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terça-feira, 3 de setembro de 2024
BOULOS NELES!
domingo, 1 de setembro de 2024
BOULOS GANHA DEBATE NA TV GAZETA
Pois é, o crime organizado continua mais organizado do que nunca. As pessoas do bem que se cuidem!
Há minutos findou o debate na TV Gazeta com os cinco dos dez candidatos a prefeito da maior cidade do Brasil e da América Latina: São Paulo.
O debate começou pontualmente às 18h.
O debate mediado pela jornalista Denise Campos Toledo, começou com um cara chamado Pau, Paulo, Plabo ou Plablito sei lá!
Pois, pois, não entendi. Nomezinho esquisito. Escroto, pois grosseiríssimo. Parece que é cabeçona, porém oca. E dizendo essa cabeça oca coisas ininteligíveis.
O papo na Gazeta durou, mais ou menos, umas duas horas. Na real, pouquíssimas propostas foram apresentadas aos telespectadores/eleitores.
Meus amigos, minhas amigas vou lhes dizer uma coisa: o nosso cidadão de categoria invulgar, Guilherme Boulos, entrou no debate inteiríssimo e dele inteiríssimo saiu. Apresentou poucas propostas, mas apresentou algumas como o que pretende fazer, se eleito, no campo da saúde em Sampa.
O Boulos vai para o segundo turno e indo para o segundo turno terá, é certo, o apoio dessa mulher incrível chamada Tábata.
Se Tábata for para o segundo turno, tenho certeza de que o Boulos a apoiará.
O bem comum tem de andar de mãos dadas. Sempre.
Quando eu digo que o Brasil corre risco é porque o Brasil corre risco.
Vocês sabem o que é isso?
Estou em São Paulo há 48 anos, uma semana e três dias. Cheguei em 1976, no dia 22 de agosto de 1976. Pois, pois.
Quando eu digo que o Brasil corre risco é porque entendo perfeitamente que o nazifascismo está tentando pôr de volta suas garras assassinas.
Hitler...
Imaginemos a direita se articulando no mundo todo... E aí tem o nosso binóculo identificando perigos como Pau, Paulo, Plabo ou Plablito... Se assim for, cuidemo-nos! Cuidemo-nos!
LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (126)
Num tempo não muito distante era comum escritores morrerem vitimados pela tuberculose.
Fora o mal que atacou seus pulmões, Kafka era de pouca conversa, de pouco namoro e tal. Seus relacionamentos amorosos eram raros. Preferia frequentar bordéis a manter relações duradouras com mulheres. “Tenho tanta necessidade de alguém para ter um contato unicamente amigável, que ontem voltei para o hotel com uma prostituta. Ela é velha demais para ser melancólica, ela somente se lamenta; tanto que não fica espantada que não sejamos tão gentis com uma prostituta como com uma amante. Eu não a consolei, pois ela também não me consolou”, isso ele disse em carta para seu amigo e editor Max Brod. Diante disso tudo, da fala que ele dá nessa carta, houve uma jovem que lhe despertou atenção. Com essa jovem, uma burguesa de Praga chamada Milena Jesenská (1896-1944), ele manteve uma longa correspondência que acabaria por virar um livro: Cartas a Milena (1952).
Porém, porém de novo, com ela ele nunca manteve relações sexuais, físicas. Tipo amor platônico. Ele foi, partiu para a Eternidade, antes dela.
No Brasil teve um escritor que foi o tempo todo comparado a Kafka. Seu nome Murilo Rubião (1916-1991). Era bom, mas não era tudo isso. Pelo menos no que se refere à Kafka.
Murilo Rubião estudou e fez um monte de coisas, como um ser inteligente que era. Foi jornalista, antes disso advogado, contista e tal.
A obra literária do mineiro Rubião é pequena, mas densa. Deixou 30 e poucos contos espalhados em um, dois, três… quatro… Talvez cinco ou seis livros. Coisa pouca, como se vê!
Foi bom?
Murilo foi ótimo.
Antes de Murilo Rubião, houve outros autores que tentaram navegar nas ondas de Kafka, mas não conseguiram. E talvez até nem quisessem, como o bom João do Rio.
O João foi o primeiro grande repórter da imprensa brasileira. Mais: como repórter ele retratava a realidade que via na sua cidade do Rio. Ou seja, fazia o que todo bom repórter deve fazer.
Esse João deixou histórias escritas no mundo real e irreal.
João foi grandão.
