![]() |
Clique na imagem, para ler |
Seguir o blog
quinta-feira, 29 de dezembro de 2022
PELÉ, UMA LENDA NA TERRA E NO CÉU
BRASÍLIA EM POLVOROSA
A tarde de terça-feira de 29 de dezembro de 1992 fervia, em Brasília. Como hoje, quinta.
Naquele dia de exatos 30 anos atrás o carioca boçal Fernando Collor de Mello era posto entre a cruz e a espada. Sobre ele pesavam acusações de corrupção. PC Farias, seu testa de ferro fazia tudo para encher os bolsos de dinheiro público.
Hoje 29 policiais federais foram a campo em sete Estados com 32 mandados de prisão e de busca e apreensão. A ordem foi dada pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes. O alvo tinha a ver com os responsáveis pelo quebra-quebra geral na noite de 12 último após a diplomação de Lula como novo presidente da República.
Na tarde de 29 de dezembro de 1992 Collor encaminhou ao Senado carta em que anunciava a renúncia do cargo de presidente. Foi lida e tal. Logo após foi aberta no Senado a sessão que resultaria em impeachment e suspensão dos direitos políticos por oito anos. Isso já na madrugada de 30.
No final da manhã de hoje Lula anunciou os dezesseis nomes que ainda faltavam para formar o grupo de 37 ministérios do governo que iniciará no próximo dia 1º.
A propósito da posse de Lula milhares de policiais civis e militares, estaduais e federais, estarão mobilizados e atentos para agir diante de qualquer movimento suspeito.
Lula ainda não decidiu se vai desfilar em carro aberto ou não.
Há 30 anos, logo após a queda de Collor, escrevi o livro 20 Dias que Sacudiram o Brasil. Não foi publicado. Os originais desse livro foram achados num lugar qualquer do Instituto Memória Brasil, IMB. Tem textos de apresentação, prefácio e posfácio dos colegas jornalistas José Nêumanne, Audálio Dantas (1929-2018) e Fernando Coelho.
Voltarei ao assunto.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2022
LULA: O DIA DA POSSE ESTÁ PERTO
De fato, são muitas as expectativas em torno da posse do novo presidente do governo que está se formando.
As barracas e sei lá o que dos bolsonaristas aloprados armadas em torno do QG do Exército em Brasília estão sendo desmontadas. Menos mal.
Lula ainda não decidiu se vai desfilar no carro chique que o governo americano deu ao governo brasileiro tempos atrás. Opa! Eu disse isso?
O carro em questão, um Rolls Royce, foi comprado pelo governo brasileiro e inaugurado pelo presidente Getúlio Vargas em 1953. Custou a bagatela de 420 mil dólares. A informação é do jornalista e escritor Lira Neto, um dos biógrafos de Vargas.
O novo comandante do Exército já foi escolhido, Júlio César de Arruda.
Há expectativas vibrantes para o anúncio dos 16 nomes que faltam para formar o grupo de 37 ministérios do que será o terceiro governo de Lula. Extraoficialmente, falam-se às escancaras que Simone Tebet já foi indicada para ocupar a pasta do Planejamento. Ana Moser e Marina Silva deverão ser respectivamente as titulares dos Esportes e do Meio Ambiente.
O Ministério dos Esportes foi criado no governo de FHC. O seu primeiro titular foi o mineiro Edson Arantes do Nascimento, mundo afora mais conhecido como Pelé.
Pelé, eterno rei da bola, está há 29 dias internado no hospital Albert Einstein.
Há muitas expectativas em torno de Pelé. Está com câncer que vem se agravando a cada dia. Tomara que fique bom, curado do maldito tumor que o vitima.
Enquanto isso, atenção: o tal que afunhenhou o Brasil deverá ir para o raio que o parta amanhã 29. Dizem às escancaras que ele, sim aquele, aquele mesmo comparado ao capeta aqui na Terra, vai passar uns dias em Orlando (EUA) e em seguida afogar mágoas e lágrimas nos braços daquele outro. Sei não, não sei mesmo, mas acho que os dois têm um caso. Que caso é esse, não sei.
