Hoje faz um ano que navios despejaram óleo no nosso Atlântico. Foi uma tragédia, tragédia que continua sem que sejam identificados e punidos os responsáveis. Irresponsáveis.
Como uma coisa puxa outra, um dia, uma data, lembrei-me da nossa boa música. E de amigos como o jornalista e compositor Ayrton Mugnaini. Ayrton encerra mais uma etapa da vida, hoje.
Ayrton tem muitos livros publicados. Uns 30. Todos sobre música e músicos.
Tudo que ele faz, faz bem. É um doido apaixonado por música e discos dos tempos idos.
Além de mil coisas que faz, Ayrton é tradutor juramentado (inglês) do Estado de SP.
Foi não foi, esse Ayrton dá por cá, suas caras. E sempre me trás discos de ontem, antigos, de 78 rpm, de que gosto muito.
Na foto acima aparecem, pela ordem, da esquerda para a direita: Ayrton Mugnaini Jr., Alcides Campos Filho, Bill Hinchberger, Sara Lee Monroe, Assis Ângelo e Teo Azevedo .o
Parabéns, Ayrton. Pra você, mais uns sessentinha.
Pra relaxar ouçamos uma das peraltices do Ayrton:
Eu já fui estudante. Aprendiz de estudante, como o Mário. Estudante sempre.
Vocês leram O Turista aprendiz?
Esse livro trás como grande personagem o cantador de Coco Chico Antônio. Conheci-o.
Tudo é fundamental na vida. Ler, ler, ler, não é mesmo?
Falando com um amigo muito jovem sobre leitura, perguntei: você gosta de ler?
Esse jovem, o menino de 11 anos disse an han.
O Brasil inteiro está vivendo uma loucura identificada como Pandemia, provocada pelo Novo Coronavírus.
Temos que aprender com isso, também.
Eu tenho o maior carinho por estudantes. Eu sou estudante. Estudo tudo sobre tudo que tenha a ver conosco. Simples, não é?
Há uns dois, quase três anos, eu dei uma entrevista a um grupo de estudantes da Universidade do Vale do São Francisco, BA. Falei mais ou menos o que estou falando, agora. Confira:
DIA DO VAQUEIRO
O Dia Nacional do Vaqueiro é comemorado em agosto, 29. Hoje.
Antes de o vaqueiro ganhar seu dia teve sua atividade reconhecida com profissão.
A Lei que reconhece o vaqueiro como profissional é a de N° 12.870, de 15/10/2013. Foi sancionada pela presidente Dilma.
Mato Grosso é o Estado com o maior número de cabeças de boi. O segundo Estado é Goiás e o terceiro, Mato Grosso do Sul.
MOREIRA DE ACOPIARA
Um dos grandes poetas que o País nos dá.
Moreira vai está daqui a pouco no programa Em Quarentena, apresentado pelo cara Carlos Sílvio. A beleza das palavras, perguntas e respostas se confundirá no papo dos dois, Moreira e Carlos Sílvio.
Confira no Instagram @cspaiaia. às 20h30.
Você
sabe quem foi Chico Antônio meu amigo, minha amiga?
Chico,
de batismo Francisco Antônio Moreira, nasceu no dia 20 de setembro de 1904, no
lugar de nome Pedro Velho, RN.
Esse
Chico foi incrível.
Esse
Chico foi cantador de coco de embolada, que é um tipo de música feita por
artistas anônimos no Brasil.
Vocês
sabem da importância de Luís da Câmara Cascudo e do carinho e admiração que
tenho por sua obra, não é mesmo?
Pois
bem, cascudo convidou o paulistano Mário de Andrade (1893-1945) para conhecer a
sua terra, o Rio Grande do Norte.
Convite
feito, convite aceito.
Rolava
o fim do ano de 1928.
E lá
estava em dezembro, na casa do Cascudo, uma das luzes da Semana de 22.
Encurtando
a história:
Mário
encantou-se com o Rio Grande do Norte, encantou-se com o sol, com o céu, com o
vento, com o mar daquela terra. E também encantou-se com um cantador de coco
Chico Antônio.
No
dia que conheci Chico Antônio, foi o dia que conheci rolando Boldrin. Chico era
de uma espontaneidade singular.
Antes
de gravar a participação do programa do Boldrin (Som Brasil), chico começou a
cantar com um amigo seu. Boldrin não sabia o que era coco de embolada, e eu
disse: “isso é coco de embolada”.
Ele
não gostou do que eu disse.
Mas
coco de embolada, meu deus do céu, é coco de puxador de coco de embolada.
Simples, não?
Na
ocasião, Chico Antônio estava lançando o seu primeiro e único LP intitulado Na
Pancada do Ganzá.
Beleza
pura, esse disco.
Foi o
ritmo desse disco/Chico que encantou Mário de Andrade.
Chico
Antônio é o principal personagem do livro Turista Aprendiz, de Mário.
A
cultura popular representada por gente como Chico Antônio é o que enobrece o
Brasil.
No
acervo do Instituto Memória Brasil, IMB, se acham o disco do Chico e o livro do
Mário, E outras centenas de discos que registram a presença de poetas
repentistas que dão identidade ao nosso País.
Na
Pancada do Ganzá foi um disco gravado nos dias 26 e 28 de agosto de 1982. lançado pela
Funarte.
Chico
Antônio morreu em outubro de 1993, mês e ano em que boa parte do Brasil
comemorava o centenário de Mário de Andrade.
Os fatos ocorrem na velocidade do raios. Em tudo quanto é área, de norte a sul do País. Com tiroteios, inclusive.
E agora no momento em que se discute o retorno às aulas, o IBGE informa que somos
atualmente 211.755.692 brasileiros habitando os 26 Estados e o Distrito
Federal.
A
pandemia provocada pelo novo Coronavírus escancara as chagas sociais em que vivemos.
São cerca de 100 milhões de brasileiros vivendo em condição de miséria.
Além
de saneamento básico, falta até comida na mesa dos mais pobres.
É
enorme também o número de pessoas que vivem nas ruas, sem teto pra se abrigar.
São
milhões e milhões de desempregados e, mesmo sem grana no caixa, o presidente
promete continuar a dar o que o erário não tem. Isto é: fazer graça com o chapéu alheio, estendendo, assim, o "auxílio emergencial" previsto no "orçamento de guerra".
Especialistas da área de Economia temem que a "graça" do Presidente fure o teto do orçamento. Se isso ocorrer, estaremos ainda mais lascados. É o que dizem.
O prefeito de São Paulo está adiando mais e mais o retorno as aulas.
Em todo o País o total de estudantes se aproxima da casa dos 48 milhões, incluindo o ensino
Médio, Fundamental e Superior.
