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segunda-feira, 13 de junho de 2022

VIVA A LÍNGUA PORTUGUESA! (4, FINAL)

São nove os países que falam a língua portuguesa. Língua difícil e bela.
No nosso alfabeto há 26 letras, incluindo o K, W e Y.
Em 1953, o compositor pernambucano Rosil Cavalcanti compôs o coco Sebastiana, gravado por Jackson do Pandeiro. Essa obra, o autor cita o nosso abecedário, incluindo a letra Y, que chama “ipsilone”. Assim:

Convidei a comadre sebastiana
Pra cantar e xaxar na paraíba
Ela veio com uma dança diferente
E pulava que só uma guariba
E gritava a, e, I, o, u, ipslone


Atualmente o português é formado por cerca de 600 mil palavras ou expressões, das quais 150 mil são identificadas como técnicas.
Mais de 260 milhões de pessoas falam a língua que fez de Camões o poeta mais famoso de Portugal.
Por cá, nossa terra, grandes poetas burilaram e continuam burilando o belo idioma. Um desses foi Olavo Bilac. É dele o poema A Última Flor do Lácio.
Mais recentemente, o jornalista e poeta paraibano José Nêumanne gerou o belíssimo poema A Seara de Saramago. Confira:
 
 
José Saramago foi um grande escritor português, cujo centenário de nascimento deverá ser amplamente comemorado ainda este ano de 2022.
No dia 10 de junho comemora-se o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
A 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que deverá se realizar entre os dias 2 e 10 de julho no Expo Center Norte, será dedicada a Portugal.

Foto e reproduções por Flor Maria e Anna da Hora.

domingo, 12 de junho de 2022

VIVA A LÍNGUA PORTUGUESA! (3)

A gramática do padre
Fernão de Oliveira
No Brasil o também padre Antonio da Costa Duarte repetiu a iniciativa de Fernão de Oliveira, publicando em 1829 o Compêndio da Gramática Portuguesa.
O português ganhou forma clara e bela com a publicação de Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões. Essa obra foi pela primeira vez publicada em março de 1572.
Os Lusíadas, no Brasil, chegou a ser objeto de estudo na rede escolar.
Não dá, porém, para ignorar outras obras igualmente representativas da língua como o Diccionario dos Synonymos Poetico e de Epithetos da Lingua Portugueza, de J.I. Roquete e José da Fonseca, lançado em Lisboa na dobradura de tempos distantes.
Num dos primeiros verbetes desse dicionário lê-se o quão difícil era ainda mais a nossa língua:
Abstracto, abstruso.
Uma coisa abstracta é difícil de entender, porque dista muito das ideias sensíveis e comuns. Uma coisa abstrusa é difícil de compreender, porque depende de um encadeamento de raciocínios…

O mais famoso dicionário da língua portuguesa até hoje citado nos compêndios afora, lançado no século 19, foi o do lisboeta Francisco Caldas Aulete (1826-1878).
Muitos brasileiros continuam atentos à evolução da língua portuguesa.
Até hoje o português por cinco reformas em Portugal. A primeira em 1911, quando Portugal virou

República. A segunda, em 1920. A terceira, em 1931. A quarta, em 1945. E a quinta em 1963.
No Brasil, o português passou por duas reformas: em 1943 e 1971.
Em 1948, a Academia Brasileira de Letras, ABL, levou a público o resultado da reforma de 1943. Título: Pequeno Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.
Em 1997 o poeta, romancista, tradutor e jornalista cearense Gerardo Mello Mourão publicou a obra prima Invenção do Mar. Na forma, seguiu os caminhos trilhados por Camões.
Invenção do Mar foi dedicado ao artista popular pernambucano Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.
Pra Mourão, o primeiro escritor brasileiro indicado ao prêmio nobel de literatura, Gonzaga representou com fidelidade o povo brasileiro, notadamente o nordestino.
Gerardo Mello Mourão dizia que Luiz Gonzaga fora uma espécie de Homero.
É fantástica a obra de Mourão.
É de Luiz Gonzaga (e Zé Dantas) a beleza musical intitulado ABC do Sertão:

Lá no meu sertão pros caboclo lê
Têm que aprender um outro ABC
O jota é ji, o éle é lê
O ésse é si, mas o érre
Tem nome de rê

O jota é ji, o éle é lê
O ésse é si, mas o érre
Tem nome de rê

Até o ypsilon lá é pissilone
O eme é mê, i o ene é nê
O efe é fê, o gê chama-se guê
Na escola é engraçado ouvir-se tanto ê

A, bê, cê, dê
Fê, guê, lê, mê
Nê, pê, quê, rê
Tê, vê e zê

Lá no meu sertão pros caboclo lê
Têm que aprender outro ABC
O jota é ji, o éle é lê
O ésse é si, mas o érre
Tem nome de rê

O jota é ji, o éle é lê
O ésse é si, mas o érre
Tem nome de rê

Até o ypsilon lá é pissilone
O eme é mê, i o ene é nê
O efe é fê, o gê chama-se guê
Na escola é engraçado ouvir-se tanto ê

A, bê, cê, dê
Fê, guê, lê, mê
Nê, pê, quê, rê
Tê, vê e zê

Até o ypsilon lá é pissilone
O eme é mê, i o ene é nê
O efe é fê, o gê chama-se guê
Na escola é engraçado ouvir-se tanto ê

A, bê, cê, dê
Fê, guê, lê, mê
Nê, pê, quê, rê
Tê, vê e zê

sábado, 11 de junho de 2022

VIVA A LÍNGUA PORTUGUESA! (2)

