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quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

NATAL NOS PALCOS PAULISTANOS

Da direita para a esquerda Gabriel, Maria, Claudette, Ayrton e Erika
A noite de sábado 14 pegou-me no Teatro São Pedro, no bairro paulistano de Campos Elísios, SP. Teatro lotado. Ao lado do amigo jornalista Matias José Ribeiro, acompanhei o desenrolar de uma ópera popular baseada no conto O Peru de Natal, de Mário de Andrade (1893-1945). Quatro personagens se movimentam no palco, sem contar o peru como atração central. Tudo gira em torno de uma ceia de natal, sem a participação de amigos ou conhecidos tradicionalmente chamados pela matriarca da família. O musical, de fundo satírico, é assinado por Leonardo Martinelli. O libreto traz como autor Jorge Coli. A direção cênica é de Mauro Wrona e a direção musical de Miguel Campos Neto. Gostei.
E gostei muito, muito mesmo, da apresentação que assisti ontem à noite 18 no Teatro Arthur Azevedo, na Mooca. Tudo haver com o Natal. Enfim, é tempo de Natal. No palco Ayrton Montarroyos, Claudette Soares e Maria Alcina. Um trio do balacobaco. Belíssimo encontro de gerações. Ayrton com 23 anos de idade, Claudette com 82  e Maria, 70.
Teatro cheio de gente e graça, risos e lágrimas de alegria de todos que lá estavam.
Ayrton entrou pontualmente às 21h como estava previsto cantando Anunciação, de Alceu Valença, e seguiu com Caetano e Gonzaguinha. Surpreendi-me com o canto desse jovem, um canto forte, cheio de baixos e agudos, completa dominação de palco. Simples, objetivo nas entonações. Nada de desafinação ou exibição desnecessária do seu potencial vocal. Está de parabéns. Vinte e três minutos depois ele entregou o palco à gigante Claudette Soares, que foi recebida pela platéia com aplausos e gritos de euforia. Arrasou interpretando temas natalinos e do seu amigo Roberto Carlos. Claudette brilhava sob um vestido de paetês e plumas. Em altos saltos, ela parecia querer alcançar a lua com seu canto sibilante. Linda!
Às 21h38 foi a vez de Claudette entregar o palco à grande - em todos os sentidos - Maria Alcina.
Maria virou o palco pelo avesso. Ela estava deslumbrante com uma roupa dourada e cheia de adornos comuns à época de natal. O sorriso arrebatador e a voz forte, tonitroante, rapidamente tomou conta de todos.
Fico pensando: o tempo pra Claudette Soares e Maria Alcina parece que não passa. As duas se completam em timbres e performances.
Os arranjos do repertório interpretado por Ayrton, Claudette e Maria, são assinados por Gabriel Deodato e a produção é de Thiago Marques Luiz. Os músicos que acompanharam o trio de artistas, Erika (violoncello) e Gabriel (violão), são excepcionais e merecem todos os aplausos.
Esse é um espetáculo para ser apresentado o tempo todo em todo o canto, tão bom que é.

Da direita para a esquerda Ayrton, Claudette, Maria, Assis e a cantora Mirianês Zabot



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