Ensino
é coisa séria, não é guarapa.
Embora
mal remunerados, os professores dão a alma para ver se os alunos concluem os
estudos. Os números, porém, indicam uma realidade gritante: 56% desistem da
faculdade antes de concluírem um curso.
Em
muitos casos os professores sentem-se incapazes de convencer os alunos a darem
prosseguimento aos estudos. Principalmente nos morros, nas favelas, do País inteiro. Há casos em que eles chegam até a jogar fora os
livros, cadernos e lápis. E casos também que familiares chegam a vender material
escolar e até merenda fornecida por instituições e órgãos oficiais.
Dados
do IBGE colhidos em 2010 mostram que haviam 6.329 favelas no País. As maiores, em São Paulo e Rio. Nesses conglomerados foram identificados 11,4 milhões de pessoas,
incluindo crianças e adolescentes.
Em
2010, a população do País era de 190,7 milhões de pessoas. Desse total, 51,5
milhões achavam-se em idade escolar. Em idade escolar, entenda-se,
estudantes na faixa dos 4 a 17 anos.
O
número de estudantes matriculados tem registrado queda. Isso é mal.
Dados do IBGE
de 2019, só no Ensino Médio, a baixa foi de 4%.
E a
figura do nem-nem, hein?
Nem-nem
é o estudante que não estuda e nem trabalha. Os números assustam: 11 milhões de
jovens de 15 a 29 anos de idade nessa situação.
Em um
ano e meio de governo Bolsonaro, 2 ministros da Educação já escafederam-se. O
terceiro acaba de chegar...
No
correr desse mesmo tempo, foi extinto o ministério da Cultura. E o da Saúde
está sem titular até agora.
O
ministério do Meio Ambiente está cuidando de acabar com as matas, incluindo a
Amazônia. E os índios.
Os
ministérios estão cheios de militares. Lugar de militar, todos sabem, é o quartel. Ou nas ruas, em tempo de guerra.
Enquanto
isso, o presidente continua fazendo campanha à reeleição e reforçando sua
figura de político populista. E batendo nos jornalistas.
Ainda ontem 27 o Brasil chorava a morte de uma mãe atingida por balas perdidas num tiroteio, ao defender o filho de três anos.
Hoje, desde cedo, essa tragédia é posta de lado ante a notícia de que o governador daquele Estado fora afastado do cargo, acusado de corrupção.
Ah,
sim! Em 1918 o presidente Delfim Moreira assinou um decreto
passando de ano todos os estudantes. Naquele ano, a Gripe Espanhola matava
milhares e milhares de brasileiros. E esse foi o motivo do decreto do Presidente.
Os
direitos humanos são desrespeitados todos os dias, em todos os cantos.
O
primeiro cidadão portador do novo Coronavírus desembarcou no Aeroporto
Internacional de Guarulhos no dia 26 de fevereiro deste ano da pandemia de
2020.
O cidadão,
de 61 anos, é de São Paulo. Recuperou-se.
No
dia 26 de agosto 1789 a Assembleia Nacional da França aprovava o Dia da
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Ixe, que nome esquisito!
Tudo
a ver com a tomada da Bastilha, em Paris.
O Dia
da Declaração etc., que deveria ser só Dia do Cidadão, serviu de base para a
Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em sessão extraordinária da
Organização das Nações Unidas, ONU, no dia 10 de setembro de 1948.
O
Brasil teve representante entre os representantes das Nações, que aprovaram a
declaração universal dos direitos humanos. Seu nome: Oswaldo Aranha
(1894-1960).
Aranha
era embaixador do Brasil em Washington, EUA.
Os
brasileiros pobres e negros apanham todos os dias no Brasil e no mundo todo.
Os
Estados Unidos da América, EUA, são exemplo do combate à liberdade. Aqui, como
lá, pobres e negros não tem vez.
Bolsonaro
já deixou claro muita vezes que é um apaixonado, fã de carteirinha, do
criminoso Trump.
Trump,
como Bolsonaro, sempre desqualificou a imprensa no tocante ao novo
Coronavírus/Covid-19.
Ontem
25 Trump, na convenção do seu partido republicano, disse que os democratas
americanos estão usando a Covid-19 para rouba-lhe o cargo de presidente.
A
eleição para escolha de novo presidente, nos EUA, está marcada para o dia 3 de
novembro.
Por
cá também haverá eleição este ano. Será também em novembro. Primeiro turno dia
15 e segundo, 29.
Bolsonaro
faz tudo que o Trump faz. Agora mesmo, por exemplo, Bolsonaro taca o pau em
riba dos jornalistas, da imprensa, do mesmo modo que faz o fella Trump.
E nós
brasileiros, hein?
O
povo pobre e negro inda continua lascado, aqui e alhures.
O
novo Coronavírus continua matando o povo, principalmente pobres e negros.
Conversa vai conversa vem, Vito lembra o quão engraçado e cáustico era o jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues (1912 - 1980). Realmente, Nelson era incrível.
Nelson, a propósito, viveu a pandemia da gripe espanhola.
Ele era chegado a palavrão, mas recomendava seu uso em doses homeopáticas, digamos assim.
Por que o nome de Nelson veio à baila?
É que no texto anterior deu-me vontade de recomendar ao presidente Cloroquina a leitura do livro, Dicionário do Palavrão e Termos Afins, do pernambucano, como Nelson, Mario Souto Maior.
Este ano é o ano do centenário de nascimento do Mário.
Expliquei a Vito que não iria cair nessa esparrela por suspeitar que o presidente pudesse com isso ampliar o seu repertório de palavrões contra jornalistas, especialmente. Também não lhe recomendaria a leitura de quaisquer dos livros do Nelson.
Palavrão é coisa pra se respeitar.
Palavrão só deve ser usado em momentos apropriados.
Um padre, por exemplo, ao levar uma topada, não vai clamar o nome do Senhor, ou vai? Duvido.
Seria engraçado ouvir um "puta que pariu" da boca de uma freira ao cair depois de escorregar numa
casca de banana, ou não? Duvido que clamasse o nome do Senhor.
Duvido que o Cristo, num momento de raiva, de traição, clamasse o nome do Pai.
Já o nosso presidente...
Bons tempos aqueles vividos na infância.
Vez ou outra ainda aparece um besta dizendo que eu não tive infância, que já nasci com 18 anos.
Naqueles tempos dos 50 criança chamava mulheres e homens de senhor e senhora. respeito total aos mais velhos, independentemente se fosse da família ou não.
Ao respondermos um xingamento com outro xingamento, era o máximo!
Sentiamo-nos fortes e tal.
E ao alcançarmos a puberdade, hein?