Geograficamente, o Brasil está muito bem localizado. Além do mais, a nossa proximidade (e parentesco) com o índio e o negro africano possibilitaram uma salutar mistura de culturas. Como se não bastasse, ainda há o fator colonizador.
No passado, fomos invadidos pela Espanha, Inglaterra e Holanda, depois de Portugal. O chafurdo foi grande. Em tempos mais recentes, especialmente depois da Primeira Guerra, os norte-americanos passaram a nos mandar bobagens e bobagens, que fomos ora deglutindo, ora armazenando para um possível aproveitamento.
Por acolher muito bem os visitantes de todos os recantos, o Brasil passou a assimilar comportamentos e expressões bastante interessantes. De Portugal herdamos a língua e boa parte da cultura, como a cantoria e o cordel. Da França, Itália, Alemanha, Inglaterra e Japão temos assimilado costumes e hábitos alimentares. Entre outras coisas, a África, por exemplo, nos deu a receita da feijoada. Hoje, até as cozinhas árabes e chinesas já nos são familiares. Isso nos levou a formar uma identidade sem similar, embora ainda sejamos uma nação relativamente nova.
Bom, o português que hoje falamos é completamente diferente do português falado em Portugal. Inclusive o sotaque. Por isso, acho que já é hora de se discutir com seriedade o fala do nosso povo, o nosso falar, como fez João Ribeiro em 1933, ao lançar o livro A Língua Nacional. Treze anos antes, Amadeu Amaral entrara no assunto ao publicar O Dialeto Caipira, rico e interessantíssimo estudo feito à luz da ciência, que em edição posterior ganharia maior brilho com notas assinadas por Paulo Duarte (em 1944, um dos livros de Duarte, Língua Brasileira, editado em Lisboa, foi proibido em todo o território português, por obra e mando do Estado Novo de lá).
O tema é tão estimulante que já em 1853 surgia, em Portugal, o primeiro Dicionário Brasileiro, de Braz da Costa Rubim, com o propósito de ensinar (ou esclarecer) aos portugueses o português então falado no Brasil. Trinta anos depois, o filósofo Leite de Vasconcelos também publicava uma obra abordando o mesmo assunto, intitulada Dialeto Brasileiro, em que reconhecia as rápidas transformações por que passava a língua portuguesa no Brasil. Em 1940, foi a vez de o estudioso Edgard Sanches tentar provar com a+b a existência de uma língua genuinamente brasileira, num livro que deu o título de A Língua Brasileira.
Está na hora, pois, de retomar o debate. Enfim, o brasileiro fala brasileiro ou português?
Antes, muito antes do Descobrimento, a língua que se falava por aqui era a língua geral, isto é, o guarani, mas em 1727 Portugal decidiu proibir o uso dessa língua, por entender que o português estava se descaracterizando, donde conclui-se que os absurdos não tem idade nem época para se concretizarem.
Curiosidade: até o século XVIII, falava-se no Brasil duas vezes mais o guarani que o português. Isso é história, está nos compêndios.
Antes de Portugal virar o país que é, não havia a língua portuguesa. A propósito Portugal era apenas um condado fincado na Península Ibérica. Estava ali pertinho da Espanha.
À época, e estamos falando do tempo antigo, os romanos imperavam na região.
O Império Romano dominou a região onde se acha hoje Portugal durante séculos.
Houve muita briga lá na Península.
Como os romanos, os árabes também botaram pra quebrar.
O idioma falado pelos romanos era o Latim.
Havia o latim culto e o latim inculto, o popular, o vulgar.
Foi do latim vulgar que o idioma português surgiu.
Na verdade, outras línguas e dialetos também tiveram influência na formação da dessa língua. A principal influência, diga-se de passagem, foi o galego-português.
Àquela altura Portugal já tinha vida própria.
Importante lembrar que um dos reis que mais força deram à língua portuguesa foi Dom Dinis I, o sexto rei de Portugal, que viveu entre 1261 e 1325.
Dom Dinis, que reinou entre 1279 e 1325, era chegado às artes populares. Dizem que tocava até viola ou coisa parecida. Seus súditos o chamavam de Rei Trovador.
Um dia Dom Dinis se achava no porto observando a movimentação de embarcações. Estranhou ao não identificar nenhuma embarcação com a chancela ou bandeira do seu país. Quis saber a razão, perguntando a um de seus conselheiros. A resposta foi mais ou menos esta: “Não temos madeira especial para construir embarcações”.
Ao deixar o porto, dom Dinis já tomara a decisão de iniciar a plantação de árvores apropriadas para construir navios e tal. Dez anos passados, Portugal já tinha o mar e rios cheios de embarcações.
Outra de dom Dinis: insatisfeito por ouvir seu povo falar em latim enviesado, decidiu oficializar o português corrente.
Tempos depois, mais precisamente em 1536, surgia a primeira gramática ensinando como falar a língua adotada por dom Dinis. O autor dessa façanha foi o padre Fernão de Oliveira (1507-1581).

sexta-feira, 10 de junho de 2022

VIVA A LÍNGUA PORTUGUESA! (1)

O mar inventou o Brasil
E os portugueses, o mar
Tal façanha só foi feita
Pra que se pudesse contar
Que o poeta rei Dinis
Chegou longe sem nadar

Nadar mesmo não sabia
Mas sabia inventar
Foi ele quem inventou
De por seu povo no mar
Balançando sobre as ondas
Foi o mundo conquistar

Tinha já uns trinta anos
Era bom e coisa e tal
Não gostava do latim
Tão falado em Portugal
Depressa ele pensou
Numa língua mais legal

Essa "língua mais legal"
Era a língua portuguesa
Cultivada com esmero
Como flor da realeza
Portugal lhe deu a forma
O tom, graça e beleza

No mundo há muita gente
Falando em japonês
Falando grego e russo
Alemão, turco e chinês
Mas na vida coisa boa
E falar em português


O Brasil é formado por um enorme agrupamento de outros Brasis: 26 Estados e 1 Distrito Federal. O resultado disso é um país absurdamente fantástico, de dimensões continentais, com 8.622.996 quilômetros quadrados, área equivalente a pelo menos 17 Espanhas, 28 Itálias, 206 Suíças, 251 Holandas, 279 Bélgicas e 797 Cubas, ou algo — ainda territorialmente falando — como quase uma China ou Estados Unidos da América, ou duas Índias Inteiras.
Diante disso, um desavisado qualquer pode, ou poderia, concluir que o nosso Patropi é uma espécie de torre de Babel. Mas não é. Aqui todos se entendem, pelo menos linguisticamente. A língua é uma só: o português, embora à essa altura — quatrocentos e tantos anos depois da descoberta — eu ache que melhor seria, sem xenofobia, se pudéssemos chamá-la de brasileira, de língua brasileira.
Mesmo sem outras línguas (ou dialetos), o Brasil carrega no bojo uma peculiaridade especialíssima: o sotaque.
O sotaque da língua de um povo não substitui um dialeto, é claro, pois a língua é a fala de um povo, de uma nação, O sotaque é o canto de uma língua.
Em cada canto ou região do Brasil podem se fazer descobertas verdadeiramente incríveis: para tanto, basta um pouco mais de atenção.
Na Paraíba ou em Pernambuco as palavras têm um sentido bastante diferente do sentido a elas dado no Rio de Janeiro ou em São Paulo. Nesses lugares, as palavras são carregadas de um quê que não existe em regiões como o Rio Grande do Sul ou Brasília, por exemplo. No Rio, jerimum é abóbora e aipim é macaxeira, pode?
Na Bahia, mais precisamente na capital Salvador, as palavras parecem nascer das ondas do mar, do sol posto num fim de tarde, dos balouçantes coqueirais, do sorriso e do requebro dos quadris das rainhas negras encontradas em cada praça ou esquina; da música, do trinar dos passarinhos, dos tocadores de berimbaus, das danças, dos terreiros de umbanda, das pretas baianas vendedoras de acarajés vindas de mãe África transbordantemente carregadas de carinho, graça e sensualismo.
O falar dos nortistas é um, o dos nordestinos é outro, o dos sulistas etc. Em cada região do Brasil há uma linguagem própria, popularíssima. Sem contar o uso da gíria, que se renova no dia a dia das grandes cidades…

Os paulistas carregam no r, assim: porrrta, porrrteira, aberrrtura, porrrr aí.
No Nordeste, a tônica forte é a vogal, com o som escandalosamente aberto. Pronuncia-se: p(óóó)rta, p(óóó)rteira, ab(ééé)rtura etc. etc. Nessa região, formada por nove Estados — incluindo o Maranhão, terra dos Ribamares —, há muitas outras peculiaridades no linguajar. A consoante v, por exemplo, lá é quase sempre trocada e pronunciada com o r dobrado: cerreja (cerveja), carralo (cavalo), raquinha (vaquinha) etc. E em alguns casos, as palavras chegam a ser totalmente descaracterizadas, como velho, pronunciada como réi. Noutros, o r simplesmente desaparece, como, aliás, o m. Ex.: cab(r)a, viage (viagem), marge (margem), virge (virgem).
Os verbos, nalguns tempos, como no gerúndio, também apresentam mudanças. Ex.: ino (indo), andano (andando),fugino (fugindo). Quer dizer, nesses casos, o d vai para a cucuia, como para a cucuia também vai o tratamento você, humilhantemente reduzido para a forma cê ou ocê, assim pronunciado em quase todo o território nacional.O nordestino fala apressadamente, Por isso, talvez, muitas letras abandonem as palavras, como nos exemplos citados. Curiosidade: quando isoladamente, o e costuma ganhar o som de i (em São Paulo, ê). Pode? Pode, pois este é o Brasil-brasileiro cantado em prosa e verso numa só língua, mas com sotaques diversos nos seus 26 Estados.