Atenção, atenção de novo: está descartada a possibilidade de Bolsonaro passar a faixa presidencial a Lula.
Só uma vez um presidente, um ex, deixou de passar a tal faixa. Foi Figueiredo, o general que detestava o cheiro de povo e adorava, digamos, o afago dum cavalo. Eu, hein!
Enquanto isso, discretamente, o Centrão faz da moita seu lar.
JOVEM PAN
Hoje 28 liguei a Pan e ouvi o Jornal da Manhã. Os comentaristas de mesa estavam sumidos. Hummm.
No horário não escutei o Morning Show, por que hein? Detalhe: na hora, pouco antes talvez, escutei uma voz impostada dizendo que a Pan é uma rádio do caralho, que só dá notícia verdadeira e coisa e tal. Nada de apoiar golpe e golpista, disse ainda o locutor. Então tá, né?
terça-feira, 27 de dezembro de 2022
EXPECTATIVAS NO AR DE BRASÍLIA
Há uma grande expectativa no Brasil.
Para o bem ou para o mal, sempre houve expectativa no Brasil.
Oficialmente, Lula toma posse do cargo de presidente no próximo domingo 1°.
A posse do novo presidente já está cercada de grandes expectativas. E tensão. Esperam-se cerca de 350 mil pessoas na solenidade de posse em Brasília. Muitos chefes de governo, incluindo o rei da Espanha, deverão comparecer ao ato.
Milhares de policiais, incluindo todo o contingente de segurança do Distrito Federal, estarão a postos e atentos a quaisquer situações que possam parecer estranhas no domingo que vem.
Agora há pouco, ali pelas 11, o governador do DF, Ibaneis Rocha, e os futuros ministros Flávio Dino (Justiça) e José Múcio Monteiro(Defesa), concederam coletiva de Imprensa para falar sobre o esquema de segurança. Falaram da prisão do terrorista George não sei o quê e se Lula vai ou não desfilar em carro aberto. As pessoas de bom senso acham que não deve.
Repórteres quiseram saber de Ibaneis, Dino e José Múcio se os aloprados bolsonaristas que ocupam a área dos quarteis serão postos pra correr antes ds posse de Lula ou não. No ar ficou a interrogação.
Há também muita expectativa em torno do anúncio dos nomes que faltam para formar o quadro de ministros/ministérios.
Se vou à Brasília?
Não, não vou à Brasília.
JOVEM PAN
Liguei hoje de manhã a rádio Jovem Pan e não achei o noticiário polêmico que desenvolve. No lugar, só música estrangeira. O que houve com esse noticiário, hein?
segunda-feira, 26 de dezembro de 2022
EU E MEUS BOTÕES (56)
'Pronto! Pode falar', disse Maria apertando um botão do seu celular.
Calma, calma. Eu não sou robô. Ainda não, pelo menos.
Maria caiu na risada, dizendo ironicamente: "Ah! Eu tinha me esquecido desse detalhe".
A fala provocou uma risada geral entre os botões. Barrica: "Na verdade eu nunca pensei que seu Assis fosse um robô, mas ahora é hora de pensar nisso". Zilidoro: "É mesmo! Seu Assis fala de tudo com propriedade. Está sempre atualizado. Ligado em tudo. Parece saber de tudo. Nunca vi ninguém assim. A Maria brincou, mas acho que ela tem alguma razão no que diz".
O que é isso, pessoas? Vocês endoidar? Estão indo longe demais! Eu sou gente. Em mim bate um coração já bastante cansado, diga-se. Deixem de onda!
Essa foi a primeira vez que Assis adentrou a casa levando consigo uma mulher, jovem, bonita e engraçada. Apresentando-a disse que a conheceu em Oxford. Brasileira, nascida em Minas Gerais, Josefina Sebastiana Carolina Dora Flor Maria de Sapucaí especializou-se em História Geral dos Povos e no estudo de línguas árabes, incluindo a língua de Cristo, aramaico. "Virge Nossa Sinhora do céu! Que mulher é essa?", espantou-se sem dissimular o botão Zoião. "Cala boca, deixa o homem falar", disse num cutucão o poeta Zilidoro.
