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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

AINDA É NATAL...

Recebi belíssimos presentes de amigos muito queridos.
Recebi pamonhas, maçãs, panetones, pães de grãos, mel, uma cachaça, um uísque e um perfume. Senti-me - que Deus me perdoe - que nem o Cristo bebê na manjedoura recebendo relíquias dos Reis Magos.
Faltaram-me cartas escritas de próprio punho como antes do advento internet.
O desábito de escrever e enviar cartas é algo muito grave. Você, amigo, já pensou em Getúlio Vargas se matando sem deixar uma carta escrita de próprio punho justificando à nação o seu tresloucado gesto que a nós todos enlutou?
Você, amigo, já pensou em Jânio Quadros renunciando à presidência da República sem deixar uma carta escrita de próprio punho explicando o inexplicável ao abandonar o chapéu?
Pois é, cartas revelam a alma de quem a escreve.
Não dá para simplesmente se matar diante de uma câmera. Isso é ridículo, como ridículo também seria Jânio, por exemplo, anunciar a sua renúncia pelo rádio ou televisão. Faltaria algo. É claro.
Carta é documento.
Continuo sentindo falta de cartas.
Estou tergiversando...
Estudei em colégio de padre e para o bem da Igreja não segui o que meus parentes queriam...
Não gosto do Natal...

A essência do Natal
Tem a ver com liberdade
E direitos humanos;
Tem a ver com igualdade,
Paz, respeito, partilha,
Amor e fraternidade

Mas cadê tudo isso?
O homem perdeu a razão?
O homem está perdido?
O homem tem salvação?
Pelos pecados cometidos
Sem nenhuma explicação?

Mas, enfim, é natal; e o último dia do ano está se aproximando...
Não se porquê, e não sei mesmo, mas o texto deste blog seria hoje ocupado com reminiscências de uma das mais belas leituras que tive na adolescência. Falo do livro Vidas Secas, do Graciliano; pois ouvindo Luiz Gonzaga cantar a cantiga que ele fez pra Raimundo Jacó, lembrei da cachorra Baleia...
Baleia é a cachorra heroína de Vidas Secas.  



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