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sábado, 13 de maio de 2017

SARAU ONTEM, HOJE E SEMPRE

Tudo cabe em todo o canto, inclusive o mundo, você já pensou nisso?
O canto, o saber e o conhecimento não ocupam espaço físico em canto nenhum.
Depois que o macaco desceu da árvore e virou gente, tudo mudou para o bem e para o mal.
Mas há uma grande diferença entre o homem e o macaco.
Ao contrário do macaco, o homem pega, mata e come, com rudeza inexplicável, incivilizada.
O macaco, ao contrário do homem, não se distingue pelo bel canto.
Tampouco toca quaisquer instrumentos, não fala, não escreve e nem provoca desvios de rios de dinheiro dos cofres públicos. Mas essa é outra história.
Depois que o homem aprendeu a falar e depois a escrever, a sua vida mudou com a mudança do mundo.
Como se distraiam nossos remotos antepassados?
Hoje tem televisão, tem rádio, tem internet, o diabo a quatro.
Barulho há desde sempre, ao contrário da música tal como a conhecemos. 
É de se pensar que Platão, que viveu há 4 séculos antes A.C. registrou os diálogos socráticos a seco, sem nada, sem beber, sem comer, só ali nos registros? Não houve nem um tempinho para confraternização, abraços, conversas outras além dos diálogos, música, dança...? Um relaxamento geral, digamos assim?

Ao ajuntamento de pessoas no mesmo lugar, com o fim predisposto a conversar, brincar, cantar, tocar, dava-se o nome de Sarau.
Pois bem, há muito ouço dizer e li, que os saraus vêm da idade média. Ora, antes desse tempo iniciado no século 5 e findo no século 15 com a tomada de Constantinopla, hoje Istambul, houve outros tempos. Os tempos de antigamente, da pedra lascada etc.
Platão, que foi aluno de Sócrates e professor de Aristóteles viveu na Grécia antiga, como se sabe.
Talvez a indicação da origem dos saraus na idade média deva-se ao fato de ter sido naquela Era que surgiram no sul da França, na Provença, os trovadores e menestréis.
Os trovadores eram artistas que compunham histórias em verso e saiam por ali a cantar e a tocar, encantando meio mundo, como os menestréis. Havia, porém quem os chamasse de vagabundos. No princípio desse tempo, os versos eram compostos em quadras, pentassílabos. Depois em sextilhas, septilhas etc. Mas aí já estamos falando dos nossos velhos cantadores repentistas, que vêm de Portugal, que vem da Península Ibérica, dos Mouros, não é mesmo...
Gil Vicente (1465-1537) tem a ver com isso também:
O baiano Gregório de Matos Guerra, o Boca do Inferno (1636-1696), e o carioca Domingos Caldas Barbosa (1739-1800), podemos considerar nossos primeiros repentistas. Detalhe: Caldas Barbosa foi o criador do gênero musical Modinha, popularizada na terra de Camões.
O gosto brasileiro por saraus é, digamos, recente.
Veio com a família real, em 1808. Antes não havia a prática de se fazer esses encontros. 
Os primeiros saraus realizados em terras tupiniquins contavam com instrumentos musicais trazidos da Europa, naturalmente. E eram realizados nos casarões dos endinheirados. Hoje tudo ficou mais simples.
Sarau é uma ajuntamento de pessoas que desejam se rever ou se conhecer na casa de alguém, onde um longo repertório cultural é apresentado, por artistas profissionais ou amadores, interpretando poemas, contos e outros gêneros literários, além de música e dança de todo tipo, a critério do dançarino ou dançador. Nesses momentos são expostos talentos e experiências são trocadas. Todos cantam, todos tocam, todos dançam. É tudo espontâneo. Muito riso, muita piada, muita graça, tudo regado a um bom vinho, whisky ou cachaça. Esses encontros costumam durar horas.
Todo sarau vale a pena, junte os amigos em casa e comprove o que digo.
Tim Tim!
Ah! Juca Chaves e Elomar são exemplos de trovadores.
Você já ouviu falar em Altemar Dutra? Altemar era mineiro da safra de 1940 e morreu em Nova York em 1983. Clique:






BRINCANDO COM A HISTÓRIA  (10)





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