Pois bem, pessoal, Josefina é conhecida em boa parte no mundo como Flor Maria. Nos meios universitários, de Londres principalmente, há muitos que a chamam simplesmente My Flower. "Puxa vida, assim tão nova e já é isso tudo?", pensou em voz alta, estupefato, o Mané. "Uma mulher assim não sabe cuidar de uma casa, não sabe cuidar de filhos... eu hein! Tô fora!", disse o desabusado Lampa num muxoxo.
O que Lampa falou, e como falou, provocou a reação de todos, que em uníssono o repreenderam: "Machão! Machão! Machão!".
De fato. A observação de Lampa além de lamentável, é triste e indefensável sob qualquer aspecto. Eu procurei seus olhos, mas ele os escondeu. Quando eu já ia mudar de assunto, Lampa levantou-se acabrunhado: "Dona Flor, me desculpe. A minha vida foi sofrida. Nunca estudei, nunca entrei numa escola, mas nunca matei ninguém. Dizem que matei, mas é mentira. Se eu fosse mais novo, eu pediria pra senhora me ensinar. Eu admiro muito o seu Assis e Zilidoro. De novo, dona Flor, lhe peço desculpas pelas besteiras que eu disse".
Ao dizer o que disse, acomodou-se no seu tamborete. A casa encheu-se de palmas. Lampa pareceu emocionado. Devagarzinho tirou o punhalzinho da cinta e com ele, cabisbaixo, passou a cutucar as unhas.
Maria achou graça e desculpou Lampa. Depois disse estar curiosa e entusiasmada com os nomes que o presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva tem apresentado para ajudá-lo a governar. Entre esses, muitas mulheres.
Antes de se retirar do ambiente ao lado de Maria, Assis disse que ele e todos os brasileiros de bem estão torcendo pra que tudo dê certo para o governo que se inicia domingo, dia 1°.
Jão e Zé convidaram os presentes para um cafezinho.
domingo, 25 de dezembro de 2022
JESUS SEMPRE FOI UM CARA NEGRO. PONTO (2, FINAL)
No tal templo trocavam-se moedas de diversas espécies e lugares. Esse templo era dirigido por judeus de alto gabarito. E foram esses que pegaram Jesus e o entregaram a Pilatos que lavou as mãos e deu no que deu.
No geral, e a rigor, comparo Jesus a Antônio Conselheiro.
Conselheiro, beato, saiu dos cafundós do Ceará para brigar contra os poderosos da sua época. E aí, lascou-se. Resultado: 25 mil mortos em Canudos, BA.
Nisso tudo até aqui contado, há algo que me encanta: Jesus, a contragosto dos discípulos, recebeu um dia um grupo de crianças no Jardim das Oliveiras. Justificando a sua vontade teria dito "Vinde a mim crianças".
Agora, meu amigo, minha amiga, imagine Jesus loiro de olhos azuis no Egito.
Naquele tempo, no tempo de Jesus, havia tudo quanto não presta, que nem hoje. Figuras como o rei Salomão eram de grande importância. Temidos. Salomão era negro. O rei Davi, também. Por que não se fala disso?
Existem centenas, milhares, de livros, discos, muita coisa que trata de Jesus e seus discípulos.
Os discípulos eram uma espécie de segurança de Jesus.
Jesus não nasceu em Belém, nasceu em Nazaré.
Nazaré era uma vilinha de nada pegada à Palestina.
E o Natal, hein?
Em dezembro daqueles tempos era um mês de festejos pagãos.
O cristianismo foi adotado como religião, digamos assim, no século 4 pelo Imperador Constantino.
O calendário gregoriano... Bom, essa é outra história. Sem falar da violência comum naqueles tempos. Escravidão, inclusive. Analisando bem, pouco mudou até aqui.
Na segunda parte do século 19 o baiano Castro Alves pegou para si a bandeira da abolição e gerou a obra-prima O Navio Negreiro, cuja a 4ª parte foi musicada pelo pernambucano Jorge Ribbas. Assim:
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar…
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!...