Quando na nossa cara surgiam os primeiros pelos, afe!
Cara de pau era expressão que ainda não existia.
Hoje cara de pau é uma expressão muito corriqueira, usada com muita frequência. E cade certinha no presidente.
Sim, o presidente é cara de pau!
Cara de pau aplica-se ao sujeito arrogante, metido a besta, prepotente. É o cara que mene deslavadamente. Tipo gente que não presta.
Se um presidente chama um repórter de bundão, qualquer um pode chamá-lo também de bundão. É ou não é?
Eu sou de um tempo que fica ali atrás em quenos respeitávamos. Eu já disse isso. Não disse é que de tanto respeito, não só cumprimentávamos, como pedíamos a benção a padres que topávamos no caminho de casa, da escola etc.
Respeitávamos os animais: cachorro, gato, papagaio... E hoje é o que se vê, desrespeito a tudo e a todos.
Acho que o presidente deveria tomar tenência e respeitar o cargo e, de tabela, a nação que o elegeu.
Se Bolsonaro soubesse ler, coisa que não sabe, eu lhe recomendaria a leitura de livros didáticos e de boas maneiras. E recomendaria também, obras de José de Alencar, Machado de Assis, Lima Barreto, José Américo de Almeida, Rachel de Queiroz, José Lins do Rego, Guimarães Rosa, Jorge Amado...
Recomendaria também que lesse folhetos de cordel, inclusive os que escrevi falando dele e da pandemia provocada pelo novo coronavírus.
Hoje 26 de agosto, faz seis meses que o diacho desse vírus desembarcou no Brasil e América Latina pelos portões do Aeroporto Internacional de Guarulhos.
Pois é, faz seis meses que a gripezinha chegou botando pra quebrar.
Quem nasceu no Nordeste ali pelos anos de 1950 saberá o que agora digo: a molecada daquele tempo, sem saudosismo, era muito incherida.
Incherida quer dizer atrevida, metida a besta, que falava palavrão como se fosse palavrinha. Isto é: palavrão sem a conotação de agressão.
Aliás, a molecada dos anos de 1950 respeitava o próximo e os adultos. Mas aprontava.
Naquele tempo dos anos 50, um pouco antes ou depois, a meninada era incherida porque adorava fazer da palavrinha um palavrão. Exemplo?
Lembro quando, ali com meus oito, dez anos, um moleque da minha idade ousava me chamar de fela da puta.
Eu ficava uma arara, quando um bostinha me chamava de fela da puta.
Quando me chamavam de fela da puta, ou eu chamava os outros de fela da puta, a resposta era: "fela da puta é quem me chama/ fela da puta é araruta/ teu pai é corno/ tua mãe é puta".
Dizíamos isso com a cara feia, cheia de ira, raiva. Era um desabafo.
Sabem aquela coisa de torcida xingando juiz? Pois é.
Lembro disso tudo, porque ouvi há pouco notícia dando conta de que o nosso querido presidente da república chamou, ousadamente, os jornalistas de bundões. Que horror! Que ousadia, vinda da boca de um presidente!
Se isso fosse dito naqueles tempos passados a que há pouco me referi, é certo que algum moleque responderia cheio de raiva: "bundão é quem me chama...".
Coisa triste, não é mesmo?
Como é que pode o presidente não respeitar a cadeira, a faixa e o cargo importantíssimo que o povo, através da urna, lhe concedeu?
É bom respeitar para ser respeitado, não é mesmo?
Quem não respeita, corre o risco seriíssimo de não ser respeitado.
Pois bem, bundão é quem me chama.
Que merda!
Acabo de receber a notícia, trágica, de que o poeta-cantador-repentista paraibano Pedro Bandeira acabou de morrer. Ele nasceu em maio de 1938.
Pedro era incrível, ele não era incrível porque simplesmente era amigo meu.
Pedro era aplaudido Luís da Câmara Cascudo, José Américo de Almeida e grandões de todos os tamanhos.
Pedro cantou pra analfabetos, letrados e poderosos do Brasil e de fora do Brasil como Mário Soares, de Portugal. Ele e Geraldo Amâncio, outra grandeza do repentismo brasileiro.
Estou triste que nem uma estrela cadente.
Pedro foi uma figura fantástica. Foi não, é.
Pedro Bandeira deixou centenas de folhetos de cordel publicados e discos gravados por aí afora.
Pedro deixa mulher e duas filhas.
Uma pergunta solta no ar, eu deixo: para onde vai o acervo particular de Pedro Bandeira?
Pedro Bandeira, junto com Padre João Câncio e Luiz Gonzaga criou a Missa do Vaqueiro.
Pedro Bandeira e Luiz Gonzaga foram recebidos, efusivamente, pelo Papa João Paulo II.
O resto é história.
O dia 24 de agosto de 1954 amanheceu trazendo perplexidade.
Perplexidade também trouxe para o Brasil a manhã do dia 24 de agosto de 2020.
No primeiro caso, a corrupção incomodou o presidente Getúlio, que encerrou sua vida com um tiro no peito. Clique: https://assisangelo.blogspot.com/2015/11/conversa-suicidio-e-paz.html
No segundo caso, a corrupção incomodou o presidente Bolsonaro, que preferiu agredir um repórter.
Getúlio foi ditador entre 1930 a 1945. Após renunciar, ele voltou pelo poder das urnas.
Os jornais de hoje 24 trazem a notícia de que Bolsonaro preferiu atacar um repórter a responder a pergunta sobre a origem de 89 mil reais depositados pelo ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz na conta da primeira dama, Michele Bolsonaro.
Agredir, humilhar, ignorar jornalistas é o que mais tem feito o marido da Michele.
Ignorância e grosseria são as suas marcas comportamentais. Com isso ele não só agride a imprensa como agride, ignora e menospreza a Nação brasileira.
O projeto de Bolsonaro é perpetuar-se no poder como ditador, claro. Claríssimo. Mas não sabe ele que isso ele não pode fazer. Muita coisa ele pode como presidente, mas tomar de si o próprio poder, não. Isso é golpe. Mais ainda, autogolpe. Absurdo, não? E bom que se diga que o Brasil está mais preparado para seguir em frente, democraticamente, do que em tempos passados quando a ditadura nos roubou a liberdade.
A imprensa internacional mostra esse novo absurdo de Bolsonaro, que não contém os ímpetos de agredir os jornalistas e desrespeitar as leis contidas na Constituição.
Bolsonaro é contra a liberdade.
Só no primeiro semestre deste ano ele agrediu jornalistas e a imprensa 245 vezes. E está solto, como se vê.
Está mais do que na hora de Jair Messias Bolsonaro pedir licença para se tratar. No hospício, talvez.
