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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

DE CORONELISMO, PATATIVA E GONZAGA

O coronelismo nordestino, como qualquer outro tipo de coronelismo da terra ou do inferno, é safado, desumano, impiedoso com qualquer um que não siga à risca a sua mesquinha e individualista – e por que não dizer? – assassina cartilha.
O que aconteceu com Patativa do Assaré também aconteceu com o pernambucano Luiz Gonzaga, o rei do baião, e milhares de cidadãos do Nordeste, e não só do Nordeste, que num momento qualquer de fraqueza foram traídos por si próprios, isto é: pelo excesso de vaidade. E assim, ingenuamente, acabaram rendidos ao canto sereioso dos tubarões dos mares de lama que a nossa República parece, infelizmente, ter já se acostumado.
Patativa, coitado, caiu na besteira de aceitar uma cadeira de balanço como presente de aniversário ofertada pelo esperto ex-governador cearense Tarso Jereissati. E quase se lasca.
O poeta não era de aceitar favores de poderosos e nem de não-poderosos, como eu.
Certa vez em Assaré, por exemplo, fui surpreendido por sua curiosidade despertada por um gravadorzinho mixuruca, portátil, que, aliás, usei para entrevistá-lo (foto acima).
Ele adorava gravador, tanto que compôs um poema intitulado Dor Gravada, uma beleza.
Pois bem, o autor de A Triste Partida pegou o aparelhinho de gravar conversa e mexeu pra cá e mexeu pra lá, dando a entender que gostaria de possuí-lo. Perguntei se o aceitava de presente. Ele soltou um “hein?” e um “o que?”, para depois, sisudo, soltar um não sonoroso.
Quanto a Luiz Gonzaga, posso dizer que embora costumasse fazer “plantão” nas portas dos gabinetes de Brasília, em especial no gabinete da eminência parda e atual senador pelo PFL, hoje DEM – que fundou – Marco Maciel, não tirou o Rei do Baião vantagem nenhuma disso. Ele apenas interferia em favor da gente pobre da sua terra. Morreu se gabando disso, que levara luz, água, telefone e “até” uma agência do Banco do Brasil para Exu e que fora o responsável pelo fim das brigas sangrentas entre as famílias Sampaio, Alencar e Saraiva.
Patativa do Assaré era de direita e oportunista?
Não, nem uma coisa nem outra. Era apenas um analfabeto político, até poucos anos antes de morrer.
E Luiz Gonzaga?
O mesmo que Patativa.
No comportamento pessoal, de cidadão, ambos também se identificavam num ponto: eram autoritários com amigos e familiares. Falavam grosso...
A razão disso?
A ignorância, a falta de estudos. Mais do que nunca, acho que o meio forma a mente e faz o cidadão.
Diante disso tudo, mais uma coisa precisa ser dita: Patativa e Luiz Gonzaga foram gênios e o tempo e o povo nunca os esquecerão.
E chega!
Hoje não vou falar dos trolhas capitaneados por Renan etc.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

QUE VERGONHA!

É phoda.
Aqui neste espaço, eu disse anteontem e ontem da minha profunda tristeza por haver gente do meu Nordeste da laia e calibre horroroso de um Renan, de um Collor, de um Sarney e de tantos outros.
Sim, essa raça não presta!
É suja que só.
Tenho vergonha da maioria da bancada política nordestina, nas diversas esferas políticas em que agem...
O Brasil e nós brasileiros perdemos todos com a decisão tomada hoje pelo tal Conselho de Ética do Senado, que, por não sei quantos votos, enfiou debaixo do tapete as safadezas do rei do Maranhão, Sarney, eleito, aliás, com voto de cabresto pela gente humilde do Amapá; sofrida, manipulada, como manipulada continua sendo boa parte da gente trabalhadora do Acre, terra do Norte também cheia de nordestinos desde o começo dos anos de 1940 quando o pai dos pobres, Getúlio, enrolou os cearenses e outros do Nordeste para arrancar leite de árvore na Amazônia e, assim, “honrar” contrato com a praga do Tio Sam, durante a 2ª Grande Guerra.
Nesse ponto, um detalhe: os Aliados ganharam a guerra, mas em nenhum momento foi ressaltada a importância dos nordestinos, que viraram escravos na Amazônia, obrigados a tirar borracha de pé de pau para atender as necessidades bélicas dos vitoriosos...
O tal Conselho, como se sabe, resolveu arquivar todas as denúncias contra o bigodudo do Maranhão eleito pelo Amapá – repito – e que chegou (por acaso?) a governar o Brasil em proveito próprio; se vê hoje, ontem e anteontem...
Pura que pariu!
Como é que um cara desse naipe pode dormir em paz, Deus do céu?
E os cordelistas deste País onde estão que não escrevem e nem publicam nada a respeito?
A Constituição de 88 é democrática e nos permite dizer o que achamos sobre tudo, inclusive sobre políticos desonestos.
Ano que vem é ano de eleição, de novo.
Será que vamos acertar na escolha de boa gente para nos representar nos nossos anseios por um país melhor?
Acordemos gente, antes que nos manietem e nos calem.
O que diria Patativa do Assaré, hein?
Para ilustrar, um de seus belos poemas: Eu Quero.

Quero um chefe brasileiro
Fiel, firme e justiceiro
Capaz de nos proteger
Que do campo até à rua
O povo todo possua
O direito de viver

Quero paz e liberdade
Sossego e fraternidade
Na nossa pátria natal
Desde a cidade ao deserto
Quero o operário liberto
Da exploração patronal

Quero ver do Sul ao Norte
O nosso caboclo forte
Trocar a casa de palha
Por confortável guarida
Quero a terra dividida
Para quem nela trabalha

Eu quero o agregado isento
Do terrível sofrimento
Do maldito cativeiro

Quero ver o meu país
Rico, ditoso e feliz
Livre do jugo estrangeiro
A bem do nosso progresso

Quero o apoio do Congresso
Sobre uma reforma agrária
Que venha por sua vez
Libertar o camponês
Da situação precária

Finalmente meus senhores,
Quero ouvir entre os primores
Debaixo do céu de anil
As mais sonoras notas
Dos cantos dos patriotas
Cantando a paz do Brasil.

Antonio Gonçalves da Silva (foto acima), cuja biografia escrevi em 1999 (O Poeta do Povo, Vida e Obra de Patativa do Assaré, CPC-Umes; esgotado), é um dos personagens do filme O Milagre de Santa Luzia, do cineasta Sérgio Rozemblit, que assistirei sexta que vem. Aliás, a coleguinha Erika Teixeira, da Foco Jornalístico Assessoria de Imprensa, me faz uma correção: a sessão é aberta a qualquer jornalista, portanto não é pré-estréia. “A pré-estréia é segunda 24”, ela corrige.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

A POÉTICA FRANCESA NA CASA DAS ROSAS

Por sugestão minha, o repórter do extinto Diário Popular Donizeti Costa solicitou ao cordelista e xilogravurista J. Barros que compusesse, em fins de maio de 1997, algumas estrofes sobre o pega-pra-capar entre os ex-craques do Palmeiras e do Corinthians, Viola e Mirandinha.
Era costume do centroavante corinthiano provocar os goleiros adversários.
Numa ocasião, ele disse que o palmeirense Veloso estava ficando careca de tanto engolir gols seus. Viola fez disso suas dores e rebateu, dizendo: “O Mirandinha não pensa muito antes de falar, até porque ele veio do Nordeste e não é uma pessoa culta”.
Pronto, o qüiproquó estava feito.
E lá vieram os versos de Barros, pondo panos quentes na história:

Esse grande jogador
Parece falar com a bola
Chutando-a para o gol
Ela vai, não descontrola,
Mirandinha é bom no chute
E bom também na viola.

Ele é quem lembra o Nordeste
Fingindo toca viola
Correndo dentro do campo
Parece que é de mola
Parabenizo o craque,
Grande jogador de bola.