Foto e ilustrações por Flor Maria e Anna da Hora.
sábado, 31 de agosto de 2024
LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (125)
Safado, gozador, brincalhão e um tanto puto Limeira raramente titubeava pra pôr sua viola no peito e dela tirar som com versos assim:
O véio Thomé de Souza,
Governador da Bahia,
Casou-se e no mesmo dia
Passou a pica na esposa...
Ele fez que nem raposa:
Cumeu na frente e atrás,
Chegou na beira do cais,
Onde o navio trefega,
Cumeu o Padre Nobréga,
Os tempos não voltam mais.
Absurdo é o irreal, o que não se vê, coisa ou algo que não se vê.
Na literatura é comum classificar tal gênero como “realismo fantástico” ou “mágico”.
Nessa classificação entra claramente o tcheco Franz Kafka (1883-1924).
Kafka, segundo o austríaco Otto Maria Carpeaux (1900-1978), era “um rapaz franzino, magro, pálido, taciturno. Eu não podia saber que a tuberculose da laringe, que o mataria três anos mais tarde, já lhe tinha embargado a voz”.
Assim trouxe Carpeaux suas reminiscências com Kafka.
E o mesmo Otto Carpeaux lembra como conheceu o autor de Metamorfose (1915):
“Kauka.”
“Como é o nome?”
“KAUKA!”
“Muito prazer.”
Esse diálogo, que certamente não é dos mais espirituosos, foi meu primeiro encontro com Franz Kafka. Ao ser apresentado a ele, não entendi o nome. Entendi Kauka em vez de Kafka. Foi um equívoco.
Hoje, o “Kauka” daquele distante ano de 1921 é um dos escritores mais lidos, mais estudados e – infelizmente – mais imitados do mundo.
Era do caralho!
sexta-feira, 30 de agosto de 2024
LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (124)
Leu muitos folhetos e inteirou-se da vida e da obra do poeta repentista Zé Limeira (1896-1954).
Zé Limeira é uma lenda da cantoria nordestina desenvolvida ao som de viola. Sobre ele o jornalista e também poeta Orlando Tejo (1935-2018) escreveu O Poeta do Absurdo. Esse livro virou clássico do gênero por razões óbvias: Limeira era um destabocado cantador e cantava misérias da vida e do sexo. Exemplo:
Frei Henrique de Coimbra
Sacerdote sem preguiça
Rezou a primeira missa
Perto de uma cacimba
Um índio passou-lhe a pimba
Ele não quis aceitar
E hoje vive a chorar
Embaixo de um pé de jurema
O bom pescador não teme
As profundezas do mar
Pimba, pra quem não sabe, no Nordeste é pênis.
Zé Limeira era absurdamente troncho no verso de metrificação certa e rima torta. Ele:
Pedro Álvares Cabral
inventor do telefone
começou tocar trombone
na Volta de Zé Leal
Mas como tocava mal
arranjou dois instrumento
daí chegou um sargento
querendo enrabar os três
Quem tem razão é o freguês
diz o Novo Testamento
O Zé Leal aqui citado é referência ao famoso jornalista paraibano que assinava coluna no extinto jornal O Norte, PB.
Zé Limeira tinha admiradores em todo canto.
Em São Paulo, um de seus grandes admiradores foi o cientista Paulo Vanzolini (1924-2013), PhD em Harvard e compositor musical, nas horas vagas. É dele o belo samba Ronda, gravado pela cantora Inezita Barroso, em 1953.
Vanzolini também gostava de putaria. É dele:
Eu sou Paulo Vanzolini,
animal de muita fama.
Eu tanto corro no seco.
Como na vargem da lama.
Mas quando o marido chega,
me escondo embaixo da cama.
No correr do tempo foi inventado um mote pra lembrar o destabocado cantador:
Eu querendo também faço
Igualzinho a Zé Limeira
Muitos cantadores já cantaram e ainda cantarão versos com base nesse mote. Ivanildo Vila Nova e Severino Feitosa, por exemplo:
Vila Nova:
Rei Davi foi deputado
Na Assembléia do Acre
Kruschev fez um massacre
Nas traíras de Condado
Jesus Cristo era cunhado
De Romano de Teixeira
Escreveu A bagaceira
Mas se esqueceu do bagaço
Eu querendo também faço
Igualzinho a Zé Limeira
Feitosa:
Confusão foi na Bahia
Pai-de-santo e curandeiro
Anchieta era pedreiro
No farol de Alexandria
Hitler nasceu na Turquia
Vendia manga na feira
A Revolução Praieira
Degolou Torquato Tasso
Eu querendo também faço
Igualzinho a Zé Limeira…
O estudante Pedro Araujo de Oliveira escreveu um estudo científico, para a Universidade Federal do Rio de Janeiro, intitulado O Poeta Zé Limeira No Imaginário do Cancioneiro Brasileiro – Relações Entre Cultura Letrada e Oral (2022). Lá pras tantas, ele diz: “Zé Limeira, conhecido como o Poeta do Absurdo, a cujas incertas autorias foram atribuídos versos de fantástica imaginação e delírio, sendo por vezes comparados à literatura surrealista”.
