
A sanfona de oito baixos ou pé de bode, é muito difícil de “domá-la”, dizem especialistas.
Esse instrumento chegou ao Brasil, provavelmente, pelas mãos dos italianos e alemães que trocaram suas terras pelo Brasil nos finais da primeira parte do século 19.
O Rio Grande do Sul foi o Estado maior fabricante de sanfonas, por lá chamadas de gaita. E foi lá que nasceu o grande gaitista Cavaleiro Moysé, de sobrenome Mondadori (1895-1978).
Não são poucos os grandes sanfoneiros nascidos no Brasil. O primeiro deles foi José Rielli, de batismo Giuseppe (1885-1947).
Giuseppe, que gerou Osvaldo (Riellinho), começou a gravar solos de sanfona em disco a partir de 1912, pela Casa Edison.
E essa história vai ganhando força com o surgimento de outros craques, como o já referido Antenógenes.
Em 1941, o pernambucano Luiz Gonzaga (1912-1989) começa a gravar discos e conquistar fãs Brasil afora. E é a partir desse momento que proliferam academias de sanfonas.
Riellinho foi um mestre nesse campo, como professor.
Até Hebe Camargo foi sua aluna.
Ao se falar de sanfona impossível não citar Sivuca, Mario Zan e Dominguinhos.
Mario Zan foi apelidado de rei da sanfona pelo rei do baião, Luiz Gonzaga.
Dominguinhos foi “eleito” por Gonzaga como o seu principal seguidor.
Sivuca, paraibano de Itabaiana, começou a carreira artística no auditório da Rádio Jornal do Comércio, de Recife.
E logo passou a correr mundo.
Em Portugal, Nos Estados Unidos, no Japão e por todos os países por onde passou, deixou a marca brilhante do seu talento.
O talento de Sivuca foi reconhecido em vida. E agora, agora mesmo, ganhou até um nome só pra si: 26 de maio.
O Dia Nacional do Sanfoneiro faz parte do nosso calendário festivo desde 2021, e não por acaso vem a ser o ano em que ora vivemos.
Grande paraibano
O Sivuca sanfoneiro
Tocador de muitos baixos
No Brasil, no estrangeiro
É nome reconhecido
Por todo bom brasileiro
LEIA MAIS:
CAJU E CASTANHA, 40 ANOS DE EMBOLADA
Assis, entre Caju e Castanha, em 17 de maio |
Os cocos são desenvolvidos no ritmo binário, quase sempre na base do improviso.
Tem coco de roda, coco de praia, coco de embolada…
Não se sabe exatamente onde o coco nasceu. Ou cocos. Mas sabe-se que tem por berço a Paraíba e Pernambuco.
Da Paraíba são os emboladores Cachimbinho e Geraldo Mouzinho.
Até um rei, o coco de embolada já deu: Manezinho Araújo.
Manezinho Araújo (1910-1993) e Minona Carneiro (1902-1936) nasceram em Pernambuco.
Manezinho teve como “professor” o recifense Minona. Viraram amigos.
Manezinho falava de Minona com muito carinho e respeito. “Ele foi meu mestre”, disse-me um dia na sua casa.
São também de Pernambuco Caju e Castanha. A dupla cresceu e firmou-se no panorama musical brasileiro. O primeiro disco da dupla, Embolando na Embolada, foi lançado em 1981. Desde esse tempo, Caju e Castanha moram em São Paulo, capital.
Famosos, já estiveram até na França. A propósito, em 2002, o diretor de cinema Walter Salles produziu o curta A Saga de Castanha e Caju contra o Encouraçado Titanic.
Esse documentário concorreu a prêmio em Cannes, França.
São muitos os sucessos alcançados por Caju e Castanha nos últimos 40 anos. Confira alguns: GRANDES SUCESSOS DE CAJU&CASTANHA
O sucesso dessa dupla deve-se ao talento e simplicidade que os acompanha até hoje.
sexta-feira, 28 de maio de 2021
CADEIA TAMBÉM É LUGAR DE PRESIDENTE
quinta-feira, 27 de maio de 2021
O SAMBA CHORA A MORTE DO SEU SARGENTO
Nelson Cavaquinho no traço do cartunista Fausto, cantando Nelson Sargento |
Essa Revolução, comandada pelo general gaúcho Isidoro Dias Lopes, foi provocada por uma crise econômica e o poder concentrado de políticos paulistas e mineiros.
No decorrer do conflito, que durou 23 dias, morreram cerca de 500 pessoas, maioria civis.
O general Lopes morreu no dia 27 de maio de 1949, quando tinha 83 anos de idade.
Em 1949, Nelson deixava o Exército e caía de cabeça no samba.