Acho que foi essa a única vez que J. Barros fez sextilhas falando de jogador e futebol.
Ah! Quando sugeri a Donizeti que J. Barros escrevesse algo sobre o bate boca entre Mirandinha e Viola, sugeri também que ele fosse remunerado por isso. E foi. Como acho que foi também o poeta repentista, Lourinaldo Vitorino, que também participou da matéria que, aliás, foi capa do suplemento Já Diário Popular, edição 31, Ano 1, de 8 de junho de 1997. Chamada: “Oxente! O craque Viola, do Palmeiras, ofende o corinthiano Mirandinha e, por tabela, mais de 3 milhões de pessoas que fazem da Grande São Paulo a maior cidade nordestina do País”.
Fica o registro.
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E com relação ao que sucede na casa de mãe Joana, isto é no Senado brasileiro, eu disse ontem neste espaço sentir vergonha de figuras como Renan, Collor, Sarney e outros tais. Por quê? Porque são lamentáveis e são do Nordeste em que nasci. Além de vergonha, tenho pena de nomes como esses, que integram a bancada nordestina.
Mas o Brasil tem jeito. Ora se tem!
E cadê os cordelistas Marco Haurélio, Moreira de Acopiara, João Gomes, Klévisson Viana, Arievaldo e Varneci que não escrevem em versos as safadezas que estão rolando há tempos no Senado, hein? Isso é preciso. Vamos mexer nisso, minha gente.
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o pau tá comendo, entre Globo e Record. Temos todos a ganhar com essa briga. É esperar para ver.
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Quanto à gripe dita suína, mais uma coisa: nunca imaginei que água benta e hóstia fizessem mal a alguém. Agora vem a CNBB proibir isso aos fiéis no Nordeste. É o que eu disse ontem: tamifludidos.
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Sexta-feira tem pré estréia do documentário de Sérgio Rozemblit, O Milagre de Santa Luzia, no Unibanco Frei Caneca, às 10:30. Irei. A foto que ilustra o texto de hoje é do sanfoneiro e compositor Mário Zan, que conheci bem e que participou de vários programas meus nas rádios Capital e Jovem Pan e que costumava freqüentar meu escritório na Avenida Paulista, como também o fazia João Pacífico. Escrevi muito a respeito de Zan, como escrevi a respeito de Patativa, Sivuca, Domninguinhos...
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Na mesma sexta 21, às 20 horas, outro programa imperdível. Dessa vez no Espaço Haroldo de Campos da Casa das Rosas, ali na Avenida Paulista, 37: lançamento do catálogo da exposição Poesia Experimental Francesa: Zona Digital. Também estarei lá, junto com a produtora cultural Andrea Lago e o pessoal da Luminar.
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Este blog está cumprindo com a sua finalidade, embora eu ainda não saiba direito como fazer para que o maior número de pessoas o acessem e opinem sobre o que é posto por mim nele. Deve haver um jeito... Para minha alegria, foi a partir deste espaço que tomei conhecimento do paradeiro de um dos meus grandes amigos: Marco Zanfra, ao lado de quem trabalhei nas Folhas. Bons tempos!

TAMIFLUDIDOS

O sem-papas na língua Pedro Simon comparou hoje o Senado a uma espécie de sucursal do inferno, e que tal deve-se ao presidente da República, Sr. Luís Inácio. Ao fim, o temido senador pediu novamente a renúncia do velho coronel Sarney, que por sua vez disse ser vítima de uma campanha nazista e que a imprensa é a culpada por sua desgraça.
Ai, ai, como eu me envergonho dessa coisa toda.
Envergonho-me de ver que n´alguma parte do Nordeste há coisas tão feias, como Renan, Collor, Sarney e tantas.
A oportuna comparação de Simon feita enquanto labaredas enormes lambiam terras e engoliam árvores nas proximidades do Congresso, me fez lembrar o folheto A Chegada de Lampião ao Inferno, clássico do cordel nacional do pernambucano de Corrientes José Pacheco.
Na história fictícia de Pacheco, nem o cão quer o capitão Lampião.
E na história real, Lampião quereria o velho coronel do Maranhão?
E onde estão os cordelistas que não contam essa loucura toda em versos de sete linhas?
Cadê você, Klévison Viana? E você, Marco Haurélio? E você Arievaldo?
Poxa vida, por onde anda esses grandes cordelistas?
Eu se fosse eles já teria posto na rua um bom punhado de folhetos contando as diabruras de Sarney, Renan, Collor e outros e outros.
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E o Jota Barros, hein? Foi-se embora, acho que com raiva dos nossos representantes na Ilha da Fantasia.
O Jota, cujo nome todo era João Antônio de Barros, nascido em Glória de Goitá, PE, era dos que respeitavam calça comprida.
Amanhã falarei um pouco mais sobre esse grande cordelista, que partiu para a eternidade no dia 11 deste mês de cachorro louco.
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Enquanto isso, a tal gripe suína continua esgotando os estoques de Tamiflu das farmácias brasileiras. A continuar assim, acreditando na indústria farmacêutica, tamifludidos mesmo!
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Uma coisa boa? O filme documentário O Milagre de Santa Luzia, de Sérgio Rozemblit, que traz as últimas imagens do peota Patativa do Assaré e dos sanfoneiros compositores Sivuca e Mário Zan. Dominguinhos é destaque, me dizem. Vou assistir sexta, no Frei Caneca. A respeito, direi algo mais amanhã.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O BIXIGA DE ARMANDINHO, ADONIRAN, RAGO...

Acabo de ler Memórias de Armandinho do Bixiga, ditadas ao jornalista Júlio Moreno. O livro, excepcional e esgotado, saiu pela editora SENAC de São Paulo em 1996, dois anos após o desaparecimento de Armando Puglisi, o Armandinho, que conheci de perto pouco antes de nascer o Museu do Bixiga, com “i”, por ele mesmo criado.
A cada virada de página, nomes de amigos e lembranças iam surgindo.
Uns ainda por cá, como o querido José Sebastião Witter.
Outros já no chamado andar de cima, como Roberto Fioravanti, Antônio Rago, Francisco Petrônio, Geraldo Filme, Adoniran Barbosa.
O professor Witter, da USP, experiente e sério na prática de revirar a história à procura de verdades, eu conheci nos anos de 1980.
À época, eu trabalhava como repórter para o grupo Folha, do Frias pai; hoje, do Frias filho.
Ao lado de Witter, um cidadão incrível como Armandinho, eu tomei prazerosamente muitos dedos de cana, ao tempo em que ele comandava o Arquivo Público do Estado, ali na Rua Marquês der Paranaguá, próximo à 4ª DP.
Eu costumava ir ao arquivo em busca de informações para meus artigos e reportagens...
Ler o livro é o mesmo que ouvir Armandinho em conversa com amigos.
Fala fácil, alegre, fluente.
Nesse ritmo, as informações vão surgindo da memória privilegiada do bom Armando que, como Adoniran, não aceitava que chamassem o Bixiga de Bela Vista.
“Na verdade, eu faço uma distinção”, ele diz à pág. 117: “O Bixiga é o centro da Bela Vista, embora o Bixiga não exista oficialmente”.
Uma máxima que repetia sempre: “O Bixiga é um estado de espírito”. E exemplificava: “Você sente quando está no Bixiga, você cheira a Bixiga”.
Duas páginas adiante, ele nos dá o mapeamento que fez da região:
“Sempre a divisão do Bixiga foi (avenida) 9 de Julho, (avenida) Brigadeiro e uma linha imaginária, a (rua) Ribeirão Preto. É um triângulo. Do lado de lá da Brigadeiro sempre foi (avenida) Liberdade. Até o Paramount (antes teatro, hoje cinema) é Liberdade. Mas quando construíram a (avenida) 23 de Maio, o pessoal da Liberdade começou a achar que a divisa da Liberdade era a 23. Nós continuamos com a onda e aquele pedaço ficou órfão. É onde estão os Arcos do Bixiga, a Vila Itororó, um dos monumentos fantásticos. É onde você cheira a Bixiga. Fizemos um movimento e adotamos aquela parte. Agora o Bixiga pega também a (rua) Asdrúbal do Nascimento, a 23, tudo do lado de cá, sobe a (rua) Pedroso e pega a Brigadeiro, Ribeirão Preto e 9 de Julho...”.
Depois de falar da morte de Pato n´Água, que virou tema de música de Geraldo Filme (Silêncio no Bixiga), Armandinho conta que foi ele quem sugeriu ao prefeito Faria Lima que homenageasse o violinista e compositor Alberto Marino, autor da valsa Rapaziada do Brás, com seu nome num viaduto. Sugestão aceita. O viaduto é o que passa sobre a extinta porteira do Brás, também tema de várias músicas, uma delas cantada por Nélson Gonçalves.
Acho que todos os bairros de São Paulo deveriam ter sua história contada da forma como Armandinho contou o Bixiga.
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PLOCAS & BOAS

- Pelo jeito, o Sarney não cai nem a pau. E se cair, cairá de pé: é o jeito sacana de fazer política...
- Incrível: agora é o próprio Jesus Cristo quem está assinando diploma e oferecendo a chave do céu como prêmio aos fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus. É ou não é um caso de polícia?
- Pela TV Aberta, os titulares do programa Em Cartaz Atílio e Roberta Bari entrevistam amanhã ao meio-dia o escritor Roniwalter Jatobá, que está lançando o livro O Jovem Luiz Gonzaga, pela editora Nova Alexandria. Canais Net, TVA Digital...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A BAIXARIA CONTINUA NO SENADO