A expressão “poeta do absurdo” faz parte do título de um livro sobre Limeira, publicado em 1971 pela gráfica do jornal O Norte, de João Pessoa, PB.
Nas primeiras páginas desse livro escrito por Orlando Tejo, o ex-governador da Paraíba José Américo de Almeida, define Limeira como:
…Alto, forte, sorridente, impressionava pelo físico e maneiras destabocadas.
Andarilho de sete fôlegos, trazia o matulão a tiracolo e não largava a bengala de aroeira, feita um bordão.
Meio carnavalesco, usava roupa de mescla com um lenço encarnado no pescoço. Seus dedos eram grossos de anéis.
Cantando, com uma bonita voz, erguia, desdenhoso o rosto guarnecido de grandes óculos escuros…
Sobre Zé Américo, o cantador Zé Limeira teceu loas. Exemplo:
Eu me chamo Zé Limeira,
Cabra macho do Sertão,
Serrote que serra cedra
No tupete do baião…
Se Zé Américo quisé,
Os home vira muié,
Jurema vira aigodão…
Foto e reproduções de Flor Maria e Anna da Hora
quinta-feira, 29 de agosto de 2024
O FOLCLORE NA OBRA DE TARSILA
quarta-feira, 28 de agosto de 2024
ANISTIA TEM DATA: AGOSTO, 1979
terça-feira, 27 de agosto de 2024
NAVEGANDO COM CAMÕES E JÚLIO MEDAGLIA
JÚLIO MEDAGLIA
FORÇA BOULOS!
segunda-feira, 26 de agosto de 2024
O BRASIL PEGANDO FOGO
domingo, 25 de agosto de 2024
VIVA ZÉ LIMEIRA!
O poeta repentista paraibano de Teixeira Zé Limeira, por exemplo, nasceu nos finais do século 19. Foi uma figura e tanto.
Pouca gente, certamente, ouviu falar desse Zé somente após pesquisa comprida feita pelo jornalista e improvisador de versos Orlando Tejo.
Zé Limeira foi um dos violeiros mais importantes do reino da cantoria. Não deixou nada gravado e no seu tempo era considerado pelos seus colegas como um doido. Sim, simplesmente, um doido.
Orlando conheceu pessoalmente Zé Limeira. Ele disse isso a mim e a meio mundo.
Tão difícil quanto fazer a exaustiva pesquisa foi a publicação dessa pesquisa em livro.
Nenhuma editora convencional topou lançar a obra feita por Orlando.
Em 1971, a direção do extinto jornal O Norte, PB, topou levar avante a empreitada.
E foi assim que o Brasil todo tomou conhecimento da existência fabulosa de Zé Limeira. O livro sobre sua história ganhou o título de O Poeta do Absurdo.
Zé Limeira morreu no dia 24 de dezembro de 1954. Há 70 anos, pois.
No dia 24 de dezembro, só que no ano de 1524, morria vítima de malária o navegador português Vasco da Gama. Sim, aquele mesmo que heroicamente chegou à Índia.
Camões nasceu no mesmo ano em que morreu o grande navegador.
Curiosidade: Gama chegou à Índia 70 anos depois de muitas tentativas feitas por outros navegadores.
Grosso modo, o poeta Luiz Vaz de Camões contou essa história no seu clássico Os Lusíadas que foi publicado em 1578.
Vasco da Gama morreu com 55 anos de idade.
Camões morreu com 55 anos de idade.
Quando o jornalista e poeta Orlando Tejo morreu em 2018, o Brasil lembrava o centenário da morte de Olavo Bilac.
Bilac nasceu em 1865, mesmo amo do nascimento do nosso primeiro grande cordelista: Leandro Gomes de Barros.
Leandro e Bilac morreram vítimas da gripe espanhola, lá no distante ano de 18.