Ilustração do cartunista Fausto Bergocce.
sábado, 24 de dezembro de 2022
JESUS SEMPRE FOI UM CARA NEGRO. PONTO (1)
Maria, Maria! Veja isso, Maria!, foi dizendo entusiasmado Zelatiel das Flores à mulher que na sala ajeitava umas tranqueiras referentes ao período natalino. E ela: Oi, oi. Endoidou?.
Zelatiel fez que não ouviu, talvez tenha ouvido, mas entusiasmado, com o celular na mão, disse que acabara de ler uma coisa bonita.
Maria, por uns momentos, parou de mexer nas tranqueiras e encarando o maridão, perguntou: Quem é esse cara a quem você se refere?.
Zelatiel fez que não ouviu e começou a ler com voz impostada:
Oh! Deus teu filho é negro
E tem de ti a semelhança
Dos que nascem em África
No rastro da esperança
Tu sabes, e muito bem,
Que isso dá discussão:
Há brancos que se recusam
A ver num negro seu irmão
Lamentável! Lamentável!
Impróprio para cristãos:
Se somos todos iguais
Por que não somos irmãos?
Hummm... Gostei, gostei. Esse é o cara a quem você se refere? Poxa, muito bom, perguntou já opinando a Maria de Zelatiel. E ele: Sim, ele é o cara!.
E a conversa foi seguindo por aí, entre perguntas e exclamações.
Zelatiel começou a dizer à mulher que não conhecia pessoalmente o autor do poema, mas o acompanhava na imprensa. Disse que os textos dele publicados no newsletters Jornalistas&Cia, por exemplo, fogem da obviedade ululante.
E é por isso, mulher, que você aparentemente gostou dele e sem o conhecer. E quer ver?
Jesus não era branco, não era loiro, era negro.
Não existe loiro de olhos azuis no Oriente Médio.
Não está na Bíblia, mas Jesus tinha menos de 1,70m de altura. Seus cabelos eram curtos e a barba, aparada. Era pessoa aparentemente normal. Era do campo. Agricultor. Talvez analfabeto, mas um dia achou de brigar com o establishment. E aí lascou-se.
Viu Maria, viu Maria?
De fato, o mundo todo guarda na memória a figura de Jesus loiro, magro, de olhos azuis e gostoso, penando de braços abertos numa cruz.
Olha, Maria, o que o cara ainda escreveu:
Na Bíblia há muitas informações a respeito do tempo antigo. Desgraceiras a dar com pau, muitas orgias.
Nem anjos escaparam da sede sexual dos tarados de Sodoma e Gomorra.
Isso é o que diz o velho Testamento.
Você está acompanhando isso, Maria?
Sim, Zelatiel.
Pois é, no velho Testamento há coisas do arco da velha.
Confesso, Zeca, que nunca li a Bíblia. Mas acho que vou deixar minha preguicite de lado e me ocupar dessa tarefa. Na Bíblia há todas essas putarias a que você se refere?
Sim, Maria. A Bíblia é um livro incrível. Nesse livro tem poema, tem romance, tem crônica, tem tudo o que você possa imaginar. Belíssimo. Veja de novo o que o nosso amigo escreveu:
Ninguém sabe quando nasceu e morreu Jesus Cristo.
Lucas, Mateus e Marcos falam de Jesus nos seus textos. Pra mim, eles são jornalistas do tempo antigo. Dão informações a respeito de Jesus. Incompletas, é verdade. Mas está lá: Jesus tinha uns 30 anos de idade quando foi preso, torturado e morto pregado numa cruz por romanos.
Aos 12 ou 13 anos de idade, Jesus encantou sábios em Jerusalém. E foi em Jerusalém que ele botou pra quebrar ao expulsar, na porrada, marreteiros que vendiam bugigangas em torno do que a Bíblia chama de templo.
sexta-feira, 23 de dezembro de 2022
É NATAL, O RECOMEÇO DE UNTUDO.
A vida inventa! A gente principia as coisas, no não saber por que, e desde aí perde o poder de continuação – porque a vida é mutirão de todos, por todos remexida e temperada.Pois é, a vida é um eterno recomeço.
