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domingo, 13 de agosto de 2023

EU E MEUS BOTÕES (66)

 Olá pessoal, boa noite! Eu fui dizendo enquanto me desculpava pelo horário. E o pessoal, meus queridos botões: "Boa noite, chefe!", disseram ao mesmo tempo como se tivessem ensaiado. Agradeci. Aproveitei pra dizer que fora vítima de uma tentativa de assalto enquanto dirigia meu carro. Barrica: "É, a coisa não está fácil! É assalto e tentativa de assalto em todo canto, nas esquinas, faróis e igrejas. Já tem até assaltante assaltando assaltante ".

Sentado num tamborete, ali pelos fundos da sala, Lampa cutucava as unhas com seu inseparável punhalzinho e vez por outra levantava os olhos de modo desconfiado. A cena não passou desapercebida pelo poeta de plantão Zilidoro, que discretamente manuseava seu celular. 

Antes que eu voltasse a falar, Zoião abriu o bocão pra chamar Bolsonaro de tudo quanto é coisa que não presta. Barrica tentou acalmá-lo: "Deixe disso, Zoião! Você tá metendo o dedo em buraco de tatu e dentro tem cobras das mais peçonhentas". 

O irmão de Barrica, Bil,  pediu a palavra: "Eu acho que Zoião tá certo e não tá. Tá certo quando diz que Bolsonaro é feladaputa, ladrão e tal. Está errado quando diz isso sem apresentar provas". 

A interrupção de Bil provocou burburinho. Zé, Mané e até Zilidoro disseram atropelando palavras que Zoião não precisava apresentar prova nenhuma, pois as provas da bandalheira bolsonarista estão sendo apresentadas dia a dia pela PF. Do seu canto, numa rabiada de olho, Lampa murmurou entredentes: "Eu ainda vou pegar esses cabras e seus cupinchas. Vou pegar e sangrar. Do meu punhazim esses felas não escapam.".

Zilidoro, vejam só! Puxou palmas pra fala de Lampa.

Vocês endoidaram? Fazer justiça com as próprias mãos é crime, como crime é incentivar pessoas a praticarem crimes. 

Zoião, olhava fixamente em mim. Mané fazia o mesmo, enquanto Zé pedia licença pra mostrar jornal no qual se lia notícia de bala perdida matando criança de 13 anos numa favela do Rio. Novamente um zum zum zum toma conta do ambiente dificultando o entendimento entre todos. Falei: de fato, um crime absurdo esse que levou à morte mais um inocente no Rio. É preciso, e concordo com todos aqui, que os responsáveis por isso sejam identificados, presos e punidos. A violência está tomando rumos inaceitáveis, inacreditáveis, no nosso País.

"Seu Assis, sugiro mudar o rumo dessa conversa e batermos palmas para a vida", disse levantando-se da cadeira o bom poeta Zilidoro, acrescentando: "Hoje tem uma pessoa muito importante fazendo aniversário. Essa pessoa tem por nome Lindalva, dona Lindalva, professora de grandes conhecimentos".

Surpreendi-me. Perguntei a Zilidoro se conhecia dona Lindalva. E ele respondeu com a maior tranquilidade: "Dona Lindalva é mãe de uma menina chamada Cecília, Ceci, amiga de uma filha minha".

Esse mundo é mesmo pequeno, eu disse. Ceci é irmã de Anna, Anninha. E essa é a história. Aliás,  Ceci fez 19 anos no último dia 10.

Enquanto Zilidoro falava e eu concluía, Bil e Barrica arrumaram como num passe de mágica uns comes e bebes pra deglutirmos em homenagem à aniversariante. Tim tim!

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