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quinta-feira, 24 de setembro de 2020

NO RIO DE SEMPRE, AUTORIDADES FORA DA LEI

A safadeza no Brasil não é de hoje, quem não sabe disso? E safadeza de todo tipo, das brabas.
É ou não é uma safadeza braba prender, torturar, matar pobres e negros?
A notícia que ouvi a pouco diz que o Rio de Janeiro anda numa pindaíba dos infernos. Uma confusão sem precedência na história. Com grupos assassinos agindo impunemente etc.
Se a gente folhear as páginas da história iremos encontrar horrores iguais aos cometidos no dia a dia da quadra que vivemos. Talvez até piores. E nem quero me referir a Cabral, Garotinho, Garotinha, Pézão...
Você meu amigo, minha amiga, já ouviu falar na Revolta da Cachaça?
Em 1654 índios e portugueses puseram pra correr os holandeses que haviam invadido pernambuco. Cinco anos depois, a Coroa portuguesa chiou por crise provocada pela escassez de açúcar.
Os holandeses sempre foram bons na produção de açúcar.
Da cana de açúcar subtrai-se o destilado tão apreciado chamado cachaça.
Os produtores de cachaça da época se estranharam com a Coroa que deles cobrava altíssimos impostos para continuarem a produzir a "mardita", como muitos e muitos anos depois chamaria a nossa querida Inezita Barroso.


Numa madrugada de dezembro de 1660, cento e poucos fabricantes de cachaça no Rio de Janeiro entraram em pé de guerra e partiram para o pau.
O governador era um cidadão de nome Salvador de Sá, que se achava em São Paulo. Um parente dele, Tomé não-sei-o-quê, respondia pelo expediente governamental e acabou nas mãos dos revoltosos, preso. Ao saber disso, Salvador encheu dois navios de comandados e acabou a farra dos fabricantes de cana.
Detalhe: os revoltosos, fabricantes de cana, tomaram o poder por cinco meses. O cara que ficou no lugar de Tomé foi Jerônimo Barbalho. Violentíssimo. Mas quem perdeu a cabeça em julgamento promovido pela Coroa foi o irmão, Agostinho. Decapitado, sua cabeça foi exposta ao público. 
Isso tudo para lembrar que à época disso tudo a cachaça era produto altamente disputado e contrabandeado por autoridades de alto escalão, como o governador também carioca João da Silva e Souza. Esse sujeito governou o Rio entre 1670 e 1675. Ele contrabandeava para a Angola, país africano que também chegaria a governar. Pode?
O padre Antonio Vieira chegou a "denunciar" a troca  de índios por cachaça, no Pará.
Conta a história que Tiradentes também gostava de molhar a garganta. Ele e os demais confidentes. Seu irmão Antonio Domingos Xavier, padre, era fabricante de pinga no sul de Minas.
Portanto o que hora ocorre no Rio de Janeiro não é nenhuma novidade.
Agora mesmo acabei de ouvir na TV notícia de mais uma operação da PF em Rondônia. Lá, pessoas poderosas e influentes faturam algo em 20 milhões de dólares por mês provenientes de extração e contrabando de diamantes em reservas indígenas. Pode?
E a família Bolsonaro, hein?
O presidente vai ou não vai ser interrogado sobre se manipulou ou não, a bel prazer, a Polícia Federal como acusou o ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro?
E a história das rachadinhas, hein?
Durma-se com um barulho desse!

SOBERANIA NACIONAL

O nosso Machado de Assis dizia que uma das coisas mais belas do Brasil é a nossa soberania. 
Semana passada o secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo veio ao Brasil para fazer conchavo com o titular do Ministério das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Pompeo desembarcou na capital de Roraima, Boa Vista, de onde proferiu discurso inadequado ao lugar onde estava. Detonou a Venezuela. O seu chefe, o Trump, pode provocar uma guerra no território venezuelano. Pra isso quer a cumplicidade do Brasil. Perigo à vista.
Essa história lembra um caso vivido pelo diplomata Saraiva Guerreiro (1918-2011). 
Um vez um ex-ministro de Estado norte-americano propôs ao Brasil ajudar os EUA em derrubar o Governo de El Salvador. Saraiva, depois de minutos em silêncio, fixou os olhos no gringo e perguntou: "Você acredita em Deus?". Surpreso gringo respondeu que sim, que acreditava em Deus. E nosso ministro: "Então, vamos rezar.". 

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