2019
nos deixou duas grandes tragédias nacionais: o estouro da barragem da Vale do
Rio Doce em Brumadinho, MG, e o AVC sofrido pelo historiador paulista, de
Santos, José Ramos Tinhorão.
Em
Brumadinho foram assassinadas 270 pessoas e nenhum dos assassinos foi preso ou
condenado.
Isso
ocorreu no dia 25 de janeiro.
Tinhorão
ainda não se restabeleceu.
O
dia 25 de janeiro também marca a fundação do município de São Paulo.
Durante
mais de vinte anos bati pernas pesquisando sobre músicas que tratam da cidade
de São Paulo. Essa pesquisa resultou em mais de três mil títulos no gêneros
mais diversos.
As
músicas recolhidas – sambas, xotes, choros, valsas, maxixes, emboladas, tangos,
baiões, forrós, marchas, hinos, poemas sinfônicos etc. – compõem um retrato
fiel da cidade de São Paulo, sintetizando de modo harmonioso a sua feição
urbana, gentes e bairros, indústrias e culturas diversas.
São
Paulo ocupa o primeiro lugar no ranking das maiores capitais brasileiras e do
hemisfério Sul, e também o quarto ou quinto lugares entre as maiores cidades do
mundo, em termos populacionais.
A
cidade dos paulistanos reúne representantes de centena e meia de países,
falando línguas e dialetos diversos. Nas suas ruas e avenidas mais
movimentadas, como Quatá, Consolação e Paulista, e esquinas como Ipiranga/São
João e Santa Ifigênia/Andradas, é possível ouvir gente se comunicando nas mais
diversas línguas, grega, russa, árabe, alemã, etc. É a megalópole do presente e
do futuro. É uma espécie de Babel, daí seus acertos e contradições naturais.
Em
1822, São Paulo foi cenário da independência e em 1932, palco da Revolução
Constitucionalista.
Esses
e muitos outros acontecimentos estão referidos nas músicas. Mais não fosse, São
Paulo é uma das cidades que mais crescem no mundo. É também a capital dos
negócios.
Em 2008, participei
como autor do livro São Paulo Minha Cidade (reprodução da capa ao lado). Esse
livro, distribuído gratuitamente após um festejado concerto na Sala São Paulo,
trazia inserido um CD por mim produzido. Sala lotada. Entre os presentes, foram
homenageados Paulo Vanzolini (1924 - 2013), Alberto Marino Jr. (1924 - 2011) e
Zica Bérgami (1913 - 2011). Na ocasião, eu fui incumbido de entregar troféus a
esses compositores.
Assis Ângelo entre Paulo Vanzolini e Alberto Marino Jr. |
A primeira composição a
receber como título o nome de um bairro foi a valsa choro, Rapaziada do Brás, de Alberto Marino (1902 - 1967).
Um ano antes do quarto
centenário da Capital paulista, Mario Genari Filho (1929 - 1989) lançou, pela
Odeon, o hino, Parabéns São Paulo, por ele mesmo executado à sanfona. Detalhe:
Mario perdeu a visão dos olhos quando tinha cerca de cinco anos de idade.
No acervo do Instituto
Memória Brasil, IMB, se acha tudo ou quase tudo que foi composto e gravado nos
mais diversos formatos desde discos de 78 RPM até CD’s e DVD’s.
Clique abaixo e ouça um trecho da música da Rapaziada do Brás, com letra de Alberto Marino Jr. Na voz do argentino naturalizado Carlos Galhardo:
Estive naquele evento de 2008 na Sala São Paulo. Tenho o livro e guardo até hoje com muito carinho. Entre muitas atrações e homenagens, assisti a orquestra interpretando a composição consagrada pelo jornalismo da Jovem Pan, aquela: vombora, vombora, vombora, olha a hora, vombora, vombora, ...
ResponderExcluirViva São Paulo!
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