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sexta-feira, 31 de agosto de 2018

O FEMINICÍDIO NAS ARTES

Diariamente 12 mulheres são assassinadas no Brasil. Isso dá a média de uma mulher a cada 2 horas. Muitas delas são vitimadas por seus próprios companheiros.
O feminicídio é uma infeliz prática que se acha com frequência no nosso cotidiano e na nossa literatura. Desde sempre.
O bicho homem se transforma em tragédia ao sentir-se “traído” ou preterido pela mulher. Isso se acha em Machado, em Alencar e no excelente e praticamente desconhecido Manoel de Oliveira Paiva (1861-1892). Em Dona Guidinha do Poço (1952), é apresentada a trama entre a protagonista, o marido e o amante. O marido morre na ponta de um punhal a mando da mulher, que acaba presa. A história é baseada num fato real ocorrido em terras cearenses, em 1853.
No romance Til, de José de Alencar, o marido mata a mulher depois de andar sumido de casa por anos, ao tomar conhecimento de que ela tivera uma filha na sua ausência. A criança cresce como bastarda e toma conta da história.

Em 1981 o cantor Lindomar Castilho matou a tiros sua mulher. Por ciúmes.
Na música, erudita ou popular, os casos de ciúme, paixão e morte multiplicam-se aos milhares. Há casos em que o personagem não mata, mas morre ou finda no fundo de um copo. 
Ouça O Ébrio, canção de Vicente Celestino (1894-1968), gravada em agosto de 1936:
 

Noutro clássico do gênero (Eu Não Sou Cachorro Não), o baiano Waldick Soriano (1933-2008) se lasca todo mas não mata nem morre.
Preconceito e discriminação andam de mãos dadas na literatura, no cinema e na música.
Em 1967 Luiz Gonzaga, o rei do baião, lançou à praça o preconceito que dividiu com o parceiro José Clementino em Xote dos Cabeludos. Ouça:
 
                                     
Em 1966, Geraldo Vandré mostrou o reverso, cantando a dor de quem não aprende a chorar. Vandré é daqueles artistas que mergulham fundo na cultura popular. Do livro Dona Guidinha do Poço, ele foi buscar a máxima segundo a qual “Tanto faz dar na cabeça, como na cabeça dá”.
Uma coisinha: adultério não é prática criminal, segundo o código penal.



quinta-feira, 30 de agosto de 2018

ZÉ...



Em 1968 José Hamilton Ribeiro era repórter da Revista Realidade que não existe mais e, de bate pronto, aceitou o desafio de cobrir a guerra no Vietnã, travada entre vietnamitas e norte-americanos. Já em campo de batalha, pisou numa mina doida e foi aos ares. Ao recobrar os sentidos, notou que no seu corpo faltavam partes. Mas não ligou. Chegou até a dizer que o que perdeu não lhe fez falta. José Hamilton Ribeiro, paulista de Santa Rosa de Viterbo, nasceu no dia 29 de agosto de 1935. Ele é um jornalista que a todos nos faz bem. É criativo, é decidido, é humano no sentido mais amplo do termo. Zé tem 17 livros publicados sobre meio ambiente, jornalismo e música caipira. Prá mim, ele merece o Prêmio Nobel de literatura, jornalismo ou da paz. Ou os três juntos. Viva Zé! Ah, ia me esquecendo: o poema abaixo eu o fiz ontem, 29,  em sua homenagem, em nossa homenagem. Chama-se ZÉ..., este:


O mundo anda perdido
Que nem galo sem terreiro
Que nem um cego sem guia
Ou barco sem timoneiro
Mas ainda bem que tem
José Hamilton Ribeiro

 Repórter de boa cepa
Ouro puro, verdadeiro
É um galo bom de briga
Doido por galinheiro
Hoje seu nome é marca
Do jornalismo brasileiro

Na pauta desse José
Tem sanfona, tem pandeiro
Tem cantiga de Matuto
E prosa de marrueiro
Fora isso ainda tem
Verso, viola e violeiro

Ele foi a todo o canto
Foi até o estrangeiro
Foi à luta, foi à guerra
Lutou foi bom guerreiro
Caiu mas levantou-se
De modo muito ligeiro