As três estrofes aí fazem parte do cordel Jornalismo e Liberdade nos Tempos de Pandemia, que escrevi e publiquei no dia 1 de junho. Caso queira lê-lo inteiro, clique: https://institutomemoriabrasil.com.br/
Representante do mal Da dor e da maldade Inimigo do bem comum Avesso à fraternidade Bolsonaro prende muito Mas não prende a liberdade Repórter cobre tudo Cobre guerra e eleição Operação tapa-buraco Virada de caminhão Discurso de papagaio Assalto e corrupção Nunca fura a pauta E faz tudo sempre legal Está em todo canto Num parque, num hospital Num trem, num bar, num barco Como se fosse normal
Vocês já sabem que eu gosto de data, não é mesmo?
Gosto de datas pelo fato puro e simples de nos lembrarem personagens e episódios marcantes da vida Nacional e do mundo.
Hoje, por exemplo, é o Dia Internacional da Lembrança do Tráfico de Escravos. Foi criado pela UNESCO.
Na madrugada de 23 de agosto de 1791 os negros escravos da ex colônia francesa de de São Domingos se revoltaram pela crueldade como eram tratados e partiram para o pau. Ao fim de tudo, a liberdade.
Mas isso não aconteceu do dia pra noite, simplesmente.
A primeira vitória veio em 1794. A segundo e última, em 1804.
Com a vitória final, São Domingos virou Haiti.
O Haiti já foi chamado de Pérola da Antilhas.
O Haiti, embora de terreno fértil e apropriado para a lavoura de cana de açúcar, vive às voltas com crises políticas e financeiras.
Além das brigas de poderosos, o Haiti sofre de terríveis tragédias naturais.
A eterna briga entre pobres e ricos, brancos e negros ponhe o mundo em alvoroço.
Tudo indica, a história mostra isso, que não teremos paz entre nós.
Nem com as pandemias aprendemos a viver em harmonia.
Estamos condenados por nós mesmo a viver em conflitos, em guerra, acabando tudo e todos.
A polícia e o sistema adoram matar pobres e negros.
No Brasil convivem conosco pelo menos 90 mil haitianos.
Em 1987, o baiano Caetano veloso compôs uma pérola a que intitulou Haiti.
Ouça:
CACÁ LOPES
A edição 152 do programa Em Quarentena, do bom baiano Carlos Sílvio é com o cantor e compositor e instrumentista pernambucano Cacá Lopes.
Cacá é um dos mais talentosos e inspirados artistas brasileiros. Nasceu em Araripina, PE.
O programa vai ao ar logo mais às 20h30. Não perca. Instagram: @cspaiaia
Antes de assistir ao vivo Cacá no programa do Sílvio, leia: https://assisangelo.blogspot.com/search?q=cac%C3%A1+lopes
Uma coisa bem legal Pra vocês eu vou contar Tem haver com nosso povo Nossa gente, nosso lar Está em todo o canto Se quiser é só chamar Seu nome é folclore Fácil, fácil de guardar Nasceu há muito tempo querendo só ensinar É o poço do saber É a cultura popular Tem de tudo para todos No campo da brincadeira No campo do Encantando Do Bumbá, mulher rendeira Da Mula-sem-cabeça E da mentira verdadeira Nas noites de Lua Cheia Tem Lobisomem berrando Mulher virando cobra E filhos feios gerando Fora isso bom é ver Sereias no mar cantando
Nos rios tem Iara E também o Boto, sinhá Nas matas o Curupira Brincando com Boitatá E no céu de brigadeiro Eu não sei que tem lá! Agosto 22 Foi feito pra festejar O Dia do Folclore Da cultura popular No Brasil, no mundo todo Todo mundo quer brincar
Pois é, minha gente, hoje é o Dia Internacional do Folclore. A criação desse dia comemorativo deve-se ao arqueólogo inglês William Jhon Thoms (1803-85). Em 1846, Thoms encaminhou uma carta à Revista The Atheneum. Nessa carta ele falava da importância de se estudar as coisas que o povo fazia, as brincadeiras, as rezas, etc.
O mais importante estudioso da cultura popular brasileira foi Luis da Câmara Cascudo (1898-1986). Cascudo escreveu cerca de 150 livros, 40 dos quais só sobre a vida do povo.
Nestes tempos pandêmicos é, mais do que nunca, necessário refletir.
Refletir é aprender, aprender é refletir. A refletir.
Há dois anos o filósofo Mário Sérgio Cortella e o quadrinista Maurício de Souza iniciaram uma parceria, via Cortez Editora, que resultou em três livros. Esses livros, de poucas páginas, tem por objetivo iniciar crianças e adolescentes no mundo da filosofia.
O primeiro livro da dupla intitulou-se Vamos Pensar, o segundo Vamos Pensar + um Pouco e o terceiro Vamos Pensar Sobre Valores.
Vamos pensar sobre Valores é uma introdução da vida cotidiana que vivemos. Ética, Convivência, Injustiça, leis, contradição da sociedade, direitos e deveres etc.
Os 3 livros são ilustrados pelo craque Maurício de Souza.
A ideia de escrever esses títulos partiu do editor José Cortez. Oportuna iniciativa.
A iniciativa de Cortez trouxe-me à lembrança o belo romance do Norueguês Jostein Gaarder, O Mundo de Sofia. Mas essa é outra história, embora parecida com o que fizeram Cortella e Souza.
Esse novo livro da Cortez Editora está sendo "lançado" agora, de modo virtual. Assista a live de lançamento do livro “Vamos pensar também sobre valores?” no insta de @cortellaoficial e @mauricioaraujosousa DIA DO FOLCLORE DAQUI A POUCO, ÀS 20H00, ESTAREI FALANDO ATRAVÉS DESSA MAQUININHA DE FAZER DOIDO QUE É A INTERNET. TEMA: LUIZ GONZAGA E FOLCLORE. VEJA A CHAMADINHA AÍ ABAIXO: https://www.facebook.com/assis.angelo.9/videos/3201090999972017/UzpfSTEwMDAwMjEzNDQ0NDY2NDozMjIwNDk2ODM0Njk4MTAw/ VALDECK DE GARANHUNS Logo mais, às 19, o mestre do mamulengo, Valdeck de Garanhuns estará contando sua história ao apresentador carlos Sílvio. Quer acompanhar? Isso vai rolar no programa Em Quarentena, no Instgaram @cspaiaia. Saiba mais sobre Valdeck: http://assisangelo.blogspot.com/2011/03/paranapiacaba-e-valdeck-de-garanhuns_15.html
Bolsonaro foi recebido na
manhã de hoje 21 pelos potiguares de Mossoró, cidade “petrolífica”, localizada
a 282km da capital, Natal.