Sem dúvida, a noite de ontem foi agradável.
Até pareceu que São Paulo parou para curtir a onda em torno do rei do baião, Luiz Gonzaga. Aliás, eu e Andrea ficamos por horas presos no trânsito. Na Amaral Gurgel, nada andava. Nem em cima, nem embaixo. Tudo parado. Buzinas loucas. Um caos dos infernos! Chegamos atrasados à Casa das Rosas. Umas trezentas pessoas lá, nos esperando. A rainha do forró, Anastácia, calmíssima. Roniwalter, com sorriso mineiro novo na cara, só paciência. Uns não foram. Jurubeba na roda, garçom servindo água e coca. Mais uns docinhos. Fiquei na água. Ângela Coelho abriu a noite ao microfone, dizendo coisas bonitas e me chamando depois. Fred todo sorrisos, após constatar o sucesso da sua iniciativa, ao reservar espaço pra curtição e dança, com palco e tudo. Chumbinho da Sanfona, acompanhado de triângulo e zabumba, deu susto ao bater o carro no caminho, mas nenhum ferido. No meio tempo, no palco, Anastácia, Luiz Wilson e Júbilo Jacobino, depois Costa Senna. Marcos Haurélio e trupe da Nova Alexandria não continham a alegria. O repentista Sebastião Marinho foi se chegando, perdendo a timidez junto com os cordelistas João Gomes e o galego Varneci Nascimento, entre outros. Júbilo mandou a foto que encima o texto, na qual aparecem, em primeiro plano, Andrea, Anastácia e Roni. E chega! Quem não foi perdeu.
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No ar, agora, entrevista que dei a Robson Gil Gazzola, comandante do programa São Paulo, uma Cidade Curiosa, pela TV Aberta e canais Net e TVA. Será reprisada no correr da semana. Avisarei o dia e hora. Tema? Luiz Gonzaga. Quinta que vem será a vez de Roniwalter Jatobá, que também comparecerá ao programa de Paulinho Rosa, na USP, para falar também sobre o criador do baião.
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PLOCAS & BOAS
- O dia 7 amanhecerá com nova proibição: fumar em canto nenhum. Tomara que isso valha também para o pessoal da Cracolândia.
- Enquanto isso a baixaria continua no Senado. Depois de Collor esculhambar Pedro Simon anteontem, hoje à tarde foi a vez de Renan chamar Tasso Jereissati de “coronel de merda”, que revidou chamando-o de “cangaceiro de terceira categoria”.
- E o Sarney, hein? Continua irredutível no seu propósito de não largar a presidência do Senado. Ah! E você aí, mortalzinho, sabe quanto o homem do bigode subtrai mensalmente dos cofres públicos? R$ 52 mil, o dobro do que permite a Constituição. Irritado, ele agora pede ao presidente da Câmara, Michel Temer, que puna o deputado petista Domingos Dutra por “quebra de decoro parlamentar”. Pode? E o que fez Dutra? Ora, apenas tornou público um livreto de sua autoria no qual compara Sarney a camaleões, por mudar de cor e posição. E por falar em livreto, um novo folheto de Miguezim de Princesa, O Bigode da Nação, que cabo de receber:

Presidente Zé Sarney,
Queira ao menos me explicar
Se tudo o que o senhor faz
Há como fundamentar:
Se é coisa consciente
Ou, se o assunto é parente,
Costuma se abilolar?

Pois um homem experiente,
Que nunca perdeu uma meta,
Que apoiou a ditadura
E a renegou na indireta
Ao se eleger com Tancredo,
Vai se lascar no segredo
Do namorado da neta!

Vai se perder na hospedagem
Do cabra lá de Codó
(Vereador muambeiro,
Babão de uma conversa só,
Exímio catimbozeiro,
Pomba-gira de terreiro,
Amarrador de cipó)?
Como dizia Platão,
Tu és do primeiro time,
Rei, príncipe, seja o que for,
Comandante do regime,
Pra cujas falhas a pena
Não passa de cantilena,
Não existe nem redime.

Quem sabe, não foi por isso,
Engolfado nos milhões,
Que pra ti virou besteira
O destino dos tostões
Desviados de Brasília,
Que são troco da família
De assinalados barões.

E aí o presidente,
A nossa máxima excelência,
Hierarquizou o crime,
Nos pedindo paciência:
Simples mortais, a prisão;
Quem representa cifrão
Tem inteira complacência!

O Brasil do Bolsa-Fome,
Que vive na precisão,
De milhões que nunca viram
A luz da educação,
Suporta agora quieto
Seiscentos atos secretos
No bigode da Nação.

Atire a primeira pedra,
Senador ou deputado,
E eu de cá escutando
A coruja no telhado
Ou algum bicho agoureiro
Campanado no poleiro
Esperando o resultado.

A campanha dos jornais
Escolheu José Sarney:
Ele é a bola da vez
(Da minha lista eu rifei),
Mas eu conheço mais gente,
Supostamente decente,
Em quem não apostarei.

E para finalizar,
Peço a Sarney atenção:
Beiço não é arroz doce,
Polenta não é pirão;
Jumenta nunca foi égua;
Compasso nunca foi régua;
Brasil não é sua mansão!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

RONIWALTER JATOBÁ E O JOVEM LUIZ GONZAGA

Luiz Gonzaga, o rei do baião, não era santo e nem deixou procuração para eu falar bem ou mal dele.
E nem carecia.
Quem me conhece sabe que a mim me basta falar do que presta na vida brasileira, notadamente no tocante às artes, à cultura popular.
E Gonzaga prestava.
Após uma surra lascada que a mãe Santana e o pai Januário lhe deram aos 17 anos, por se engraçar da filha de um poderoso de Exu, terra onde nasceu, partiu pras ordens no Exército e depois pro deus-dará no oco do mundo, que por um tempo se chamou zona do mangue carioca, onde chafurdou e chafurdou até ser chamado pra substituir um sanfoneiro numa gravação nos estúdios da finada Victor.
E aí sua vida mudou.
Antes, nas rodas do mangue, conheceu um garoto de nome Armando, que viria a ser ministro do “nada a declarar”, lembram? Dos tempos do Figueiredo, o general que preferia cheiro de cavalo a cheiro de povo e que um dia pediu para “ser esquecido”, lembram? Está no inferno.
Pois bem, o garoto era um garoto como tantos. Estudante de Direito, no Rio. Nordestino, incentivou Gonzaga a tocar as cantigas da sua terra.
Nada demais.
Entre 1941 e 1945, Gonzaga lançou 24 discos, apenas como sanfoneiro-compositor.
Em 46, escolheu o grupo Quatro Azes e um Coringa para lançar o baião.
Em 47, gravou Asa Branca com o grupo do Canhoto.
Ninguém apostava, achava que não ia muito longe.
O ano de 49 chegou com Gonzaga sendo procurado por políticos para compor um jingle contra José Américo. Nasce o baião Paraíba, que Emilinha Borba lançou em março do ano seguinte, com um sucesso da gota serena.
A partir daí, Gonzaga fez jingles para Jânio, Lacerda, JB (candidato de Carvalho Pinto e primeiro presidente da Fundação Padre Anchieta) e Humberto Teixeira, que se elegeu deputado federal, facilmente.
Antes e depois disso, ele cantou para Dutra, Getúlio, Eva Perón e mais meio mundo.
Notaram? Hoje ele está cantando melhor do que nunca.
Mas não fosse o lançamento do novo livro do mineiro Roniwalter Jatobá, O Jovem Luiz Gonzaga, na Casa das Rosas a partir das 19 horas, os 20 anos do desaparecimento do Rei do Baião passaria despercebido, pelo menos cá em Sampa.
Que coisa!
A rainha do forró Anastácia e trio liderado por Chumbinho estarão conosco.
Ao lado de Anastácia, estará também Terezinha da Sanfona, líder do grupo feminino Karolinas com K, de Recife.
Vamos todos lá? Avenida Paulista, 37, próximo à estação Brigadeiro do metrô.
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PLOCAS & BOAS
- E o Sarney, hein?
- E a tal gripe suína? Quem está gostando disso é a indústria farmacêutica, eu já disse. Por que os coleguinhas da imprensa não explicam a razão de tanto barulho, hein?
- Barão do Pandeiro aniversaria sábado. Você sabe quem é Barão do Pandeiro? Vá um domingo desse à Banca do Choro no Mercado Municipal Paulistano que ficará sabendo. É dos bons e com seus 70 nos nunca gravou um disco. Não liga.
- Acabo de receber o Dicionário de Filmes Brasileiros Longa Metragem, de Antonio Leão da Silva Neto, já na 2ª edição revista e atualizada, lançado com apoio do Ministério da Cultura, através de um dos seus braços, a Secretaria do Audiovisual. O Instituto Brasileiro Arte e Cultura, Ibac, aparece como instituição apoiadora. O livro, escrito por quem é do ramo, traz títulos e sinopses de filmes brasileiros rodados entre 1908 e este ano de 2009. No total, são 4.194 filmes. Na página 908, há o registro de Saudade do Futuro, uma produção franco-brasileira dirigida por Cesar Paes e Marie-Clémence, e que teve por base o livro A Presença dos Cordelistas e Cantadores Repentistas em São Paulo, do papai aqui, que, aliás, aparece n´algumas cenas. dizem as más línguas que Marlon Brando apressou sua ida o céu depois de me ver em ação...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

REI DO BAIÃO, DO FORRÓ, DO XOTE...