Incansável segue firme
Livre, leve e faceiro
Redescobrindo na vida
O prazer aventureiro
De fazer mais reportagens
Com o carimbo Zé Ribeiro

Novas guerras continuam
No Brasil, no mundo inteiro
É gente matando gente
Por nada, só por dinheiro
Mas nem a morte mata
José Hamilton Ribeiro






GLOBO JORNALISMO

Nesses dias o Jornal Nacional tem levado ao ar entrevistas com candidatos à Presidência da República. Ciro foi o primeiro, o segundo foi Bolsonaro. O terceiro foi aquele que a Tereza deu a mão Pois é, Alckmin foi encurralado por Boner e Renata Vasconcelos. Foi encurralado como os dois candidatos anteriores. A audiência da Globo deve ter ido lá em cima. Mas de que estão servindo estas entrevistas? As perguntas feitas foram óbvias e as respostas já amplamente conhecidas. Acho que está faltando coisa nessas entrevistas, a gente vê e escuta o óbvio ululante de que falava o mestre pernambucano Nelson Rodrigues. Questionar entrevistado é mesmo tarefa do bom jornalismo. Sinto que está faltando algo nestas entrevistas, na forma em que são feitas. Repórter pergunta e deixa o perguntado responder. Não é o que está acontecendo nesta série de entrevistas levadas ao ar pela Globo.




terça-feira, 28 de agosto de 2018

PAIXÃO CÔRTES VIRA ESTRELA NO CÉU


Ontem, 27, fez um mês que a cantora, compositora e instrumentista Maria da Paz trocou a terra pelo céu. Ela era uma das frequentadoras de programas que apresentei na rádio Capital e na All TV (aí acima).
Há pouco Célia, da dupla mineira Célia e Celma, telefona prá dizer que o gaúcho João Carlos D'Ávila Paixão Côrtes acabara de encantar-se. O encantamento deu-se ontem, 27, deixando meio mundo triste. Muita gente, aspas, Geraldo Alckmin estava por lá e não deu bola. Aliás, políticos não dão bola à cultura popular e a quem estuda o assunto.
Paixão Côrtes, que nasceu em 1927, deixou uma história incrível. Foi ele quem criou o Centro de Tradições Gaúchas, CTG, que espalhou-se em unidades Brasil afora.
Os gaúchos têm uma história de briga e valentia exemplar, como, de resto, o Nordeste, o Sudeste, o Norte...
O Brasil é um país cheio de histórias. Histórias do arco da velha.
Mais do que falar de Paixão Côrtes, melhor ouvir a entrevista que fiz com ele há alguns anos, para o programa que eu apresentava na rádio Trianon:


ZÉ BÉTTIO

Quem partiu ontem desta para melhor, provavelmente, foi o radialista José Béttio. Ele tinha 92 anos. Morreu rápido, em casa, e rapidamente o seu corpo foi incinerado, acho. Como ele queria. Eu o conheci na Rádio Capital, onde por mais de seis anos apresentei o programa líder de audiência São Paulo Capital Nordeste. Ele participou uas ou três vezes do meu programa. Zé era um cara curioso. Era fazendeiro, dono de não sei quantas fazendas. Ele andava armado, com um revólver preso à canela. Foi ele mesmo quem me disse isso. E justificou: "Já matei quem não prestava, recebo ameaças, por isso não quero ser surpreendido por vagabundo".