O BRASIL SOFRE NAS UNHAS DE BOLSONARO

Eu não sei se estou ficando doido, mas o fato é que cada vez mais me sinto com os nervos à flor da pele.
Nos meus silêncios tremo, me enervo e até choro ora de raiva, ora de tristeza, mesmo.
Sou de um país incrível, muito bonito, de gente trabalhadora.
Milhões de brasileiros estão sofrendo por não terem o que comer, por não terem emprego, por não ganharem o básico necessário para a sua existência e o seu futuro.
A educação está em pandarecos, idem o setor de saúde e tudo o mais.
A Amazônia brasileira está sendo engolida pelos garimpeiros e traficantes.
Nossas árvores estão tombando e virando objeto de venda ilegal. E já faz tempo.
Os indígenas, sempre desrespeitados, rogam aos céus paz e piedade...
Enquanto isso, o presidente eleito pela maioria segue desrespeitando as regras civilizadas e atacando as pessoas que não concordam com ele, com seus gestos abruptos e fala de quem anda precisando ser barrado ou posto numa camisa de força.
Estamos afunhenhados.
Bolsonaro foi à Los Angeles participar da Cúpula das Américas, periodicamente realizada por iniciativa do presidente de plantão norte-americano. No caso ora em pauta, Joe Biden.
A Biden, Bolsonaro disse que o Brasil continua às mil maravilhas. Que o Brasil continua sendo os pulmões do mundo, o celeiro alimentar do mundo. Mentira! Falou também, como não haveria deixar de ser, das urnas eletrônicas que serão pilotadas em outubro pelo Tribunal Superior Eleitoral, TSE. E insistiu na tecla: são falhas. 
Para que as eleições sejam validadas, é preciso que "sejam limpas e auditáveis". Quanto ao desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, Bolsonaro disse que ambos fizeram o que não deveriam fazer: "Realmente, duas pessoas apenas num barco numa região daquela, completamente selvagem, é uma aventura que não é recomendável que se faça. Tudo pode acontecer, pode ser um acidente, pode ser que eles tenham sido executados. Tudo pode acontecer...".
Pois é, aí está, segundo Bolsonaro, Pereira e Phillips são culpados pelo o que fizeram.
Em várias partes do mundo está havendo manifestações públicas de pessoas e entidades ligadas aos direitos humanos (acima). Todos querem saber onde se acham Pereira e Phillips.
A Tower Bridge, famosa ponte de Londres, amanheceu com enormes cartazes em que se liam indagações sobre o desaparecimento de Pereira e Phillips.
Meus amigos, minhas amigas, eu acho o seguinte: qualquer adjetivo, por pior que seja, cabe certinho como definição do que é Bolsonaro.

quinta-feira, 9 de junho de 2022

MORRE O CARTUNISTA ROGÉRIO TADEU

Integrantes da equipe do jornal +Humor,
com Rogério (agachado) e Fausto (à direita)
Mais um grande cartunista brasileiro partiu para a Eternidade.
A informação é do Fausto, amigo e colaborador deste Blog. Diz Fausto:
"O cartunista Rogério Tadeu faleceu vitima de câncer nesse 8/6/2022, aos 68 anos. Há algum tempo ele se achava internado por conta de um tratamento. Cartunista muito criativo, era um dos editores do jornal +Humor juntamente com Amorim, Luis Pimentel, Mayrink, Ykenga Mattos entre outros. Sua produção era vasta com muitos cartuns, charges e personagens: Bola Furada e Mão Estendida, em parceria
com o jornalista Luis Pimentel (ao lado). Muito criativo, tinha vários projetos inclusive para o jornal +Humor que estava em planejamento de voltar após um período de paralisação por conta da pandemia. Boa gente e de bem com a vida, era vascaíno fanático".
Fausto conta um pouco a respeito do jornal +Humor:
"O +Humor, criado e editado  no Rio de Janeiro, tem com distribuição gratuita a população, em locais determinados e é vendido por assinatura para pessoas fora do Rio de Janeiro. A festa de 1 ano do jornal aconteceu na Lapa, Rio, com a edição do numero 9 em 2020.
Depois teve de ser interrompido per conta da Pandemia. Era até então, o único jornal de humor impresso no Brasil, em tamanho tabloide. Equipe de cartunistas: Amorim, André Brown , Dil Márcio, Guidacci, Jaguar, Luis Pimentel, Ykenga, Eu (Fausto) e Rogério Tadeu".
No decorrer da pandemia provocada pelo novo Coronavírus, morreram dezenas de artistas do traço brasileiro. Assim, infelizmente, o humor brasileiro continua perdendo a graça

Charge de Rogério Tadeu

A INVENÇÃO DO BRASIL

O dia hoje é 9, o mês junho e o ano 2022. 
Esse dia registra o espanhol José de Anchieta, Apóstolo do Brasil, como mais um santo em terras brasileiras.
São José de Anchieta foi canonizado pelo Papa Francisco no dia 24 de abril de 2014. A base da canonização foi o registro de 5.350 "milagres" atribuídos a ele.
Amanhã 10 marca o dia de nascimento do baiano João Gilberto. Faria 91 anos de idade se vivo estivesse, mas não está a não ser na memória de quem é tarado pela bossa nova.
João Gilberto, que morreu no dia 06 de julho de 2019, cantava e tocava violão bem baixinho. Chamavam-no de gênio da raça, mas eu gostava mesmo era das caretinhas que ele fazia.
Mas não é a respeito desses dois "santos" que venho aqui batucar nas teclas.
Amanhã 10 é consagrado como Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas.
São nove as comunidades portuguesas: Moçambique, Angola, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Timor Leste Macau e, naturalmente, Brasil.
Camões, Luís Vaz de Camões, é o nome mais expressivo da língua dos portugueses. Nasceu em 1524 e encantou-se em 1580, depois de ver publicado a sua obra mais importante: Os Lusíadas, que foi à praça em março de 1572.
Existem pouquíssimos exemplares da primeira edição de Os Lusíadas. Um desses exemplares se acha na Biblioteca Nacional, RJ.
Sobre a língua portuguesa, desenvolvi para o Newsletter Jornalistas & Cia um texto que tomara que vocês, leitores deste blog, gostem. O texto completo se acha na página 23, cliquem: J&Cia - EDIÇÃO 1362
A partir de amanhã 10 e até segunda 13, publicarei em partes o texto Viva a Língua Portuguesa!. Antes, ouça o poema que fiz sobre a nossa língua:

quarta-feira, 8 de junho de 2022

FOME, FOME, FOME!