A respeito desse João, atirei o meu pensar numa folha de papel em branco. Saiu isto:
Nonada não é nada
Nas veredas do Sertão
Nonada é apenas
Começo de confusão
Prá macho que nasce frouxo
pedindo a padre perdão
Nonada não é nada
É um sim, talvez um não
É Hermógenes morrendo
No meio dum furacão
É Joca Ramiro vingado
Com muito sangue no chão
Nonada não é nada
É bendito, é oração
É padre puxando reza
Na frente de procissão
Convencendo o pecador
A fazer bem ao seu irmão
Nonada não é nada
Nem é tiro de canhão
É começo de conversa
De gente forte do Sertão
Inventada por um cabra
De nome chamado João
O belíssimo Sertão: Veredas, publicada em 1956, é pra ser lido por todo mundo. Até por quem já o leu.
Na primeira página desse livro, o autor mostra com todos os olhos, pernas e braços, a que veio. Encantado, inventei de gravar o que senti. Ouça:
quinta-feira, 22 de dezembro de 2022
VIDA É ARTE. VIVA A ESPERANÇA!
TESÃO É VIDA!
quarta-feira, 21 de dezembro de 2022
HOJE É DIA DE ELOMAR E ALTAMIRO CARRILHO
... Assim é Elomar Figueira de Mello: um príncipe da caatinga, que o mantém desidratado como um couro bem curtido, em seus 34 anos de vida e muitos séculos de cultura musical, nisso que suas composições são uma sábia mistura do romanceiro medieval, tal como era praticado pelos reis-cavalheiros e menestréis errantes e que culminou na época de Elizabeth, da Inglaterra; e do cancioneiro do Nordeste, com suas toadas em terças plangentes e suas canções de cordel, que trazem logo à mente os brancos e planos caminhos desolados do sertão, no fim extremo dos quais reponta de repente um cego cantador com os olhos comidos de glaucoma e guiado por um menino - anjo a cantar façanhas de antigos cangaceiros ou 'causos' escabrosos de paixões espúrias sob o sol assassino do agreste...
VISITA É COISA BOA
Ontem 20 a minha casa ficou mais alegre com a presença dos amigos Fausto e Vitor Nuzzi. Fausto é um grande chargista e Nuzzi autor de grandes livros. É dele, por exemplo, Geraldo Vandré - Uma Canção Interrompida (Kuarup, 2018). A prosa foi ótima, começou por voltas das 15h e terminou à boca da noite. Falamos de tudo um pouco: política, futebol, literatura, charge, pintura e tal. E molhamos o bico, que ninguém é de ferro. Aí na foto, o registro.
terça-feira, 20 de dezembro de 2022
O BRASIL FICA MENOR COM A MORTE DOS GRANDES
NÉLIDA PIÑON
CARLOS BRICKMANN
segunda-feira, 19 de dezembro de 2022
A COPA DO CRAQUE FAUSTO. NOTA DEZ!
![]() |
O craque Mbappe grande velocista do time da França |
![]() |
Saída melancólica do Brasil diante da Croácia |
![]() |
Marrocos, grande surpresa na Copa |
![]() |
Lionel Messi levando a Argentina na final |
![]() |
Grande final com a Croácia ficando na terceira colocação |
![]() |
A grande final com vitória Argentina de Messi |
domingo, 18 de dezembro de 2022
EU E MEUS BOTÕES (55)
CANTOR BOM DE BOLA × JOGADOR BOM DE MÚSICA (2.2, FINAL)
Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, paraense, chegou a fazer poesia e a compor músicas. Guardo alguns poemas inéditos dele, escritos de próprio punho.
Papete e Osvaldinho da Cuíca compuseram e gravaram um samba para o Corinthians que se tornou clássico: Vai Corinthians.
Paulinho Nogueira, antigo professor de violão de Toquinho, compôs uma jóia para homenagear o Timão depois de duas décadas sem títulos: Meus Vinte Anos, Ai Corinthians!
O caboclinho querido Silvio Caldas, cantor de voz poderosíssima, era palmeirense roxo. Claro, enalteceu o Palmeiras em música gravada em disco: Tarantela em Verde e Branco e Arrancada Heroica.
