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domingo, 5 de janeiro de 2025

MULHERES: NA REALIDADE E NA FICÇÃO (1)



Data de muito tempo o surgimento do casamento como trato, contrato e instituição social que junta duas pessoas para viverem juntas o tempo todo até que um dos dois morra, segundo o combinado perante o que se chama "lei divina".

O trato ou contrato entre duas pessoas ocorre quase sempre por interesse pecuniário. Hoje nem tanto, mas no passado era algo mais do que comum.

A realidade de casamentos por interesse aparecem o tempo todo na literatura de época. 

Em 1875, o cearense José de Alencar pôs à praça Senhora, romance que se tornaria clássico do gênero. 

O enredo de Senhora gira em torno de uma órfã, Aurélia Camargo. 

Aurélia, é cuidada por uma parente chamada Firmina.

Firmina é viúva e muito dedicada à Aurélia. 

Aurélia, ainda muito jovem, arrastada as asas para um alpinista social chamado de Fernando Seixas. 

Seixas troca Aurélia por uma garota de família de posses. Seu dote seria de 30 contos. 

De uma hora pra outra, Aurélia recebe uma herança de uns mil contos, ficando rica derrepentemente e, assim, desejada pelos caçadores de fortuna fácil. É quando surge na sua cabeça privilegiada, pois inteligentíssima que é, a ideia de vingar-se do namorado interesseiro, cuja mãe viúva vive com simplicidade criando duas filhas. Em suma: Aurélia tem êxito no seu intento e...

Depois de se casar com Seixas, comprando-o por um dote de 100 contos, Aurélia dá-se por feliz. 

E qual será o fim dessa história?

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

EU E MEUS BOTÕES (76)

Olá pessoal, tudo bem?

Fui eu perguntando e, em uníssono, meus queridos botões levantaram-se batendo palmas. E disseram, juntos, "Tudo bem, mestre!".

Que coisa é essa de mestre?

Zilidoro, sem segurar o riso, por todos respondeu: " E que a gente ouviu por aí que o sr. foi premiado com, vá lá, um negócio chamado Mestre da Cultura Popular".

"Realmente, vimos isso em algum lugar", disseram juntos os amigos Bil e Barrica. "Me-re-ci-da-men-te", aplaudiu Zoião, logo interrompido por Lampa: "Para de puxar o saco, cara".

Bem, pessoal, eu trouxe aqui uns amigos para lhes apresentar. Este aqui é o músico e roteirista Magrão. Este aqui é maestro, dos bons. Representa o Brasil, mundo afora, há muito tempo. E aqui temos a jornalista Cilene Soares. É sabidona. Emprestou o seu talento à TV Globo, TV Bandeirantes e à TV do sistema SESC. 

"Há muito tempo o Assis fala de vocês. E bem", foi falando fácil o artista da nossa boa música Magrão. 

Eu da minha parte, foi dizendo Cilene "Sinto-me bem aqui com vocês, como certamente diria o cantor Nelson Gonçalves".

A referência feita a Nelson deve-se ao fato de ele ter gravado uma música, um samba, com esse título. Foi a primeira da sua longa discografia desenvolvida na extinta gravadora Victor. Isso aconteceu numa tarde de março de 1941.

"Bom, aqui estou", disse o maestro Marcos Arakaki. 

O maestro contou da trajetória que tem trilhado no espaço musical de concerto. Antes de gabaritar-se como regente de orquestras, Arakaki formou-se em violino. Em 2001, acrescentou, "Ganhei um concurso musical denominado Eleazar de Carvalho".

Pois é, pessoal, essas são as pessoas que eu tenho o prazer de trazer a esta casa.

"E cadê a dona Flor Maria, seu Assis?", foi dizendo sem gaguejar e afoitamente, o desabrido Lampa. 

Respondi a pergunta prometendo trazer em breve a dona Flor. Agora, é o seguinte: estou notando que há duas pessoas a mais nesta casa.

Lampa,  de repente, levanta-se num pulo e diz que um dos desconhecidos é amigo seu. "O Fuinha é gente boa, corajosa e sem papas na língua".

Pedi que Fuinha se apresentasse. Ele: "Eu sou da terra de Ariano Suassuna, de Taperoá, sertão paraibano. Toco viola, toco sanfona e toco também pau na cabeça de quem não presta".

Todos caíram na risada, até mesmo o sempre desconfiado e sisudo Lampa. Antes que eu pedisse que a outra figura aqui chegada se apresentasse, Zilidoro levantou a mão e disse: "Seu Assis, o Pitoco é um amigo de infância. Gosto muito dele. Perdeu o pai numa emboscada, no interior de Pernambuco. Filho único. A mãe morreu de desgosto, de tristeza com a morte do marido...".

Puxa vida, que história! "E tem uma coisa ainda, seu Assis. O Pitoco é meio gago".

Hummm... Essa história de meio gago é que nem aquela história de meio gay, meio grávida!

Pitoco, um tanto acanhado confirmou o que Zilidoro dissera. "Eeeu,eeeu, eu sooou aaassim. Assim mesmo! Eeeu, eeu, eu fafalo assim, maas penso direito!".

Pois olhe só, Pitoco, eu gostei de você. 

O maestro Arakaki,  Magrão e Cilene riram puxando palmas para Pitoco. 

De repente, Zé, Jão e Mané surgiram do fundo da casa trazendo bandejas com suco, queijo e outras cositas mais incluindo uma cachacinha do nosso engenho em Areia e aos dois novos ocupantes da casa brindamos: saúde e vida longa a nós todos. 


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