Amanhã 26, por volta das 21h, estarei conversando com a Tânia Morales sobre as proezas de Vasco da Gama e sobre a adaptação poética que fiz sobre Os Lusíadas em braille. O papo ao vivo será transmitido pela rádio CBN.
sábado, 24 de agosto de 2024
HÁ 70 ANOS MORRIA GETÚLIO VARGAS
O grande dia está chegando. É amanhã 25, no mesmo lugar em que foi apresentado aos paulistanos: rua Nestor Pestana, 196, em março de 1954, bem ali no centro onde outrora proliferaram todo tipo de boate, safadeza e tudo mais.
O pintor carioca Emiliano Di Cavalcanti (1897-1976) teve influência efetiva na criação desse teatro. É dele um belíssimo mural posto já à entrada.
Amanhã o concerto de reinauguração será transmitido ao vivo pela TV Cultura, ali por volta das 17h.
A reinauguração do Cultura Artística coincide com seus 70 anos de fundação.
Foi também há 70 anos, mais precisamente no dia 24 de agosto de 1954, que o gaúcho presidente da República Getúlio Vargas enfiou um tiro certeiro na caixa do peito. Foi pá pufo! E fim de uma era.
sexta-feira, 23 de agosto de 2024
PAULISTANOS GANHAM DE VOLTA UM GRANDE TEATRO
Várias vezes assisti e bati palmas para o querido maestro Eleazar de Carvalho (1912-1996).
Eleazar foi uma figura incrível!
Muitas vezes andei pelas calçadas de São Paulo ao lado dele dizendo coisas, trocando ideias; ele lá da altura de um gigante e eu ali, pequeno que nem um anjo, sem asas, bebendo saber.
Bons tempos!
Lembro de momentos que andei andando em ônibus com Vandré. Foi Vandré quem me apresentou a Eleazar.
Lembro também de momentos em que andei de táxi com Zé Ramalho cá em Sampa, dirigindo-nos a um encontro num boteco com Zuza Homem de Melo (1933-2020), no famoso bairro boêmio de Vila Madalena.
Éramos eu e Eleazar...
Éramos eu e Vandré..
Éramos eu e Zé Ramalho...
A memória a mim tem substituído os meus olhos. Inda bem, né?
Bom, o Cultura Artística volta aos braços e corações dos paulistanos como presente sem comparação.
O Cultura Artística foi inaugurado em março de 1950.
Em 1954, ano do 4° centenário de fundação da cidade de São Paulo, estreou no Cultura Artística a Orquestra Sinfônica de SP (Oesp), sob a regência do maestro Sousa Lima (1898-1982).
Eleazar de Carvalho foi um dos diretores da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.
Eleazar foi também o criador do Festival de Inverno de Campos do Jordão, SP.
Há muita história pra ser contada sobre o Cultura Artística e seus maestros, incluindo, Diogo Pacheco.
Pacheco adorava whisky e na casa dele molhei meu bico às pampas. Eu ainda fumava... Mas essa é outra história.
Ah! Sim: o fogo tomou conta do Cultura Artística na escuridão de 17 de agosto de 2008.
quinta-feira, 22 de agosto de 2024
ESSE 22 DE AGOSTO É HISTÓRICO!
Hoje faz exatamente 48 anos que pisei o solo paulistano, vindo diretamente da capital paraibana.
Vim a passeio, depois de receber alta de um hospital em João Pessoa. Na ocasião eu estava aparentemente livre dos bacilos de Koch.
Depois disso devo lembrar que o dia 22 de agosto foi o dia, em 1942, que o Brasil declarou guerra contra a Alemanha nazista e contra a Itália fascista, cuja pronúncia é "fachista".
O Brasil declarou guerra depois de ter cinco navios mercantes afundados por forças submarinas alemãs. Foi aí que o governo Vargas tomou providências mandando pracinha botar pra quebrar na terra de Caruso.
O dia 22 de agosto foi também, pra mim, dia importante porque foi o dia que a história registrou a morte do ex-presidente JK.
JK morreu carbonizado após seu carro perder a direção e chocar-se frontalmente contra uma carreta carregada de gesso. Foi na Dutra, Km 165. Eu vi o estrago resultante desse choque, pois estava eu no ônibus que me trouxe à capital paulista.
Notícia leve: o dia 22 de agosto marca o Dia Internacional do Folclore.
Eu já falei muito sobre folclore cá nesse Blog e em livros.