Luiz Gonzaga do Nascimento, Lua, o Rei do Baião, nasceu no mês de Cristo e morreu no mês do folclore.
Muito já foi dito a seu respeito e muito ainda se dirá.
É dos grandes; da linhagem dos gênios, dos maiores criadores da nossa música.
Difícil lembrar alguém antes ou depois dele que tenha feito tanto no campo da música popular.
Criou o baião, junto com o cearense Humberto Teixeira.
E o que mais?
– Também pode me chamar de rei do forró, do xote, do arrasta-pé, da marchinha junina e do xaxado, ele me respondeu um dia.
Homem simples resultante da criança que foi dentre uma penca de irmãos e uma multidão de conterrâneos.
Ele amava o povo e amava a Deus.
Para ver seu povo feliz, fazia tudo. Até plantão dava à porta dos gabinetes palacianos de poderosos, como Marco Maciel e Sarney.
Pediu em favor de muitos, nunca dele próprio.
Disse-me uma vez se gabando: levei asfalto, agência do Banco do Brasil e até telefone pra minha terra.
Nos últimos anos de vida, idiotas o acusavam de direitista.
A seu modo, explicava: se direitista for quem cuida dos pobres, eu sou direitista.
Pagou caro por isso e morreu pobre, como nasceu.
Amanhã falarei um pouco sobre os jingles que fez para políticos e sua frustrada tentativa de ser deputado.
Acessem:
www.paulohenriqueamorim.com.br
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PLOCAS & BOAS

♦O senador rei do Maranhão é atropelado e morre. Sobe ao céu. São Pedro abre a porta e o deixa entrar. Cabreiro ele entra, olhando prum lado e pra outro. Pedro pergunta se está se sentindo bem.
“Sim, mas...”.
“É raro acolhermos políticos”, conta. “Mas se quiser, pode dar um pulinho no inferno. Se você gostar fica, se não gostar volta e vem morar aqui”.
Num passe de mágica, o senador se vê cercado de amigos sacanas, como ACM, Médici, Figueiredo... Caviar, uísque, mulheres, uma orgia danada. “Ô coisa boa”, babou a velha raposa, coçando o bigodão.
Depressa, ele volta ao céu e diz a São Pedro que quer ficar no inferno.
Num piscar d´olhos, lá está ele abraçado pelo Capeta.
Desconfiado, pergunta onde estão seus amigos ACM...
“Se virando por aí, comendo o pão que amassei”, é a resposta que ouve.
“Não entendo”.
Uma gargalhada estrepitosa explode no ar e um insuportável cheiro de enxofre enche o ambiente em labaredas, enquanto o Demo diz que a cena que o senador presenciou no dia anterior era tudo armação, para lhe conquistar o voto e ter mais um nas suas fileiras.
Baixa o pano.
♦Que coisa feia o comportamento de Collor no Senador ontem, hein? Arrepiei-me
♦Amanhã é dia de reunião do Conselho de Ética do Senado. O que farão os conselheiros diante das 11 denúncias de safadezas debitadas a Sarney, que insiste em permanecer no cargo de manda-chuva do Senado?
♦Schumacher é o cara que vai substituir Felipe Massa no circo da F-1. Dizem as más línguas que Rubinho já encheu os bolsos de molas... Pra que, hein! Aliás, tem nego aí pedindo que Rubinho antes exercite tiro de mola na testa do Lula. Ô, malvadeza...
♦Lembrando: vocês já estão agendados para o encontro que temos amanhã, na Casa das Rosas, a partir das 19 horas? É noite de lançamento do novo livro do escritor mineiro Roniwalter Jatobá: O Jovem Luiz Gonzaga. E ainda tem a rainha do forró cantando, acompanhada por um autêntico trio de forró pé de serra, à frente o Chambinho da Sanfona. Quem não for, terá do que arrepender logo, logo.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

CHIQUERADOR, CACHELÔ, PIADOR...

Ontem fui ao Mercado Municipal, não para tomar cana e comer bacalhau.
Fui para ouvir choro e samba tocado e cantado por gente bamba, como Barão do Pandeiro.
Festa para os meus ouvidos.
João Macambira e outros Macambiras também estavam lá.
João participou do CD Inéditos do Capitão Furtado e Téo Azevedo, que produzimos ano passado e que contou ainda com a participação dos amigos Inezita Barroso, Moacir Franco, Tinoco, Adão da Viola – grande Adão da Viola! –, irmãs Galvão e mais uma penca de craques.
Mas choro e samba no Mercado Municipal Paulistano?
Isso mesmo! Iniciativa do ex-deputado Henrique Pacheco, que agora tem Box no mercado e cuida da alegria de todos, com avental, boa fala e bons gestos.
Passava pouco das 13 horas quando cheguei, bem depois de tudo começado.
E quem de cara vejo logo? Ele, Paulo Vanzolini! Autor de meia centena de músicas, entre as quais os clássicos Ronda e Volta por Cima.
Antes do “boa tarde” etc., Paulo me puxou ao lado para dizer que não encontrou a palavra chiquerador no Dicionário Catrumano, que escrevi com Téo. A palavra, Paulo disse, ouviu há anos durante suas andanças por terras do Maranhão e hoje confessa ter alguma dificuldade para identificar o seu significado, o mesmo ocorrendo com a palavra cachelô. Chiquerador, ele crê ser chicote comprido. Pode ser. Outra, piador ou peador, Paulo conhece: local onde se peia ou pea um cavalo para não fugir...
Por que tamanha curiosidade?
É que o Paulo se lembrou de um poema, sem título, que escutou há muito e que é assim:

Quando eu vim da minha terra
E passei nos cachelô
Fiz um par de alpargatas
No queixo do teu avô
E só não fiz mais bem feito
Porque o diabo do velho acordou
Mas ainda sobrou um pedaço
Pra fazer um chiquerador
Pra tocar tua madrinha
No caminho do peador

Onde fica o novo reduto do choro e do samba no Mercado? Juntinho do Box do Pacheco: a Banca do Choro.
Vá e leve a família.
....................................
PLOCAS & BOAS
- Eita! José Serra esteve ontem em Exu, terra do rei do baião Luiz Gonzaga. Hoje o colega jornalista Paulo Henrique Amorim me telefonou querendo saber o que acho disso. O que acho sai amanhã no blog dele. A propósito: vocês estão se agendando para prestigiar o lançamento do meu amigo Roniwalter Jatobá, depois de amanhã 5 na Casa das Rosas? O novo livro de Roni trata do criador do baião como gênero musical: O Jovem Luiz Gonzaga, pela editora Nova Alexandria.
- O Rei do Maranhão já não sabe o que fazer. Ora diz que vai soltar o osso, ora diz que não. O caso é grave... Enquanto isso, o povo que se lixe!
- E a gripe suína, hein? Nunca a indústria farmacêutica ganhou tnto.
- E tenho dito!

domingo, 2 de agosto de 2009

REI MORTO, REI POSTO?

Foi numa manhã fria de vento gelado como essa, e de sol medroso, que o Brasil inteiro caiu em lágrimas e chorou.
Choro de dor sentida.
Aquela manhã chegou acabrunhada aos corredores do Hospital Santa Joana, na capital pernambucana, prenunciando tristeza das maiores.
Num leito branco, um homem.
Inerte, olhos pregados no teto, ele balbuciava algo como um pedido para cantar num aboio as dores que lhe maltratavam.
A sua volta, médicos e enfermeiras lhe acalentavam, fazendo de um tudo para lhe trazer de volta à vida, que agora depressa lhe fugia.
Além do corpo médico, uma mulher apaixonada ilustrava o quadro: Edelzuíta Rabelo, a quem o paciente chamava de “meus amor” desde quando se conheceram numa festa de São João, em Recife.
Ao invés de gemer ou chorar, ele apenas aboiava.
Tangia uma boiada imaginária. Seu povo, talvez, a quem dizia amar e querer só bem.
A cena quem me narrou foi a própria Edelzuíta, numa palestra que fizemos em câmara de vereadores de uma das cidades dos arredores de São Paulo, ao lado de Amorim Filho e Expedito Duarte. Faz tempo. Entre os presentes, o sanfoneiro Zé Paraíba.
Bom, o velho aboiador ou cantador, como ele gostava de ser chamado, partiu para a eternidade exatamente às 5h15m do dia 2 de agosto do ano da graça de 1989.
Ele?
Luiz Gonzaga do Nascimento, o segundo dos nove filhos do casal pernambucano Januário José dos Santos e Ana Batista de Jesus, a quem o Brasil ainda hoje chama de Rei do Baião.

