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terça-feira, 6 de agosto de 2024
A MORTE CONTINUA MATANDO...
segunda-feira, 5 de agosto de 2024
MINAS FICA MAIS POBRE SEM O JORNALISTA SINVAL
Eu tenho uma amiga muito querida que diz amar banana passa.
Achei meio esquisito o que ela me disse. Tem explicação: eu sou um cara que desconhece origens de muitas coisas.
Ao dizer o que ora acabo de dizer, ela disse numa gargalhada retumbante que eu não sou de nada e de nada conheço.
Confesso: essa amiga é provocadora... E, diante de tal provocação retruquei perguntando: "Você sabe o que é uva passa?".
Bom, ela me mandou pra ponte que caiu e não fui...
Quanta besteira...
Hoje 5, há pouco, fez a última viagem o amigo e coleguinha de jornalismo Sinval de Itacarambi Leão, 81 anos. Raízes mineiras.
Esse Sinval vem a ser o fundador da revista Imprensa junto com Paulo Markun, Dante Maiussi e Manuel Canabarro.
Quando dava eu lá estava a publicar uma ou outra coisinha.
Quando eu à toa assobiando às aves e ao vento, lá na revista saía algum texto falando dos movimentos meus nesta cidade paulistana, incluindo personagens como Paulo Vanzolini.
A última vez que Sinval e eu nos vimos foi em abril ou maio de 2023, quando ele batendo à porta da minha casa com Whisky debaixo do braço disse que já estava na hora de a gente voltar a falar de poesia.
Falamos.
E falando como falamos, falamos do Geraldo Vandré... A ver com o presídio Tiradentes...
Tantas conversas, tantas coisas, tantas brincadeiras e um profissional invulgar...
AINDA CAMÕES NO MEMORIAL

domingo, 4 de agosto de 2024
LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (120)
Dentro dessa mesma temática e também enaltecendo a mulher é o romance histórico A Rainha Ginga, do angolano José Eduardo Agualusa. Esse livro foi lançado em 2014 e conta a história de uma mulher e do seu povo que lutam contra os invasores. A ver com portugueses e holandeses. Há personagens brasileiros. A líder guerreira Ginga mostra que não nasceu pra brincadeira. Pra se divertir, chegou a formar um harém com homens vestidos de mulher.
Harém por harém é bom que se diga que suas origens datam da Antiguidade. Está na Bíblia.
No Livro Sagrado aparece Salomão reinando absoluto com 700 mulheres com quem se casou e outras 300 com quem não se casou. Uma festa!
Que não nos esqueçamos: o pai de Salomão era o rei Davi.
Outra história dá conta de que foram sultões do Império Otomano que criaram esse pagode todo chamado harém. O auge foi no século 13 e o declínio começou ali pelo século 17. O fim ocorreu na primeira parte do século 20.
Isto também se deu com as gueixas, no Japão, que deram sinal de vida na segunda metade do século 17.
Os padres sempre estiveram em terras virgens.
José de Alencar, não custa lembrar, era filho de um padre: José Martiniano Pereira de Alencar. Filho de padre também foi o abolicionista José do Patrocínio (1853-1905), seu pai era João Carlos Monteiro, vigário da paróquia de São Salvador. Era político e muito influente na região. Tinha 54 anos de idade quando levou para seu convívio uma garotinha de 13 anos, Justina Maria do Espírito Santo, que daria a luz ao famoso Patrocínio.
Foto e reproduções de Flor Maria e Anna da Hora
sábado, 3 de agosto de 2024
LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (119)
Luís tinha um irmão que tentou estuprar Maria. E a partir daí o romance cresce, ganha contornos inimagináveis. Encurtando: Lucas defende a irmã com unhas e dentes e tiros. O que também faz o pai, que é preso e a mãe morre de desgosto. A essa altura, Maria é posta pra fora da terra onde morava com a família.
Maria casa-se com o canoeiro João, que mata Luís por assédio à Maria. Maria fica só com o filho de 4 anos.
Essa é a história.
O incrível nisso tudo é o preconceito exalado pelo autor Peixoto. Ele foi um dos primeiros escritores a criticar ferozmente o livro de estreia de Gilka Machado, Cristais Partidos (1915), chamando-a de “matrona imoral”, e “mulatinha escura”.
Gilka subiu paredes com essas críticas, reconhecendo porém: “Aquela primeira crítica (por que negar?) surpreendeu-me, machucou-me e manchou o meu destino. Em compensação, imunizou-me contra a malícia dos adjetivos”.
