Sem dúvida, a noite de ontem foi agradável.
Até pareceu que São Paulo parou para curtir a onda em torno do rei do baião, Luiz Gonzaga. Aliás, eu e Andrea ficamos por horas presos no trânsito. Na Amaral Gurgel, nada andava. Nem em cima, nem embaixo. Tudo parado. Buzinas loucas. Um caos dos infernos! Chegamos atrasados à Casa das Rosas. Umas trezentas pessoas lá, nos esperando. A rainha do forró, Anastácia, calmíssima. Roniwalter, com sorriso mineiro novo na cara, só paciência. Uns não foram. Jurubeba na roda, garçom servindo água e coca. Mais uns docinhos. Fiquei na água. Ângela Coelho abriu a noite ao microfone, dizendo coisas bonitas e me chamando depois. Fred todo sorrisos, após constatar o sucesso da sua iniciativa, ao reservar espaço pra curtição e dança, com palco e tudo. Chumbinho da Sanfona, acompanhado de triângulo e zabumba, deu susto ao bater o carro no caminho, mas nenhum ferido. No meio tempo, no palco, Anastácia, Luiz Wilson e Júbilo Jacobino, depois Costa Senna. Marcos Haurélio e trupe da Nova Alexandria não continham a alegria. O repentista Sebastião Marinho foi se chegando, perdendo a timidez junto com os cordelistas João Gomes e o galego Varneci Nascimento, entre outros. Júbilo mandou a foto que encima o texto, na qual aparecem, em primeiro plano, Andrea, Anastácia e Roni. E chega! Quem não foi perdeu.
...........
No ar, agora, entrevista que dei a Robson Gil Gazzola, comandante do programa São Paulo, uma Cidade Curiosa, pela TV Aberta e canais Net e TVA. Será reprisada no correr da semana. Avisarei o dia e hora. Tema? Luiz Gonzaga. Quinta que vem será a vez de Roniwalter Jatobá, que também comparecerá ao programa de Paulinho Rosa, na USP, para falar também sobre o criador do baião.
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PLOCAS & BOAS
- O dia 7 amanhecerá com nova proibição: fumar em canto nenhum. Tomara que isso valha também para o pessoal da Cracolândia.
- Enquanto isso a baixaria continua no Senado. Depois de Collor esculhambar Pedro Simon anteontem, hoje à tarde foi a vez de Renan chamar Tasso Jereissati de “coronel de merda”, que revidou chamando-o de “cangaceiro de terceira categoria”.
- E o Sarney, hein? Continua irredutível no seu propósito de não largar a presidência do Senado. Ah! E você aí, mortalzinho, sabe quanto o homem do bigode subtrai mensalmente dos cofres públicos? R$ 52 mil, o dobro do que permite a Constituição. Irritado, ele agora pede ao presidente da Câmara, Michel Temer, que puna o deputado petista Domingos Dutra por “quebra de decoro parlamentar”. Pode? E o que fez Dutra? Ora, apenas tornou público um livreto de sua autoria no qual compara Sarney a camaleões, por mudar de cor e posição. E por falar em livreto, um novo folheto de Miguezim de Princesa, O Bigode da Nação, que cabo de receber:
Presidente Zé Sarney,
Queira ao menos me explicar
Se tudo o que o senhor faz
Há como fundamentar:
Se é coisa consciente
Ou, se o assunto é parente,
Costuma se abilolar?
Pois um homem experiente,
Que nunca perdeu uma meta,
Que apoiou a ditadura
E a renegou na indireta
Ao se eleger com Tancredo,
Vai se lascar no segredo
Do namorado da neta!
Vai se perder na hospedagem
Do cabra lá de Codó
(Vereador muambeiro,
Babão de uma conversa só,
Exímio catimbozeiro,
Pomba-gira de terreiro,
Amarrador de cipó)?
Como dizia Platão,
Tu és do primeiro time,
Rei, príncipe, seja o que for,
Comandante do regime,
Pra cujas falhas a pena
Não passa de cantilena,
Não existe nem redime.
Quem sabe, não foi por isso,
Engolfado nos milhões,
Que pra ti virou besteira
O destino dos tostões
Desviados de Brasília,
Que são troco da família
De assinalados barões.
E aí o presidente,
A nossa máxima excelência,
Hierarquizou o crime,
Nos pedindo paciência:
Simples mortais, a prisão;
Quem representa cifrão
Tem inteira complacência!
O Brasil do Bolsa-Fome,
Que vive na precisão,
De milhões que nunca viram
A luz da educação,
Suporta agora quieto
Seiscentos atos secretos
No bigode da Nação.
Atire a primeira pedra,
Senador ou deputado,
E eu de cá escutando
A coruja no telhado
Ou algum bicho agoureiro
Campanado no poleiro
Esperando o resultado.
A campanha dos jornais
Escolheu José Sarney:
Ele é a bola da vez
(Da minha lista eu rifei),
Mas eu conheço mais gente,
Supostamente decente,
Em quem não apostarei.
E para finalizar,
Peço a Sarney atenção:
Beiço não é arroz doce,
Polenta não é pirão;
Jumenta nunca foi égua;
Compasso nunca foi régua;
Brasil não é sua mansão!
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Êita seu cabra bom. Que noite boa foi aquela!
ResponderExcluirEu, paulistano do Cambuci, oriundi de avôs e avós, no meio de tanta gente boa. Tocar ao lado de Anastácia então, mesmo que por descuido do destino, para mim foi uma grande honra. Só de estar perto dela quando contou que Luiz Gonzaga pagou, do seu bolso, um enterro de um cidadão e que com esse ato social, conseguiu uma boa bilheteria no circo naquela noite, o resto é brincadeira. Eu que sou papagaio de pirata do poeta Costa Senna, mal comparando obviamente ,e, por também já ter algumas passagens, imagino quanta estória boa não tem a Anastácia para contar sobre as andanças do Rei do Baião. Que privilégio!
Obrigado a você e a Andrea por terem me propiciado momentos tão bons.
Um abraço.
Júbilo.
Assis!
ResponderExcluirO lançamento foi mesmo para não se esquecer.
Quanto à discussão entre os eméritos senadores, desta vez, vou destoar, pois concordo com os dois. No que falaram, eles têm razão.