sábado, 1 de agosto de 2009

TINA

Tina Cretina é uma gata vira-lata, mas ela não gosta do sobrenome que lhe aplico nas horas em que me tira do sério e fico bravo. Hoje, por exemplo: está com a macaca, como dizemos no Nordeste. Subiu numa mesa, noutra, deu saltos mortais, miou, derrubou milhões de coisas que não devia derrubar, arranhou sofás da sala e pulou na cabeça de Lampião e Maria Bonita com gosto de gás. Lampa ficou sem um braço, Bonita com um olho vazado. Da minha coleção de barros a Vitalino, poucas miniaturas ficaram ilesas. São Francisco escapou por milagre, o mesmo não sucedendo a Luiz Gonzaga e Patativa do Assaré. Gonzaga perdeu o chapéu de couro, Patativa a bengalinha... Enquanto eu dizia, pera, pera, pára Tina! Ela nem-nem, fazia pouco, se atirava ao chão que nem uma doida. Um pouco à distância, fiquei cubando o seu comportamento pra mim um tanto fora de ordem, meio acriançado; e não é que vi na cara dela,nos eus olhos sonsos, um sorriso maroto, sarcástico, como quem diz: pois é, não quer brincar comigo... Comentei com a minha companheira: será que...? É, apartou ela antes mesmo de eu terminar a frase: ela quer carinho, como todos os seres vivos. E foi aí que me lembrei de uma fala que ouvi ontem no filme O Menino da Porteira, versão de 1977: “A mulher, cavalo e cachorro carinho nunca é demais”. E lá fui eu fazer carinho, e não é que deu certo? Xodó da minha caçula Clarissa, eu acho agora Tina uma graça também. Sabe o seu jeito leve de andar, de comer, beber água, de miar...? O seu é um miado diferente dos miados dos outros gatos, especialmente dos gatos da capital. Corri e fui ver seu atestado de nascimento. Nele está escrito que nasceu no interior de São Paulo, a danada, daí certamente o seu miado diferente.. Como a encontramos? Por acaso, no Centro de Adoção de Cães e Gatos da Avenida Paulista. ........................ PLOCAS & BOAS - Será que o rei do Maranhão tem gato, mulher e cachorro? Como será o cachorro do Sarney? - Lula finalmente parece que abandonou o rei à própria sorte. Já era tempo. Mas é pouco: é preciso uma limpeza geral no Senado. E também na Câmara e também... É preciso uma retomada de consciência nacional. - Bons tempos os tempos em que políticos da linhagem de um João Teodoro, presidente da província de São Paulo no século 18, dispensavam as vantagens que o cargo por direito o Estado oferecia. Mas, enfim, ainda acho que o Brasil tem jeito.

terça-feira, 28 de julho de 2009

HOJE É DIA DE OSMAR SANTOS

O paulista de Osvaldo Cruz Osmar Santos completa hoje 60 anos de vida.
Daqui, seguem os nossos parabéns.
Osmar é marca indelével na história do rádio brasileiro.
Ele cobriu copas e criou chavões engraçados que a milhões encantaram, como “ripa na chulipa” e “pimba na gorduchinha”; e programas como Balancê e Show do Rádio, inesquecíveis.
No campo da política partidária a nada se candidatou, mas se fez presente na campanha pelas eleições diretas em 1984, ao lado de Tancredo Neves e Ulysses Guimarães.
Dá para esquecer a sua condução em prol da liberdade, nos discursos em palanque na Praça da Sé, em Sampa?
Um acidente de automóvel, porém, ocorrido no interior de São Paulo, em dezembro de 1994, pôs fim a sua brilhante carreira de locutor esportivo, aplaudido em todo o País.
Com o acidente, se foi o seu principal instrumento de trabalho: a voz.
Mas o bom humor que porta e o perfil de cidadão que trouxe do berço o garantem na galeria dos imortais brasileiros.
Uma batalha se travou após o acidente, no campo do possível e do desejável. Milhões de fãs torceram a seu favor. Isso rendeu resultados, pois reforçou sua crença pela vida e alargou ainda mais o seu sorriso. Ao perder a locução que fazia aos microfones encontrou, como paciente garimpeiro de palavras mágicas, outro modo de se comunicar com as pessoas.
Uma façanha e tanto!
Hoje ele não ri do infortúnio que lhe coube; ri do prazer de viver, simplesmente.
Se o locutor esportivo deu tantas alegrias a tantos, o cidadão continua fazendo o mesmo, enquanto conquista e amplia um público muito especial: o dos excepcionais que se espalham Brasil afora e o têm como exemplo de vida.
Hoje o pintor enche de alegria os olhos dos amantes das cores, que não são poucos...
Aos 60 anos agora, Osmar Aparecido Santos mostra que é possível driblar os caprichos do destino sem perder a dignidade e o gosto pela vida.
A prova são os seus quadros.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

SAUDADE DAS CHANCHADAS

No campo musical, milhares de obras foram compostas e gravadas sob o tema lua. Mazzaropi, o grande Mazzaropi, diz, na cantiga Confins do Meu Sertão:

Você quer ver,
É uma coisa tão bonita,
É a lua cor de prata
Clareando meu Sertão...

No campo da literatura de ficção, também.
Na poética, idem.
Também no campo cinematográfico.
Há dez anos, os norte-americanos produziram o filme Murder on the Moon, de suspense, estrelado por Brigitte Nielson, Julian Sands e outros.
O enredo, que se desenvolve em 2015 – o ano tá chegando... – trata de um incidente que quase leva a terra a uma terceira grande guerra.
A esse tempo, confusão na lua.
Lá, russos e americanos procuram viver sem se matar. Mas um corpo de homem é encontrado, misteriosamente.
E por aí segue a coisa, com agentes especiais das duas nações procurando esclarecer o crime.
Mas quer saber?
Prefiro o humor ingênuo de Carlos Manga n´O Homem do Sputinik, de 1959, com Oscarito, Zezé Macedo, Jô Soares e Norma Bengell, entre outros craques da nossa constelação cinematográfica. Tudo começa quando um trambolho cai no galinheiro da casa de um casal de caipiras. Sim, dá pra rir.
Ai que saudade das velhas chanchadas!
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PLOCAS & BOAS
- E Sarney, hein? O cabra não quer largar o osso de jeito nenhum, mesmo com a montanha de denúncias de nepotismo e tudo que lhe caem no lombo.
- O Michael Jackson saiu da pauta do dia da imprensa, mas está presente nas bancas dos piratas de filmes nas esquinas deste Brasil varonil.
- E a gripe palmeirense, hein, toss, toss, não já está na hora de parar a contagem?
- O bom Arievaldo Viana anda à toda. Agora prepara um livro de charges.
- Dias 5 próximo tem forró com Anastácia e trio, livro do mineiro Roniwalter Jatobá e fala que farei sobre o rei do baião, Luiz Gonzaga, na Casa das Rosas, ali na avenida Paulista. Quem não for, é besta.
- e Tenho dito!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A CASA DA MÃE JOANA...

Há milhões de anos, é certo que muita gente pensou um dia ir à lua e nela morar.
A dupla Luiz de França e Ary Lobo imaginou isso e compôs o rojão Eu Vou pra Lua, que foi gravado no dia 28 de junho de 1960, nos estúdios da extinta RCAVictor, e lançado três meses depois, ou seja: nove anos e um mês antes de Armstrong e Aldrin porem os pés lá.
O assunto é bom.
Já no primeiro conto cientifico de que se tem notícia, True History, de autoria de um grego – mais um! – chamado Luciano de Samosata, referido pelo mestre da ficção Issac Asimov (1920-92) numa de suas coletâneas publicadas na segunda metade dos anos de 1980 no Brasil, a lua está presente; embora possa se imaginar que a lua, no caso, é esta nossa terrinha dos diabos e Sarney!
Na história de Samósata, há um personagem que é catapultado à lua por uma tromba-d´água e lá vive a sua odisséia, entre seres monstruosos saídos da imaginação.Mas vale, enfim estamos falando de um tempo contabilizado no miolo do lápis em torno de 150 d.C.
Pois é.
Os gringos norte-americanos foram à lua pelo menos uma meia dúzia de vezes, na moita, sem estardalhaço, o que gerou e ainda gera desconfiança e incredulidade completa por parte de um bilhão e tanto de mortais ditos pensantes, em todo o mundo. E quando menos se esperava... pimba! Eles anunciam para dois mil e qualquer coisa uma nova investida ao lar de São Jorge e do seu inimigo de estimação, o dragão que vemos nas noites de céu estrelado.
Os chineses descobriram as intenções do Tio Sam. Resultado: vão antecipar sua ida lá.
Sei não, isso não vai dar certo...
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PLOCAS & BOAS
- Há saiu no noticiário da Plim Plim a netinha do Sarney rogando ao filho de Sarney para Sarney interceder numa boquinha no Senado? Era para o namorado, explicou. O vovô Sarney, sempre cuidadoso com os seus mais queridos, intercedeu de pronto, para alegria da neta, para alegria do filho, para tristeza e desencanto da nação.
Êta, Brasil! Como judiam contigo.
- A gripe palmeirense continua matando. Já são 29 casos, em todo o País.
- Enquanto isso, o esquadrão corinthiano continua a se desfazer. É mesmo tudo por grana. E então? Bons tempos aqueles em que se podia torcer por um time durante um bom tempo sem que seus craques arredassem pé para outros mundos.
Sei não, do jeito que a coisa anda, acho que vou voltar a torcer pelo 13 de Campina Grande.
- O complexo cultural Funarte de São Paulo, aos poucos começa a ser reativado. Nos próximos 8 e 9 de agosto, Benjamim Taubkim estará participando de um fuá, junto com o Grupo Zangareio e PC Castilho, do Rio de Janeiro. O espaço fica na Al. Northman, 1058, Campos Eliseos.
- E por falar em fuá... A Banda Mafuá, hoje dispersa, gravou em 1998 o carimbó Até a Lua, de Ana Maria Carvalho. Recomendo, a música é muito bonita.