Ao contrário de Gilka, a mineira Ana Maria Gonçalves tem colhido muitos elogios da crítica sobre a sua obra.
Ana Maria embrenhou-se no campo da pesquisa para inteirar-se sobre a história da escravidão no Brasil. O pretexto era conhecer suas origens. O resultado foi o livro Um Defeito de Cor, com cerca de 1.000 páginas. Sensacional.
A autora dá de mão de uma personagem real, histórica, de nome Luiza Mahin e com ela vai até o fim procurando o filho que o pai vendera quando tinha dez anos de idade. O filho era o poeta abolicionista Luiz Gama. Daí pra frente é tudo basicamente ficção. Luiza morre surda e cega, vangloriando-se modestamente por ter convencido o romancista Joaquim Manuel de Macedo a dar nome de Carolina a uma das suas personagens do livro A Moreninha, lançado em 1844.
Carolina é amiga branca de Luiza.
No livro de Maria Gonçalves tem violência de todo tipo, inclusive estupros. Tem também padre transando com seminarista, mulher morando com padres e muito mais sob os olhares de Xangô, Oxum e outros santos da crença africana.
sexta-feira, 2 de agosto de 2024
É HOJE! É HOJE! VAMOS LÁ?
quinta-feira, 1 de agosto de 2024
PROCISSÃO PARA O REI DO BAIÃO
Amanhã 2 completam-se 35 anos da partida do Rei do Baião para a Eternidade.
Foi no dia 2 de agosto de 1989 que o pernambucano Luiz Gonzaga entrou no hospital Santa Joana, de Recife, e de lá não mais saiu com vida. Seu falecimento deveu-se a um maldito câncer de próstata e outros problemas como osteoporose. Está sepultado na sua cidade berço, Exu.
Pouco antes de ser internado no Santa Joana, Gonzaga não se fez de rogado e atendeu a um telefonema meu. Ele estava saindo de casa para fazer promessa no Canindé, CE. À época, eu trabalhava na Rádio Jovem Pan. A entrevista foi ao ar no mesmo dia. Não lembro o dia.
Há alguns anos, o professor Wilson Seraine criou o que ele chama de "Procissão das Sanfonas". Uma beleza! Reúne dezenas e dezenas de sanfoneiros e sanfoneiras rua a fora.
O evento, que já se acha na 16ª edição, tem lugar amanhã 2 na Capital piauiense, mais precisamente da Igreja Catedral de Nossa Senhora das Dores até o Museu do Piauí. Na foto acima, registros de bate-papos de Seraine com amigos, incluindo o neto de Gonzagão Daniel Gonzaga e sua produtora musical, também produtora da rainha do forró Anastácia, Carol.
AMANHÃ 2 TEM CAMÕES NO MEMORIAL
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quarta-feira, 31 de julho de 2024
O DIA 2 ESTÁ CHEGANDO...
terça-feira, 30 de julho de 2024
VAMOS AO MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA!
domingo, 28 de julho de 2024
LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (118)
O romance da grande escritora cearense lembra um pouco o romance As Meninas da paulistana Lygia Fagundes Telles. As personagens de Lygia não são irmãs, mas amigas. Ana Clara cursa Psicologia, Lorena cursa Direito e Lia, Ciências Sociais.
Lembra também a história de Raquel o romance Toda a Luz que Não Podemos Ver do norte-americano Anthony Doerr.
A história traçada por Doerr se passa no decorrer da Segunda Grande Guerra: uma garotinha órfã de mãe, Marie, perde a visão aos seis anos de idade e é até os 13, 14 anos criada pelo pai, chaveiro do museu nacional de história natural (França) que é preso pelos nazistas e tal. Emociona. É fantástico este livro. Tem muito palavrão e prostitutas pegando clientes a pau nas ruas alemãs. Tem também estupros praticados por soldados russos. Ganhou o Prêmio Pulitzer em 2015.
Tão grande quanto a brasileira Júlia Lopes de Almeida foi a inglesa Barbara Cartland (1901-2000), autora de mais de 700 livros. Entre esses livros, o romance O Duque e a Filha do Reverendo.
O duque no livro de Barbara é um cara bem apessoado e rico, muito rico, mas sem herdeiros. É solteiro e depois de descobrir que a mãe traía o pai, jurou a si próprio jamais se casar. É quando entra na história uma jovem de 19 anos chamada Bianca.
