Ainda estou chocado e pensando a respeito da notícia sobre os vândalos que mais uma vez atacaram a estátua do poeta Carlos Drummond de Andrade no calçadão de Copacabana, no Rio. Caso caiam nas garras da Polícia – e torço para que isso ocorra o mais rápido possível –, necessário será fazê-los pagar pelos danos provocados à memória drummondiana.
E qual pena a eles seria justamente aplicada?
Ora, simples: fazê-los ler e copiar à mão a obra completa do vate mineiro, de Itabira.
Aliás, acho que já está mais do que na hora de a Polícia fazer uma caça séria a quem cuida de destruir o patrimônio público.
O que leva alguém a fazer isso, hein?
Em São Paulo, os vândalos – essa raça não tem cor, sexo e nacionalidade, tampouco senso de cidadania e respeito ao próximo – se armam de sprays e saem na calada da noite pichando tudo o que encontra à frente: casas, edifícios, templos etc. Raramente um deles é pego em flagrante e quando isso ocorre a Polícia simplesmente o obrigo a limpar o que sujou.
É pouco.
Os vândalos, esses párias de cabeça oca, teriam no meu ponto-de-vista que fazer o lhe obrigam quando preso e mais: por um longo tempo, eles deveriam prestar serviço à comunidade e varrer ruas, como exemplo.
E claro, obrigá-los também a estudar.
Outro dia estive em Búzios, balneário do Estado do Rio com área de 70 km² e 30 mil habitantes aproximadamente, localizado nas proximidades de Cabo Frio e que fez a alegria da ex-cantora e atriz francesa Brigitte Bardot, no verão de 64.
A notícia foi publicada em todo canto.
Mas por que falo isso?
Porque achei Búzios uma cidade, limpa, muito bonita.
Tem lá no centro, claro, uma estátua de BB.
Tem lá também uma estátua de Juscelino e um belíssimo monumento aos pescadores.
Nenhuma dessas obras foi depredada.
Belo exemplo de respeito à preservação da memória os oriundos de Búzios e os seus visitantes têm nos dado.
Fico agora imaginando o comportamento de Drummond pela agressão sofrida.
O poeta era de pouca conversa, como o compositor paulista de Valinhos Adoniran Barbosa.
Pra se ter uma idéia: uma vez, como repórter da Folha de S.Paulo, eu lhe perguntei para qual partido político puxava as asas. Resposta fria, seca:
– Homem de partido, é partido.
Baixa o pano.
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ainda bem que foi a estatua do Drummond... a outra do Assis continua firme por alí.
ResponderExcluirbrincadeira à parte : alguns povos derrubam os muros, já outros sem instrução política derrubam estátuas de poetas
É uma pena, meu amigo, é uma pena.
ResponderExcluirMas dia virá e teremos um país inda melhor do que este, sem vândalos, sem sanguessugas, sem analfabetos: estamos em construção.
A PICHAÇÃO É O MAIOR DESAFIO QUE UM PREFEITO PODE TER.
ResponderExcluirAQUELE QUE CONSEGUIR ACABAR COM ESSA CHAGA, SERÁ CONSIDERADO O MELHOR PREFEITO DE SÃO PAULO.
PICHAÇÃO, UM ATO DE DESAMOR, UM CRIME HEDIONDO, REPUGNANTE.
EU QUE NASCI EM SAO PAULO, TENHO OS OLHOS SANGRADOS DE VER TANTO DESPREZO COM A NOSSA CIDADE.
O DIA QUE ELA ESTIVER LIMPA SERÁ A MAIS BELA DO MUNDO.
CADA UM QUE FOSSE PEGO EM FLAGRANTE, DEVERIA SER TODO PINTADO PELADO DE PRETO E OBRIGA-LO A DESFILAR NO VIADUTO DO CHÁ.
É, Assis. A coisa está... ops! feia. Parte da população de São Paulo está vivendo em bairros submersos, à mercê de doenças e da incompetência administrativa, metástase do malufismo, decrépito, mas não defunto.
ResponderExcluirAo mesmo tempo, a máfia das empreiteiras, que financiou quase toda a câmara municipal, quer destruir o pouco que resta da memória e da natureza da cidade para construir edifícios sobre os escombros de velhos sobrados, praças e de um subsolo cada vez mais achatado.
Estes são outros vândalos que têm me inquietado.
Quanto ao desrespeito à estátua do poeta Carlos Drummond, só vejo equivalente no desrespeito ao poeta popular do Nordeste, por pretensos intelectuais que acham que a escola deve ser separada da vida e que o poeta deve sofrer um confinamento geográfico. Sobre isto você comentou brilhantemente no blog do Ari.
Parabéns pelo texto e pela denúncia.