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

CORDEL NO SESC


Embora ainda haja preconceito sobre a literatura de cordel, devo dizer que a literatura de cordel é um tipo de literatura rica em conteúdo e, por isso mesmo, importantíssima para o Brasil.
A literatura de cordel é coisa antiga.
Os primeiros folhetos contendo história em poesia foram publicados provavelmente em Portugal a partir do começo do século 16. Gil Vicente (1465-1536), quero crer, foi o pioneiro nesse tipo de literatura em Portugal, pelo menos. Seus primeiros textos foram escritos em Espanhol. 
O folheto de cordel também germinou no sul da França e também na Alemanha.
O cordelismo, nos seus primórdios, se fez presente no México, Chile e outros países de língua latina. No Brasil, a literatura de cordel chegou logo depois da chagada da família real em 1808.
O primeiro autor a publicar versos em folheto foi o paraibano Silvino Pirauá de Lima (1848-1913), segundo nos diz mestre Luis da Câmara Cascudo (1898-1986).
O segundo autor a publicar histórias em folhetos foi Leandro Gomes de Barros (1865-1918).
Silvino e Leandro eram paraibanos, nascidos na Serra do Teixeira.
Agora há pouco falamos sobre isso na unidade do Sesc, ali na 24 de Maio, centro paulistano.
Comigo estiveram o bom baiano Marco Haurélio e o inspirado Moreira de Acopiara (foto acima).
O ponto da conversa era Leandro Gomes de Barros e o Cego Aderaldo, que nasceu em 1878 e partiu para a Eternidade no dia 29 de Junho de 1967.
Aderaldo foi o cego repentista mais importante do Brasil.


ADERALDO CANTADOR


Neste mundo ainda tem
Muito cego apaixonado
Cantando a vida em verso
De modo improvisado
Como o tempo todo fez
O bardo Cego Aderaldo

Aderaldo foi exemplo
De poeta e cidadão
Enxergava muito longe
Sem nos olhos ter visão
E lutava a boa luta
Com as armas do coração

E lutava! E cantava!
Com uma rabeca na mão
Enaltecendo a Natureza
E os filhos da Criação
Como os peixes do mar
E as aves de arribação

Era incomparável
No seu tempo de repente
Estava em todo o canto
Cantando sempre contente
Brincando com a rabeca
E fazendo verso prá gente

E não via com os olhos
Ele via com a mente
Ele era especial
Sensível, inteligente
E mais do que ligeiro
No gatilho do repente

O repente é arte
É alma da Cantoria
É a via que transforma
Tristeza em alegria
E leva todo mundo
Ao mundo da fantasia

Um mundo fabuloso
Bonito, encantado
De violas repentinas
Por poetas habitado
E onde sempre estará
O grande cego Aderaldo!

Bom tocador de rabeca
E doutor em verso rimado
Foi primeiro sem segundo
No verso metrificado
E nunca fugiu à luta
Toda vez que foi chamado

Lutou com Patativa,
Sinfrônio e Oliveira
Rogaciano e Pinto
E também com Zé Limeira
Aderaldo foi um marco
Na porfia brasileira

Ele chegou, ele partiu
Deixando verso plantado
Verso de toda cor
Para um dia ser lembrado
É por isso que eu digo
Viva o cego Aderaldo!





quinta-feira, 16 de agosto de 2018

JORGE MELLO É CARTAZ NA GALERIA OLIDO

De um amigo, acabo de receber o seguinte texto:

Nesse próximo domingo dia 19 de agosto, Jorge Mello  se apresentará no Espaço Cultural OLIDO, na Av. São João 473, centro de São Paulo, ao lado da banda SOCIEDADE KAVERNISTA, para apresentar o repertório de dois de seus álbuns gravados há mais de 40 anos. Interpretará as canções do álbum FELICIDADE GERAL, gravado em 1972 no Rio de Janeiro e também do álbum CORAÇÃO ROCHEDO, gravado em São Paulo em 1978. Quando fez essas gravações Jorge Mello tinha no acompanhamento de seus shows, as bandas com quem gravou. Em FELICIDADE GERAL, gravou com a banda O GRÃO. Banda que depois foi a base do trabalho do Tim Maia. E ao gravar CORAÇÃO ROCHEDO, gravou com a banda PONTE AÉREA. Nesse evento, a banda SOCIEDADE KAVERNISTA, fará a sonoridade daquelas gravações originais, reproduzindo a psicodelia própria daquela época, presente nas gravações. Sonoridade muito  significativa para a música brasileira. Compareça.
Também serão mostradas composições de Belchior, o parceiro mais constante de Jorge Mello, porque criaram mais de duas dezenas de canções que foram gravadas por eles dois e por outros intérpretes. Até la!