Também
na manhã de hoje o IBGE divulgou dados sobre nova pesquisa. Dessa vez o foco
foi o modo como os brasileiros estão se alimentando.
Os
resultados da pesquisa indicam que os brasileiros estão deixando de lado o
velho, bom e saudável hábito de comer feijão e arroz. Em troca, estamos nos
entupindo de tranqueiras embutidas, ou embutidos, como se diz.
Muita
coisa pesada estamos nos habituando a ingerir. Não à toa, está crescendo o
número de pessoas obesas.
Existem
pelo menos 15 tipos de feijão.
Existe
feijão fradinho, feijão roxo, feijão preto, jalo, carioca, muito bom para
gestantes.
E tem
ainda a fava, que é um tipo de feijão bom pra danado.
Meu
amigo Papete (1947-2016) adorava comer fava.
E o
arroz, hein?
Existem
milhares de tipos de arroz, você sabia?
O
feijão surgiu em tempos imemoriais do Egito e Grécia.
O
arroz teve origem, segundo os pesquisadores, lá pras bandas do Sudeste
asiático.
Não
conheço nordestino do meu tempo que não goste de arroz e feijão.
Eu
sou do tempo da República dos Estados Unidos do Brasil, que existiu entre 1891
e 1967.
O
estudioso potiguá Luís da Câmara Cascudo tem um livro muito legal sobre o tema
alimentação (Capa ao lado).
No
dia 13 de junho de 1927 o destabanado Lampião invadiu com seu bando a cidade de
Mossoró, mas lascou-se. O povo o pôs pra correr.
Luiz
Gonzaga (1912-89) agarrou-se na terra e na memória para ressaltar e enriquecer
a região onde nasceu, Nordeste, para o Brasil e para o mundo.
Analfabeto
da escola e doutor da vida, formado pela seca, pelo vento e doutorado em fauna
e flora e na alma humana, Luiz Gonzaga — não à toa do Nascimento — nasceu pra
não morrer.
Cedo,
muito cedo, ele encontrou no pai Januário o caminho das histórias encantadas,
do folclore, que apostou transformar no real, na realidade da vida Nordestina.
Da vida brasileira.
A
sanfona foi seu instrumento para alcançar a realidade que pretendia, em termos
de Nordeste e Brasil.
Antes
dele não havia Nordeste.
O
Nordeste dos invasores, dos escravos, da violência era o Nordeste do Inferno
sem entendimento geográfico, sem mapeamento geográfico. Com Luiz Gonzaga o
Nordeste começou a ser uma terra conhecida e boa, embora problemática, dentro
deste mundo que é o nosso Brasil com seus mais de 200 milhões de seres.
Mais
de um terço da população brasileira habita os nove estados da região
nordestina.
O
total dos nove estados passa do 1,5 milhão de km².
Luiz
Gonzaga foi um ser diferente dos seres seu tempo: ele via além dos olhos.
Detalhe:
Gonzaga, nos seus tempos de rapaz, fez tudo aparentemente de errado,
apaixonando-se, inclusive, por uma jovem que imaginou transformar-se na mulher
da sua vida. Essa ousadia rendeu-lhe uma mega surra dada com gosto/desgosto
pelos pais Januário e Santana que o levou a fugir de casa e alistar-se no
Exército mesmo com idade inferior a 18 anos. Isso mudou-lhe a vida.
Em
março de 1978, ele disse a mim em entrevista publicada no extinto D. O.
Leitura, que seu sonho era ser “cartaz”.
Cartaz,
pra quem não sabe ou lembra, era/é pessoa de destaque num grupo. De artistas,
principalmente.
E
folclore, você sabe o que é?
O
estudioso da cultura popular Luís da Câmara cascudo (1898-1986) detestava o
termo “folclorista”. Escute: https://youtu.be/TeLQm3SbyJQ
e leia http://almanaque.folha.uol.com.br/entcascudo.htm. Mais: cascudo escreveu 39
livros que tratam especialmente de cultura popular, num total de quase nove mil
páginas.
A
expressão Folclore é de origem inglesa: folk, povo; lore, ciência.
Essa
história de folclore, como tal definida, data do século 19. Começou com William
Thoms (1803-85), quando enviou uma carta à revista Athenaeum mostrando seu
pensamento sobre o comportamento do povo, até então impensáveis.
Essa
história é muito bonita, pois tem a ver com o nosso comportamento. A propósito
publiquei um opúsculo explicando essa história (reprodução da capa ao lado).
Comportamento,
meu amigo, minha amiga, você sabe o que é?
Comportamento
é tudo que fazemos, que falamos...
Nesse
quesito, Luiz Gonzaga foi absolutamente fantástico.
Luiz
Gonzaga, conhecido como Rei do Baião, foi o artista que, mais do que qualquer
intelectual, refez o Nordeste para o Brasil. E feito/refeito isso, ele mapeou o
Brasil através da música.
E
Carmen Miranda, hein?
Não
falei de Carmen Miranda (1909-55) até agora. Pois, pois.
Luiz
Gonzaga levou o baião para o Brasil e Carmen Miranda, que nasceu em
Portugal,para o mundo.
Aliás,
não foi por acaso que Carmen gravou a música Baião. Em inglês, numa versão do
norte-americano Ray Gilbert (1912-76). Ouça:
Essa
história e outras mais estarei detalhando sábado 22, a partir das 20h, numa
live que será transmitida para o mundo (Eita!), entre o Instituto Memória
Brasil, IMB, e o Centro Cultural Santo Amaro. Agende-se: https://www.facebook.com/assis.angelo.9/videos/3201090999972017
O dia
22 de agosto é o dia Internacional do Folclore.
Toda
a obra musical de Luiz Gonzaga tem por base o folclore, a partir do próprio
gênero baião que ele estilizou.
Asa
Branca, Assum preto, Lenda de São João, Juazeiro e outras mais tornaram-se
clássicos da nossa música.
O
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, divulgou no começo dessa
tarde 20 resultados de pesquisas recentes que indicam dificuldades que os
brasileiros estão vivendo.
Segundo
o IBGE, quase 4 milhões de brasileiros pediram empréstimos bancários para
contornar, ou tentar contornar, a crise ora provocada pelo novo Coronavírus que
desemboca na Covid-19, que já matou no Brasil quase 115.000 de brasileiros.
O
IBGE foi criado em 1938, no governo Getúlio Vargas.
Começou
como departamento nacional de estatística. À época, o cara que plantou a
semente do IBGE como instituição tinha por nome Juarez Távora, ministro da
agricultura.
A
gente está falando de 1934, 1936 e 1938.