O cantor e compositor Moacir Franco é palmeirense, mas um dia não resistiu e gravou uma música em homenagem ao botafoguense Garrincha. Título: Balada n° 7.
Num ano qualquer da década de 70 o humorista Chico Anísio criou o personagem Coalhada. Tipo Bozó, manja?
Quanto a mim devo dizer que nunca disputei nenhuma partida de futebol importante para a vida nacional, mas isso não quer dizer que não fui bom jogador de bola de gude, bola de meia e peteca. Confesso: nunca errei uma peteca na cabeça de um corno adversário. Também devo dizer que tive razoável atuação no futebol de salão e de campo, meio Coalhada, hic!
Em 2026, voltarei ao assunto.
Ilustração do cartunista Fortuna (1931-1994).
sábado, 17 de dezembro de 2022
CANTOR BOM DE BOLA × JOGADOR BOM DE MÚSICA (2.1)
Definitivamente: música e futebol é um lance que combina muito.
É ginga,
ritmo, swing, baile… Essas palavras encaixam-se perfeitamente no repertório
musical e no futebolístico.
Futebol é dança, espécie de balé.
E
música, hein?
Ary Barroso
foi um dos mais prolíficos compositores da nossa música popular. Era um chato,
dizem. Mas o fato é que foi importante. Deixou uma obra extremamente
significativa. Foi um dos primeiros a ter música gravada em outras línguas.
Começou compondo no gênero, digamos, caipira. Alinhou-se ao samba e gerou um
gênero: exaltação, samba exaltação.
Dominguinhos, de batismo José Domingos de Morais, tinha tudo pra ser nada. Mas um dia,
aos oito anos de idade, teve a felicidade de ser visto por Luiz Gonzaga já
rei. Foi no interior de Pernambuco, a terra de ambos. O tempo passou e Gonzaga
findou por adotar, musicalmente, aquele menino.
Ary era desesperadamente
flamenguista e Dominguinhos, botafoguense.
O detalhe é que, fugindo à
regra, Ary nunca compôs uma música para seu time. Dominguinhos, idem.
Curiosidade: Dominguinhos chegou a bater bola com seu ídolo, Mané Garrincha
(1933-1983). "Os dois chegaram a virar amigos", lembra a sua ex-companheira
Anastácia.
O compositor e cantor Ari Lobo, de Belém do Pará, foi um
artista que deixou muitas músicas bonitas. É dele, por exemplo, a música
No Balanço do Garrincha. Ari deixou cerca de 400 músicas, entre as quais
Eu Vou pra Lua e
Menino Prodígio.
A cantora
Elza Soares
pra Garrincha gravou:
Alegria do Povo.
Luiz Gonzaga, o rei do baião, deixou uma infinidade de músicas
bonitas. Entre elas, Asa Branca.
Há coisas curiosas em torno de Asa
Branca, de matriz folclórica. Pois é, de matriz folclórica.
Uma vez
perguntei a Gonzaga qual a origem de Asa Branca. Isso porque eu sabia que o
povo mais simples de Pernambuco e Paraíba já cantarolava essa música. Leia sua
resposta, clicando:
ODE A LUA.
Em
outubro de 2013, levei à cena no Centro Cultural dos Correios, RJ, a história de Gonzaga.
Pra me ajudar na tarefa convidei Ricardo Cravo Albin, Oswaldinho do Acordeon,
entre outros.