Triste: mais de 19 milhões de pessoas passam fome no Brasil, atualmente.
Essa informação consta da mais recente pesquisa desenvolvida pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede PENSSAN). 
Isso não é brincadeira. É lamentável sob todos os aspectos e pontos de vista.
É problema antigo e sem solução até os dias de hoje.
Passar fome não é brinquedo. É algo torturante, humilhante.
Um dos primeiros levantamentos mais sérios sobre a questão se acha no livro Geografia da Fome, do pernambucano Josué de Castro (1908-1973).
O livro de Josué causou grandes polêmicas no Brasil e fora do Brasil, tanto que chegou a ser publicado em mais de 30 idiomas. É referência temática até hoje. Quem não o leu, leia.
Josué chegou a ser deputado por sua terra e teve o mandato cassado pela ditadura militar.
Pois é, o Brasil é cheio de incongruências.
O Brasil, segundo o presidente Bolsonaro, é o maior celeiro alimentar do mundo.
O romancista Kafka, do absurdo, encontraria por cá se por cá vivesse um verdadeiro manancial para as suas histórias aparentemente sem pé nem cabeça.
Kafka é o autor de Metamorfose.
Entre janeiro de 2019 e março de 2021 Bolsonaro, com seu cartão corporativo mágico, já gastou mais de 21 milhões de reais. Nessa dinheirama se acha tudo que um nababo gosta: comida fina de todos os tipos etc.
Os gastos de Bolsonaro pelo cartão corporativo são feitos em sigilo e guardado à 7 chaves.
Os exageros de Bolsonaro, todos, estão sob sigilo. Mas sabe como é repórter, né?
Na pesquisa da Rede PENSSAN há três fases de fome: leve, moderado e grave.
A fase grave, como indica o nome, é terrível e nela se acha 9% da população.
A população brasileira é calculada pelo IBGE em mais de 200 milhões de pessoas.
E que nem cachorro, Bolsonaro não quer largar o osso nem a pau. Pra se reeleger, venderia até a mãe. Ui!
A porta dos açougues Brasil afora formam-se filas e filas de pessoas em busca de osso.
Meu Deus! 
O cartunista mineiro Henfil, de batismo Henrique de Souza Filho (1944-1988),  criou o triste personagem Rango. 
Rango correu mundo: França, EUA etc.
O personagem de Henfil continua, infelizmente, atualíssimo.

Tirinha de Rango com seu filho

A mesma tirinha na versão em francês

 

O compositor e pianista mineiro Ary Barroso (1903-1964) tinha na TV e no Rádio um programa muito famoso. Por esse programa passou até Luiz Gonzaga.
Um dia, Ary recebeu a então caloura Elza Soares. Pobre, muito pobre, Elza apareceu diante do compositor bem magrinha, triste, enfiada num vestido surrado da mãe. Vendo a figura, Ary Barroso perguntou de modo sarcástico: "De onde você vem, menina?". E Elza: "Eu venho do planeta fome!".

terça-feira, 7 de junho de 2022

VIVA A LIBERDADE!

Hoje é o dia Internacional da Liberdade de Expressão. Porém não há o que comemorar. A propósito, há duas pessoas desaparecidas atualmente na Amazônia: o indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Philips. Podem ter sido mortos por garimpeiros e traficantes que atuam na região. Torçamos que estejam sãos e salvos.
Ontem 6 o Exército soltou duas notas oficiais. Numa delas dizia que não tinha condições de procurar os desaparecidos. Na segunda nota, dizia que tinha condições.
Pois é.

Veja: JORNALISTA INGLÊS DESAPARECE NA AMAZÔNIA/ ASSIS ÂNGELO

segunda-feira, 6 de junho de 2022

GERARDO MELLO MOURÃO: UMA HISTÓRIA

Pesquisa do Datafolha publicada no último fim de semana dá conta de que quase 50% dos brasileiros atuam, politicamente, na linha esquerda.
Isso me fez lembrar da Coluna Prestes, que atuou com intensidade no correr dos anos de 1920.
A Coluna era esquerda vermelhíssima.
Uma vez Prestes me disse, contrariamente ao que se dizia, que a Coluna que levou seu nome não partiu pra cima dos cangaceiros de Lampião. Disse-me o famoso comunista que seus homens, enfileirados, acompanharam de longe a movimentação dos homens do famoso cangaceiro. E só. Explicação do velho Prestes: "Se o governo queria pegar Lampião e também a Coluna, alguma coisa estava errada". 
Os cangaceiros e a Coluna Prestes eram contra o governo vigente. Portanto, não fazia sentido os cangaceiros e a Coluna se digladiarem.
Digo isso para lembrar de Carlos Lacerda e Gerardo Mello Mourão (1917-2007).
Lacerda começou na política como comunista.
Mourão conheceu de perto a Coluna Prestes. Era menino, tinha ali por
Assis com DVD sobre Gerardo Mello Mourão
volta de 8 anos de idade. Integrantes da Coluna chegaram a pernoitar na casa de Mourão, em Crateús, CE.
Politicamente Gerardo Mello Mourão ingressou na política partidária defendendo os ideais da ação integralista. Ora, veja! Mas o tempo passou, e depois de 18 prisões, Mourão aliou-se à esquerda.
Carlos Lacerda, por sua vez, trocou a esquerda pelos ideais da direita canina. A morte de Vargas deve-se a ele, diga-se de passagem.
A história do cearense Gerardo Mello Mourão é interessantíssima.
Lacerda tinha um cérebro privilegiado. Falava várias línguas e hipnotizava multidões. O mesmo pode ser dito sobre Mourão.
Lacerda e Mourão, além de oradores, eram intelectuais de grande peso na vida brasileira. E também atuaram como jornalistas. 
A obra literária de Mourão é fantástica. Recomendo, aliás, a leitura do livro A Invenção do Mar. Voltarei ao tema, mas antes leiam a entrevista que Mourão deu a Tarcísio de Holanda e Ana Maria Lopes poucos anos antes de morrer. Acesse: DEPOIMENTOS: GERARDO MELLO MOURÃO

A ENCANTADORA VISITA DA JOVEM TINA (3, FINAL)

Antes de sair, Tina voltou-se tirando da mochila que levava às costas uma publicação ilustrada, e em braile, de Dorinha e a Turma da Mônica — Brincando pelo Brasil.
“É mais uma publicação dos Estúdios Maurício de Sousa”, informou.
Flor Maria, que discretamente acompanhava nossa conversa, pediu licença pra dizer que adora a personagem Dorinha. E contou: “É a história de uma personagem baseada na paulistana Dorina de Gouvêa Nowill, que ficou cega quando tinha 17 anos de idade. Morreu aos 91 anos, em agosto de 2010. Li que ela foi a primeira aluna cega a frequentar um curso regular na Escola Normal Caetano de Campos, em São Paulo. Posteriormente, Dorina colaboraria para a elaboração da lei de integração escolar, regulamentada em 1956. Estudou e fez vários cursos, inclusive a de especialização em educação de cegos na Teacher´s College da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, EUA”.
Poxa, eu disse sem me conter: “Como você sabe disso tudo?”.
A resposta foi rápida: “Sabendo”.
Após isso, Maria levou Tina até a porta e despediram-se.
A Fundação Dorina Nowill para Cegos é uma Instituição surgida em 1946 sob a denominação Fundação para o Livro do Cego no Brasil.

domingo, 5 de junho de 2022

A ENCANTADORA VISITA DA JOVEM TINA (2)

