No seu CD de estreia, o potiguar Lulinha Alencar mostra que
tem sensibilidade e sabe tocar sanfona.
A sua audácia no disco, Cem Gonzaga, se resume no fato de
buscar no repertório gonzagueano músicas pouco conhecidas do chamado grande
público, como Santana, Aquele Chorinho, Pisa de Mansinho, Seu Januário e Araponga,
entre outras.
Ao contrário de muitos sanfoneiros, Lulinha não agride as
teclas do seu instrumento; ele as acaricia com gosto e pertinácia e o resultado
disso é um som bonito, suave, aos nossos ouvidos ultimamente tão judiados pelo
lixo sonoro produzido como se fosse música.
Mas a grande audácia, mesmo, cometida por esse artista das terras de Luís
da Câmara Cascudo foi agrupar as 12 músicas escolhidas de Gonzaga numa espécie de
trilha em que se escuta apenas o som da sanfona. E isso é pra sanfoneiro macho!
As três últimas músicas que encerram o disco duas trazem a
sua assinatura e a última um improviso de Dominguinhos, que partiu para a eternidade
depois de deixar o corpo numa espécie de agonia para seus seguidores.
Sim, esse é um disco especialmente para quem quer conhecer
de perto o som de sanfona.ps: Luiz Gonzaga, o Rei do Baião nasceu num dia 13 de dezembro; Lulinha, também.
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