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segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

MULHERES: NA REALIDADE E NA FICÇÃO (6)



A Intrusa de Júlia Lopes de Almeida tem um fim feliz, como se viu.

Fim diferente tem Helena, personagem homônima de um dos primeiros romances de Machado de Assis. 

A história começa com a morte repentina do Conselheiro Vale, viúvo e irmão de Úrsula.

Úrsula é uma virgem irredutível beirando os sessenta. Durona e respeitável. Mora com o  sobrinho, Estácio. 

Tudo se passa entre 1850 e 1851.

O Conselheiro deixou boa fortuna e apenas um filho.

No testamento deixado pelo finado havia uma cláusula obrigando os herdeiros a compartilhar os bens com uma adolescente cujo nome era Helena, que vivia estudando num convento.

O Conselheiro declarava-se no testamento como pai da menina e que os herdeiros se viam obrigados a acolhê-la como tal.

A notícia caiu como uma tempestade, deixando Úrsula transtornada.

Um dia, Helena chega. É linda, discreta e muito inteligente. 

Estácio fica atarantado. Seu coração parece querer saltar pela boca. Encurtando: Estácio apaixona-se perdidamente por Helena. 

Incesto à vista?

O Conselheiro tinha como um dos seus grandes amigos o médico Camargo.

Camargo era um cara muito influente na sociedade do seu tempo. Era ambicioso e queria porque queria que sua filha única Eugênia se casasse com Estácio. Chegaram a noivar. 

Num determinado dia, bate a porta de Estácio o amigo Mendonça. 

Mendonça depressa apaixona-se por Helena. 

E paro por aqui deixando perguntas.

Quem casa com quem?

Quem herda o quê?

E quem é Salvador, personagem que só agora cito?

Na obra do bruxo do Cosme Velho tudo tem significado, nas entrelinhas ou não. 

Esse romance, o terceiro de Machado, foi publicado originalmente na forma de folhetim entre agosto e setembro de 1876, no jornal O Globo. Na origem o título era Helena do Vale. Em outubro desse mesmo ano, o livro foi publicado com o título simplesmente de Helena.

Dica aos navegantes: o aqui referido jornal O Globo foi fundado por Quintino Bocaiuva e durou até o ano de 1883. Era do Rio. 


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