terça-feira, 21 de julho de 2009

AINDA O HOMEM NA LUA

O músico Júbilo Jacobino acredita que o homem foi à lua, mas acha que isso ocorreu “já de noitão”, quase meia-noite, hora do footing.
Bom, o módulo lunar chegou à lua no final da tarde de 20 de julho, após cerca de 100 horas de vôo a 40 mil km/h e quase 400 mil quilômetros vencidos, de acordo com o que se leu em todos os meios de comunicação, e ainda se lê.
Armstrong pôs os pés no satélite dos eternos enamorados em noite já avançada, sim, e ficou por lá, junto com Aldrin, por duas horas e tanto antes de retornar são e salvo à terra, com os bolsos cheios de amostras do solo pisado para provar que fora mesmo onde ninguém jamais pensou que fosse de fato possível. Tanto que ainda há muita gente que crê que tal façanha jamais existiu, que foi uma farsa etc.
O meu bom amigo baiano de Irará Tom Zé, por exemplo, diz com a certeza dos absolutos que na noite da suposta farsa o céu da sua terra estava maravilhoso, com as estrelas brincando de se acender e se apagar. E que, mesmo assim, ninguém viu nenhum americano na lua, só os contornos de São Jorge em briga com o seu velho dragão de estimação.
Mas algo parecido com a fala de Tom disse o primeiro viajante do espaço sideral, o soviético Gagarin, na manhã de 12 de abril de 1961: “A terra é azul, mas não vi Deus”.
Eu, hein?
Armstrong disse coisa melhor, ao tocar os pés na lua: “Um pequeno passo para o homem, um gigantesco passo para a humanidade”.
A conquista da lua resultou na abertura da porta para o futuro da terra, em especial no que tange às questões de comunicação.
O tema, aliás, não deixou ninguém indiferente.
No campo da música, nunca se falou tanto.
Só no Brasil, são milhares de composições gravadas desde a façanha dos tripulantes da Apollo 11. Muitas dessas composições viraram clássicos, como Eu Vou pra Lua, de Luiz de França e Ary Lobo, e Lua Bonita, de Zé do Norte.
E pronto.
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PLOCAS & BOAS
- A Justiça Federal brasileira acaba de seqüestrar 27 fazendas do mão-grande Daniel Dantas, do Oportunity, e de sua irmã, Verônica. O seqüestro dos bens inclui 450 mil cabeças de boi de corte. Eita! A continuar assim, dá até pra acreditar que o Brasil tem jeito.
- O último exilado da ditadura militar, Antônio Geraldo Costa, o Neguinho-tigre, chegou hoje de volta ao Brasil. Desembarcou no Aeroporto Tom Jobim, onde foi recebido por meia dúzia de amigos e imprensa. Disse que não veio antes, por temer ser preso.
- A gripe palmeirense, que surgiu no México, continua fazendo vítimas.
- Termina depois de amanhã as inscrições BNB de Cultura edição 2010, parceria BNDES, para os estados do Nordeste, norte de Minas e Espírito Santo. A dotação orçamentária é de R$ 6 milhões.
- O escritor mineiro Roniwalter Jatobá está se preparando para lançar novo livro: O Jovem Luiz Gonzaga. Será na Casa das Rosas, no próximo dia 5 de agosto,a partir das 19 hroas. Haverá palestra minha e show da rainha do forró, Anastácia.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

O HOMEM NA LUA

O homem esteve na lua, sim.
A primeira vez que isso ocorreu foi num dia como hoje, há exatos 40 anos.
Entenda-se: como hoje, mas um domingo.
Lembro perfeitamente.
Eu estava em Timbaúba, cidadezinha beleza de Pernambuco distante cerca de 80 quilômetros da capital Recife. Numa barbearia de esquina, junto da pracinha central cercada por timbaúbas e perto da Rua das Flores, onde menininhas de vida fácil davam alegria a menininhos de vida difícil, como eu.
Nem sei se ainda existe essa rua.
Faltavam dois meses e 7 dias para o papai aqui completar 17 anos.
Cheio de curiosidade, me plantei numa roda de gente incrédula, de boca aberta.
Diante de nossos olhos e num silêncio danado, um aparelho de televisão mostrava em branco e preto o módulo lunar Apollo11, o Águia, descendo no Mar da Tranquilidade, a mais ou menos 6 quilômetros do ponto previsto pelos cabeções da NASA.
O tempo era bom, de sol, e o jornal dizia que a lua estava na sua fase de quarto- crescente.
Hora? 15h17, pelos relógios da costa leste dos Estados Unidos da América ou 20h17 por Greenwich. Pelos relógios de Brasília, 17h17.
Amanhã eu falarei um pouco mais sobre a ida do homem à lua e o que isso gerou no campo da música popular, por exemplo.
Amanhã teremos também Plocas & Boas.
Ah! Um pedido: opinem sobre o que escrevo neste blog, diretamente neste blog, ao invés de fazê-lo através do meu email. Assim entendo que todos compartilharão e, quem sabe, poderemos até pôr o Brasil popular em discussão. Que tal?

sexta-feira, 17 de julho de 2009

A CASA DA XILOGRAVURA

A surpresa que me pegou de jeito em Campos do Jordão nessa última vez em que lá estive foi a Casa da Xilogravura, espécie de museu particular criado há duas décadas pelo ex-professor universitário, advogado, pintor, poeta e xilógrafo paulistano Fernando Costella, também autor de um monte de livros sobre arte, comunicação, viagens, animais, com a marca da sua própria editora, a Mantiqueira.
A Casa, que tem 17 salas bem arejadas distribuídas numa área de 550 m², está instalada na região onde nasceu a cidade, a Vila Jaguaribe.
Fiquei encantado com a organização nas mesas e paredes das cerca de 2000 mil peças de autores brasileiros, como Dila, Noza, Maxado, Franconti, J. Barros, J. Borges, Rubem Grilo, José Altino, Marcelo Soares, Unhandeijara Lisboa, Lívio Abramo, Lazar Segall, Aldemir Martins, Calazans Neto, Perci Lau e até Gilvan Samico, um dos meus professores de Arte dos tempos da Paraíba.
No acervo da Casa vi peças raras e curiosas de xilogravadores do Sudão, Portugal, Itália, Hungria, Espanha, Japão, Coréia do Sul e Inglaterra, entre outros países.
Além das xilos, e também dos folhetos de cordel, peças avulsas e máquinas de tipografia desativadas chamam à atenção dos visitantes, como uma velha linotipo, lingotes de chumbo e caixas de tipos diversos a mim muito familiares desde a virada dos 60 nas oficinas e redação do centenário jornal O Norte, onde iniciei a carreira de jornalista.
Gostei muito de conhecer a Casa de Xilogravura, única do gênero no mundo.
Sem dúvida, vale a pena uma visita. Das 9 às 12 e das 14 às 17 horas, menos terças e quartas. www.casadaxilogravura.com.br
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PLOCAS & BOAS
►E aí? O rei do Maranhão deixa ou não deixa o trono, no Senado? O danado ainda anda dizendo por aí que é da imprensa a culpa pelas pisadas de bola que tem dado e gerado rombos no erário público nacional. Eu, hein! Uma coisa: vale a pena ler o texto Sarney, o Homem Incomum, de Leandro Fortes, publicado na revista Carta Capital e que está rodando na Internet.
►A Pizzaria Préstimo está anunciando Pizza à Moda do Sarney, para a noite do próximo dia 20, à Rua Joaquim Eugênio de Lima, 1135, na região dos Jardins, cá em Sampa. A sobremesa é Pizza à Moda do Senado. Reservas: 3284.8687.
►A segunda maior biblioteca do mundo, a britânica – a primeira é a do Congresso norte-americano –, está disponibilizando na internet o seu acervo, que ocupa um edifício do tamanho de quatro campos de futebol, três andares para cima e seis para baixo. No subterrâneo, protegido de radiação, de umidade e de vandalismo, está guardado o tesouro que ocupa nada menos que 630 km de prateleiras, o equivalente a distância entre Salvador e Maceió. São mais de 150 milhões de fontes de informação. No que se refere a jornais, são mais de 2 milhões de páginas desde recolhidas de todas as partes do planeta desde os primeiros anos do século 19. A busca não custa nada, mas o número de 100 downloads em 24 horas custa US$ 11,40, enquanto 200 downloads por um período de sete dias valem US$ 16,30, numa espécie de "pay-per-view" dos jornais digitais. Mas vale a pena, inclusive para checar informações sobre Luiz Gonzaga, Chico Buarque, Geraldo Vandré...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

AINDA A VIAGEM...