No dia 22 de agosto de 1998, por iniciativa da Câmara Municipal de São Paulo, fui agraciado com o título de Cidadão Paulistano. O meu já encantado amigo José Ramos Tinhorão estava lá formando à mesa de ilustres convidados no nobre salão da Câmara. Falou de improviso enaltecendo valores que duvido ter até hoje. Isso tudo dito após a apresentação da Banda da Polícia Militar, tocando o Hino Nacional.
Nesses anos todos de vida (nasci em 52) poderia eu dizer que já posso morrer em paz, certo? Errado!
Se depender de mim jamais morrerei até porque julgo ter ainda muito o que dizer. E se não bastasse, ainda tenho uma bela flor para cuidar... No meu jardim, esse flor recebeu o nome de Maria.
Bom, à Sampa eu cheguei para ficar.
quarta-feira, 21 de agosto de 2024
BOM PAPO COM BOULOS
domingo, 18 de agosto de 2024
O LADO "B" DE SILVIO SANTOS
O Silvio agora ao morrer conseguiu juntar unanimidades. Positivamente. Todo mundo, de canto a canto continua a bater palmas. Ele foi isso, foi aquilo...
Mas, sabemos nós, que nem todo mundo é santo, nasce santo ou morre santo. Embora Silvio carregue no próprio nome "Santos".
Cá no nosso acervo sobre cultura brasileira há alguns LPs e compactos nos quais se ouve o Silvio cantando marchinhas de carnaval com letras em duplo sentido. Putaria pura. Nesses discos há também músicas que falam do Corinthians, time pelo qual torcia. Não ardorosamente, mas com fé em Deus pela grana.
Silvio Santos não era bobo não. De tudo fez um pouco na rua, no rádio e na TV.
Dom & Ravel foi uma dupla que marcou presença na música nacionalista.
Quem não se lembra daquela coisa Brasil Ame-o ou Deixe-o?
Uma vez o Ravel (1947-2011) me contou histórias loucas sobre como o Silvio fez para ganhar a concessão do Governo para o seu SBT. A propósito, amanhã 19 completam-se 43 anos de existência do SBT.
Silvio, segundo Ravel, pra se sair bem fazia parceria com todos os demônios.
Uma vez o jornalista e publicitário Archimedes Messina (1932-2017) me disse que estava processando o dono do SBT por não pagar devidamente os direitos autorais do jingle Silvio Santos Vem Aí. Isso ele me disse no programa que eu apresentava nas noites de sábado na all TV, a primeira televisão feita e levada ao ar pela Internet. Nesse processo, Messina levou algo em torno de 1,5 milhão.
Outro processo perdido por Silvio foi o da jornalista paraibana Rachel Sheherazade. Ela levou 500 paus, por injúria, calúnia e tal.
Bom, Silvio Santos partiu deixando mais de 600 processos nos quais é acusado disso e daquilo.
sábado, 17 de agosto de 2024
SILVIO SANTOS ERA DO CARALHO!
O nome de batismo de Silvio era Senor Abravanel.
Silvio Santos e Senor Abravanel eram a mesma pessoa.
Eu conheci Silvio Santos.
Pra mim, Silvio Santos era uma pessoa excepcional. Profissional e tanto!
Lembro até onde a memória me leva que era eu em 89, ou um tempo pouquíssimo antes, chefe de reportagem da Editoria de Política do Estadão quando fui entrevistar o Silvio.
À época, Silvio era candidato a presidente da República. Seu vice era o paraibano Marcondes Gadelha, meu conterrâneo.
Lembro-me ainda que Gadelha me telefonou perguntando, profissionalmente, se eu poderia ajudar a chapa: Silvio/Gadelha.
Tanta história...!
O que eu acho do Silvio Santos?
Sílvio transformava barro em ouro que nem Midas.
Pois é e uma coisa, a minha filha Ana Maria, brincando brincalhona como sempre diz que "no céu anjos, arcanjos e querubins cantam: Silvio Santos vem aí...".
O que eu acho do Silvio?
Naturalmente, do caralho!
LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (123)
Houve um tempo que era até comum padres se apaixonarem por mulheres. O livro Xógum, de James Clavell, tem muito disso.
E no nosso Folclore também. Caso da Mula Sem Cabeça, que deixa a molecada de cabelo em pé.
Santos da crença africana se fazem presentes em livros do baiano Jorge Amado, como Dona Flor e Seus Dois Maridos.
Não é de conhecimento geral, mas é bom dizer que o famoso escritor baiano gostava de fazer poemas eróticos.