Em 1955, Nelson virava nome respeitado ao compor o samba-enredo Primavera (As Quatro Estações), levado à avenida pela Mangueira.
Nelson era mangueirense roxo. Quer dizer, verde e rosa.
Eu o conheci em 1979, quando a Eldorado lançava o LP Sonho de um Sambista.
Lembro do meu encontro com Nelson porque comigo se achava o bamba paulistano Germano Matias. A nossa conversa foi gravada numa fita K7, que se acha até hoje no acervo do Instituto Memória Brasil, IMB.
Desnecessário dizer que o samba perde com a morte de Nelson hoje 27, aos 96 anos de idade.
Sobre ele há um belo documentário. NELSON SARGENTO NO MORRO DA MANGUEIRA
É do disco de 1979 o samba Agoniza Mas Não Morre. Ouça:
quarta-feira, 26 de maio de 2021
CULTURA ARMADA
SAMUEL WAINER
GENERAL PEDE CANA
terça-feira, 25 de maio de 2021
BOLSONARO DESAFIA O EXÉRCITO
segunda-feira, 24 de maio de 2021
GENERAL HUMILHA EXÉRCITO
sábado, 22 de maio de 2021
SYLVIO ROMERO, UM CRÍTICO DA PESADA
Uma vez o sanfoneiro Zé Gonzaga (1921-2002) disse no programa São Paulo Capital Nordeste, que durante anos apresentei na rádio Capital, SP, que “O Luiz não era tudo isso que se diz, não.”
Uma vez o jornalista, advogado, filósofo, político (foi deputado) e crítico literário Sylvio Romero (1851-1914) disse em texto publicado num jornal do Rio de Janeiro que “O Machado não é tudo isso que se diz.”
Zé Gonzaga deixou uma obra significativa, mas até hoje ainda não reconhecida pelo chamado “grande público”.
Sylvio Romero foi o primeiro mais importante crítico literário que tivemos. Ele deixou uma obra fenomenal, grande em todos os sentidos. É dele os livros A Filosofia no Brasil (1878) e Estudo Sobre a Poesia Popular do Brasil (1888), publicados bem antes de A História da Literatura Brasileira, em 5 volumes.
Pois bem, Luiz Gonzaga é um totem da música brasileira.
Machado de Assis é um totem da literatura brasileira.
Inúmeros livros tratam da obra do Rei do Baião.
Inúmeros livros tratam da obra do bruxo do Cosme Velho, como era chamado o autor de Dom Casmurro (1899) e Esaú e Jacó (1904).
Sylvio Romero foi um intelectual irrequieto. Poucos autores escaparam da sua pena. Dentre todos os seus alvos, Machado de Assis foi o mais atingido. Mas não ligou.
Ao contrário de Romero, Machado era um intelectual criativo quieto, tranquilo, quase passivo. Não aceitava provocações, fosse qual fosse e viesse de onde viesse.
A obra de Machado é ampla. Nele incluem-se poemas, crônicas, críticas e romances. Criava na surdina.
Nas suas críticas Sylvio Romero não disse, mas poderia ter dito que como poeta, Machado foi um bom prosador, que se escorava no silêncio com medo da crítica. “Seu vocabulário é pobre, sua rima também”, disse uma vez Romero após aprofundar-se na poética de Machado.
Pra ele, Machado nunca fez nada de importante antes dos 30 anos. Aliás, ele considerava Crisálidas, Falenas e Americanas grandes bobagens.
Esses poemas fazem parte da obra completa (Poesias, Editora H. Garnier), publicada em 1901.
Impiedoso, criticava Machado por não ter curso superior.
Dizia também que a obra machadiana tinha inspiração em Shakespeare.
Polemista, Romero encontrou em José Veríssimo (1857-1916) o saco de pancada de que tanto precisava.
Particularmente, considero a obra do sergipano Sylvio Romero intocável.
Dizer bobagem faz parte da crítica.
Sugiro a leitura de Itinerário de Sylvio Romero, de Silvio Rabello, publicado em 1944.
sexta-feira, 21 de maio de 2021
MULHERES OUSADAS
Rita, cantora e compositora, é da safra de 1947. O rock é a sua praia.
quinta-feira, 20 de maio de 2021
PERDE A BATALHA GENERAL QUE MENTE
terça-feira, 18 de maio de 2021
A INTERNET MATOU A CARTA
CPI E BBB. ALGO EM COMUM?