Personagem Cebolinha, por Maurício de Sousa
Quando pensei que já havia atendido a todas curiosidades de Tina, ela veio perguntando como desenvolvi a adaptação de Os Lusíadas. Ai, ai, ai, quanta curiosidade!
Eu respondi à jovem, filha de Maurício, que Os Lusíadas é uma obra encantadora e como tal sempre despertou em mim a vontade de recontar a história das navegações escritas pelo grande poeta português Luís Vaz de Camões. “Seu Assis, eu li Os Lusíadas graças ao Sr. e gostei. Muito. Agora quero saber se a sua adaptação da obra de Camões vai a teatro e virará livro”.
Entusiasmei-me, confesso, com a abordagem da jornalista. E de repente, vi-me falando pelos cotovelos. Disse-lhe que meu sonho, um dos meus sonhos é ver A Fabulosa Viagem de Vasco da Gama no Mar para canto e cordel. Pensei numa ópera popular. Mas não está fácil realizar essa minha vontade. “O Sr. já falou com o governo português, com os representantes do governo português no Brasil?”.
Tina realmente é uma menina muito interessante, atenta a tudo.
Quando pensei, de novo, que havia satisfeito a sua curiosidade, ela soltou mais perguntas: “E o rádio? E a televisão? Eu soube que o Sr. já publicou até folhetos de cordel. Na verdade já li alguns, gostei muito daquele A Vida como Tragédia e um Cego por Testemunha. Também gostei muito do folheto Jornalismo e Liberdade nos Tempos de Pandemia. O Sr. não pretende voltar ao rádio ou à televisão?".
Havia tempo que eu não falava com alguém tão jovem e tão curiosa a respeito do dia a dia que vivemos. Bom, respondi que sim. Que pretendo voltar às ondas do rádio e à TV. Mas para isso, faço necessário que alguém me veja e entenda meus propósitos: “Tornei-me invisível, Tina”.
A jovem filha de Maurício parece não ter gostado muito da palavra “invisível” e rebateu: “Desculpe, mas acho que o Sr. não está invisível coisa nenhuma, o Sr. tem produzido muita coisa, muita coisa mesmo! Na verdade, acho que o fato do Sr. ter ficado cego ficou foi melhor. Adoro seus poemas e todos os seus textos. Sou sua fã”.
Para provar o que dizia, Tina começou a declamar um poema que fiz pouco tempo depois que perdi a visão:

É magra e graciosa
Elegante e mágica
Não tem pena nem pecado
É dócil, é prática
É bela, belíssima
De beleza clássica

Ela é solidária
E não sabe dizer não
Ela abre meus caminhos
Com firmeza e decisão
E vai prá onde eu vou
Sem largar a minha mão

Eu adoro essa magrela
Pela sua discrição
Por gostar do que eu gosto
E me dar sua atenção
Eu a ela dou a vida
E ela a mim sua visão

Quieta, mas atenta
Sai comigo a passear
Com um passo mais à frente
Em silêncio, sem falar
Mas tudo que lhe peço
Ela dá sem reclamar

Mas que magrela é essa
Que me tira da rotina
E me leva a ver a vida
Pela ótica feminina
Seja dia, seja noite
Oh, meu Deus! É Serafina.


Espantei-me e, claro, não deixei de perguntar onde ela tinha descoberto esse texto.
Com ar de mistério, Tina riu e disse: “Eu não revelo as minhas fontes”.
Achei graça e ri também. E ela: “Aliás, aproveitando a oportunidade, gostaria que me dissesse como perdeu a visão. A propósito, esse poema é uma homenagem a bengala, não é?”.
Bom, perdi a visão em 2013 depois de várias cirurgias no Hospital das Clínicas. Essa perda foi provocada por descolamento de retina. Muita gente passa por isso. É de repente e não tem uma causa específica. Perder, perdi. Fazer o quê? O caso é adaptar-me à nova vida que vivo. Claro que ainda sofro problemas decorrentes do descolamento, como depressão. Mas a gente vai levando, com apoio de amigos e amigas. Amigos novos, pois os outros deixaram-me a ver navios e lamentando o que tinha que lamentar. Não é brinquedo não. Tenho feito muitos poemas abordando o tema da cegueira. Um desses, este:

Devastadora e sonsa
E filha da implosão
Ela pega, ferra e mata
Em nome da solidão
Não gosta de alegria
Ela gosta da perdição

Não tem cara, corpo ou alma
É invisível e letal
Nunca fez bem a ninguém
Pois é um mal universal
E não vou falar mais dela
Porque não presta e ponto final!

Enfim a cegueira não é o fim, não é mesmo?
Em determinado momento, agora sim satisfeita, Tina despediu-se com um aperto de mão, lembrando: “O dia 10 de junho é o dia da Língua Portuguesa. Nesse dia também é lembrada a morte de Camões. Vai escrever algo?”.Talvez, respondi.

sábado, 4 de junho de 2022

A ENCANTADORA VISITA DA JOVEM TINA (1)

Eu estava pra lá e pra cá na cadeira de balanço quando o telefone tocou. Fui atender, caiu. Voltei à cadeira. O telefone tocou novamente. Dessa vez consegui. Era Tina.
Tina é uma jovem jornalista que tem combatido o tempo todo as Fake News espalhadas no terreno livre da Internet, por gente que não tem tocômetro. Tina perguntou: “É o Assis?”.
Segundos após eu confirmar que sim, que era eu, Tina perguntou se poderia me atender para uma entrevista e conhecer o meu acervo de livros, discos e outros documentos brasileiros. “Sobre tudo, o assunto são vários”, foi logo falando.
Achei graça no jeito descontraído, leve, da menina Tina se expressar. E respondi: “Claro, estou à sua disposição”.
Horas depois, Tina bateu à porta apresentando-se. Disse que nascera em São Paulo e sempre sonhou ser jornalista. Não foi difícil. Seu pai, o cartunista Maurício de Sousa, deu-lhe todo o apoio.
Maurício é um dos mais importantes nomes dos quadrinhos brasileiros. A sua história é conhecida por todo mundo.
Em 2005, o jornalista alagoano Audálio Dantas (1929-2018), lançou o livro A Infância de Maurício de Sousa (ao lado).
Com o canudo conquistado na Faculdade, Tina logo foi às ruas em busca de notícias. Paralelamente, enquanto caçava fatos, Tina mergulhava nas redes sociais e espantou-se com o volume enorme de mentiras colocadas à disposição dos incautos.
A jovem contou-me isso sem esconder a revolta que as Fake News lhe causam. “Foi assim, seu Assis, que decidi dar rumo a minha vida. Tenho várias amigas e amigos que me ajudam nessa tarefa. O cartunista JAL é um desses amigos”, contou.
Solidário, ofereci-lhe o meu apoio.
Depois disso, dessas breves revelações, Tina disse que acompanha os meus passos no jornalismo há muito tempo e que sentia muito o fato de eu ter perdido a visão dos olhos. Disse também que não perde os textos que publico no Newsletter Jornalistas & Cia. Até lembrou alguns como o que fiz sobre João do Rio, sobre a Imprensa Negra do Brasil e, especialmente, sublinhou: “Adorei a entrevista que o Sr. fez com Deus, Jesus e Marx”.
Realmente, Tina é muito inteligente. Esperta diriam alguns, mas prefiro o termo inteligente.
Depois de falas e falas, perguntas e perguntas, Tina elogiou o site do Instituto Memória Brasil e o blog que mantenho na Internet. Curiosa, quis saber como é que produzo meus textos, já que não posso mais escrever. “Eu os dito”, respondi, acrescentando: “Pessoas incríveis me auxiliam nessa tarefa. Entre essas pessoas queridas destaco a Anna da Hora”.
Ainda muito curiosa, quis saber quem é Anna da Hora. E eu disse: “Anninha é uma jovem como você recém-formada em Artes Visuais”.