Nas andanças que fiz semana passada por rotas do fim do mundo, esbarrei em Campos do Jordão, aconchegante cidadezinha paulista cheia de trilhas, de caminhos encantados, situada nos altos da Serra da Mantiqueira, entre vales e montanhas, bosques e paisagens outras que nos fazem crer que Deus realmente existe, e que é brasileiro.
Conhecida por muitos como a nossa Suíça, Campos é formada, e bem formada, pelas vilas Abernéssia, Jaguaribe e Capivari.
Um brinco!
Mas não vi o bondinho, não vi a Maria-fumaça...
Morei lá por uns meses, nos fins dos 70.
À época, a minha companhia permanente eram os terríveis bacilos de Kock.
Fora os bacilos que me comiam o peito e sem vergonha encurtavam a minha respiração, eu sofria a dor da saudade por minha terra, a capital paraibana.
Cheguei a Campos pela estradinha SP 050, esburacada, curvilínea e sem trânsito.
Parti de Santo Antônio do Pinhal.
Vi um pouco nostálgico o Leonor Mendes de Barros. Por fora, mudou pouco.
Também vi o espetáculo que é as plantas soltando flores nesse seu processo natural de rejuvenescimento.
Vi ainda os chalezinhos de perfil europeu, de tinturas avermelhadas, coloridas.
O teleférico, em cujas proximidades dezenas de cavalos amestrados faziam a alegria de adultos e crianças.
Lembrei de amigos como o maestro Eleazar de Carvalho, fundador do Festival Internacional de Inverno da região.
Poxa! Grandes lembranças.
E uma agradável surpresa, que contarei amanhã.
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PLOCAS & BOAS
►E o rei do Maranhão, hein?
Aparentemente, está enroscado.
Muita gente começa a se mobilizar, inclusive estudantes, exigindo que desocupe depressa a cadeira do Senado. Seu medo é ser preso se fizer isso. Ontem o filhão Fernandinho foi indiciado pela PF, por formação de quadrilha. Ah! Enquanto isso ocorria, o ministro da Justiça dizia que o indiciamento é coisa normal... Eu, hein!
►Vão contando: a gripe palmeirense matou até agora onze brasileiros.
►E Michael Jackson, hein? Daqui a pouco vão descobrir uma montanha de músicas inéditas dele... Coisas do show business.
►Há 40 anos completados na manhã de hoje, a nave Apollo 11 deixava o Cabo Canaveral, na Flórida, em direção à Lua. Confesso: como repórter, eu sempre quis entrevistar o comandante Neil Armstrong, que hoje mora em Cincinnati... Seus companheiros de missão Aldrin e Collins também ainda estão vivos.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

PASSEIO AO FIM DO MUNDO


Andei por uns dias longe da urbe, pisando serras, matas e praias, com o propósito de descansar os pés e a cuca.
Valeu.
Fui ao fim do mundo e voltei, são e salvo. Rebobinado, com idéias altivas.
Li muito.
Vocês já ouviram falar de Louise Michel?
Louise era francesa, contemporânea de Victor Hugo. Nasceu em 1830 e viveu a infância num velho castelo, galopando por bosques das redondezas, subindo em árvores; brincando, enfim, como qualquer criança. Foi poeta, operária, revolucionária. Quis até matar Napoleão 3º, por seus atos desumanos. Ao fim da vida, virou heroína.
O oportuníssimo Cartas a Victor Hugo (editora Horizonte) traça bem o perfil dessa corajosa mulher, que dedicou a própria vida à liberdade. E mais não digo: leiam-no.
Li e reli outros livros ótimos, como Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente (Ateliê Editorial), Às Margens do Sena (Ediouro) e O Nordeste no Cinema, de Wills Leal (Editora Universitária/Funape/UFPb).
A Farsa de Inês Pereira é uma obra-prima que vem ultrapassando, incólume, séculos e séculos. Atualíssima. Trata de interesses da gente esperta da sociedade portuguesa quinhentista.
Às Margens do Sena registra as memórias do excepcional jornalista Reali Jr., ditadas a Giani Carta. Esse é um livro que todos os jornalistas deveriam ler.
O Nordeste no Cinema, por sua vez, é uma peça indispensável como introdução à compreensão do cinema brasileiro feito sob a temática nordestina. Nesse assunto, aliás, Wills é craque que dispensa retoques. Sim, a sua obra é absolutamente necessária para o entendimento da vida quase sempre conflituosa da gente nordestina.
Voltarei a falar de outras leituras e da minha ida ao fim do mundo.
Ah! A foto de cima? Sou o de sorriso aberto.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

MICHAEL JACKSON É TEMA DE CORDELISTA



















Do amigo cordelista e quadrinhista cearense também parceiro musical eventual Klévisson Viana, acabo de receber algumas estrofes de um novo folheto seu, feito em parceria com o alagoano João Gomes de Sá, a Chegada de Michael Jackson no Portão Celestial. Nota dez! Para adquiri-lo, o meio é o email kleviana@ig.com.br

Poeta tem sinal verde
Pra voar com liberdade
Andar no tempo, sonhar,
Falar da realidade,
Contar ‘causo’, divertir,
Fazer o leitor sorrir,
Chorar ou sentir saudade.

De sábado para Domingo,
Eu fui dormir sossegado:
Sonhei que estava voando
Em um maquinismo alado,
Tudo que vi registrei
E ao despertar encontrei
Pena e papel do meu lado.

Eu sonhei que o rei do pop,
Logo após bater as botas,
Foi direto para o céu,
Fazendo muitas marmotas,
Cantando muito agitado,
Feliz, tinha se livrado
De dívida, banco e agiotas.

Acordei bastante eufórico,
Sentei na rede e então
Pensei em Deus, respirei,
Fiz uma meditação,
Limpei a mente confusa:
Foi quando eu vi minha musa
Me trazendo a inspiração.

Um pássaro veio cantando,
Logo ao surgir da aurora,
Cada detalhe do sonho
Eu recordei sem demora,
E como bom menestrel,
Peguei a pena e o papel
E escrevi na mesma hora:

Michael Jackson lá no céu
Chegou bastante apressado,
Dizendo para São Pedro:
— Estou demais transtornado
Eu quero até me esconder
Porque não pude fazer
O que tinha programado!

Tinha uma agenda de shows
Com lotação esgotada,
Para pagar uma dívida
Há muito tempo atrasada,
Mas eu confesso, não sei,
Porque logo me livrei
Daquela vida agitada!

Eu queria cantar mais,
Pois no canto não empaco...
Rodando igual carrapeta,
Na dança nunca fui fraco!
No palco eu faço munganga,
Às vezes visto uma tanga
Para prender o meu saco!

São Pedro disse: — Rapaz,
Não é como você pensa!
Primeiro você procura
O assessor de imprensa
E faça um requerimento,
Protocole no convento,
Com a avó de Alceu Valença.

Tomando um chá de cadeira
No banco do corredor,
Você recebe uma senha
E aguarda o promotor.
Como já é falecido,
Se não for logo atendido,
Não reclame, por favor!

Disse Jackson: — Eu sou um astro
Famoso no mundo inteiro!
Não tem um ato secreto
Para me atender primeiro?
Pedro disse: — Eu não tropeço,
O céu não é o congresso
Lá do povo brasileiro!

E falou muito sisudo:
— Cabra, siga a instrução,
Se comporte, fique calmo,
Deixe de reclamação!
Nisso Jackson se sentou
E logo as pernas cruzou
E desmunhecou a mão.

COISAS MAIS SEM GRAÇA!

É o fim da picada.
Como pode?
Estamos em plena democracia e ainda acontecem coisas de enrubescer caras de pau.
Vocês viram?
Foi ontem, à entrada do Senado.
O Rei do Maranhão e da outra parte idem, idem, atrasada desta nossa Brasiléia ai, ai, ai de meu Deus do céu, solicitado por jornalistas a declarar algo sobre a crise, essa mais uma que a todos nos alcança, se limitou simplesmente a soltar um “bom dia” pra lá de fulero e a acenar suas mãozinhas pecadoras para as câmeras.
O pior viria depois do bom dia, quando o profissional do riso Danilo Gentili, da equipe do CQC da Band, quis saber se com a sua saída da presidência do Senado os escândalos que nos amedrontam iriam acabar. Antes, quis saber: “Como é ser tão poderoso assim?”.
E poft! Foi ao chão pela brutalidade dos seguranças do homem.
Eta, Brasil!
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Foi bonita a noite de lançamento do novo livro do meu amigo mineiro Roniwalter Jatobá ontem, na Livraria da Vila. Gente saindo pelo ladrão. Muita prosa e pouco vinho, achei. Agora que foi bonita, foi. Após o lançamento oficial ficou fácil adquirir Contos Antológicos, agora nas estantes de qualquer livraria que se preze, ou solicitá-lo diretamente à Editora Nova Alexandria: WWW.novaalexandria.com.br
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E o Coringão, hein? Agora é tri da Copa Brasil.
Mas, calma, isso não é motivo pra ficarmos de braços cruzados vendo as estripulias cometidas às nossas barbas, por políticos desonestos.
já começo a afiar a minha faquinha...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