Kátia Abreu chama Ernesto Araújo de 'negacionista compulsivo' que deixou Brasil 'na posição de irrelevância': https://t.co/kEAVdO9kSG pic.twitter.com/qPXJayANkk
— O POVO Online (@opovoonline) May 18, 2021
GENERAL, GENERAL...
segunda-feira, 17 de maio de 2021
INTERNET PARA O BEM E PARA O MAL
A internet chegou ao Brasil ali pelos anos 60. Não sei bem. Talvez, em 69.
domingo, 16 de maio de 2021
FUTEBOL E POLÍTICA
O prefeito Bruno Covas de São Paulo morreu hoje 16 às 08h20, num leito do hospital Sírio Libanês.
Covas era santista.
Em fevereiro de 1969, o clube de Pelé ganhou de 2 x 1 de um time desconhecido da Nigéria. Até aí, nada demais. O detalhe é que em seguida surgiu notícia dando conta de que Pelé teria parado uma guerra.
Futebol une e desune pessoas e grupos. E até nações.
Tudo começou, no Brasil, quando o paulistano Charles Muller (1874 —1953), volta de uma viagem de estudos na Inglaterra trazendo na bagagem duas bolas e um manual de como jogar futebol, esporte recém criado naquele país.
Isso foi em 1902.
A parti daí, o futebol começa a ganhar campo no nosso país. Mas era coisa da elite, sem a participação de pobres e negros.
Muita gente gostou e muita não gostou desse novo esporte. Entre os que não gostaram, incluía-se o escritor Lima Barreto.
"Na verdade, o Lima não acreditava que fosse possível dá certo um esporte que tivesse um monte de marmanjo correndo atrás de uma bola", opina o baiano de Paiaiá Carlos Sílvio.
Sílvio é goleiro do Paiaiá FC(foto ao lado), acostumado a "pegar até vento".
Há controvérsias. O historiador Zurc diz, por exemplo, que o Sílvio fica debaixo da trave só pra posar pra foto.
Auto suficiente até a tampo, ele diz que tem sido injustiçado por todos os técnicos dos grandes times. Jura que não entende tamanho descaso. Não à toa, "o Brasil perdeu de 7x1 em 2014, lembra?".
Verdade seja dita:
Em 1969, Bruno Covas não era nascido.
Em 1969, Pelé tinha 39 anos incompleto. E verdade seja dita: Pelé não parou guerra nenhuma.
À época, a Nigéria lutava contra a recém criada República do Biafra. Essa república durou apenas dois anos e sete meses.
Mais de um milhão de pessoas morreram nessa guerra vencida pela Nigéria pouco depois do jogo do Santos.
O futebol é usado, politicamente, desde sempre. Não foi diferente no caso em pauta.
O Santos FC decretou luto de sete dias pelo desaparecimento de Bruno Covas.
sábado, 15 de maio de 2021
A VIDA É O QUE É
O amigo diz:
- A situação tá braba, num tá?
Eu:
-Tá. Poderia ser mais leve, né?
Leveza por leveza é algodão.
Houve um tempo que algodão era chamado de "ouro branco", no Brasil. O café e o petróleo, de "ouro negro".
O Brasil sempre foi um pobre país rico, abusado por tudo quanto é político. Poderosos. Mesmo assim, continua rico, mesmo com o seu povo pobre. Passando fome e até morrendo, principalmente nestes atuais, horrorosos, de Nova Coronavírus e COVID-19.
Há pouco o amigo chargista Fausto telefonou pra dizer da tristeza que sente pelos rumos que seguem nossa política.
Ele:
-Nossa esperança está nas urnas. Não votei no Bolsonaro e muitos que votaram nele certamente estão arrependidos. Bolsonaro não é louco. O que ele não tem é sentimento para compreender e acudir as pessoas mais necessitadas do nosso país. Enfim, foi ele quem disse: "um dia todo mundo vai morrer".
Fausto é um cidadão consciente do tempo em que vive.
Ontem 14, no meio da noite, a querida cantora e compositora Anastácia, pernambucana da cepa, telefonou pra dizer da tristeza que é a Pandemia que ora está destruindo o mundo. Mas sempre levada pela otimismo que a caracteriza, contou: "acabo de gravar participação no novo disco de Sérgio Reis. Cantamos juntos Eu Só Quero Um Xodó. Foi lindo, menino!"
E pra você ver, ela continuou:"o Sérgio é bolsonarista, mas é uma pessoa maravilhosa".
Concordo plenamente. E é assim que tem que ser.
Pouco antes da desgraça pandêmica que nos ataca, recebi aqui em casa o cantor e compositor Eduardo Araújo, figura maravilhosa, também apoiador de Bolsonaro. E daí? Cada qual é cada qual e o respeito nos une.
A beleza da democracia está no fato de as pessoas sensíveis e inteligentes, respeitarem-se multuamente.