Em Capitães da Areia, livro de 1937, Amado cria personagens delinquentes que sobrevivem a duras penas na orla de Salvador, BA. São crianças, adolescentes; meninos e meninas. Grosso modo chamados de capitães da areia. Alguns personagens são marcantes como Volta Seca, João Grande, Sem Pernas, Gato e o líder Pedro Bala. Termina em tragédia.
Nessa e noutras tramas de Jorge Amado, facilmente são encontrados personagens traídos e apaixonados e padres zanzando aqui e acolá atrás de um rabo de saia.
Em outubro de 1941, Dorival Caymmi musicou palavras do escritor constantes no romance Mar Morto (1936). Título: É Doce Morrer no Mar.
Mas o autor de Tieta do Agreste também trilhou caminhos com personagens reais. Exemplos disso são os livros O Cavaleiro da Esperança (1942), sobre Luís Carlos Prestes; e ABC de Castro Alves (1941).
No ABC Amado conta a trajetória do seu conterrâneo Antônio Frederico de Castro Alves. É um livraço! Nele, o romancista conta sobre o envolvimento do poeta com mulheres em Recife e Rio.
Do fundo do baú, Jorge Amado conta detalhes da relação entre Eugénia e Castro Alves, inclusive o modo como ele enamorou-se dela, tirando-a dos braços do ator Furtado Coelho (1831-1900). Com Furtado, Eugénia teve uma filha. Para a amada, o poeta dedicou vários poemas. Num deles, compara-se a Romeu de Shakespeare e a Don Juan de Tirso de Molina (1579-1648):
Minh’alma é como a fronte sonhadora
Do louco bardo, que Ferrara chora...
Sou Tasso!... a primavera de teus risos
De minha vida as solidões enflora...
Longe de ti eu bebo os teus perfumes,
Sigo na terra de teu passo os lumes...
— Tu és Eleonora...
Meu coração desmaia pensativo,
Cismando em tua rosa predileta.
Sou teu pálido amante vaporoso,
Sou teu Romeu... teu lânguido poeta!...
Sonho-te às vezes virgem... seminua...
Roubo-te um casto beijo à luz da lua...
— E tu és Julieta...
Na volúpia das noites andaluzas
O sangue ardente em minhas veias rola...
Sou D. Juan!... Donzelas amorosas,
Vós conheceis-me os trenos na viola!
Sobre o leito do amor teu seio brilha
Eu morro, se desfaço-te a mantilha
Tu és — Júlia, a Espanhola!...
Castro Alves morreu quando tinha 24 anos de idade. No correr da sua vida fez muitos e muitos poemas. O primeiro deles foi publicado no jornal A Primavera, PE. Título: A Canção do Africano, de 1863, mesmo ano em que conheceu Eugênia.
Além de poemas, o autor de Navio Negreiro escreveu uma peça para teatro em quatro atos: Gonzaga ou a Revolução de Minas.
Nessa peça movimentam-se nominalmente pelo menos 12 personagens históricos, incluindo o Visconde de Barbacena, o bam-bam-bam de Minas à época. O cargo que exercia era o equivalente a governador, que apaixona-se pela amada de Tomás Antonio Gonzaga, Maria Doroteia. Curiosidade: o machismo já se fazia presente naquele tempo. O próprio protagonista Gonzaga chegou a duvidar da castidade de Maria. Um trecho:
Gonzaga : — Ella não traria no seio aquelle papel... Oh! quando uma pasta de lama como aquella apega-se á brancura de um seio de virgem, não ha lagrimas que a lavem... senhora, eu não a odeio... eu a esqueci... Não foi a senhora que amei... A mulher de minh'alma era uma virgem que não se perderia para salvar-me, porque sabia que minha cabeça cahiria mais alto quando me rolasse aos pés com a sua coroa de martyrio, do que se levanta agora sobre os meus hombros com o seu diadema de escarneo... senhora ! coroas destas não se fizeram para minha cabeça, mas já que amarraram ahi toda esta infâmia, eu entregal-a-hei ao carrasco.
Maria : — Meu Deus I meu Deus I tudo está perdido... Eu posso emfim fallar!... (a Gonzaga ) Senhor I... (lento) Aquella carta não tocou em meu seio. .. havia entre meu corpo e ella a largura de um punhal (mostra-lhe um punhal) a extensão de ura tumulo!...
Antes de ser apresentada ao público, essa peça foi lida pelo autor aos romancistas Machado de Assis e José de Alencar. Isso em fevereiro de 1867. Os dois escreveram a respeito desse encontro, cujos textos se acham nas primeiras páginas do livro que traz a peça.
Foto e reproduções de Flor Maria e Anna da Hora
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