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quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

EU FUI CRIANÇA E NÃO SABIA

Ah! Lembro-me agora que na minha terra, a Paraíba da minha infância, a pipa é coruja. Tá bom, tá bom. Pipa é papagaio, é coruja. E é também arraia! Ia me esquecendo. No Rio Grande do Sul, segundo meu amigo cartunista Fausto, é pandorga.
Pois bem, a pipa é um dos primeiros brinquedos de que se tem notícia.
Nos desenhos em pedra descobriu-se, há muito, algo parecido com a pipa. E era pipa. Alguém menino, ou adulto, com uma linha na mão e lá na frente uma figura em movimento... É pipa. Na Paraíba é coruja. Por que coruja? 
Coruja é uma ave noturna, de olhos grandõõões, com o pescoço com quase 360 graus, que vê tudo, ouve tudo, até onde o pescoço permite. E os olhos grandõõões... Além disso, essa ave é conhecida por ser da noite, óbvio, não é? 
Por que será que a inteligência está ligada diretamente à coruja. Para muitos povos, a coruja é observadora, é inteligente, é astuta, vê o que não vemos, principalmente à noite.
E a arraia?
A arraia, por tudo que me lembro, é um ser marinho, meio triangular. A coruja, como pipa conhecida fora do meu Nordeste, tem várias formas: quadrada, redonda, oval e triangular, assim parecidamente com a arraia. 
Ah, meus dias de infância...!
O meu amigo Rômulo, com o neto Hugo, está transformado. Tenho certeza. Nesse ponto, a pesquisa que faço é: quem dos dois é mais criança, Hugo ou Rômulo? Rômulo... Hahaha.
Falei de pipa por acaso, por acaso falei da mesma coisa bonita que encanta ou encantou os meninos, como eu, na minha época... Isso tudo faz-me lembrar das cantigas, das modas de roda, mas essa é outra história. Mas nessa mesma história podemos dizer que a pipa, o papagaio, a coruja e a arraia são um mesmo sonho, que se soma à formação infantil, que nos traz lembrança, com a inteligência natural de nós, seres humanos.
Uma coisinha: a pipa etc. é, tradicionalmente, um brinquedo ou passatempo infantil, masculino, como a boneca é um passatempo brinquedo feminino.
A coruja etc. é para o masculino tão importante quanto a bola.
A bola, meu Deus do céu... Essa também é outra história.
Que a criança em nós nos mantenha.



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