A
primeira pesquisa sobre nós, brasileiros, foi feita em 1872. Pífia.
Meu
amigo, minha amiga, você sabe como o mapa do Brasil era dividido em 1940?
Foi
em 1940 as regiões apresentadas pelo mapa brasileiro, eram: Norte, Nordeste,
Leste, Centro-Oeste e Sul.
E a
importância do Censo, você sabe?
Pois
é, as pesquisas desenvolvidas pelo IBGE servem para direcionar rumos políticos,
econômicos etc; de um país.
O
censo demográfico serve para identificar, esquadrinhar, os caminhos de um país.
O
censo demográfico é o retrato de um país, de uma nação.
Quase
4 milhões de brasileiros acorreram ao sistema bancário na tentativa de
minimizar a situação grave que ora vivemos.
Bolsonaro
quer acabar com o IBGE.
Em
1970, a Seleção Brasileira de Futebol papou o tricampeonato de futebol. E qual
foi a trilha sonora?
O
compositor Miguel Gustavo (1922-72), carioca, ficou famoso com a marchinha
vagabunda Pra Frente Brasil, que falava de uma população de 90 milhões
de habitantes loucos por futebol.
À
época, o presidente do Brasil era o torturador Garrastazu Médici (1905-85),
“coautor” da referida marcha. Isso é história.
Garrastazu
era figura sempre presente aos estádios de futebol, o Arenas como se diz hoje.
Bolsonaro
“adora” futebol. E sempre que acha poder, está nos campos.
Ouço no jornal notícia dando conta de que o presidente Bolsonaro cancelou o Censo Demográfico que seria realizado este ano. Ano que vem também nada de censo.
A primeira decisão para a realização de um Censo Demográfico no país data de 1870, ainda no Império. Foi chinfrim.
O primeiro censo realizado na República foi em 1900.
Tudo era realizado de modo meia boca.
Em 1910, não houve censo. Em 1930, também não. Motivo?
Questões políticas impediram a realização de censo demográfico, em 1910 e 1930.
Em 1903, o presidente era o vice Nilo Peçanha (1867 - 1924), que substituiu Afonso Pena (1847 - 1909).
Nilo foi o primeiro presidente negro do Brasil. A cor da sua pele gerou muita discriminação, à época.
O último censo indica que o total de negros no Brasil é da ordem de 9,2%. A de brancos, 43,1%. A de pardos, 46, 5%.
Alguma coisa está errada, com relação a isso e a muita coisa que meus olhos cegos veem. Fico pensando: acho que a polícia quer matar todos os negros do País. E pobres.
Em 1930 não houve censo porque o sulista Getúlio Vargas (1892 - 1954) passou por cima do presidente eleito, Julio Prestes, e tomou o poder. A isso chamou-se, esquisitamente, de Revolução de 30.
Bom, como eu ia dizendo, Bolsonaro quer por fim ao Censo Demográfico. Não pode.
O Presidente pode muita coisa, mas não pode tudo.
O Censo Demográfico serve para que o Poder tome medidas que beneficiem o País e o povo.
Pronto, é isso: Bolsonaro não quer beneficiar o Brasil nem a população. Da população, aliás, tudo que ele quer é voto.
O primeiro presidente populista do Brasil foi Getúlio, depois JK, JQ, Jango, Sarney, Collor, por aí.
No dia 27 de setembro de 1940, dia e mês em que eu nasceria 12 anos depois, a portuguesinha Carmem Miranda gravou com talento e graça o samba do baiano Assis Valente (1911 - 58), intitulado Recenseamento. Ouça:
ASA BRANCA E ASSUM PRETO, O FOLCLORE NA OBRA DE LUIZ GONZAGA
Estou ficando moderno. Já sei até o que é "live".
No próximo dia 22, às 20 horas, estarei falando para o mundo sobre a nossa aldeia Brasil. E papo vem, e papo vai, o papo principal é sobre o folclore na obra de Luiz Gonzaga. Fiz até uma chamadinha, clique: https://www.facebook.com/assis.angelo.9/videos/3201090999972017
A
profissão de historiador acaba de ser regulamentada.
Ainda
é muito grande o número de analfabetos, no Brasil.
Os
números indicam que há, pelo menos, 11,6% de brasileiros que nunca pisaram numa
escola. Isso agora, em pleno terceiro milênio.
O
Brasil sempre pisou na bola no tocante a números estatísticos.
Dois,
três, quatro ou cinco milhões de africanos foram escravizados no nosso País,
hein?
Muitos
negros se suicidaram na atravessia entre África e Brasil. Outros morreram de
doença e seus corpos foram atirados ao mar.
Na
ultima década do século 19, a Febre Amarela, a Bubônica e a Varíola mataram
muitos brasileiros. Quantos? Ninguém sabe.
O
sanitarista Oswaldo Cruz foi um herói, por que não dizer?
Foi
Cruz e auxiliares que enfrentaram a tal revolta da vacina.
Pra
combater a Varíola o sanitarista recebeu o apoio total to presidente Rodrigues
Alves, que acabaria morrendo vítima da Gripe Espanhola (1918).
A
Febre Amarela ainda não foi erradicada no Brasil.
A
Espanhola chegou ao Brasil em setembro de 1918 e até o final daquele ano levou
para o túmulo pelo menos 35.000 pessoas. O presidente da época, Delfim Moreira
(1868-1920), baixou decreto determinando que nenhum estudante fosse reprovado e
que retornassem às escolas somente no ano seguinte, normalmente. E assim foi
feito.
E por
que decreto idêntico não é baixado agora, quando a Covid-19 já engoliu mais de
110.000 de brasileiros?
Historiadores do futuro lembrarão o terrível momento que ora todos vivemos.
ASA BRANCA E ASSUM PRETO, O FOLCLORE NA OBRA DE LUIZ GONZAGA
Estou ficando moderno. Já sei até o que é "live".
No próximo dia 22, às 20 horas, estarei falando para o mundo sobre a nossa aldeia Brasil. E papo vem, e papo vai, o papo principal é sobre o folclore na obra de Luiz Gonzaga. Fiz até uma chamadinha, clique:
Para todos os efeitos, o samba nasceu no Rio de Janeiro. Mais precisamente, na casa da Tia Ciata.
Tia Ciata era como chamavam a baiana Hilária Batista de Almeida (1854 -1924). Foi da casa dela que saiu o samba amaxixado Pelo Telefone, assinado pelos cariocas Ernesto do Santos, o Donga; e o jornalista Mauro de Almeida.
Mas o samba já existia, inclusive em São Paulo.