sexta-feira, 3 de junho de 2022

O POVO SOFRE, EM QUALQUER LÍNGUA

Ucranianos em fuga
Os EUA querem pegar a Rússia, que quer pegar a Ucrânia e anexá-la ao seu imenso território.
A Rússia, comandada por Vladimir Putin, invadiu o território ucraniano no dia 24 de fevereiro deste ano de 2022.
Hoje 3 portanto faz três meses, uma semana e três dias que esse horror começou no Leste europeu. Ou seja, há 100 dias.
O caso é seriíssimo.
Pelo menos 14 milhões de ucranianos já deixaram a sua terra.
O número de mortos e feridos no que Putin chama de "operação especial", é desconhecido. Fala-se de 100 mortos/dia. Só do lado ucraniano. Paralelamente à guerra convencional, outra guerra é visível na Rússia e Ucrânia: a guerra de Fake News, segundo a qual um lado diz que fez e aquilo e o outro, também.
Os EUA e países do bloco europeu continuam apostando na força ucraniana, mandando pra lá armas de todos os tipos. Muitas delas pesadíssimas.
Fora essa ajuda que a Ucrânia tem recebido, os EUA e países aliados têm tomado várias decisões contra o governo russo. Entre essas decisões se acham o embargo às importações de petróleo e o congelamento de bens de personalidades do país de Putin.
Ainda não se vê no horizonte possibilidade de um acordo de paz entre os dois países em guerra, infelizmente.
Atualmente há mais de 20 países em guerra, entre os quais Etiópia, Iêmen, Mianmar e Síria.
A Síria é apoiada pela Rússia. Curioso, não?
Puxando mais pra cá, mais uma curiosidade: Bolsonaro e Lula são a favor de Putin.
Bolsonaro é contra o atual governo venezuelano, mas está se inspirando nele para prosseguir no poder.
Ao municiar a Ucrânia, os EUA estão jogando gasolina na fogueira.
Isso é péssimo.
O povo sofre, em qualquer língua.

quinta-feira, 2 de junho de 2022

HÁ 20 ANOS ERA MORTO TIM LOPES

O jornalista gaúcho de Pelotas Tim Lopes, de batismo Arcanjo Antonino Lopes do Nascimento, tinha 51 anos de idade quando foi capturado e torturado por marginais que dominavam o complexo do Alemão, no RJ.
A morte de Tim completa hoje 20 anos, ou seja: dia 2 de junho de 2002.
Tim era repórter da TV Globo e quando foi agarrado por seus algozes, achava-se desenvolvendo reportagem sobre abuso de crianças e adolescentes.
A morte do repórter só foi descoberta cinco dias depois de ele ter sido queimado dentro de um pneu de trator.
Um horror!
Não é de hoje que jornalistas são perseguidos e mortos por todo tipo de bandido.
Em novembro de 1830, o primeiro jornalista a tombar morto por balas de pistoleiros alugados foi o italiano naturalizado Líbero Badaró.
Badaró tinha 31 ou 32 anos de idade quando foi morto.
O primeiro desembarque de Badaró foi no Rio de Janeiro e o segundo em São Paulo, SP. Em São Paulo Badaró criou um jornal que levava a público os desmandos praticados por poderosos de plantão, como o procurador geral Japiassu.
Ao denunciar irregularidades de governantes, Líbero Badaró assinava sua sentença de morte.
Depois de Líbero Badaró, muitos outros jornalistas foram assassinados no Brasil. Mas os números exatos são ainda desconhecidos. Sugiro, aqui, que a Associação Brasileira de Imprensa, ABI, ou a Federação Nacional de Jornalistas, Fenaj, faça um bom levantamento a respeito. É necessário.
Tim Lopes nasceu em novembro de 1950.
A perseguição contra Badaró se intensificou em junho de 1830.
Em 2001, Tim Lopes ganhou os prêmios Esso de Telejornalismo e o Líbero Badaró de Jornalismo pela reportagem Feira de Drogas, exibida pelo Jornal Nacional (TV Globo).
Em 2013, o diretor de cinema Guilherme Azevedo levou às telas Tim Lopes: Histórias de Arcanjo. Veja o trailer:
 

Ontem 1º de junho foi o dia da Imprensa, no Brasil.
No começo deste ano escrevi a letra e o músico Jorge Ribbas pôs a melodia ao que intitulamos Hino a Badaró. Ouça:
 

quarta-feira, 1 de junho de 2022

VALDECK E O TEATRO DE MAMULENGOS

Xilogravura de Regina Drozina
Valdeck, Assis Angelo e Regina no
Instituto Memória Brasil
Valdeck de Garanhuns é um multitudo da cultura popular brasileira. A sua companheira, Regina Drozina é a sua fiel escudeira. Pra onde ele vai, ela vai. 
Regina, paranaense, é xilógrafa.
Valdeck carrega no sobrenome artístico o nome da cidade pernambucana onde nasceu: Garanhuns, mesma terra do sanfoneiro Dominguinhos (1941-2013).
Ontem 31, Valdeck e Regina estiveram me visitando. Conversa vai, conversa vem, disseram que estão muito felizes em Guararema, cidade que escolheram para morar em 2010.
Guararema fica a cerca de 80km da Capital paulista. Nessa cidade os dois instalaram o ateliê MatrizArtes (Rua Major José Freire, 67).
Todo mundo sabe, mas não custa lembrar: Valdeck é ator, cordelista, contador de histórias e ventríloquo. Seu "companheiro" de jornadas é Benedito.
Benedito é um negro cheio de onda e ontem, ao me visitar, aprontou das suas.
Saiba das influências artísticas de Valdeck, clicando:

domingo, 29 de maio de 2022

RÁDIO: INCLUSÃO E CIDADANIA (2, FINAL)

Ilustração de Fausto Bergocce

Geraldo Nunes como repórter-aéreo, em 2004
Eu conheci Geraldo Nunes no começo dos anos de 1990. E quando ele traçou o plano de levar ao ar o programa São Paulo de Todos os Tempos, me telefonou. E conversa vai, conversa vem, me chamou para abrir o programa com uma entrevista de uns 15 minutos. Essa entrevista ocupou o programa inteiro, de uma hora.
O ano de estreia de São Paulo de Todos os Tempos foi 1994.
A deficiência física que Geraldo Nunes carrega consigo até hoje nunca o impediu de desenvolver suas funções como profissional do jornalismo. Também não o impediu, nem o impede, de mover-se por onde quer que queira. Anda com o auxílio de aparelhos ortopédicos. O seu carro é adaptado e assim ele segue a vida. Serelepe.
É certo que há muitos Geraldo Nunes por aí, tentando alçar vôo como profissional e cidadão. Mas a sociedade os impede, mesmo depois da aprovação pelo Congresso Nacional do Estatuto da Pessoa com Deficiência, em 2015. Já no início, destaca o Estatuto:

É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à pessoa com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à maternidade, à alimentação, à habitação, à educação, à profissionalização, ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilitação, ao transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecnológicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição Federal, da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo e das leis e de outras normas que garantam seu bem-estar pessoal, social e econômico.
E destaca mais: 

A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. 

Atualmente, aposentado, Geraldo Nunes escreve livros sob encomenda. Mas, segundo ele, poderia estar atuando na reportagem ou dirigindo uma redação, pois talento para isso não lhe falta.
Quanto a mim, faço minhas as palavras dele. Com um agravante: procurei sarna pra me coçar ao decidir adaptar Os Lusíadas de Luís de Camões para Canto e Cordel. O meu desejo, com isso, era levar a adaptação da obra-prima de Camões ao teatro como Ópera Popular. Não, não está dando, mesmo sendo 2022 o ano de comemoração, por que não dizer, da primeira edição de Os Lusíadas.
Os Lusíadas foi publicado em 1572, em Portugal.
Como cego dos olhos, apenas dos olhos, a meu modo continuo a ver a vida. Ouça: POEMAS DOS OLHOS
Um dos meus maiores desejos atualmente é voltar às rádios, ou televisão, para apresentar um programa provisoriamente intitulado Visão Cidadã.
Enquanto isso, continuo escrevendo poemas, canções e folhetos de cordel.

