Dezembro, o último mês do ano, me traz lembranças vivas de um tempo um
tanto distante. O tempo da minha infância.
Nesse mês, ainda de calças curtas, eu via de perto os pastoris que muito
me divertiam.
Depois, de calças trocadas, rapazote de cigarro no bico, avançava meus
olhares pras pastoras, que cantavam temas envolvendo o menino jesus e tudo de
bom que o natal nos leva a refletir.
Tempos incríveis!
Lembro da missa do galo, da mesa farta, que Dona Alcina — minha avó materna — e suas amigas
preparavam para amigos e familiares.
À noitinha dos dias de dezembro eu frequentava os pavilhões armados na
principal avenida de Alagoinha Serra de Boi, onde moços como eu disputavam as
atenções femininas.
De um lado, o azul; do outro, o encarnado.
Não dá pra esquecer dos tempos do menino que fui da Paraíba guardada na
memória.
Tanta coisa bonita na cultura popular!
E como uma coisa puxa outra, lá vão uns versos para um chorinho:
Ai de mim,
por abrir para ti as portas do mundo encantado da cultura
popular.
Ai de ti,
por fingir gostar do mundo encantado da cultura
popular.
Ai de mim, dó de ti,
por entrar nesse mundo pela porta da frente
e dele sair pela porta de trás,
por que, rapaz,
por abrir para ti as portas do mundo?
por abrir para ti as portas do mundo?
Ai de mim,
por abrir as portas do mundo...
HOJE, VERÃO
Logo mais, às 21h03min, ele está chegando para bronzear nossa pele e alma, renovando nossas esperanças por tempos melhores.
Quem viver, verá.
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