CABEDAL QUARTETO


A tevê Brasil apresenta amanhã, 17, às 20:30 hs o Cabedal Quarteto. Será ao vivo e a cores. O Quarteto é formado por Bráu Mendonça (violão e guitarra), João Antonio Galba (violino e bandolim), Gilson Bezerra da Silva (baixo e cavaquinho) e Sandrinho (percussão e bateria). Rosângela Alves é a cantora convidada. Farão músicas autorais e clássicos da MPB durante o programa Fique Ligado - não perca!




PISADA DE BOLA

Um amigo telefona prá dizer que gostou do texto sobre Eça, mas que pisei na bola. A pisada foi o fato de eu dizer que Dom Miguel era o filho mais velho de Dom João VI. Putz! Vamos lá: Miguel Maria do Patrocínio João Carlos Francisco de Assis Xavier de Paula Pedro de Alcântara Antônio Rafael Gabriel Joaquim José Gonzaga Evaristo. Nasceu  em 1802, quatro anos depois do irmão Pedro, que dirigiu os destinos do Brasil como rei no século 19. Miguel, que também viraria rei em Portugal, chegou ao Brasil junto com os pais em 1808.
Miguel é referência rápida no romance A Cidade e as Serras, que andei comentando aqui.
Miguel não era brinquedo não. Ele derrubou a prima, a rainha Maria II, ficando no seu lugar até 1834, quando Pedro o pôs prá correr no exílio na Itália, Grã Bretanha e Alemanha, onde morreu em 1866.
No livro A Cidade e as Serras, o autor também faz referência a gregos e troianos, entre os quais Platão e Virgílio. Até Schopenhauer sai do bico da caneta de Eça prá garantir a imortalidade. Outro personagem citado é o lisboeta Sebastião, Dom Sebastião, o desejado.
Dom Sebastião virou mito depois de perder a vida em guerra campal em Marrocos. Tinha 24 anos de idade quando isso ocorreu, em 1578. Uma bobagem: Dom Sebastião nasceu 5 dias antes de os jesuítas Nóbrega e Anchieta fundarem a capital de São Paulo.      
Hoje, 16 de agosto, faz exatos 118 anos que o escritor Eça de Queiroz faleceu, provavelmente de tuberculose.                   

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

AINDA EÇA...

No mundo de Jacinto, o filho dileto de Galião, foi feliz o tempo todo em Tormes, o seu lugar. Eu conheci Tormes. Eu fui a Tormes. Depois de Tormes, eu fui a Baião. Antes de Baião e Tormes, tem Régua. História bonita, de caminhos.
Foi em Tormes que o personagem de Eça encontrou vigor e vida. Ele, o amigo fiel Zé Fernandes e o negro Grilo.
O palacete de Jacinto, no 202 de Campos Elísios em Paris, recebia o mundo mais importante da Europa. Esse mundo representado por príncipes etc. Grandes jantares com comidas de tudo quanto era lugar. Coisas caríssimas. 
Tudo que um homem poderia ter, tinha Jacinto. 
E aí a tristeza de ter tudo sem ter nada.
No palacete 202 de Campos Elísios, Jacinto comprava tudo que queria de qualquer canto, dinheiro não lhe faltava.
No 202 tinha telefone, telégrafo, revistas, jornais, incluindo Le Figaro.
Nesses jornais ele se informava sobre tudo. Ele era leitor compulsivo. No seu palacete tinha "de um tudo" de todo canto.
Quando Jacinto, borocoxô que estava, resolve ir a Tormes ele, sem saber estava indo de encontro as suas raízes. E ali ele foi feliz. Ele, a mulher Joaninha e dois pimpolhos...
Jacinto Galião, pai de Jacinto, morreu, se acabou. E aí teve, naquele momento da queda do Galião, Miguel. Miguel I. Dom Miguel I.
Dom Miguel, filho mais velho de Dom João VI e Carlota Joaquina, usurpou a cadeira de Maria II. Maria II era sobrinha.
Miguel foi o cara que acudiu Galião.
No livro A Cidade e as Serras, em que tudo ocorre isto que falamos, tem tudo e muito mais que se possa esperar de uma história de vida, de vidas.
Dom Miguel I, rei usurpador de Portugal foi posto para correr por seu irmão Dom Pedro I; A história é longa e bonita, e curiosa e incrível.
Ler faz bem.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