Em 2019, o mineiro Itamar Vieira Junior estreou na literatura publicando o livro Torto Arado. Excelente a partir do título. É uma história já conhecida, mas aqui contada de maneira excepcional. Envolve pessoas pobres, negras, em luta pela sobrevivência no interior baiano. Tem amor e muito sexo. A trama começa assim:
Quando retirei a faca da mala de roupas, embrulhada em um pedaço de tecido antigo e encardido, com nódoas escuras e um nó no meio, tinha pouco mais de sete anos.
Minha irmã, Belonísia, que estava comigo, era mais nova um ano. Pouco antes daquele evento estávamos no terreiro da casa antiga, brincando com bonecas feitas de espigas de milho colhidas na semana anterior. Aproveitávamos as palhas que já amarelavam para vestir feito roupas nos sabugos. Falávamos que as bonecas eram nossas filhas, filhas de Bibiana e Belonísia…
Foto e reproduções de Flor Maria e Anna da Hora
sábado, 27 de julho de 2024
LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (117)
No livro Correio da Roça (1913), a autora conta os perrepes vividos por suas personagens: Maria, mãe de quatro filhas, perde o marido e praticamente toda a fortuna que tinha. Sobra-lhe uma fazenda fincada no fim do mundo. É lá que vai viver com as filhotas. Enfim, essa é mais uma bela história enredada por Júlia Lopes de Almeida.
O século 20 nos deu algumas autoras também muito importantes como a cearense Raquel de Queiroz, que estreou como romancista em 1928 com O Quinze. Obra-prima.
Em 1939, Raquel brindou aos leitores o romance As Três Marias.
As Três Marias são Augusta, Glória e José.
Maria Augusta é posta pelo pai num colégio de freiras depois que a mãe morre. Tinha 12 anos de idade. No começo enfrenta dificuldades para se adaptar ao novo ambiente.
O romance de Raquel de Queiroz conta, além da vida dessas Marias, a vida rápida de outras jovens.
Jandira e Violeta são duas amigas de Maria Augusta. A primeira casa-se com um sujeito desqualificado, sem profissão, e com ele tem um filho, que nasce cego.
Quanto à Violeta, Augusta fica sabendo que virara puta. Ela lembra:
…Agora estava perdida, com a porta aberta para todos os homens. E eu tentava imaginar o horror daquela vida: chega um homem gordo, bigodudo, hálito de cerveja, tem o direito de entrar, de deitar com ela na cama, de exigir o que quiser. E parecia-me ver o homem, a camisa suada fedendo, os beiços babosos, a carne mole. Ou então outro qualquer, magro, ossudo, velho, com cruzes de esparadrapo no pescoço, ou cheirando a cigarro apagado...
sexta-feira, 26 de julho de 2024
DRAUZIO VARELLA E NÓS...
A CULTURA ESTÁ DE LUTO
Borges, 88 anos, partiu para a eternidade de modo natural.
Celebrado no Brasil e no exterior, o artista do traço e da palavra foi pai 24 vezes: 18 biológicos e os outros adotados. Vários seguiram a profissão do pai.
Como o poeta popular Patativa do Assaré, J. Borges frequentou os bancos escolares por pouco tempo. Cerca de um ano; Patativa uns três meses apenas.
A partida inesperada do grande xilogravurista pernambucano deixa o mundo da cultura popular de luto.
Ah! Sim: J. Borges, além de deixar milhares e milhares de xilos, deixou também folhetos de cordel que ele mesmo ilustrava.
quinta-feira, 25 de julho de 2024
INEZITA BARROSO, CAPIBA E ISMÁLIA
O REI: ...Então, meiga rainha?
A RAINHA: Tanto as desgraças correm, que se enleiam no encalço umas das outras. Vossa irmã afogou-se, Laertes.
LAERTES: Afogou-se? Onde? Como?
A RAINHA: Um salgueiro reflete na ribeira cristalina sua copa acinzentada. Para aí foi Ofélia sobraçando grinaldas esquisitas de rainúnculas, margaridas, urtigas e de flores de púrpura, alongadas, a que os nossos campônios chamam nome bem grosseiro, e as nossas jovens "dedos de defunto". Ao tentar pendurar suas coroas nos galhos inclinados, um dos ramos invejosos quebrou, lançando na água chorosa seus troféus de erva e a ela própria. Seus vestidos se abriram, sustentando-a por algum tempo, qual a uma sereia, enquanto ela cantava antigos trechos, sem revelar consciência da desgraça, como criatura ali nascida e feita para aquele elemento. Muito tempo, porém, não demorou, sem que os vestidos se tornassem pesados de tanta água e que de seus cantares arrancassem a infeliz para a morte lamacenta.
