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terça-feira, 12 de julho de 2022

EU E MEUS BOTÕES (27)

"Seu Assis, andei acompanhando alguns textos que o sinhô andou escrevendo no seu blog", começou pela primeira vez falando de modo direto o jovem Barrica. Eu disse: Aham... E ele, Barrica, continuou: "O sinhô falou muito bonito na Bienal de São Paulo, Bienal do Livro". E eu: Aham. "Eu não sei se o sinhô sabe, mas eu andei por lá. Achei tudo muito bonito e caro. O seu amigo Carlos Silvio, também achou isso que estou dizendo". E eu: Aham. "Por que o sinhô fala 'aham' o tempo todo?".
Barrica, eu comecei, preste atenção: a cultura não tem preço. A cultura é importante. O acesso à cultura é fundamental... 
Eu nem tinha acabado de completar o meu raciocínio e Zilidoro veio lá de seu canto e disse: "Desculpe seu Assis, mas a cultura é fundamental na vida das pessoas. As pessoas fazem cultura. A cultura de qualquer país é feita por pessoas, pelo povo. Quando a cultura vira produto, esse produto tem que ser de acesso fácil. E barato".
Esses meus botões...
Foi a vez de Lampa entrar na conversa, dizendo: "Andei lendo nos jornais que um feladaputa bolsonarista entrou numa festa de aniversário e matou a tiros o aniversariante. Foi em Foz do Iguaçu, no Paraná. Como é que pode isso, hein?".
Biu, irmão de Barrica, moço de poucas palavras, foi já acrescentando: "Eu sei que tem muita gente que critica Lampa por falar lambendo o seu punházim. Mas ele, Lampa, 'tá certo. Até eu, se fosse um homem de sangue no olho, faria o que Lampa faz".
Por segundos, Lampa tirou a língua no punhal e olhou fundamente no olho de Biu, dizendo: "Hmmm, que bom. Tem gente nas casas do seu Assis que pensa como eu".
De repente, de repentemente, todos das casas irromperam em palmas. 
"Isso tudo que estou presenciando é muito bonito. 'Tô vendo gente tomando posição", disse com voz forte o Jão.
Zé, Mané e Zoião falaram ao mesmo tempo, como se estivessem ensaiado: "Bom, bom, bom. Muito bom!".
Eu fiquei vendo aquilo tudo e mais do que graça, achei uma tomada de posição dos botões das casas que tanto admiro.
Lampa, lá do seu canto, olhou-me com aquele olhar de quem invade a nossa alma e disse: "Hmmm... Estou amolando meu punhazinho para certas necessidades...".
Aquele olhar esquisito e silencioso do Lampa, bateu-me forte e antes que eu dissesse qualquer coisa, veio o Barrica, aquele que começou essa conversa falando da Bienal do Livro, perguntando: "Se malepergunto, seu Assis, eu quero saber: o sinhô já tem candidato a presidente da República neste ano de 2022?".
Ai, ai, esses meus botões são muito enxeridos.

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