EÇA, UM MESTRE DA LITERATURA

É um livro excepcional. Ele começa com o velho Jacinto Galião caindo que nem jaca no chão. Numa fração de segundo Galião é acudido pelo infante Dom Miguel, que reinaria em Portugal e Algarves entre os anos de 1828 e 1834, quando seria posto prá correr pelo irmão Pedro 1º. Mas isso é detalhe. 
O livro A Cidade e as Serras traz um enredo muito bem feito. 
O filho de Galião, Jacinto, mora num luxuoso palacete de dois andares na Paris de fins do século 19, cercado por serviçais e mais de 30 mil livros. Riquíssimo, mas infeliz.
O fiel escudeiro de Jacinto é José Fernandes, o narrador. Narrador e personagem importante junto ao protagonista.
Enfadado, sem saber bem o que fazer, Jacinto recebe notícia que dá conta de uma violenta tempestade que pusera abaixo a Capela e casas da localidade portuguesa chamada Tormes, seu berço. A tempestade espalhou os restos mortais dos seus avós. Isso o deixou preocupadíssimo. E o levou pessoalmente ao lugar. Foi uma viagem atormentada. Com ele viajaram Zé Fernandes e o negro Grilo, pau prá toda obra e fidelíssimo a seu amo.
Jacinto vivia uma vida de nababo no número 202 de um bairro de Campos Elíseos. 
Um dia, ainda em Paris, Zé Fernandes perguntou a Grilo o que poderia justificar a tristeza e infelicidade do seu patrão. Resposta: "Ele sofre de fartura". 
Em suma: a tempestade em Tormes foi altamente benéfica para o restabelecimento de Jacinto que lá, no campo, recobrou o vigor da juventude e a vontade de viver, casando-se com uma sobrinha de Zé Fernandes e tendo com ela 2 filhos, vivendo felizes para sempre.
A Cidade e as Serras é uma obra prima. Foi o primeiro dos onze livros de Eça de Queiroz publicado um ano depois da sua morte em 1901 e o último por ele escrito. No total, o grande Eça escreveu 25 livros, entre os quais os clássicos Os Maias, O Crime do Padre Amaro e O primo Basílio. Uma perguntinha: Meu amigo, minha amiga, você sabia que o pai de Eça, José Maria de Almeida Queiroz, nasceu no Brasil?
Eça de Queiroz morreu com 54 anos de idade, no dia 16 de agosto de 1900.





sexta-feira, 10 de agosto de 2018

GREGO E JAVANÊS NA BAND

Ao longo do debate entre alguns presidenciáveis ontem na Bandeirantes, descobri que Alckmin, Ciro e Marina falam com invulgar fluência o Javanês, de Lima Barreto. Nesse ponto, nota 1000 para o ex governador de São Paulo. A continuar assim, ele findará dançando o tango dançado pelo portador de kock do poema de Bandeira. 
O que se ouviu no correr de mais de 3 horas de lero lero, foi lero lero em Javanês, ou grego, como queiram.
Não entendi nada, quase nada. O que eu entendi foi uma total falta de ideias de homens aparentemente lustrados.
Álvaro Dias, de quem se esperava mais, foi de um oportunismo surpreendente. Se presidente, pasmem, ele convocará às fileiras o Juiz Moro para o Ministério da Justiça. Dias tá doido ou não tá doido?
Boulos, aquele do PSOL, que carrega uma nordestina à tiracolo como vice, atirou prá todo lado. Não acertou ninguém, mas atirou. Como atirador, surpreendeu.
Ciro parecia uma moça, toda toda, esperando convite para uma valsa nos braços de Bolsonaro. Não colou. Bolsonaro ficou na dele, apenas cortejando. 
Marina, ah Marina! Particularmente não entendi nada do que disse Marina. A propósito, acho que ela misturou javanês com grego e marcianês.
Quanto a Alckmin, posso dizer que fez jus àquela história de picolé de chu chu, sem gosto, sem nada.
Ah! E teve aquele Cabo não sei o quê, que não parava de pecar ao evocar em vão o nome de Jesus Cristo.
E confesso: Pesquei aqui e acolá enquanto ouvia o debate da Band, sendo que costumeiramente demoro a me pegar como o sono. Vá de Retro!
E Lula, hein? Acho que seria interessante ouvir o Lula. É sempre bom ouvir o Lula...Ele é engraçado e perigoso.