LAERTES: Afogou-se, dissestes?
A RAINHA: Afogou-se.
LAERTES: Querida irmã, já tens água de sobra; não te darei mais lágrimas. Contudo, somos assim, que a
natureza o obriga, sem que importe a vergonha; uma vez fora, deixou de ser mulher. Adeus, senhor. Com
as palavras, só chamas me sairiam, se não fosse apagá-las a tolice.
(Sai.)
O REI: Sigamo-lo, Gertrudes. Que trabalho me custou para a cólera acalmar-lhe! Receio que de novo a
explodir venha. Sigamo-lo, portanto.
(Saem.)
segunda-feira, 22 de julho de 2024
DIA 2 LANÇO LIVRO EM BRAILLE NO MEMORIAL
domingo, 21 de julho de 2024
LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (116)
Além de romances e contos, Júlia também encheu páginas e páginas de jornais de sua época com crônicas e poemas. Na verdade ela começou a escrever escondida do pai. Em março de 1905, João do Rio a entrevista para o suplemento O Momento Literário, em carta dominical do diário Gazeta de Notícias, do Rio. Júlia ao jornalista:
Pois eu em moça fazia versos. Ah! Não imagina com que encanto. Era como um prazer proibido! Sentia ao mesmo tempo a delícia de os compor e o medo de que acabassem por descobri-los. Fechava-me no quarto, bem fechada, abria a secretária, estendia pela alvura do papel uma porção de rimas...
De repente, um susto. Alguém batia à porta. E eu, com a voz embargada, dando volta à chave da secretária: já vai! já vai!
A mim sempre me parecia que se viessem a saber desses versos em casa, viria o mundo abaixo. Um dia, porém, eu estava muito entretida na composição de uma história, uma história em verso, com descrições e diálogos, quando senti por trás de mim uma voz alegre: — Peguei-te, menina! Estremeci, pus as duas mãos em cima do papel, num arranco de defesa, mas não me foi possível. Minha irmã, adejando triunfalmente a folha e rindo a perder, bradava: — Então a menina faz versos? Vou mostrá-los ao papá!
— Não mostres! — É que mostro!
— Vai fazê-lo zangar comigo. Não sejas má!
Ela ria, parecendo refletir. Depois deitou a correr pelo corredor. Segui-a comovidíssima. Na sala, o papá lia gravemente o Jornal do Comércio.
— Papá, a Júlia faz versos! — Não senhor, não lhe acredites nas falsidades! — Pois se eu os tenho aqui. Olha, toma, lê tu mesmo...
Meu pai, muito sério, descansou o Jornal. Ah! Deus do céu, que emoção a minha! Tinha uma grande vontade de chorar, de pedir perdão, de dizer que nunca mais faria essas coisas feias, e ao mesmo tempo um vago desejo que o pai sorrisse e achasse bom. Ele, entretanto, severamente lia. Na sua face calma não havia traço de cólera ou de aprovação. Leu, tornou a ler.
A folha branca crescia nas suas mãos, tomava proporções gigantescas, as proporções de um grande muro onde na minha vida acabara a alegria... Então, que achas? O pai entregou os versos, pegou de novo o Jornal, sem uma palavra, e a casa voltou à quietude normal. Fiquei esmagada. Que fazer para apagar aquele grande crime? No dia seguinte fomos ver a Gemma Cuniberti, lembra-se? Uma criança genial. Quando saímos do espetáculo, meu pai deu-me o seu braço. — Que achas da Gemma? — Um grande talento. — Imagina! O Castro pediu-me um artigo a respeito. Ando tão ocupado agora! Mas o homem insistiu, filha, insistiu tanto que não houve remédio. Disse-lhe: não faço eu, mas faz a Júlia...
Minha Nossa Senhora! Pus-me a tremer, a tremer muito. O pai, esse, estava impassível como se estivesse a dizer coisas naturais:
— Estamos combinados, pois não? O prometido é devido. Fazes amanhã o artigo.
Sei lá o que respondi! O certo é que não dormi toda a noite, nervosa, imaginando frases, o começo do artigo. Pela madrugada julgava impossível escrevê-lo, tudo parecia banal ou extravagante. Mas depois do almoço, antes de sair, o pai lembrou-me como se lembra a um escritor: — Vê lá, Júlia, o artigo é para hoje. Tenho que o levar à noite. Havia um jornal que exigia o meu trabalho. Era como se o mundo se transformasse. Sentei-me. E escrevi assim o meu primeiro artigo... Só mais tarde, muito mais tarde, é que vim a saber a doce invenção de meu pai.
