Na última madrugada perdi o
sono e pelos meus ouvidos entrou o manjado e - quase sempre - irritante baticumbum
das escolas de samba do grupo especial paulistano, no sambódromo, criado pela
conterrânea Luiza Erundina, ex-prefeita de São Paulo.
O
baticumbum começou com a Mancha Verde, cujo enredo tratou do centenário de
criação do Esporte Clube Palmeiras, seguido dos Acadêmicos do Tucuruvi.
O
enredo do samba da escola da Zona Norte da cidade tratou das antigas marchinhas
de carnaval.
A
última escola a desfilar no sambódromo paulistano foi a Nenê de Vila Matilde.
O
baticumbum continua hoje.
Nas
ruas do centro e da Vila Madalena, principalmente, o que se viu e ouviu foi a
zoeira de dezenas de blocos de sujos.
Um
bloco feminino, afro, chamado Ilu Obá de Min, foi um dos que, como sempre,
encheram de alegria olhos e ouvidos dos foliões.
Hoje o desfile no sambódromo
será aberto pelo samba da Vila Maria e encerrado com a X9 paulistana, escola
pela qual desfilei há dois anos, em cima daqueles enormes carros alegóricos (acima,
coisa que certamente jamais voltarei a fazer).
O
baticumbum no Rio de Janeiro começará amanhã, na Marquês de Sapucaí.
Mas o
carnaval de escola de samba, tanto no Rio quanto em São Paulo, está vendido:
quem paga mais, vai pra avenida.
A
Beija-flor de Nilópolis, é um exemplo disso: o ditador da Guiné
Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo,
que detém a oitava fortuna pessoal do mundo, segundo o ranking da revista norte-americana
Forbs, comprou a sua alegria pela bagatela de dez milhões de reais,
em dinheiro vivo. E mais: ele ainda entendeu de enfiar um "verso" seu
na letra do samba intitulado "um griô conta a história: um olhar sobre
a áfrica e o despontar da guiné equatorial. caminhemos sobre a trilha
de nossa felicidade".
Que
vergonha, ter os bolsos cheio de dinheiro sujo procedente de um país que vive
na miséria, como a Guiné Equatorial.
Desde já, zero para os
dirigentes da Beija-flor.
TV CULTURA
Depois de amanhã, segunda,
estarei integrando a mesa de pitaqueiros do Jornal da Cultura, a partir das 21
horas. Meus pitacos serão expostos após a apresentação das mazelas em forma de
notícia em destaque no correr daquele dia. Um exemplo? Digamos que o apresentador dê a notícia que o mundo acabou. O meu comentário certamente será: "já não era sem tempo, acabou porque não prestava".
Quem não tiver muito o que fazer, sintonize
a Cultura nesse horário.
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