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

BRASIL DE KAFKA

De novo, hoje: a bolsa baixou, o dólar subiu. E a estima do Brasil?
Da cadeia, Lula dá ordens.
Da cadeia, Marcola dá ordens.
Ouvi, hoje no rádio, o Ministro da Segurança dizendo que Fernandinho Beira Mar tem 37 advogados para defendê-lo. E eu pensei: quantos advogados há para defender Lula, para defender Cabral, para defender tantos e tantos poderosos que em nome do povo humilharam o povo, arrancando do erário o sangue contributivo do próprio povo.
Ouvi, há pouco, um locutor de rádio lendo uma carta atribuída a Lula. Nessa carta ele dá aulas, ensina, diz como o povo brasileiro deve se comportar perante os problemas vividos por todos. Que aula! 
Lula continua na cadeia  Hoje faz 4 meses e 2 dias que Lula anda na cadeia. Espaço privilegiado que o ex governador do Rio, Sérgio Cabral reivindica para si.
Espantei-me ouvindo notícia de que os advogados pediram para ser excluídos da pauta do STF pedido de libertação de Lula. Pensei: O que é isso? 
A estratégia dos advogados é manter Lula na cadeia, e não livre de lá, a pedido do próprio Lula.
Para o ser de pensamento comum é muito difícil de entender esse tipo de estratégia. Pois como trocar a liberdade por sei lá o quê?
A estratégia é fazer de Lula uma vítima eterna. E a cadeia é o canto.
Sabem o que acho disso tudo?
Eu acho que Lula e o PT estão mais enroscados do que pentelho de africano, com  todo o respeito aos africanos, naturalmente.
Bom, daqui a pouco tem debate com 8 dos 13 presidenciáveis. 
O Lula quer que Haddad participe do debate,
Mas como Haddad poderia participar do debate entre presidenciáveis se ele, Haddad é o vice de Lula?
Nem Kafka poderia imaginar o alcance do absurdo da política brasileira.


terça-feira, 7 de agosto de 2018

NERVOSISMO NO MERCADO

Hoje, no Brasil, o mercado financeiro endoidou, a bolsa subiu e o dólar foi para cima e para baixo. Até o euro se movimentou para cima. O motivo disso foi a fala dos candidatos à presidência, Haddad, Boulos e Manuela do PSOL, que anda de stand-by para formar a chapa petista que o Lula indicar. 
Na Europa e EUA, o mercado funcionou bem apesar do doido Trump.
Hoje faz exatos 4 meses que Lula está nas grades, quer dizer, mais ou menos.
Do lugar onde se acha, espécie de escritório, Lula mexe no tabuleiro político fazendo o que quer, como reis de paus, reis de ouros, mas aí é outro jogo.
Hoje faz 12 anos que a Lei Maria da Penha foi promulgada. Quem a promulgou, depois de passar pelo Congresso, foi o Lula lá. Coincidência: Lula está cumprindo 12 anos de cana. 
Faltam 140 e poucos dias para este ano de 2018 terminar, mas até lá muita água suja correrá sob as  pontes da vida.
É incrível o número de mulheres mortas por canalhas. Dados indicam que a cada 8 segundos uma mulher morre na unha de homens que um dia disseram amá-las. Um horror!
O campo político está minado.
São 13 os candidatos a substituir Temer, que substituiu Dilma, que substituiu Lula, que substituiu...
Desde a proclamação da República, em 1889, duas dúzias de vices ocuparam a cadeira de presidente. O cargo está ficando importante, como se vê, e perigoso.
Dos 13 candidatos, poucos têm condições de disputar o segundo turno: Bolsonaro e Alckmin, Alckmin leva.