O Castro nunca exigira um artigo a respeito da Gemma…
O Senado Federal publicou em 2020 um livro reunindo crônicas esparsas de Júlia Lopes de Almeida. Título: Ânsia Eterna.
Nesse livro, originalmente publicado em 1903, se acha o conto O Caso de Rute. É sobre uma jovem órfã de pai. A mãe se casa de novo e o novo marido abusa sexualmente da pequena Rute. Tinha ela 15 anos quando isso ocorreu. Os transtornos provocados pelo fato jamais foram superados pela personagem.
Foto e reproduções de Flor Maria e Anna da Hora
sábado, 20 de julho de 2024
HÁ 90 ANOS MORRIA O PADRE CÍCERO
O céu de Juazeiro do Norte, CE, amanheceu embaçado no dia 20 de julho de 1934.
Sobre árvores, pássaros trinavam menos do que dias anteriores.
De um lugar qualquer ouvia-se o canto agourento da acauã.
Nas proximidades do centro da cidade, um mar de pessoas formava-se diante de uma casa. Nessa casa morava "o santo padre" Cícero Romão Batista.
O corpo do padre Padin Cícero do Juazeiro jazia num leito, cercado pelos amigos mais próximos.
Portanto, hoje 20 completam-se 90 anos da morte do famoso padre.
Cícero nasceu no dia 24 de março de 1844. Teve vida atribulada, atribuladíssima. Chegou até a ser castigado pelo Vaticano que o proibiu de celebrar missas, batizar e casar fosse quem fosse. Isso foi provocado por uma suposta armação que resultou num "milagre". Tal milagre teria ocorrido quando o padre enfiava uma hóstia na boca de uma beata. Essa beata, Mocinha, inspirou o rei da embolada Manezinho Araújo a compor uma música para Luiz Gonzaga gravar.
Quatro anos, uma semana e um dia depois em Sergipe, o mais famoso bandoleiro do Nordeste: Lampião.
Virgulino Ferreira foi expulso de uma igreja em Juazeiro a bengaladas dadas pelo padre Cícero.
LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (115)
Os contos de Júlia Lopes de Almeida são fortíssimos como A Caolha, originalmente publicado no jornal argentino La Nación; Os Porcos, dedicado a Artur Azevedo e Os Conventos. Esse último trata de uma mulher que perde o marido e fica com as filhas para criar.
Com o passar do tempo, Artur Azevedo inspira-se num texto de Júlia (Reflexões de um Marido) para escrever uma comédia em três atos intitulada O Dote, em 1907. Essa peça o autor dedicou à escritora.
O enredo de Artur gira em torno do casal Ângelo e Henriqueta. Ambos são apaixonados.
Henriqueta é do tipo gastona, viciada em supérfluos. Isso leva o varão a tremer na base, prevendo a bancarrota. Preocupado ele procura o amigo Rodrigo, a quem pede conselho. E o conselho é: divórcio.
Machado de Assis foi também agraciado com uma dedicatória de Júlia. A dedicatória aparece no conto Perfil de Preta, escrita em 1903.
Perfil de Preta é a história de um triângulo amoroso, cuja vítima é um mulato de nome João Romão.
Entre os romances de Júlia destaco, além de A Viúva Simões, A Falência e A Intrusa.
O romance A Falência trata de um português que vem ao Brasil ainda jovem e pobre. Enriquece negociando café. Uma hora ele é tentado a investir na bolsa de valores americana. Começo do século 20. A bolsa quebra e com ela o personagem português.
A Intrusa conta a história de um advogado que depois de perder a mulher e ficar viúvo, promete nunca mais se casar. Mas há uma reviravolta. O viúvo tem um adolescente para criar e a casa para cuidar. Sozinho… É quando ele contrata uma governanta. E mais não digo.
sexta-feira, 19 de julho de 2024
EU SOU DO TEMPO DA PAZ E DO AMOR
quarta-feira, 17 de julho de 2024
O REBELDE CAMÕES


terça-feira, 16 de julho de 2024
CAMÕES NO MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA
segunda-feira, 15 de julho de 2024
A CULTURA POPULAR PERDE SÉRGIO CABRAL
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Clique para ler a reportagem de Tinhorão e Sérgio Cabral |
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