Vital Farias e Oswaldinho da Cuíca são bolsonaristas, mas isso não impede de serem meus amigos. Ora!
Horas antes de Anastácia telefonar, telefonou-me o cantor e compositor piauiense Jorge Mello.
Jorge tem uma trajetória artística muito bem construída. Ele compõe com esmero. Sabe o que diz na sua poética musical. Mas é uma poética apolítica, como apolítico é ao autor. "Onde tem política, pulo fora", diz.
Jorge, para os padrões normais, é um ser esquisito.
Jorge não escreve prefácio pra ninguém, não costuma telefonar pra ninguém, é isolado no seu canto onde mora numa chácara, em Embu-Guaçu,SP, e nunca sentou-se numa poltrona de platéia. Quer dizer: nunca assistiu a um espetáculo de quem quer que fosse. "Eu sou de palco.Depois do show atendo em fila a quem me procura e vou embora".
Além de artista, Jorge Mello é advogado especializado em Direitos Autorais. "Vivo bem", garante.
Quando me telefonou, mostrava uma tanto emocionado. Mesmo depois de dizer que sentimento não é com ele. E declamou, declamou, declamou.
A vida é mesmo assim: a gente nasce, vive e morre.
ZURC E A CRÍTICA LITERÁRIA
Crítico é uma gente que procura enxergar nas entrelinhas dos livros o que o leitor nem sempre vê. Não é fácil, mas é assim que é.
Os dois primeiros ases nessa área foram o sergipano Sílvio Romero (1851-1914) e o paraense José Veríssimo (1857-1916).
Romero era um crítico severo, exigente.
Veríssimo deixou uma obra monumental.
Os dois foram grandes.
Houve momentos em que Romero girou sua metralhadora contra Veríssimo.
Os tiros não acertaram o alvo, que se defendeu também atirando.
Ao fim e ao cabo, o Brasil culto ganhou com a briga dos dois.
E assim é que tem que ser, entre intelectuais que têm o mesmo foco: o engrandecimento do intelecto.
E seguindo o movimento natural da vida, pessoas vão e pessoas vem.
Romero e Veríssimo deixaram uma obra fabulosa, na qual refestelam-se os novos aprendizes de feiticeiros como Darlan Zurc.
O historiador contemporâneo Zurc leva à praça o livro A Fúria de Papéis Espalhados.
Nesse livro, o autor faz um mergulho na história e nos entrega algumas reflexões.
A Fúria de Papéis Espalhados, título inspirado em Machado de Assis (1839-1908), reúne duas dúzias de textos bem escritos publicados esparsamente em pequenos periódicos do interior da Bahia e outros encontráveis em livre circulação nos corredores acadêmicos, outrora frequentados pelo autor.
Chama atenção o destaque que Zurc dá a personagens do nosso meio literário, como Paulo Coelho e Olavo de Carvalho.
Coelho, diante de Carvalho, é um gênio.
Declaradamente fã do jornalista Paulo Francis (1930-1997), Zurc escreve com leveza e um quê de graça.
Nos tempos de Silvio Romero e José Veríssimo o que se lia nos jornais era poesia e romances continuados. Folhetins. Mas isso não impedia que os jornalistas daquele tempo escrevessem com firmeza e originalidade.
Eram os tempos do jornalismo literário. À propósito, João do Rio (1881-1921) deixou um livro específico sobre esse tema: O Momento Literário, publicado em 1909. Tempos aqueles em que escritores formavam opinião, como os jornalistas de hoje.
Eram jornalistas todos aqueles que escreviam em jornais.
José de Alencar (1829-1877) escreveu críticas e folhetins, como O Guarany. Obra-prima.
Machado de Assis seguia na mesma linha, publicando poemas, contos, crônicas, romances e críticas diversas.
E assim foi.
Pra falar do presente, é preciso saber do passado.
Já na virada do século XIX para o século XX, João do Rio ganhava notoriedade publicando críticas, crônicas, contos etc. O João referido foi o cara que inventou a reportagem. História.
É basilar a função de um crítico.
Darlan Zurc pode ser, quem sabe, uma luz no deserto da crítica literária nacional. Pra isso, porém, terá que direcionar seus olhos ao nosso cambaleante mercado editorial.
O livro A Fúria de Papéis Espalhados pode ser encontrado nas livrarias e no site do próprio escritor Darlan Zurc.
Confira entrevista que fiz recentemente com esse autor.
sexta-feira, 14 de maio de 2021
COVARDIA NO QUARTEL
quinta-feira, 13 de maio de 2021
UM TREM PRA LIMA BARRETO
Afonso nasceu naquele dia, sete anos antes.
quarta-feira, 12 de maio de 2021
O INFERNO DE BOLSONARO
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