CONVERSA E VIOLA

Ontem, à boca da noite, amigos estiveram comigo conversando, cantando e tocando violão. E tomando uma, claro. Os amigos que aqui estiveram foram Téo Azevedo, pelo mundo conhecido, Toni Agreste, Júnior, Luciano e Wagner, que andou batendo uns retratos do encontro. Foi uma noite muito bonita, muito agradável. Eu, que sou tímido, até declamei uns poeminhas que ando fazendo. E como há que goste de tudo, os amigos gostaram. Tim, tim. O registro é esse ai.
                         


domingo, 5 de agosto de 2018

VIVA A MINEIRINHA FATEL!





No acervo do Instituto Memória Brasil- IMB, se acham os discos de Fatel, aí na foto, os 2 últimos LPs

Maria de Fátima Barbosa, vocês conhecem esse nome pomposo, ilustrado, bonito e enfeitado de letras bonitas?Nãaaao!? e Fatel, vocês conhecem?
Pois bem, Maria de Fátima Barbosa é o nome de batismo da cantora de voz privilegiada, bonita encantada, que o mundo da música conhece como  Fatel. E o povo, também.
Fatel  é mineira de Montes Claros, mesma terra onde nasceu a  presidente do STF,  Carmem Lúcia.
No começo da segunda parte dos anos 1980, Fatel começou a mostrar sua bela voz aos bons ouvidos do Brasil. Primeiro lançou um compacto, depois um LP (87), depois um LP (91) e depois mais outro LP (94). 
Após o fim do vinil, Fatel lançou 3 Cds à praça. 
O segundo LP de Fatel (Forró Pic Plic Plá) quem o apresentou  em texto de contracapa fui eu . O terceiro, o ator Lima Duarte. Lima é mineiro, como Guimarães Rosa e Téo Azevedo.  Teo aliás,  foi quem produziu os LPs de Fatel.
Na minha trajetória de vida conheci pessoas fantásticas, mulheres fantásticas que me ensinaram muito.
Inesita Barroso e a rainha do baião,  Carmélia Alves, diziam ter o maior orgulho do mundo pela idade que tinham.
Inesita chegou aos 90 anos e Carmélia aos 80. Eram felizes, riam à toa e tiravam onda de pessoas que tem por hábito esconder a idade, negar o tempo. Que bobagem essa de não assumir a idade!
Anastácia, a rainha do forró, alardeia aos quatro ventos,  com a maior naturalidade seus 78 aninhos feito em maio deste  ano, com direito a festa e tudo mais. Eu estive lá. Fatel e Luis Wilson também.Ela tá que tá, gravando CD novo, gravando DVD e se preparando para fazer a primeira  tourné na Europa afora. O CD e o DVD estão na boca do forno para sair com a chancela da gravadora Atração.
Marines, a rainha do xaxado também adorava dizer publicamente a idade que tinha. Um dia eu reuni as três rainhas Anastácia, Carmélia e Marines no programa São Paulo Capital Nordeste, que eu apresentei por mais de 6 anos na rádio Capital AM 1040.Confiram: http://assisangelo.blogspot.com/2010/12/carmelia-esta-no-retiro-dos-artistas.html
Fatel é uma dessas pessoas incríveis que conheci. A propósito, ela acaba de me telefonar para dizer, feliz da vida, os 60 anos de idade que completou  3 dias atrás. Vai ter festa hoje no Feijão de Corda da Avenida Francisco Morato. Curiosidade: ela nasceu no dia 2 de agosto, mesmo dia do encantamento do rei do baião Luiz Gonzaga.Fatel canta como um sabiá. Confiram:



PARAIBA MULHER MACHO
Hoje os pessoenses estão em festa, motivo: o aniversário de fundação da cidade. Antes de a capital Paraibana receber o nome definitivo, João Pessoa, teve outros 4 nomes, o primeiro deles Cidade Real de Nossa Senhora das Neves. Confiram, nos links abaixo, a cidade onde nasci.




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