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sábado, 13 de abril de 2019

SEM CHICO O BRASIL PERDEU A GRAÇA


Chico Anysio partiu para a Eternidad no dia 23 de março de 2012. Seu corpo foi velado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Cerca de 5 mil pessoas estiveram por lá. Foi cremado.
O mais importante humorista do Brasil era cearense. Seu nome: Francisco Anysio de Oliveira
Paula, artisticamente conhecido como Chico Anysio .
Chico foi um brasileiro incrível. Digo de novo in-crí-vel!
Era um domingo quando Chico e família apearam no Rio de Janeiro, de mala e cuia. Ele nasceu do dia 12 de abril  de 1931 e tinha 8 anos de idade quando lá chegou.
O Rio do tempo de Chico era um deslumbre. 
Chico queria abarcar o Rio como a mãe o abarcava  nos seus braços.
Os pais desse Chico queriam que ele fosse advogado. Ele estudou e tal. Mas foi no rádio que encontrou o caminho das pedras.
Chico Anysio fez de tudo na vida. Foi tudo. Cidadão principalmente. Respeitava todo mundo e todo mundo o respeitava, ora rindo ora gargalhando.
Chico inventou 234 personagens e deixou duas dúzias de livros publicados. Quer dizer: ele sozinho era uma multidão. Até uma autobiografia teve ainda tempo de fazer: Eu sou Francisco. Ganhou muito dinheiro e morreu pobre, abandonado pela TV Globo.
Chico deixou uma trintena de músicas de sua autoria gravadas por artistas entre os quais Dolores Duran (1930-1959), aí na foto acima. Seu parceiro mais frequente foi o pernambucano de Serra Talhada,  Arnaud Rodrigues (1942-2010).
Arnaud morreu num dia de carnaval, afogado no rio Tocantins. Chico morreu no dia 23 de março de 2012, de tristeza.
Chico era tão bom, mas tão bom que era capaz de fazer até o diabo rir. E fez.
Em plena ditadura, Chico Anysio levava suas piadas num quadro do programa Fantástico. 


Você sabia meu amigo minha amiga que Chico Anysio chegou a gravar uma quadrilha junina com o Rei do Baião, Luiz Gonzaga?

No acervo do Instituto Memória Brasil, se acham todas as músicas e discos de Chico.

A fia de Chico Brito
A turma (Chico Anysio / Arnaud Rodrigues)
Ah! Ah! Ah! (Chico Anysio / Raymond)
Aldeia (Chico Anysio / Arnaud Rodrigues)
Cidadão da mata (Chico Anysio / Arnaud Rodrigues)
Ciranda (adaptação c/ Arnaud Rodrigues)
De quem é essa morena (Chico Anysio / Benito Di Paula)
Dendalei (Chico Anysio / Arnaud Rodrigues)
Folia de rei (Chico Anysio / Arnaud Rodrigues)
Maristela (Chico Anysio / Arnaud Rodrigues)
Monólogo nº 1 (Chico Anysio / Arnaud Rodrigues)
Monólogo nº 2 (Chico Anysio / Arnaud Rodrigues)
Não se avexe não (Chico Anysio / Haydée Paula)
Nega brechó (Chico Anysio / Arnaud Rodrigues)
O poste da rua Jorge Lima (Chico Anysio / Durval Ferreira e Arnaud Rodrigues)
Rancho da Praça Onze (Chico Anysio / João Roberto Kelly)
Saudade jovem (Chico Anysio / Raymond)
Tá nascendo fio (Chico Anysio / Haydée Paula)
Tango (Chico Anysio / Raymond)
Tributo ao regional (Chico Anysio / Arnaud Rodrigues)
Tristeza mora comigo (Chico Anysio / Raymond)
Véio Zuza (Chico Anysio / Arnaud Rodrigues e S. Valentim)
Verde (Chico Anysio / Arnaud Rodrigues)
Ya no quiero (Chico Anysio / Raymond)
Zéfa Cangaceira.




Essa música aí está fazendo 60 anos de gravação. Pois é, na voz da grande Dolores Duran. Dolores chegou em casa, exausta, pedindo para que ninguém a acordasse. Amanheceu morta, na cama. Mas essa é outra história.
Eu conheci o Chico Anysio no começo dos anos de 1980. Sempre que dava, a gente se encontrava no bar de um hotel qualquer de Sampa. Sempre bons papos. Não custa lembrar: foi com ele que comi pela primeira e última vez o tal do caviar, com whisky.


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