Grandes compositores e intérpretes espontâneos marcaram época em São Paulo. Entre esses nomes Dionísio Barbosa, Geraldo Filme, Toniquinho Batuqueiro e Zeca da Casa Verde.
Zeca, de batismo José Francisco da Silva, morreu no dia 19 de agosto de 1994, aos 67 anos de idade.
Não tenho certeza, mas tenho a impressão que foi Oswaldinho da Cuíca quem me apresentou o Zeca.
Zeca participou de várias escolas de samba, inclusive as Rosas de Ouro, e a que usou como "sobrenome".
Ele era um bom passista, e quem o incentivou a compor sambas de enredo foi Geraldo Filme.
No começo dos anos de 1970, Zeca foi levado pelo jornalista e agitador cultural Plínio Marcos a cantar e a atuar no velho Teatro de Arena, participando do musical, Nas Quebradas do Mundaréu. Que rendeu um LP, lançado em 1974.
Para lembrar, ouça:
Não sei exatamente o número de jornalistas em atividade no País, nem o de estudantes aspirantes à profissão.
Sei, porém, que são três o número de jornais mais lidos: O Estado de S.Paulo, Folha de São Paulo e O Globo.
Os jornais mais antigos do Brasil em circulação, pela ordem de fundação, são o Diário de Pernambuco (7 de novembro de 1825), O Estado de S.Paulo, fundado com o título de A Província, e A União.
A profissão de jornalista é, relativamente, nova. Mas jornalista sempre existiu, antes mesmo de a profissão ser regulamentada pelo Decreto-Lei nº 972, de 17 de outubro de 1969.
O primeiro jornal a circular no País, foi a Gazeta do Rio de Janeiro entre setembro de 1808 e dezembro de 1822.
Antes da Gazeta, circulou no País, o Correio Brasiliense entre 1 junho de 1808 a 1 de dezembro de 1822. Esse jornal, no entanto, era editado em Londres por Hipólito José da Costa (1774 - 1823).
José de Alencar e Machado de Assis iniciaram-se nas letras como jornalistas, em periódicos do Rio de Janeiro.
João do Rio, de batismo João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto (1881 - 1921), foi o cara que deu forma à reportagem.
Falo de jornalismo e jornalistas como poderia falar de qualquer outra profissão. Como medicina, por exemplo.
Todo estudante precisa de estágio para aprimorar-se na profissão escolhida.
Hoje é o Dia do Estagiário, data regulamentada em 1982.
Anna da Hora é estudante de Artes Visuais, mas tem pensado no curso de Jornalismo. Na foto ao lado, Anna se auto-refazendo.
Vito Antico não tem dúvida pela profissão que decidiu seguir, a de jornalista. Está no último ano, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Anna e Vito são estagiários do Instituto Memória Brasil, IMB.
Sinto-me bem em tê-los como estagiários da entidade que presido.
Fazem-me muitas perguntas, os dois estudantes citados.
Anna até mais do que Vito. Mas Vito é aquele cara tranquilo, sereno. O tal do "come quieto" inventado pelos mineiros.
ASA BRANCA E ASSUM PRETO, O FOLCLORE NA OBRA DE LUIZ GONZAGA
Estou ficando moderno. Já sei até o que é "live".
No próximo dia 22, às 20 horas, estarei falando para o mundo sobre a nossa aldeia Brasil. E papo vem, e papo vai, o papo principal é sobre o folclore na obra de Luiz Gonzaga. Fiz até uma chamadinha, clique: https://www.facebook.com/assis.angelo.9/videos/3201090999972017
Otacílio Batista (1923 - 2003) foi um dos maiores poetas improvisadores ao som de viola que o Brasil já teve. Era, mesmo, dos grandes.
Uma vez perguntei a Otacílio, o que era Baião.
Baião, segundo Otacílio, é a parte que divide as fases de uma cantoria. De repentistas, claro.
Luiz Gonzaga do Nascimento foi o mais importante artista da música do Nordeste.
Ele não inventou o Baião, mas o estilizou.
Uma vez perguntei a Gonzaga, o que era Baião.
Baião, segundo Gonzaga, é o que se diz do repentista afinando a viola para iniciar uma cantoria.
No livro Eu Vou Contar Pra Vocês (reprodução da foto, ao lado), que publiquei em 1990, Luiz Gonzaga detalha a conversa que tivemos em 1984. Um trecho:
O Baião como forma e gênero musical ganhou o Brasil e boa parte do mundo a partir do dia 22 de maio de 1946, quando o grupo de músicos cearenses Quatro Ases e um Coringa o lançou num disco de 78 RPM. Ouça: https://www.youtube.com/watch?v=Xk89uhVeHp4
Centenas, milhares, de artistas no Brasil e no exterior pegaram carona no gênero. Até o chato João Gilberto (1931 - 2019), que veio com o Bim, Bom: https://www.youtube.com/watch?v=yfy2ggYnxsk
ASA BRANCA E ASSUM PRETO, O FOLCLORE NA OBRA DE LUIZ GONZAGA
Estou ficando moderno. Já sei até o que é "live".
No próximo dia 22, às 20 horas, estarei falando para o mundo sobre a nossa aldeia Brasil. E papo vem, e papo vai, o papo principal é sobre o folclore na obra de Luiz Gonzaga. Fiz até uma chamadinha, clique: https://www.facebook.com/assis.angelo.9/videos/3201090999972017
Dom José Maria Pires, mineiro de Conceição do Mato Dentro,
foi para o ceu faz três anos.
Dom José foi Arcebispo da Paraíba entre 1966 e 1995.
Dom José foi um ser incrível, que a todos fez muito bem.
Ele era da linha progressista da Igreja Católica.
Lutou pelos pobres, pelos humildes, por bancos e negros.
Esse José via a vida com a beleza de quem nasce para viver
lutando, brigando pra ser feliz.
Dom José Maria Pires ficou famoso pelo apelido de Dom Pelé.
Algumas pessoas perguntaram o que fazer para ler e
entrevista que fiz com ele, Dom Pelé, que o extinto semanário Pasquim publicou
no dia 15 de março de 1978.
Nessa entrevista, de duas páginas (14 e 15) perguntei-lhe
sobre os mais diversos temas da vida Nacional. Incluindo desmatamento, por
exemplo.
Queiroz
e a sua mulher estão de volta à cadeia? E vocês sabem porque, não é mesmo?
O
Datafolha é um instituto de pesquisa paulistano que registra a temperatura das
várias facetas do cotidiano do País.
Bolsonaro
não acredita no Datafolha, mas deve estar vibrando no silêncio da alcova,
ajoelhado com o terço nas mãos, pelos resultados apontados ontem 13 por esse
instituto.
Os
resultados indicaram positividade. Ele está, segundo os números, mais
“racional”. Mais tranquilo.
