Ouço
no rádio alguém dizer que Alice no País das Maravilhas, o livro, está completando
150 anos de existência.
No
primeiro momento, lembrei-me do Brasil. Mas foi um pensamento que passou por
mim muito depressa, pois o nosso País não é propriamente um país de maravilhas. É bonito por natureza, como dizia o Jorge Ben, lá
atrás, embora formemos uma nação de entusiastas ao nosso País, que não tem
terremotos, maremotos, vulcões, que provocam grandes catástrofes em lugares tão
perto de nós como por exemplo, o Chile.
Pois
bem, somos um país bonito por natureza, mas não cheio das maravilhas narradas
por Charles Lutwidge Dogson (1832/1898).
Dogson
era nada mais nada menos do que Lewis Carroll para todos nós.
A
notícia do rádio fez-me lembrar os grandes autores pioneiros do encantado
universo da cultura literária infantil, como os irmãos Grimm e Andersen, sem
falar em Fontaine.
Naqueles
tempos, tempos antigos, tempos em que gato falava e galinha tinha dentes, as
histórias infantis não eram bem infantis. Eram violentas, tenebrosas até.
Tenebrosas
como as histórias que a gente lê nos jornais e ouve de boca em boca sobre a Pátria
espoliada de uma cera Dilma que nas caricaturas dos impagáveis cartunistas
aparece com dentes de coelhinho.
O
belíssimo livro Alice no País das Maravilhas, que tantos filmes e peças
teatrais tem inspirado mundo afora, a mim me deixou marcas indeléveis.
Alice
é uma menina incrível, que a curiosidade leva para a toca dum coelho. Na toca,
a história começa e nunca termina.
Na
toca do coelho em que Alice caiu, há ratos e livros que enriquecem a história.
Na
república dos desalmados nunca há livros, há ratos.
Aliás,
você sabia que a média de livros lidos/ano por pessoa no Brasil é de apenas
1,7?
Eu
vejo em Alice uma menina incrível no mundo fantástico, no mundo completamente
deteriorado, no abismo, praticamente em extinção, um pouco parecida com a Mafalda
do meu querido Quino.
A
menina Mafalda acabou de fazer 50 anos.
Mas,
eu estava falando era de Alice.
Alice
está fazendo amanhã 150 anos de história publicada, mas continua menina e sapeca.
Viva
Alice!
Você
quer saber mais sobre o mundo encantado das histórias infantis?
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