Filho do baiano Pedro Sertanejo, o carioca
Oswaldinho
jogou pelada na adolescência. Era o xodó do pai, que queria porque queria
vê-lo sanfoneiro. A primeira música que ensinou ao filho foi Asa Branca. E era
só chegar uma visita em casa, que o pai o chamava para tocar a "bendita
música". O menino ficou traumatizado. Saiba o motivo:
Papete, Paulinho Nogueira e a cantora Inezita Barroso eram fãs de carteirinha do Corinthians, como fãs de carteirinha desse time são Osvaldinho da Cuíca, Tom Zé e mais mundo e meio.Tom Zé fez uma interessante canção para o ex-meio-campista Neto, de batismo José Ferreira Neto. Esse Neto, da safra de 66, é paulista de Santo Antônio de Posse. E tem uma língua enorme, ferina. Para tanto, basta ouví-lo no rádio e TV Bandeirantes.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2022
MATUSALÉM VAI AO INSS
quinta-feira, 15 de dezembro de 2022
FORRÓ É SAÚDE E LONGEVIDADE
![]() |
Luiz Gonzaga gostava de uma ceverjinha... Com o Assis |
CAMINHADA DO FORRÓ
FUTEBOL: DOMINGO TEM NOVO TRICAMPEÃO MUNDIAL
DERROTA DA SELEÇÃO
quarta-feira, 14 de dezembro de 2022
HOJE É O DIA DA ÓPERA

terça-feira, 13 de dezembro de 2022
HOJE É O DIA DO CEGO
LEIA MAIS: A CEGUEIRA NÃO É O FIM • DEPOIS DE FICAR CEGO, ASSIS ÂNGELO LUTA PARA DIGITALIZAR ACERVO • A CULTURA SOB UM NOVO OLHAR • ASSIS ÂNGELO, CEGO HÁ SETE ANOS, LANÇA CORDÉIS SOBRE A PANDEMIA
PARA CRIMINOSOS HÁ LEI
segunda-feira, 12 de dezembro de 2022
DEPOIS DA DIPLOMAÇÃO, A POSSE: 1° DE JANEIRO
LULA RECEBE HOJE DIPLOMA DE PRESIDENTE
ENQUANTO ISSO...
De morte matada ou não
Lugar de quem não presta
É lá no fundo da prisão!
domingo, 11 de dezembro de 2022
CANTOR BOM DE BOLA × JOGADOR BOM DE MÚSICA (1)
No final dos anos de 1940, os paraibanos Jackson do Pandeiro e Genival Lacerda deixaram, respectivamente, o Botafogo e o Treze Futebol Clube para seguirem a carreira de compositor e cantor.
Do Botafogo, de João Pessoa, Jackson era goleiro.
Do Treze de Campina Grande, Genival foi atacante em várias posições.
Há muitas histórias curiosas no campo do futebol.
Línguas irresponsáveis diziam à boca pequena que Manezinho Araújo, o rei da embolada, gostava muito de jogar pelada. Até aí tudo bem. O detalhe é que tais línguas diziam ainda que Manezinho entrava em campo como dono da bola e uma faquinha inocente presa à cintura.
Quanta maldade!
Que Manezinho gostava de futebol, isso eu sei. A prova é que nos legou a embolada Futebol na Roça.
Luiz Gonzaga, o rei do baião, não carregava faquinha na cintura. Porém, sempre há um porém, mandava no jogo. A prova, para quem duvida, está na música Lá Vai Pitomba. É engraçada, como Siri Jogando Bola.
Anastácia, a rainha do forró, achou graça quando eu disse uma vez que Gonzaga gostava de futebol. Ela: "Ele gostava mesmo era de pelada". E não é a mesma coisa? E ela: "Te liga, Assis! Quando falo pelada, falo de pelada mesmo! De mulher pelada, entende?".
Na verdade, na verdade, os mais próximos ao rei do baião dizem que se ele não fosse estéril teria tido filhos suficiente para formar uma população do tamanho do município de Exu, onde nasceu.
Anastácia entra para a história do futebol como a primeira mulher a compor e a cantar uma música para a Seleção brasileira. Foi em 1970, quando o Brasil ganhou o Tri, no México. Título: Bola na Rede.
Não são poucos, na verdade são quase todos os cantores e compositores que têm abordado o futebol como tema de carreira e obra. Chico Buarque, por exemplo.
Em 1978, Chico criou um time só para si e seus amigos: Politheama, que tem sede no Centro Recreativo Vinícius de Moraes, localizado na zona oeste do Rio de Janeiro.
Todo mundo sabe, mas quem não sabe já é tempo de saber que Chico é torcedor absolutamente fanático do Fluminense. O cantor Ciro Monteiro chegou a tentar cooptá-lo para o Flamengo. Chico respondeu com uma música: Ilmo. Sr. Ciro Monteiro Ou Receita Pra Virar Casaca De Neném.