RONIWALTER JATOBÁ EM LANÇAMENTO ANTOLÓGICO

O mês começa bem, com a festa literária de Paraty no litoral fluminense, entre hoje e até o próximo dia 5, o 40º Festival Internacional de Campos do Jordão na serra da Mantiqueira, de 4 a 26-7, e o 2º Festival de Cinema de Paulínia, no interior de São Paulo.
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Hoje cá em Sampa o 1º de julho será muito especial, pois o meu amigo mineiro de Campanário Roniwalter Jatobá, escritor dos melhores deste Brasil brasileiro, como diria seu conterrâneo Ary Barroso, logo mais à boca da noite juntará uma penca de gente boa e qualificada no ramo da literatura como Marco Haurélio e tantos e tantos, na Livraria da Vila. Motivo? Mais um livro seu saindo do prelo, Contos Antológicos. A obra traz a chancela da editora paulistana Nova Alexandria. Claro, o encontro terá mais bebes do que comes. Vamos lá? Chegue cedo, pois aquilo vai entupir de gente. E é só até às 21 horas. Endereço: rua Fradique Coutinho, 915, Vila Madalena.
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Logo mais às 22 horas, o cantor e compositor, apresentador do programa Sr. Brasil pela TV Cultura de São Paulo mostrará para o País o talento da paraibana Socorro Lira.
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Depois de amanhã, o grupo pernambucano Cordel do Fogo Encantado fará show comemorativos de seus primeiros dez anos de existência. Será no Dragão do Mar. Na ocasião será também lançada a 4ª edição do Festival Ponto.CE. Quer saber mais? Entre o site WWW.ponce.com.br
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Não tenho ouvido comentários sobre o fechamento do Museu Afro Brasil, no Ibirapuera. Que diacho! O fato se deu no último dia 20, um sábado.
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Em caráter conclusivo, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania do Congresso aprovou terça 23 última a proposta de regulamentação da profissão de Repentista. Pela proposta, o repentista é definido como “o profissional que utiliza o improviso rimado como meio de expressão artística, transmitindo a tradição e a cultura popular por intermédio do canto, da fala ou da escrita, sendo citados como tais o cantador e o violeiro improvisador, o embolador e o cantador de coco, o poeta repentista, o contador e o declamador de causos, e o escritor de literatura de cordel”. Ah! Caráter conclusivo, segundo as formas protocolares, é o rito de tramitação pelo qual o projeto não precisa ser votado pelo Plenário, apenas pelas comissões designadas para analisá-lo. O projeto perderá esse caráter em duas situações:
- se houver parecer divergente entre as comissões (rejeição por uma, aprovação por outra);
- se, depois de aprovado pelas comissões, houver recurso contra esse rito assinado por 51 deputados (10% do total).
Nos dois casos, o projeto precisará ser votado pelo Plenário.

domingo, 28 de junho de 2009

DE IDIOTAS E JOÃO GILBERTO

Idiota; esse tal Galvão Bueno é mesmo um idiota!
Idiota perigoso, diga-se.
Faz cabeças.
Não existe idiota mais perigoso do que o idiota que faz cabeças, pois em nome e a serviço de alguém ele sempre estará; em prejuízo de um país, de uma nação.
A Plim-plim sabe o que faz, não é mesmo?
E com perfeição, a história mostra...
E tudo por dinheiro!
Vocês notaram como o camelô eletro-eletrônico Sílvio Santos na semana que passou entrou em campo com raiva,fome e vingança para adquirir escravos mansos?
pois é.
Já pagou seu carnê, moço?
Os novos escravos de SS vão ganhar muito, mas muito terão de pagar.
O dono espera.
Alforria?
Quando o Luís Fabiano fez o primeiro gol da partida ontem, antes do primeiro minuto do segundo tempo, o idiota citado ali no começo, com a prepotência dos idiotas definitivos, disse:
“Acho que o Luís Fabiano pode mexer com esse jogo”.
O tal nem notou Fabiano jogando legal no primeiro tempo, só depois do primeiro gol.
A Seleção entrou tão bem na segunda jornada, que dificilmente alguém de mínimo bom senso acharia que o resultado final seria a favor dos gringos.
Que tal voltarmos a ouvir rádio, hein?
3 x 2 para a seleção Canarinho.
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Uma coisa:
O mundo todo tem falado nos últimos dias com tanta seriedade sobre o passamento do rei do pop Michael Jackson, que resolvi entrar no roteiro com piadas malditas. Proposital.
A vida continua e não posso deixar de dizer que o cara sabia dançar, e cantar.
Ele não fazia o meu gênero, mas encantou um monte de idiotas.
Devo dar vivas a João Gilberto?
Beijos,

sábado, 27 de junho de 2009

PRA RELAXAR, PIADAS MEDONHAS

O mundo capitalista está triste.
O inferno, feliz.
Por quê? Sei lá.
Mas os cabras não são moles.
Dizem que Michael Jackson bateu à porta do céu. Ao ver São Pedro, perguntou:
– O menino Jesus está?
Baixa o pano.
Já à entrada do céu, uma recomendação urgente:
– Anjinhos, ponham a roupa já!
Outra:
Quando o Michael veio ao Brasil lhe perguntaram de qual chocolate gostava. Ele, sem pestanejar:
– Garoto!
Essa é creditada ao legista que examinou o corpo do astro:
– Foi vítima de um pé de moleque.
Pior, impossível:
Michael nasceu preto, morreu branco e agora virou cinza.

terça-feira, 23 de junho de 2009

DEMÔNIOS DA GAROA. PASCALINGUNDUM!

Assis boa tarde !!!
Li o livro Pascalingundum ! Os Eternos Demônios da Garoa.
Meu Compadre (como você diz) que trabalho de pesquisa heim !!!! Parabéns !!! Reunir todas essas informações e coloca-las de maneira que não ficasse confuso, pois desde o início do conjunto, com informações controversas e sua formação e variações no decorrer de todos esses anos ...
O interessante é que desde minha infância Os Demônios da Garoa foi um grupo que sempre me agradava com suas músicas; muito embora o Demônios não pertença a minha geração que está muito mais pra Beatles e Jovem Guarda. Mas como sempre gostei de música e meus pais e avós sempre ouviram muito rádio ... e tambem acredito que essa simpatia tenha vindo, por eu ter sido criado muito junto com meu avo materno, com o qual me dava muito bem . E que falava muito parecido com aquela maneira que os Demônios cantavam aquelas músicas do Adoniran, com erros de concordância; o tempo dos verbos e meio italianado, pois, êle (meu avô) era filho de italianos nascido no interior de São Paulo e tinha um cunhado chamado Ernesto o qual chamava de ... ARNESTO lógico; morava no Bom Retiro na rua Nháia. Que saudades !
Outra coisa que me surpreendeu nessa sua pesquisa foi o lugar de origem, a Zona Leste mais especificamente o Belém / Tatuapé e Mooca .
Assis eu nasci no Antigo Hospital São José do Brás (hoje se não me angano Sta Virgínia) Esse hospital fica na Av Celso Garcia esquina com a Rua Alvaro Ramos, quase em frente ao Hospital/ Maternidade Leonor Mendes de Barros - Bairro do Belém. Morei quando muito criança, na Rua Conselheiro Cotegipe que é paralela a Irmã Carolina , uma ou duas ruas antes sentido Radial Leste que também faz esquina com a Saturnino de Brito como você menciona no livro .
O mais curioso de tudo é que meu pai que está hoje com 83 anos e com uma ótima memória, quando saiu do interior do estado com seus pais e irmãos e vieram morar em São Paulo, isso no começo dos anos 30, morou em vários locais do Belém e do Tatuapé. Comentei com êle sobre o livro e as origens do Demônios citando nomes etc; etc e nessa conversa e pra meu espanto depois dos comentários e algumas conclusões êle falou que conheceu o Waldemar Pezzuol inclusive deu até um apelido pelo qual era conhecido no bairro, que não me recordo agora .
Achei tudo isso incríve.
O Livro está ótimo, demorou mas valeu a pena e espero que tudo esteja correndo como bem como você esperava com referência ao livro .
Assis uma outra coisa, há umas duas semanas atrás dei uma geral nas minhas tralhas todas, mudei estantes ; etc;etc e encontrei 3 discos de 78 rpm dos Demônios e que tenho certeza que são seus. Sâo êles UM SAMBA NO BIXIGA/ IZIDORA - LÁ VEM O PATO/ FALOU DE MIM - SAUDADE DA MALOCA/ ÔS MIMOSO COLIBRIS - esses discos acabaram ficando misturados com outros e aqui ficaram. preciso devolve-los . Também quero lhe dar um video que passei para DVD de uma gravação dos Demônios da Garoa no Programa ENSAIO se não me engano dos anos 80 - a formação dos demônios Na época era : Toninho/Arnaldo/ Serginho/ Ivan e Simbá. a qualidade está boa .

Assis um amplexo !


José Carlos

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