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sexta-feira, 28 de julho de 2023

VANDRÉ EM ENTREVISTA NA BANDEIRANTES

Somente hoje 28 ouvi a entrevista de Geraldo Vandré ao programa Canal Livre, da TV Bandeirantes. Foi domingo 23, à noite. Gravada. Durou uma hora e poucos minutos.
Foi uma entrevista um tanto atabalhoada, da parte dos entrevistadores Fernando Mitre, Thays Freitas e José Carlos Anguita. Geraldo estava tranquilo, como sempre muito tranquilo. Na condição de entrevistado especial, esteve sempre na dele. Parecia estudar o comportamento de cada um dos entrevistadores. Aqui e ali ria, um riso frouxo e muitas vezes um tanto irônico.
O papo começou logo após porem no ar uma versão de Pra Não Dizer que Não Falei de Flores (Caminhando). Antes da primeira pergunta, foi dito quem era Geraldo Vandré e tal. E começou o papo.
Dos três entrevistadores, o mais apressado era o Mitre. Ele fez um monte de perguntas parecendo não querer as respostas, já que o entrevistado viu-se muitas vezes propenso a interromper a resposta. O que fez, aliás. E lá ia Mitre afoito, perguntando, perguntando, perguntando. E Vandré tentando responder por extenso, até com minúcias, mas sem conseguir. Monossilábico.
O entrevistado falou de muita coisa, todas já basicamente conhecidas. Até porque já havia dito o que disse em longa entrevista que fiz com ele em 1978, publicada no suplemento dominical Folhetim, da Folha de S.Paulo. Vejam só: 1978! Disse que parou de cantar logo após a polêmica provocada por caminhando, em dezembro de 1968. Tempos do famigerado AI-5. Falou também da má distribuição de direitos autorais. de Che Guevara, Caetano e tal e tal. Falou de censura e da atual música que se ouve no rádio e na TV. Nada de novo, na música inclusive. Lembrou que nunca teve simpatia pelo movimento tropicalista que, pra ele, foi um movimento "alienígena" e não propriamente pela eletrificação dos instrumento que considera coisa de roqueiro. Nunca foi seu caso. Contou que deixou o Brasil no começo de 1969. Ficou no Chile durante seis meses. Chegou à França e tal. Quando ia falar que ficara na casa da viúva do escritor João Guimarães Rosa, foi interrompido. Foram muitas as interrupções. Respostas cortadas no ar e Mitre perguntando coisas como se já soubesse das respostas. Ai, ai. E o telespectador?
Thays Freitas foi cautelosa nas suas perguntas. Até parecia à vontade. Fez algumas poucas perguntas e até chegou a cantar, um tanto desafinada. O entrevistado riu, educadíssimo que é. 
José Carlos Anguita mostrava-se íntimo do artista.
Lá pras tantas, já com o programa chegando ao fim, Mitre perguntou algo sobre o Chile. O entrevistado disse que até fizera uma versão em castelhano para Pra Não Dizer que Não Falei de Flores. Foi quando Mitre disse que tinha uma cópia dessa versão e que iria mostrar ao público. No lugar de Caminando, o que se ouviu foi um pedaço da canção De América. Essa música, aliás, integra a 5ª e última faixa do lado A do último LP de Vandré, Das Terras de Benvirá, gravado originalmente em 1970 na França e lançado no Brasil em 1973 pela Phillips.
Temas básicos faltaram na entrevista, como o encontro da cantora norte-americana Joan Baez e Vandré. Isso ocorreu em 2014, quando eu o apresentei a ela cá em Sampa. Faltaram também questões relacionadas a livros escritos e publicados a seu respeito. E tantas outras coisas faltaram.
Bom, dias antes de gravar a entrevista para o programa Canal Livre, Geraldo esteve comigo duas vezes em casa nos dias 5 e 8 de junho. No segundo encontro esteve conosco o maestro Júlio Medaglia, mas essa é outra história.
Confira a íntegra da entrevista à Bandeirantes:
 


LEIA MAIS: VANDRÉ  CANTOS INTERMEDIÁRIOS DO VANDRÉ • GERALDO VANDRÉ E VITOR NUZZI • HOJE É DIA DE VANDRÉ, VIVA VANDRÉ! • JOAN BAEZ E VANDRÉ, O ENCONTRO •  PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES, 50 ANOS • Porta estandarte, a primeira vitória de Vandré (5/6/1966)

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