Num tempo não muito distante era comum escritores morrerem vitimados pela tuberculose.
Fora o mal que atacou seus pulmões, Kafka era de pouca conversa, de pouco namoro e tal. Seus relacionamentos amorosos eram raros. Preferia frequentar bordéis a manter relações duradouras com mulheres. “Tenho tanta necessidade de alguém para ter um contato unicamente amigável, que ontem voltei para o hotel com uma prostituta. Ela é velha demais para ser melancólica, ela somente se lamenta; tanto que não fica espantada que não sejamos tão gentis com uma prostituta como com uma amante. Eu não a consolei, pois ela também não me consolou”, isso ele disse em carta para seu amigo e editor Max Brod. Diante disso tudo, da fala que ele dá nessa carta, houve uma jovem que lhe despertou atenção. Com essa jovem, uma burguesa de Praga chamada Milena Jesenská (1896-1944), ele manteve uma longa correspondência que acabaria por virar um livro: Cartas a Milena (1952).
Porém, porém de novo, com ela ele nunca manteve relações sexuais, físicas. Tipo amor platônico. Ele foi, partiu para a Eternidade, antes dela.
No Brasil teve um escritor que foi o tempo todo comparado a Kafka. Seu nome Murilo Rubião (1916-1991). Era bom, mas não era tudo isso. Pelo menos no que se refere à Kafka.
Murilo Rubião estudou e fez um monte de coisas, como um ser inteligente que era. Foi jornalista, antes disso advogado, contista e tal.
A obra literária do mineiro Rubião é pequena, mas densa. Deixou 30 e poucos contos espalhados em um, dois, três… quatro… Talvez cinco ou seis livros. Coisa pouca, como se vê!
Foi bom?
Murilo foi ótimo.
Antes de Murilo Rubião, houve outros autores que tentaram navegar nas ondas de Kafka, mas não conseguiram. E talvez até nem quisessem, como o bom João do Rio.
O João foi o primeiro grande repórter da imprensa brasileira. Mais: como repórter ele retratava a realidade que via na sua cidade do Rio. Ou seja, fazia o que todo bom repórter deve fazer.
Esse João deixou histórias escritas no mundo real e irreal.
João foi grandão.
Foto e ilustrações por Flor Maria e Anna da Hora.
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