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segunda-feira, 1 de abril de 2019

É LOUCURA MATAR GENTE

O nosso mundinho feito por Deus está uma josta. Anda loucamente prá lugar desconhecido. E nele, dentro dele, perdidos também estamos nós.
A história contada na Bíblia Sagrada envolvendo pais e filhos e filhos e pais, uns por outros mortos, continua clara que nem o sol.
Matam-se adoidadamente por nada hoje em dia. Desde sempre. E as desculpas, quando as há, são as mais óbvias e inverossímeis. Exemplo? O sujeito mata o pai ou a mãe por nada. E nem sempre é condenado por isso. Basta dizer, aliás, que ouviu uma voz no pé do ouvido. Uma voz distante, uma voz não sei de onde... Pronto! O sujeito não vai prá cadeia, vai para um hospital de tratamento mental. Essa história e tantas outras acham-se em textos da literatura popular, também.
O poeta paraibano Leandro Gomes de Barros (1865-1918) falou muito dessas histórias doidas de que pessoas aparentemente normais são vítimas, e vice-versa, porque neste mundo tudo é doido, doidura. Somos fortes, belos e frágeis que nem cristais.
Mas, diachos!, por que estou falando sobre isso?
Num ano que não me lembro do século passado, um cara chamado Jim Jones, ordenou que cerca de mil pessoas se matassem. Naquela hora e tudo mais. E todos se mataram.
Mas por que estou falando sobre isso?
Foi, não foi, ouvimos notícia dando conta de que um americano qualquer, do Norte, invadiu uma escola e meteu bala. Isso nem é mais notícia, diga-se de passagem. Lá. Aqui, no Brasil, começa a ganhar forma essa ação amalucada.
Fora isso ainda tem aquela história de que o assassino é vítima de bullying...
O sofrimento é uma característica natural do ser humano. E é característica também tentarmos justificar o absurdo. O que aconteceu há menos de um mês em Suzano, SP, foi mais um desses absurdos em que o sujeito mata por matar e é perdoado por isso, pelo gesto trágico, dramático, praticado...
Quem perder que conte. Isso é dito popular.
Na primeira parte dos anos de 1940, o novaiorquino J. D. Salinger publicou um texto sequenciado no formato de revista contando a história de um menino de 16, 17 anos atormentado pela realidade. Nesse texto o personagem central, Holden Caulfield, demonstra suas contradições, a sua incapacidade de relacionar-se com naturalidade na escola e nos ambientes sociais. Era virgem e contava lorotas. Ele conta num fim de semana o que se passou com ele. É uma história simples, mas interessante.
Holden tem problema de tudo quanto é tipo e não confia seus pensamentos a ninguém. Exceção a sua irmã caçula, pequena, de dez anos talvez. Não tem papo com pai, não tem papo com mãe, o papo que tem com professor é rasteiro e inconsequente. Enfim, Holden é um alienado, sem futuro. Mas nem por isso saiu com uma metralhadora, um revólver ou uma faca matando quem encontrasse pela frente. O contrário do adolescente que invadiu a Escola de Suzano e matou alunos e professores.
O texto pulicado em formato de Revista por Salinger ganhou formato de livro em 1951.
A história, O Apanhador no Campo de Centeio, The Catcher in the Rye, transformou-se num sucesso estrondoso. Foi traduzido em várias línguas. E o resto desta história todo mundo sabe, inclusive que J. D. Salinger morreu aos 91 anos de idade. Em resumo: matar não é legal. Matar gente não é legal. Gente que mata gente não é, em suma, gente que presta. O mais, deixemos aos psicólogos e demais profissionais da mente.

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