Mas
essa tranquilidade captada pelo Datafolha é falsa.
Bolsonaro
está quieto porque o fogo que devora o Pantanal e a Mata Amazônica está
chegando aos seus pés, através das denuncias de corrupção de que seus filhotes
ora são acusados. E ele também. E a sua mulher, também. Portanto, moitar é a
alternativa mais lógica.
Ah!
Sim: Bolsonaro é tudo, louco inclusive, mas não burro.
Como
um cão faminto, Bolsonaro será capaz de entregar tudo para não largar o osso.
Meu
amigo, minha amiga, você lembra do bate-boca de Bolsonaro com Rodrigo Maia?
Diante
da terrível crise que se desenhava no começo de março, o ministro Paulo Guedes
propôs que o Congresso autorizasse o Governo a pagar 200 merrecas/mês para ao
brasileiro desertado, aquele que não tem sequer onde cair morto.
Maia
propôs 400.
Rapidamente,
Bolsonaro propôs 600. A isso dar-se o nome de po-pu-lis-mo.
O
nosso País é incrível, kafkiano, com suas histórias fantásticas.
Ouço
no rádio que o presidente Bolsonaro esteve ontem 13 no Pará.
Pela
primeira vez ele fez referência aos 100 mil brasileiros mortos pela Covid-19, mas não deixou barato. No seu linguajar atravessado culpou os mortos por terem
em vida contraído o novo coronavírus. Disse o excelsior presidente: “Eu sou a
prova viva que a cloroquina deu certo”.
Pois
é...
Hoje
mexendo no acervo Instituto Memória Brasil, IMB, encontramos uma edição do
Pasquim bastante curiosa.
Essa
edição traz a data de 15 de março de 1979.
Com
direito à chamada na 1ª página, lá está um texto meu nas páginas 14 e 15. Essas
páginas, mais claramente, uma entrevista que fiz com o arcebispo dom José Maria
Pires, o dom Pelé.
Dom
Pelé nasceu no dia 15 de março de 1919, em minas, MG, e na sua terra morreu no
dia 28 de agosto de 2017.
Dom
Pelé foi arcebispo da Paraíba entre 1966 e 1995.
Ele
era raçudo, inteligentíssimo; falava com a tranquilidade dos justos, humildes.
E era isso o que ele era.
Entrevistei
dom Pelé várias vezes, mas a entrevista publicada pelo Pasquim é, ouso dizer,
a-tu-a-lis-sí-ma.
Nessa
entrevista abordei muitos assuntos pertinentes à época e válidos, e atuais,
como agora.
Interessantes
as respostas que me dá sobre Marx, marxismo, socialismo, comunismo.
Pergunto-lhe
também sobre desmatamento na Amazônia.
Pergunto-lhe
também sobre o general Charles de Gaulle (1890-1970).
Vocês
se recordam da frase atribuída a de Gaulle, segundo a qual “o Brasil não é um
país sério”?
Essa
pergunta também está lá na entrevista que fiz com dom Pelé para o Pasquim.
Atenção:
na verdade, na verdade essa é uma frase do diplomata Carlos Alves de Sousa
Filho (1901-90) dita ocasionalmente ao jornalista cearense Luís Edgar de
Andrade (1931-2020) em Paris, no ano de 1962.
Essa
é uma história longa e bastante interessante.
Isso
me faz lembrar de outra frase que marcou época, pronunciada no calor da
ditadura pelo governado biônico Francelino Pereira (Ceará): “Que País é esse?”,
que virou até tema de rock.
O que
é que pode ter a ver em comum entre Jair Messias Bolsonaro e Lindalva
Cavalcante da Hora?
Ontem
12 à noite o Congresso derrubou o veto que Bolsonaro tinha feito da lei que
regulamentava a profissão de historiador.
O que
pode a ver em comum entre Bolsonaro e Lindalva?
Dona
Lindalva é uma brasileira nascida no Paraná. Teve duas meninas, Anna e Cecília.
Daniel,
também paranaense, é o feliz marido de dona Lindalva.
No
Brasil atual há 1,4 milhão de professores e professoras passando pra frente o
que aprenderam para muitos milhões de crianças e adolescentes da rede pública.
Filha
de Deus e lutando sempre contra as forças das trevas, dona Lindalva encontrou
no magistério o caminho da salvação, dela e dos seus incontáveis alunos de
idades diversas.
Bolsonaro...
Essa
Lindalva nasceu no ano e mês que o paraibano Geraldo Vandré mostrava ao Brasil
a moda de viola Disparada, feita em parceria com o carioca, filho de
pernambucano Théo de Barros.
Prepare
o seu coração
Pras
coisas
Que
eu vou contar
Eu
venho lá do sertão
E
posso não lhe agradar
Aprendi
a dizer não
Ver
a morte sem chorar
E
a morte, o destino, tudo
Estava
fora de lugar
Eu
vivo pra consertar
Na
boiada já fui boi...
Dados
do IBGE, nos fazem crer que somos 210 milhões de brasileiros, no campo e na
cidade.
Dona
Lindalva sabe disso tudo, pois tem passado a vida inteira fugindo da boiada e
transformando boi em gente.
Atualmente
no Brasil há cerca de 11,8 milhões de brasileiros incapazes de distinguir um
“Ó” de uma roda de caminhão.
Quer
dizer, o número de analfabetos no nosso País é absurdo.
Fora
os brasileiros que não identificam um Ó de uma roda há os brasileiros que foram
à escola e até ganharam diploma de doutor.
Números
oficiais indicam que há mais de 32 milhões de brasileiros que leem e não sabem
o que leem. São os tais dos analfabetos funcionais. Triste.
Dona Lindalva, em sala de aula, no Paraisópolis
E
Bolsonaro acaba de anunciar que cortará 18% do orçamento do ano que vem do
previsto para o ministério da educação, MEC.
No dia 27 de abril passado,
esse mesmo cara vetou a lei que regulamentava a profissão de historiador.
Bolsonaro
já acabou com o ministério da cultura, já acabou com o ministério da saúde (sem
ministro até hoje), e agora está acabando com a esperança do Brasil, do povo.
Bolsonaro
é um idiota gigante.
E
dona Lindalva?
Dona
Lindalva Cavalcante da Hora é uma brasileira brasileiríssima que acredita
profundamente que é possível transformar incompetência e burrice, em gente que
pensa e pode transformar a vida para melhor.
Tudo
que ela aprendeu até hoje, na vida, ela transmite.
A
filosofia de Dona Lindalva é aprender para ensinar.
Sua
sala de aula hoje, e já há bastante tempo, se acha na favela Paraisópolis.