Da mesma maneira que há muitos e muitos compositores e cantores apaixonados por futebol, o contrário pode ser dito e confirmado. Exemplo: Zico, o Galinho de lances inesquecíveis no Flamengo, chegou até a gravar disco junto com Fagner.
Em 1982, o meio-campista Júnior entrou em estúdio e gravou o samba Voa Canarinho. A ideia era embalar a Seleção brasileira de futebol. Deu certo. Vendeu 650 mil cópias. Entusiasmado, gravaria depois três LPs.
Júnior toca vários instrumentos de percussão, incluindo pandeiro.
Em maio de 2010 eu o entrevistei para o livro A Presença do Futebol na Música Popular Brasileira. Leia um trecho:
Júnior — Profissionalmente só o meu irmão mais novo, que jogou por algum tempo na Portuguesa, do Rio. O meu pai (Leovegildo Lins Gama) foi ponta-esquerda amador. Os amigos dizem que ele era muito bom.
Assis — O escritor Guimarães Rosa, autor de Grande Sertões: Veredas, dizia que todo ser inteligente era paraibano ou nascia em Minas Gerais, e como torcedor teria de ser Flamengo. É isso?
Júnior — Generosidade dele, mas eu me encaixo mais ou menos nesse formulário, né?
Assis — O Flamengo foi o time da sua vida. Mil novecentos e setenta…
Júnior — Eu só joguei no Flamengo, no Brasil. De 1974 até 1984. Voltei em 1989 e fui até 1993. Fora isso, três anos de Torino e dois anos de Pescara, na Itália.
Assis — Como a música entrou na sua vida?
Júnior — A música e o futebol são dois “embaixadores” do Brasil em qualquer parte do mundo. Eu nasci escutando música. Meu bisavô era um artesão de violino. Aprendi a tocar pandeiro vendo e ouvindo o meu tio Valter, irmão da minha mãe, tocar nas rodas de samba, quando eu tinha a idade de nove, dez anos. Eu não consegui tocar instrumentos de cordas e praticamente obriguei o meu filho Rodrigo a aprender a tocar violão, cavaquinho, banjo. A música está sempre me acompanhando [...].
Assis — Qual foi a primeira vez que você entrou num estúdio de gravação…?
Júnior — A primeira vez foi em 1978. Mas pra valer mesmo foi em 1982, com Alceu Maia. Foi ele quem me fez gravar “Voa Canarinho”. A última vez foi no ano passado, com Tereza Cristina no Samba Social Clube, cantando uma música do Paulo César Pinheiro e do Moacyr Luz. Foi um privilégio, inclusive, porque a música que gravamos (“Samba Bom de Bola”) fala de futebol e música. Faz essa analogia, música e futebol.
Em 1982, o compositor Max Nunes e o humorista Jô Soares criaram um personagem cri cri chamado Zé da Galera. Esse Zé torrava a paciência do técnico Telê Santana. Queria, porque queria, que Telê enchesse a seleção de pontas: ponta-esquerda, ponta-direita ...
É isso e muito mais.
POSTAGENS MAIS VISTAS
-
Coisas da vida. Zica Bergami, autora da valsinha Lampião de Gás partiu. Tinha 97 anos completados em agosto. O caso se deu ontem por volta d...
-
http://www.youtube.com/watch?v=XlfAgl7PcM0 O pernambucano de Olho da Agua, João Leocádio da Silva, um dos mais inspirados compositores...
-
Cegos e demais pessoas portadoras de deficiência, seja ela qual for, come o pão que o diabo amassou. Diariamente. SER CEGO É UMA MERDA! Nã...
-
Este ano terrível de 2020 está chegando ao fim, sem deixar saudade. Saudade é coisa que machuca, que dói. É uma coisa que Deus botou no mund...
-
Escondidinho de carne seca e caldinho de feijão antecederam o tirinete poético travado ao som de violas repentistas ontem à noite, na casa ...
-
Intriga, suspense, confusão, mentira, emoção atentado contra a ordem e a lei e otras cositas mas . O cantor, compositor e instrumentista To...