Você conhece o Instituto Memória Brasil? Clique: https://institutomemoriabrasil.com.br

sábado, 28 de maio de 2022

JOÃO CARLOS MARTINS ABRE A VIRADA CULTURAL

Assis Angelo e Getúlio Mac Cord
Logo mais às 17hs o maestro João Carlos Martins abrirá a
Virada Paulista, num palco da Freguesia do Ó.
Essa é a 17ª Virada e dela participarão algumas centenas de artistas. 
Estão programadas pelo menos 300 participações como dança, música e outras atividades artísticas.
Entre os artistas mais conhecidos estão Criolo, Arnaldo Antunes e Sidney Magal.
Muita gente boa, como Cacá Lopes ficou de fora. 
Eu participei uma ou duas vezes dessa Virada (registro abaixo).
A Virada Cultural é um projeto de origem francesa. Surgiu no ano de 2002, em Paris.

GETÚLIO MAC CORD

O carioca da Tijuca Getúlio Mac Cord se acha em São Paulo para acompanhar a Virada Cultural. Getúlio, radialista e pesquisador da cultura popular, é autor do livro Tropicália — Um Caldeirão Cultural (2009). Aproveitou sua estadia por cá para entrevistar Augusto de Campos e Jorge Mello. Esteve ontem sexta 27 conhecendo o Acervo Instituto Memória Brasil.



LEIA MAIS:

RÁDIO: INCLUSÃO E CIDADANIA (1)

Em 1968, o cantor e compositor paraibano Geraldo Vandré já proclamava na sua famosa guarânia Pra Não Dizer que Não Falei de Flores:

Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não…


Em 1988, a atual Constituição brasileira já garantia, no seu art. 5º que:
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade...
Noutras palavras: é livre o ir e vir, movimento esse garantido firmemente pela Constituição. Infelizmente na prática, porém, isso não ocorre 100% como deveria ocorrer.
A população brasileira já passa dos 200 milhões de habitantes. Mais mulheres.
O número de desempregados, no nosso País, já passa de 11 milhões de pessoas.
No seu art. 6º, garante a Constituição:
São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados…
Números divulgados pelo IBGE em 2019 indicavam que mais de 13 milhões de brasileiros viviam na pobreza.
Números que acabam de ser divulgados pelo próprio IBGE mostram que só na Capital paulista há mais de 600 mil famílias vivendo com apenas R$105/mês.
A desigualdade entre pretos e brancos, entre brasileiros enfim, continua de modo crescente.
As pessoas que estão aptas para trabalhar, não acham emprego. Imaginemos, agora, as pessoas portadoras de algum tipo de deficiência, embora aptas para o trabalho, o que devem fazer para sobreviver no seu dia a dia. 
Há no jornal e revista poucos profissionais portadores de deficiência em atividade. No rádio, menos ainda.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), colhidos em 2010, indicam que pelo menos 24% da população brasileira sofre de algum tipo de limitação. Diz a pesquisa:
Quase 46 milhões de brasileiros declararam ter algum grau de dificuldade em pelo menos uma das habilidades investigadas (enxergar, ouvir, caminhar ou subir degraus), ou possuir deficiência mental / intelectual (…) A deficiência visual estava presente em 3,4% da população brasileira; a deficiência motora em 2,3%; deficiência auditiva em 1,1%; e a deficiência mental/intelectual em 1,4%...
Em 2013, eu perdi a visão dos olhos.
Geraldo Nunes, em registro Geraldo Nunes da Silva, perdeu os movimentos dos membros inferiores ainda no tempo de criança.
Geraldo Nunes, paulistano da gema, entra para a história do jornalismo brasileiro como o primeiro “repórter-aéreo” portador de deficiência física provocada pela poliomielite. E também como o primeiro repórter a mostrar e a traduzir os encantos da Capital paulista no plano de cima pra baixo. Lembra:
“Fui o primeiro a falar de Memória Afetiva no rádio, através do programa São Paulo de Todos os Tempos (Eldorado) que permaneceu no ar durante 14 anos, entre 1994 e 2008”.
Corriam os últimos anos do século 20 quando Nunes foi convidado a integrar o quadro profissional de repórteres da Eldorado, emissora que fazia e ainda faz parte do grupo Estadão.
Antes de passar pela Eldorado, Geraldo Nunes passou pelas rádios Capital, Bandeirantes e Pan.
Para a rádio Bandeirantes, Nunes chegou a transmitir boletins diretamente do Aeroporto Internacional de Guarulhos, SP, onde pegou gosto por avião. Num desses boletins ele registrou a transferência do presidente-eleito, Tancredo Neves, de Brasília para São Paulo onde morreria no dia 21 de abril de 1985.
Os primeiros voos desse repórter levaram à chancela da rádio Eldorado. Conta: “Quando a Rádio Eldorado me convidou, em 1989, para ser o repórter-aéreo aceitei de imediato pelo prazer de voar e ao longo do tempo incorporei em meus boletins de trânsito, curiosidades históricas sobre os bairros e ruas de São Paulo o que tornou meu trabalho diferenciado dos demais repórteres da área. Desde então me especializei nas atividades voltadas à pesquisa histórica e aos assuntos ligados à memória paulista e brasileira”.

sexta-feira, 27 de maio de 2022

EU E MEUS BOTÕES (26)

"Eu li seu texto ontem sobre o debate fuinha estrelado por Ciro Gomes. Gostei", começou Zoião. E acrescentou: "O Ciro, de pavio curto, abre a boca só pra agredir quem não concorda com ele".
Barrica e seu irmão Biu, bateram palmas. "Eu também li, seu Assis. E também gostei. E como o sinhô disse, vale tudo pra derrubar o Bozo. A gente elege Lula e depois a gente faz ele fazer o que de fato interessa ao nosso País", disse Barrica.
Num canto, rente à parede, Lampa limpa as unhas com a ponta do seu punhal, desconfiado.
Mané, paraibano da cepa, entra na conversa: "Acabei de ler uma nova pesquisa do Datafolha. A pesquisa diz que Lula ganharia no primeiro turno com 54% dos votos válidos, quer dizer, excluídos os brancos e nulos".
Cabreiro, Lampa continua a cutucar as unhas. E foi não foi, levanta as sobrancelhas, que aparentemente escondem seus olhos frios.
Jão e Zé cochicham.
Zilidoro, atento, diz estar ainda muito preocupado com o andar da carruagem. Ele acha que Bolsonaro está se preparando para atiçar os seus seguidores contra o povo pacato do Brasil.
Agora fico pensando, volta a falar Zoião, "o Ciro, com 8% dos votos válidos, acha que pode mudar o jogo e ganhar o cargo de presidente da República. Não dá, assim não dá. Ele tem mais é que apoiar o Lula. Ele e todos os demais representantes da chamada esquerda".
"Acho que vai ter muita porrada, mas eleição vai ter", opina Zé.
Ao ouvir a palavra "porrada", Lampa limpou o punhal na calça e depois o beijou, murmurando: "Eita punházim bunitim da peste! Vamo ter trabaio, vamo ter trabaio...".
"Tem muito policial se exaltando por aí e fazendo bobagem, besteira", disse Zilidoro acrescentando: "A violência continua braba no Brasil. Agora, além do massacre numa favela do Rio, que deixou 25 mortos, agora mais um inocente é torturado e assassinado em praça pública, em Sergipe".
"Um horror!", bradou Jão.
"São os seguidores do Bolsonaro botando as unhas pra fora", disse Zoião.
Bom pessoal, está na hora de trabalhar. Vamos ao trampo!
Zoião despediu-se com uma pergunta: "O Ciro é nordestino? Pergunto isso porque no tal debate com o Gregório Duvivier, ele diz que é estigmatizado por ser nordestino".
Não, claro que não, ele é paulista de Pindamonhangaba.

quinta-feira, 26 de maio de 2022

A DERROCADA DO PASTOR CIRO GOMES

A violência tem tomado conta do Brasil e se intensificado nos últimos anos.
São mais de 50 mil crimes de morte por ano no nosso País.
Como se não bastasse ainda há a violência verbal praticada e estimulada por autoridades de todos os níveis, incluindo o presidente Bolsonaro. Gravíssimo.
Bolsonaro chegou a ameaçar de morte o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Fora isso, agrediu com palavras de baixo calão deputados e jornalistas.
Há dois dias o Procurador Geral da República, Augusto Aras, partiu pras vias de fato contra o subprocurador-geral Níveo de Freitas só porque discordou das perguntas que lhe foram feitas. A segurança e os defensores do "deixa disso", intervieram para o pior não acontecer.
Pois é, a violência grassa.
O vírus da violência está, infelizmente, impregnado em pessoas insuspeitas, como Ciro Gomes.
Ciro já ocupou vários cargos de importância na República. Foi prefeito, governador e ministro. Mas isso não o impediu que rompesse ou rompa estribeiras contra pessoas que discordem do que diz. Em setembro de 2018, por exemplo, ele xingou e partiu pro pau contra o jornalista Luiz Nicolas Maciel Petri. Foi em Boa Vista, capital de Roraima, durante uma entrevista coletiva.
Está provado: Ciro tem o pavio curto, mas isso não o livra de críticas. Pelo contrário, o impede de alcançar outros cargos na República.
Há poucos dias, Ciro convidou o humorista Gregório Duvivier para "um cara a cara" via Internet.
O convite foi feito depois que Duvivier, no seu programa Greg News da HBO, fazer comentários críticos que desagradaram Ciro. Lá pras tantas disse que o candidato a presidente deveria apoiar o Lula e que, se insistisse em continuar a disputar o cargo de presidente, os eleitores não votassem nele.
Isso foi suficiente pra Ciro engrossar. Daí o convite.
Duvivier aceitou o convite e os dois, ele e Ciro, permaneceram no ar durante quase 2 horas. Detalhe: só Ciro falava e falava e falava, não deixando seu convidado concluir frases e raciocínio.
Em determinados momentos parecia até que Ciro era um pastor de igreja, pois se dirigia a Duvivier como "irmão". Pedia desculpas e insistia, mesmo assim, passava como um trator sob as palavras do seu convidado.
Coisa feia, não se faz isso com um convidado tão especial como Duvivier, que já votou e fez campanha pró Ciro.
A propósito, Duvivier fez campanha contra Bolsonaro, em 2018. Quem não lembra? 
Em 2018, os brasileiros decepcionados com o PT votaram em Bolsonaro pra derrotar Lula.
Agora em 2022, os brasileiros decepcionados com Bolsonaro querem derrotá-lo elegendo Lula a presidente da República.
O Brasil precisa ganhar novos rumos, novos voos. Lula é opção, sem dúvida. Elegê-lo é um começo para o Brasil voltar aos trilhos. E se Lula de novo decepcionar, nós eleitores haveremos de encontrar caminhos para o Brasil não continuar no buraco em que se acha.
Triste fim o de Ciro Gomes.
Digo triste fim porque, como cravou Anna da Hora, "Ciro enterrou sua candidatura, ao chamar Duvivier para um debate".
Sensível, inteligente e rápido no raciocínio, Gregório Duvivier foi de uma compreensão extrema no "cara a cara" com Ciro.
Acompanhe o debate clicando:
 
 

SIVUCA

O paraibano Sivuca, um dos mais importantes sanfoneiros do mundo, completaria hoje 92 anos de idade. Completaria porque foi num dia 26 de maio de 1930 que ele nasceu, em Itabaiana. Sivuca, de batismo Severino Dias de Oliveira, morreu em 14 de dezembro de 2006. Foi meu amigo. LEIA: VIVA SIVUCA!

quarta-feira, 25 de maio de 2022

CULTURA PARA TODOS

Assis Angelo e Jarbas Mariz
A Fábrica de Cultura, unidade Nova Cachoeirinha, encheu-se ontem 24 de um público formado basicamente por educadores e aprendizes para ouvir o que eu tinha e tenho a dizer a respeito de cultura popular.
Entre os educadores, se achava o entusiasmado Rubens Morais.
Minha palestra, intitulada A Cegueira Não é o Fim, começou pontualmente às 15h e terminou uma hora e pouco depois.
Além de cultura popular falei sobre rádio, jornal e até declamei poemas que tenho feito ao longo dos anos.  
Descrevi também os folhetos de cordel que compus e publiquei no decorrer da pandemia que nos tem atacado desde 2020.
Muito atento, o público teve participação ativa na fala por mim desenvolvida.
Fiquei feliz com tudo que ocorreu na Fábrica de Cultura do bairro Nova Cachoeirinha.
Nova Cachoeirinha é um dos muitos bairros da zona Norte da Capital paulista.
Fábrica de Cultura é um projeto do governo do Estado que visa acesso e ampliação ao conhecimento. É desenvolvido e acompanhado de perto pela POIESIS, Instituto de Apoio à Cultura, à Língua e à Literatura.
Do projeto Fábrica de Cultura, existem 8 unidades: Brasilândia, Capão Redondo, Diadema, Iguape, Jaçanã, Jardim São Luís, Osasco e a já citada Nova Cachoeirinha.
Antes de mim estiveram por lá falando e cantando Tom Zé, Emicida, Chico César, Alceu Valença e outros mais.
Tudo muito bom, tudo muito bonito.
O responsável pela programação da Fábrica de Cultura do bairro Nova Cachoeirinha é o músico profissional Jarbas Mariz.
 

LEIA MAIS:  
 

segunda-feira, 23 de maio de 2022

LIVRO E MÚSICA NA CASA DI FATEL


Marcantes foram a tarde e pedaço da noite de ontem 22 no espaço cultural Casa di Fatel, no bairro paulistano Parelheiros. No período ocorreu o lançamento do livro Léxico Catrumano, do poeta e violeiro Téo Azevedo.
Muitos artistas compareceram ao evento, entre os quais Ibys Maceió, Dantas do Forró, Rosa Morena e Anastácia.
Também compareceram ontem à Casa di Fatel jornalistas e radialistas, como Carlos Silvio, Sérgio Mauro e Geraldo do Norte.
Além de profissional da rádio nacional, Geraldo do Norte é um grande poeta da linha popular.
Outros poetas também estiveram prestigiando Téo Azevedo, na Casa di Fatel, como João Gomes de Sá.
Muita gente boa pegou seus instrumentos e tocou e cantou.
Sob aplausos, Fatel, Anastácia, Luiz Wilson e outros bambas de bom gogó cantaram o arrastapé O Cantador de Alto Belo. Ouça:
 

PALESTRA

Amanhã 24, a partir das 15h, estarei proferindo palestra no espaço cultural Fábrica de Cultura

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